A crise na Turquia Localização e Histórico Origem: ocupação da península da Anatólia pelos povos turcomanos da Ásia central Maior ligação com o Ásia central do que com o Oriente Médio (causa certo isolamento) Fez parte do antigo Império Turco Otomano: desde a tomada de Constantinopla (1453) até 1919 (fim da 1ª G.M.) Constituiu o último grande império muçulmano O Acordo Sykes-Picot (1916) - foi um ajuste secreto entre os governos do Reino Unido e da França que definiu as suas respectivas esferas de influência no Oriente Médio, considerando-se a hipótese de derrota do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial. Tal divisão deveria contemplar os interesses estratégicos das grandes potências imperialistas na região - petróleo e Canal de Suez. Com o fim da Primeira Guerra o mapa do Oriente Médio foi efetivamente redesenhado. O acordo é visto por muitos como um ponto de tensão nas relações entre os Árabes e o Ocidente 1923 – criação república parlamentarista através de uma revolução laica (separou religião e Estado). Grande líder Kemal Atatürk “pai dos turcos”. Forte apoio dos militares. Ocidentalização (Ex: integra a OTAN). Importância estratégica da Turquia: Rota energética do oriente médio. Contenção dos refugiados – porta de entrada na Europa. Principal base aérea da OTAN. Figuras políticas e movimentos atuais Recep Tayyip Erdoğan Primeiro-ministro (2003-2014) e presidente do país desde 2014. Conservador - Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) de base religiosa - cresceu com a urbanização e crescimento econômico nas camadas populares mais religiosas. 2013: operação contra corrupção: acusações incluem o contrabando de ouro para o Irã e o suborno para conseguir funções públicas. Milhões de pessoas foram às ruas para protestar contra Erdogan, a corrupção e pedir mudanças. 2014: tem recebido críticas por restringir liberdades civis (meios de comunicação foram fechados, leis rígidas de controle de internet foram aprovadas) e a expressão de vozes da oposição (autoritarismo) e tentar impor valores islâmicos conservadores (série de leis). Outras medidas de Erdogan: Pressão para mudança do parlamentarismo para presidencialismo Introdução do ensino religioso nas escolas Proibição da venda de álcool Paralisação da discussão dos direitos das minorias Negligência com o estado islâmico (não é aliado – usa quando convém/jogo duplo)(inimigo de Bashar al-Assad e dos curdos - movimento separatista) Tenta mudanças no comando do exército Muhammed Fethullah Gülen Fundador do Movimento Gülen. Clérigo, segue uma linha moderada do islamismo, aberta a aceitar conceitos científicos e ao diálogo com outras religiões. Principal voz internacional da oposição ao governo, mas até 2013, era um dos aliados do presidente turco. Simpatizantes do Movimento Gülen (Hezmit-"serviço“ – assistência social) mantém postos chave na polícia e no Judiciário. Como fica o exército nesse cenário? Tirou do poder quatro governos civis entre 1960 e 1997. Veem-se como guardiões dos valores seculares da Turquia moderna. Divididos em religiosos e kemalistas. Golpe militar fracassado entre 15 e 16 de julho. Deixou ao menos 240 mortos. Confrontações entre forças militares (manter as tradições laicas e impedir as mudanças de Erdogan) e apoiadores do regime autoritário chefiado pelo presidente Erdogan. O presidente Erdogan acusa Gülen de ter planejado a tentativa de golpe. Negam que a tentativa de golpe desta sexta tenha as mãos do clérigo. Não há um líder confesso. As tensões e as rivalidades entre diferentes grupos dentro do Estado e as forças armadas existem há tempos e se transformaram em conflitos armados. Qual o impacto no cenário internacional? Tem prejudicado a imagem do país como uma bem-sucedida democracia islâmica com um futuro promissor na União Europeia e a crença no Estado de direito. Ameaça aos investimentos internacionais que vem sustentando o recente crescimento econômico do país. Outros impactos Sociedade dividida Golpe saiu pela culatra: agora é o grande motivo para Erdogan fortalecer seu poder (com desculpa de punir os responsáveis pelo golpe persegue opositores) Provocação: o golpe é agora! Erdogan aproveita o apoio popular para implementar suas medidas.