Sistema Nervoso Prof.ª: Alline Batista As funções orgânicas, bem como a integração do homem no meio ambiente estão na dependência de um sistema especial denominado Sistema Nervoso. Isto significa que este sistema controla e coordena as funções de todos os sistemas do organismo e ainda, recebendo estímulos aplicados à superfície do corpo, é capaz de interpretá-los e desencadear, eventualmente, respostas adequadas a estes estímulos. Conceito SNC X SNP Sistema Nervoso Central Divisão Sistema Nervoso Periférico SNC • SENSITIVA: sente as alterações (estímulos) dentro do corpo (meio interno) e no meio ambiente externo (meio externo). • INTEGRADORA: analisa a sensação sensitiva, armazena uma parte dela e toma de decisões sobre os comportamentos apropriados. • MOTORA: responde a estímulos iniciando a ação em forma de contrações musculares ou secreções glandulares. Funções • NEURÔNIO: recepção e transmissão rápida de estímulos do meio externo e interior do corpo. • CÉLULAS DA GLIA (NEUROGLIA): sustentação, proteção, isolamento e nutrição dos neurônios, ocupando os espaços entre os eles. • NEUROANATOMIA. • NEUROFISIOLOGIA. SISTEMA NERVOSO CENTRAL • De acordo com o número de neuritos (projeções), os neurônios podem ser classificados em Unipolares, Bipolares e Multipolares. • De acordo com as conexões ou funções na condução dos impulsos, os neurônios podem ser classificados em: o Neurônios receptores ou sensitivos (aferentes). o Neurônios motores ou efetuadores (eferentes). o Neurônios associativos ou interneurônios. Tipos de neurônios • Neurônios receptores ou sensitivos (aferentes): são os neurônios que recebem estímulos sensoriais e conduzem o impulso nervoso, ao SNC. • Neurônios motores ou efetuadores (eferentes): são os neurônios que transmitem os impulsos motores (respostas ao estímulo). • Neurônios associativos ou interneurônios: são os neurônios que estabelecem ligações entre os neurônios receptores e os neurônios motores. Tipos de neurônios Neurônios • O encéfalo e a medula espinhal são envolvidos e protegidos por lâminas ou membranas de tecido conjuntivo chamadas, em conjunto, meninges. • Revestimento do SNC Encéfalo e Medula espinhal. o Meninges cranianas: encéfalo. o Meninges espinhais: medula espinhal. Meninges • DURA-MÁTER (externa, próxima ao osso). • ARACNÓIDE (intermediária, forma uma teia). • PIA-MÁTER (íntima ao sistema nervoso). • DURA-MÁTER: mais espessa, tecido conjuntivo, resistente, denso e irregular. • ARACNÓIDE: localiza-se entre a dura-máter e a pia-máter, sendo formada por fibras colágenas e elásticas. Constitui uma rede semelhante a uma teia de aranha. Meninges • PIA-MÁTER: membrana, mais fina e intimamente ligada a medula e encéfalo. • A meninge aracnóide é separada da dura-máter por um espaço capilar denominado espaço subdural e da pia-máter pelo espaço subaracnóide, onde circula o líquido cérebro-espinhal (líquor). Meninges • Desenvolvimento do complexo nervoso do desenvolvimento humano. - 3° semana • O SNC origina-se do tubo neural (1° estrutura) que, na sua extremidade cranial, apresenta três dilatações denominadas vesículas primordiais: o prosencéfalo, o mesencéfalo e o rombencéfalo. O restante do tubo é a medula primitiva. Vesículas primordiais • PROSENCÉFALO: com o decorrer do desenvolvimento, as porções laterais aumentam desproporcionalmente e acabam por recobrir a porção central, originando o telencéfalo e o diencéfalo. A porção expande-se também lateralmente, acompanhando o desenvolvimento do telencéfalo. • MESENCÉFALO: desenvolve-se sem subdividir-se. • ROMBENCÉFALO: subdivide-se em metencéfalo e mielencéfalo. Vesículas primordiais • Nas transformações sofridas pelos ventrículos primordiais, o tubo neural primitivo permanece e apresenta-se dilatada em algumas das subdivisões daquelas vesículas, constituindo os chamados ventrículos que se comunicam entre si: o Telencéfalo: corresponde aos ventrículos laterais (direito e esquerdo). o Diencéfalo: