Filosofia da Educação O CONHECIMENTO, A LÓGICA, A METAFÍSICA E A CIÊNCIA A imaginação é mais importante que o conhecimento. Prof. Ivan Claudio Guedes [email protected] Albert Einstein Físico teórico – Alemão 1879-1955 O Conhecimento O conhecimento e os primeiros filósofos Os primeiros filósofos – os pré-socráticos – dedicavam-se a um conjunto de indagações principais: Por que e como as coisas existem? O que é o mundo? Qual a origem da Natureza e quais as causas de sua transformação? Essas indagações colocavam no centro a pergunta: o que é o Ser? Desde os seus começos, a Filosofia preocupouse com o problema do conhecimento, pois sempre esteve voltada para a questão do verdadeiro. Desde o início, os filósofos se deram conta de que nosso pensamento parece seguir certas leis ou regras para conhecer as coisas e que há uma diferença entre perceber e pensar. Pensamos a partir do que percebemos ou pensamos negando o que percebemos? O pensamento continua, nega ou corrige a percepção? O modo como os seres nos aparecem é o modo como os seres realmente são? Sócrates e os sofistas Os sofistas, diante da pluralidade e do antagonismo das filosofias anteriores, ou dos conflitos entre as várias ontologias, concluíram que não podemos conhecer o Ser, mas só podemos ter opiniões subjetivas sobre a realidade. Platão e Aristóteles • Sócrates fez a Filosofia preocupar-se com nossa possibilidade de conhecer e indagar quais as causas das ilusões, dos erros e da mentira; • Definir as formas de conhecer e as diferenças entre o conhecimento verdadeiro e a ilusão; • Platão e Aristóteles introduziram na Filosofia a idéia de que existem diferentes maneiras de conhecer ou graus de conhecimento e que esses graus se distinguem pela ausência ou presença do verdadeiro, pela ausência ou presença do falso. Princípios gerais • • • • • • Com os filósofos gregos, estabeleceram-se alguns princípios gerais do conhecimento verdadeiro: as fontes e as formas do conhecimento: sensação, percepção, imaginação, memória, linguagem, raciocínio e intuição intelectual; a distinção entre o conhecimento sensível e o conhecimento intelectual; o papel da linguagem no conhecimento; a diferença entre opinião e saber; a diferença entre aparência e essência; • A definição dos princípios do pensamento verdadeiro (identidade, não contradição, terceiro excluído, causalidade), da forma do conhecimento verdadeiro (idéias, conceitos e juízos) e dos procedimentos para alcançar o conhecimento verdadeiro (indução, dedução, intuição); • A distinção dos campos do conhecimento verdadeiro, sistematizados por Aristóteles em três ramos: teorético (referente aos seres que apenas podemos contemplar ou observar, sem agir sobre eles ou neles interferir), prático (referente às ações humanas: ética, política e economia) e técnico (referente à fabricação e ao trabalho humano, que pode interferir no curso da Natureza, criar instrumentos ou artefatos: medicina, artesanato, arquitetura, poesia, retórica,etc.). Os filósofos modernos e a teoria do conhecimento • A teoria do conhecimento tornou-se uma disciplina específica da Filosofia somente com os filósofos modernos (a partir do século XVII); • A questão do conhecimento foi considerada anterior à da ontologia e pré-condição ou pré-requisito para a Filosofia e as ciências. • Essa mudança de perspectiva dos gregos para os modernos, deve-se à instalação do cristianismo, trazendo problemas que os antigos filósofos desconheciam. A Filosofia precisou enfrentar três problemas novos: 1. Como, sendo seres decaídos e pervertidos, podemos conhecer a verdade? 2. Sendo nossa natureza dupla (matéria e espírito), como nossa inteligência pode conhecer o que é diferente dela? Como seres corporais podem conhecer o incorporal (Deus) e como seres dotados de alma incorpórea podem conhecer o corpóreo (mundo)? 3. Os filósofos antigos consideravam que éramos entes participantes de todas as formas de realidade: por nosso corpo, participamos da Natureza; por nossa alma, participamos da Inteligência divina. O cristianismo, ao introduzir a noção de pecado original, introduziu a separação radical entre os humanos (pervertidos e finitos) e a divindade (perfeita e infinita). Com isso, fez surgir a pergunta: como o finito (humano) pode conhecer a verdade (infinita e divina)? Aristóteles • Todos os homens têm, por natureza, o desejo de conhecer. O prazer causado pelas sensações é a prova disso, pois, mesmo fora de qualquer utilidade, as sensações nos agradam por si mesmas e, mais do que todas as outras, as sensações visuais. O cristianismo, particularmente com santo Agostinho, trouxe a idéia de que cada ser humano é uma pessoa. Essa idéia vem do Direito Romano, que define a pessoa como um sujeito de direitos e de deveres. Locke • Visto que o entendimento situa o homem acima dos outros seres sensíveis e dá-lhe toda vantagem e todo domínio que tem sobre eles, seu estudo consiste certamente num