Lógica - Filosofia

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Lógica
LÓGICA
Erros Comuns
Dicionário Escolar de Filosofia, de Aires
Almeida
Lógica
• Um argumento dedutivo parte do geral para o particular?
• Não. Um argumento dedutivo pode ter premissas gerais e conclusão
igualmente geral, como o seguinte:
• Todos os gatos são animais.
Todos os animais são seres vivos.
Logo, todos os gatos são seres vivos.
Lógica
• Um argumento dedutivo parte do geral para o particular?
• Não, também pode ter premissas particulares e conclusão particular,
como o seguinte:
• Alguns filósofos são gregos.
Logo, alguns gregos são filósofos.
Lógica
• A proposição é a expressão verbal ou linguística do juízo?
.
• Não. A elocução de uma frase é que é a expressão verbal de uma proposição. Uma
proposição é o pensamento que uma frase exprime. Frases diferentes podem exprimir a
mesma proposição. As frases "Coimbra fica entre Lisboa e Porto", "Coimbra fica entre
Porto e Lisboa" e "Coimbra is located between Lisbon and Oporto" exprimem a mesma
proposição, pois exprimem o mesmo pensamento.
• As frases são proposições?
• Não. Nenhuma frase pode ser uma proposição. Mas algumas frases exprimem proposições.
Tal como nenhuns riscos num papel podem ser um pensamento. Mas alguns riscos num
papel exprimem pensamentos.
• Um juízo é uma relação entre conceitos?
• Não. Um juízo é o pensamento expresso por qualquer afirmação verdadeira ou falsa, e uma afirmação
verdadeira ou falsa pode ou não relacionar conceitos. A afirmação "Cavaco Silva está em Lisboa" não
relaciona quaisquer conceitos, na acepção tradicional de conceito.
Lógica
Um argumento indutivo parte do particular para o geral?
Não. Um argumento indutivo pode ter premissas gerais e conclusão
particular, como o seguinte:
Todos os corvos observados até hoje são pretos.
Logo, o corvo do Asdrúbal é preto.
Neste caso, trata-se de uma previsão, que é um dos tipos de indução. O outro tipo
de argumento indutivo é a generalização, que tem premissas menos gerais do que a
conclusão; mas as premissas não têm de ser particulares e a conclusão geral.
Na seguinte generalização, tanto as
premissas como a conclusão são
gerais:
Todos os corvos observados até hoje são pretos.
Logo, todos os corvos são pretos.
Lógica
João e Lisboa são conceitos?
Nem João, que é uma pessoa, nem Lisboa, que é uma cidade, são conceitos. Nem as pessoas
nem as cidades podem ser conceitos.
A questão é saber se podemos ter conceitos de pessoas e de cidades, e portanto a pergunta
correta é: "Existe o conceito de João e de Lisboa?" E a resposta é a seguinte:
.NaNa
lógica
aristotélica
os termos
gerais,
comoexprimem
"gregos"
ou "filósofos"
exprimem
conceitos.
lógica
aristotélica
só os termossó
gerais,
como "gregos"
ou "filósofos"
conceitos.
Os nomes próprios,
como "João"
ou "Lisboa",
não exprimem
conceitos.
Este
é
também
a
acepção
gramatical
da
noção
de
conceito.
Portanto,
tradicionalmente,
não
existe
nem
o conceito
Os nomes de
próprios,
como "João" ou "Lisboa", não exprimem conceitos. Este é também
a
João nem o conceito de Lisboa, apesar de existir o conceito de ser humano e o conceito de cidade.
aceção gramatical da noção de conceito. Portanto, tradicionalmente, não existe nem o
conceito de João nem o conceito de Lisboa, apesar de existir o conceito de ser humano e o
conceito de cidade.
. Na filosofia contemporânea considera-se que um conceito é qualquer componente de
qualquer pensamento, e nesse caso existem os conceitos de João e de Lisboa.
Lógica
•
A conclusão de um argumento dedutivo é necessária?
•
Não. A conclusão do seguinte argumento dedutivo válido não é necessária:
Quem está em Lisboa está em Portugal.
Cavaco Silva está em Lisboa.
Logo, Cavaco Silva está em Portugal.
• Como é evidente, não é necessário que Cavaco Silva esteja em Portugal; poderia estar noutro
país qualquer. O que está aqui em causa é a confusão entre duas ideias completamente
diferentes, mas semelhantes na aparência:
1 - Necessariamente, se as premissas forem verdadeiras, a conclusão é verdadeira;
2 - Se as premissas forem verdadeiras, a conclusão é necessariamente verdadeira.
1 é parecido com 2, mas é muito diferente. 1 é verdadeira, mas 2 é falsa pois, como vimos no
exemplo acima, há argumentos dedutivamente válidos cujas conclusões não são verdades
necessárias. Para se compreender melhor a diferença, considere-se as seguintes afirmações:
Necessariamente, quem está em Lisboa está em Lisboa;
Quem está em Lisboa está necessariamente em Lisboa.
• Apesar de a variação gramatical entre 1 e 2 parecer mera questão de estilo, não o é. 1 é
verdadeira, pois não é possível estar em Lisboa sem estar em Lisboa. Mas 2 é falsa, pois
quem está em Lisboa poderia estar noutro lado qualquer.
• Chama-se deslize da modalidade à confusão entre 1 e 2.
Lógica
A conclusão de um argumento dedutivo é necessária?
Não. A conclusão do seguinte argumento dedutivo válido não é necessária:
Quem está em Lisboa está em Portugal.
Cavaco Silva está em Lisboa.
Logo, Cavaco Silva está em Portugal.
Como é evidente, não é necessário que Cavaco Silva esteja em Portugal; poderia estar noutro país qualquer.
O que está aqui em causa é a confusão entre duas ideias completamente diferentes, mas semelhantes na
aparência:
Lógica
1 - Necessariamente, se as premissas forem verdadeiras, a conclusão é verdadeira;
2 - Se as premissas forem verdadeiras, a conclusão é necessariamente verdadeira.
. 1 é parecido com 2, mas é muito diferente. 1 é verdadeira, mas 2 é falsa pois, como vimos no
exemplo acima, há argumentos dedutivamente válidos cujas conclusões não são verdades
necessárias. Para se compreender melhor a diferença, considere-se as seguintes afirmações:
. Necessariamente, quem está em Lisboa está em Lisboa;
Quem está em Lisboa está necessariamente em Lisboa.
. Apesar de a variação gramatical entre 1 e 2 parecer mera questão de estilo, não o é.
1 é verdadeira, pois não é possível estar em Lisboa sem estar em Lisboa.
Mas 2 é falsa, pois quem está em Lisboa poderia estar noutro lado qualquer.
. Chama-se deslize da modalidade à confusão entre 1 e 2.
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