corresponde ao III ventrículo. Ventrículos encefálicos o Mesencéfalo: é um canal estreitado, que corresponde ao aqueduto cerebral, o qual comunica o III ventrículo com o IV ventrículo. o Rombencéfalo: corresponde ao IV ventrículo; este é continuado pelo canal central da medula e se comunica com o espaço subaracnóide. Ventrículos encefálicos • Líquido cefalorraquidiano, Líquido cérebro-espinhal ou Líquor (LCR). • Circula no espaço subaracnóide e nos ventrículos. • Líquido de coloração clara e incolor, contendo proteínas, glicose, uréia e sais – valores de referência em DL. • 80 à 150ml. COMPOSIÇÃO Líquor • Tem a função de proteger o SNC e amortecer choques. • É produzido em formações especiais: os plexos corióides (células ependemárias), que são situados no assoalho dos ventrículos laterais e também no teto do III e IV ventrículos. Líquor Drenagem do líquor PCVL PC 3°V PC 4°V ESPAÇO SUBARACNÓIDE 1 2 4 3 6 6 5 7 • A maior parte do encéfalo corresponde ao cérebro; também chamados de: Hemisférios cerebrais ou Telencéfalo. • Na superfície dos dois hemisférios cerebrais apresentam-se sulcos que delimitam giros. • O cérebro pode ser dividido e lobos, correspondendo cada um, ao osso do crânio com que guardam relações – delimitam. Cérebro • Divisão em lobos: o o o o o Lobo frontal: motora Lobo parietal: sensitiva Lobo temporal: equilíbrio e audição Lobo occipital: visão Lobo insular: emoções Cérebro Lobo insular 1- Fissura longitudinal do cérebro: o Divide os hemisférios cerebrais em direito e esquerdo – foice do cérebro. Fissura Longitudinal Hemisfério Cerebral Esquerdo Hemisfério Hemisfério Cerebral CerebralDireito Direito Vista Superior 2- Sulco central: o Divide o Lobo frontal do Lobo parietal. o Giro pré-central: anteriormente ao sulco central. o Giro pós-central: posteriormente ao sulco central. 3- Sulco lateral: o Posteriormente ao sulco central. 4- Sulco parietal occipital: o Divide o lobo parietal do occipital. Cérebro • O encéfalo é vascularizado através de dois sistemas: o sistema vértebro-basilar (artérias vertebrais) e o sistema carotídeo (artérias carótidas internas). • Estas são artérias especializadas pela irrigação sanguínea do encéfalo. • Na base do crânio estas artérias formam um polígono anastomótico, o Polígono de Willis, de onde saem as principais artérias para vascularização cerebral. Polígono de Willis Sistema Vértebro-basilar: • O sistema vértebro-basilar e seus ramos são frequentemente referidos clinicamente como a circulação posterior do encéfalo. Sistema Carotídeo: • Clinicamente, as artérias carótidas internas e seus ramos são frequentemente referidos como a circulação anterior do encéfalo. Vascularização Irrigação sanguínea do encéfalo • As veias do encéfalo, de um modo geral, não acompanham as artérias, sendo maiores e mais calibrosas do que elas. • Drenam para os seios da dura-máter, de onde o sangue converge para as veias jugulares internas, que recebem praticamente todo o sangue venoso encefálico. Vascularização venosa • As veias do cérebro dispõem-se em dois sistemas: Sistema venoso superficial Sistema venoso profundo Sistema Venoso Superficial Drenam o córtex e a substância branca subjacente. Formado por veias cerebrais superficiais (superiores e inferiores) que desembocam nos seios da dura-máter. Vascularização venosa Sistema Venoso Profundo Drenam o sangue de regiões situadas mais profundamente no cérebro, tais como: corpo estriado, cápsula interna, diencéfalo e grande parte do centro branco medular do cérebro. A veia mais importante deste sistema é a veia cerebral magna ou veia de Galeno, para a qual converge todo o sangue do sistema venoso profundo do cérebro. Vascularização venosa • Um corte de encéfalo ou de medula, permite reconhecer áreas claras e áreas escuras que representam, o que se chama de substância branca e substância cinzenta. A primeira está constituída de fibras nervosas mielínicas e a segunda de corpos de neurônios. • Na medula, a substância cinzenta forma eu eixo central contínuo envolvido por substância branca. • O tronco encefálico apresenta a substância cinzenta fragmentada no sentido longitudinal, ângulo-posterior e látero-lateral. Subst. branca e cinzenta • Cérebro e cerebelo nos seus aspectos mais gerais, apresentam um plano estrutural comum. Nele pode-se reconhecer uma massa de substância branca, revestida externamente por uma fina camada de substância cinzenta. • Como foi dito, a substância branca, em qualquer nível do SNC está constituída predominantemente de fibras nervosas mielínicas. • Estas representam as vias pelas quais os impulsos percorrem as diversas áreas do SNC. Subst. branca e cinzenta Substância branca Substância cinzenta c • Sistema Nervoso Periférico: SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO • Existem na extremidade de fibras sensitivas e motoras. Nestas últimas, o exemplo mais típico é a placa motora. Nas primeiras, as terminações nervosas são estruturas especializadas para receber estímulos físicos ou químicos na superfície ou no interior do corpo. • Assim os cones e bastonetes da retina são estimulados apenas pelos raios luminosos; os receptores do ouvido apenas por ondas sonoras; na pele e nas mucosas existem receptores especializados para os agentes causadores do calor, frio, pressão e tato, etc. Terminações nervosas • São acúmulos de corpos celulares de neurônios, denominados núcleos, que ocorrem fora do Sistema Nervoso Central e apresentam-se geralmente como uma dilatação. Gânglios • São cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por tecido conjuntivo e que têm como função levar (ou trazer) impulsos ao (do) SNC. • Distinguem-se dois grupos: Nervos Cranianos e Espinhais. Nervos • Nervos cranianos são os que fazem conexão com o encéfalo. Os 12 pares de nervos cranianos recebem uma nomenclatura específica, sendo numerados em algarismos romanos, de acordo com a sua origem aparente. • Eles estão ligados com o córtex do cérebro pelas fibras corticonucleares que se originam dos neurônios das áreas motoras do córtex, descendo principalmente na parte genicular da cápsula interna até o tronco do encéfalo. Nervos cranianos • A sequência craniocaudal dos nervos cranianos é como se segue: I – Olfatório II – Óptico III – Óculomotor IV – Troclear V – Trigêmeo VI – Abducente VII – Facial VIII – Vestíbulo-coclear IX – Glossofaríngeo X – Vago XI – Acessório XII - Hipoglosso Nervos cranianos • Os nervos cranianos sensitivos ou aferentes originam-se dos neurônios situados fora do encéfalo, agrupados para formar gânglios ou situados em periféricos órgãos dos sentidos. • Os núcleos que dão origem a dez dos doze pares de nervos cranianos situam-se em colunas verticais no tronco do encéfalo e correspondem à substância cinzenta da medula espinhal. • De acordo com o componente funcional, os nervos cranianos podem ser classificados em motores, sensitivos e mistos. Nervos cranianos • Os motores (puros) são os que movimentam o olho, a língua e acessoriamente os músculos látero-posteriores do pescoço. • São eles: o o o o o III - Nervo Óculomotor IV - Nervo Troclear VI - Nervo Abducente XI - Nervo Acessório XII - Nervo Hipoglosso Nervos cranianos • Os sensitivos (puros) destinam-se aos órgãos dos sentidos e por isso são chamados sensoriais e não apenas sensitivos, que não se referem à sensibilidade geral (dor, temperatura e tato). • São eles: o I - Nervo Olfatório o II - Nervo Óptico o VIII - Nervo Vestíbulo-coclear Nervos cranianos • Os mistos (motores e sensitivos) são em número de quatro: • São eles: o o o o V - Trigêmeo VII - Nervo Facial IX - Nervo Glossofaríngeo X - Nervo Vago Nervos cranianos • Cinco deles ainda possuem fibras vegetativas, constituindo a parte crânica periférica do sistema autônomo. • São eles: o o o o o III - Nervo Óculomotor VII - Nervo Facial IX - Nervo Glossofaríngeo X - Nervo Vago XI - Nervo Acessório Nervos cranianos NERVO OLFATÓRIO (I) • Tipo: sensorial. • Localização: surge na mucosa olfatória, passa por forames na lâmina crivosa do osso etmóide. NERVO ÓPTICO (II) • Tipo: sensorial. • Localização: origina na retina dos olhos, passa pelo forame óptico. • Função: visão. Nervos NERVO ÓCULOMOTOR (III) • Tipo: misto. • Localização: sensorial: passam pela fissura orbitária superior e terminam no mesencéfalo – motora: tem origem no mesencéfalo; inervam o músculo elevador da pálpebra superior e os 4 músculos extrínsecos do olho. • Lesões: estrabismo, ptose (queda da pálpebra), diplopia (visão dupla). NERVO TROCLEAR (IV) • Tipo: misto. • Função: sensorial: sensibilidade muscular – motora: movimento do globo ocular. • Lesões: paralisia do nervo (estrabismo e diplopia). NERVO TRIGÊMIO (V) • Tipo: misto. • Função: sensorial: 3 ramos, sensação de tato, dor, temperatura e sensibilidade muscular – motora: mastigação. • Lesões: paralisia dos músculos da mastigação e perda da sensibilidade do tato. NERVO ABDUCENTE (VI) • Tipo: misto. • Função: sensorial: sensibilidade muscular – motora: movimentos do globo ocular. NERVO FACIAL (VII) • Tipo: misto. • Função: sensorial: surgem os botões gustativos da língua e sensibilidade muscular – motora: expressão facial e secreção da saliva e de lágrimas. NERVO VESTÍBULO-COCLEAR (VIII) • Tipo: misto. • Função: sensorial: conduzir impulsos de equilíbrio e de audição – motora: ajusta a sensibilidade das células ciliadas e modifica seu funcionamento, por alterar respostas transmissoras e mecânicas do som. NERVO GOSSOFARÍNGEO (IX) • Tipo: misto. • Função: sensorial: sensações gustativas e somáticas do terço posterior da língua, sensibilidade dos músculos da deglutição – motora: eleva a faringe durante a fala e deglutição, estimula a secreção salivar. NERVO VAGO (X) • Tipo: misto. • Localização: sensorial: as fibras passam pelo forame jugular e terminam no bulbo – motora: produção da deglutição, tosse e fala, coração, secreção dos líquidos digestivos, contração e relaxamento do músculo liso nos órgãos do trato gastrointestinal. • Função: sensibilidade gustatória e somática da epiglote e faringe, monitoramento da pressão arterial e respiratória. NERVO ACESSÓRIO (XI) • Tipo: misto. • Função: sensorial: sensibilidade muscular – motora: movimentos de deglutição, cabeça e ombros. NERVO HIPOGLOSSO (XII) • Tipo: misto. • Função: sensorial: sensibilidade muscular – motora: movimento da língua durante a deglutição e fala. Punção lombar Líquor • São aqueles que fazem conexão com a medula espinhal e são responsáveis pela inervação do tronco, dos membros superiores e partes da cabeça. São ao todo 31 pares. Nervos espinhais • Cada nervo espinhal é formado pela união das raízes dorsal (sensitiva) e ventral (motora), as quais se ligam, respectivamente, aos sulcos lateral posterior e lateral anterior da medula através de filamentos radiculares. • As raízes ventral e dorsal unem-se imediatamente além do gânglio espinhal para formar o nervo espinhal, que então emerge através do forame interespinhal. • O gânglio espinhal é um conjunto de células nervosas na raiz dorsal do nervo espinhal. Formação • Logo após a fusão das raízes ventral e dorsal o nervo espinhal se divide em dois ramos: ventral (mais calibrosos) e dorsal (menos calibrosos). • Os ramos dorsais dos nervos espinhais, se dividem (exceto para o primeiro cervical, quarto e quinto sacrais e o coccígeo) em ramos medial e lateral para inervarem os músculos e a pele das regiões posteriores do pescoço e do tronco. • Os ramos ventrais dos nervos espinhais inervam os membros e as faces ântero-laterais do tronco. Distribuição Ramo Dorsal Ramo Ventral • Os ramos ventrais que inervam a parede torácica e abdominal permanecem relativamente isolados ao longo de todo o seu trajeto. • Nas regiões cervical (pescoço) e lombo-sacral, porém, os ramos ventrais entremeiam-se para formar os chamados plexos nervosos, dos quais emergem nervos terminais. Plexos nervosos Fim