tópico que, por sua nobreza, é merecedor de nosso trabalho de investigá-lo. O entendimento, como o olho, que nos faz ver e perceber todas as outras coisas, não se observa a si mesmo; requer arte e esforço situá-lo à distância e fazê-lo seu próprio objeto. Bacon e Descartes • Para os modernos trata-se de compreender e explicar como os relatos mentais – nossas idéias – correspondem ao que se passa verdadeiramente na realidade. • Antes de abordar o conhecimento verdadeiro, Bacon e Descartes examinaram as causas e as formas do erro • análise dos preconceitos e do senso comum. Teoria de Bacon: CRÍTICA DOS ÍDOLOS • Quatro tipos de ídolos ou de imagens que formam opiniões cristalizadas e preconceitos, que impedem o conhecimento da verdade: 1- Ídolos da caverna • as opiniões que se formam em nós por erros e defeitos de nossos órgãos dos sentidos. São os mais fáceis de corrigir por nosso intelecto; 2. Ídolos do fórum • São as opiniões que se formam em nós como consequência da linguagem e de nossas relações com os outros. São difíceis de vencer, mas o intelecto tem poder sobre eles; 3. Ídolos do teatro • São as opiniões formadas em nós em decorrência dos poderes das autoridades que nos impõem seus pontos de vista e os transformam em decretos e leis inquestionáveis. Só podem ser refeitos se houver uma mudança social e política; 4. Ídolos da tribo • São as opiniões que se formam em nós em decorrência de nossa natureza humana; esses ídolos são próprios da espécie humana e só podem ser vencidos se houver uma reforma da própria natureza humana. A LÓGICA A LÓGICA A filosofia, no correr dos séculos, sempre se preocupou com o conhecimento, formulando a esse respeito várias questões: Qual a origem do conhecimento? Noções de Lógica Qual a sua essência? Introdução Quais os tipos de conhecimentos? Qual o critério da verdade? É possível o conhecimento? À lógica não interessa nenhuma dessas perguntas, mas apenas dar as regras do pensamento correto. A lógica é, portanto, uma disciplina propedêutica. 20/7/2011 Noções de Lógica 23 Noções de Lógica Conceito Lógica é a ciência das leis ideais do pensamento e a arte de aplicálos à pesquisa e à demonstração da verdade. Diz-se que a lógica é uma ciência porque constitui um sistema de conhecimentos certos, baseados em princípios universais. Formulando as leis ideais do bem pensar, a lógica se apresenta como ciência normativa, uma vez que seu objeto não é definir o que é, mas o que deve ser, isto é, as normas do pensamento correto. A lógica é também uma arte porque, ao mesmo tempo que define os princípios universais do pensamento, estabelece as regras práticas para o conhecimento da verdade (1). 20/7/2011 Noções de Lógica 24 Noções de Lógica Aristóteles, o Fundador da Lógica Aristóteles é considerado, com razão, o fundador da lógica. Foi ele, realmente, o primeiro a investigar, cientificamente, as leis do pensamento. Suas pesquisas lógicas foram reunidas, sob o nome de Organon, por Diógenes Laércio. As leis do pensamento formuladas por Aristóteles se caracterizam pelo rigor e pela exatidão. Por isso, foram adotadas pelos pensadores antigos e medievais e, ainda hoje, são admitidas por muitos filósofos. 20/7/2011 Noções de Lógica 25 Noções de Lógica Objetivo da Lógica O objetivo primacial da lógica é o estudo da inteligência sob o ponto de vista de seu uso no conhecimento. É ela que fornece ao filósofo o instrumento e a técnica necessárias para a investigação segura da verdade. Mas, para conseguirmos atingir a verdade, é preciso raciocinarmos com exatidão e partirmos de dados exatos, a fim de que o espírito não caia em contradição consigo mesmo ou com os objetos, afirmando-os diferente do que, na realidade, são. Daí as várias divisões da lógica. 20/7/2011 Noções de Lógica 26 Noções de Lógica Extensão e Compreensão dos Conceitos Ao examinarmos um conceito, em termos lógicos, devemos considerar a sua extensão e a sua compreensão. Extensão Quando consideramos um conceito que designa uma classe de objetos, levamos em conta extensão ou denotação: a extensão do conceito "filosófico" é maior do que a do conceito "filosófico brasileiro". Quando o consideramos por um conjunto de características, consideramos sua compreensão ou conotação: a compreensão do conceito "filósofo brasileiro" é maior que a do "filósofo". 20/7/2011 Noções de Lógica 27 Noções de Lógica Extensão e Compreensão dos Conceitos Vejamos, por exemplo, o conceito homem. A extensão desse conceito refere-se a todo o conjunto de indivíduos aos quais se possa aplicar a designação homem. 20/7/2011 A compreensão do conceito homem refere-se ao conjunto de qualidades que um indivíduo deve possuir para ser designado pelo termo homem: animal, vertebrado, mamífero, bípede, racional. Esta última qualidade é aquela que efetivamente distingue o homem dentre os demais seres vivos (2). Noções de Lógica 28 A METAFÍSICA O QUE É A VERDADE AFINAL? • O que você considera verdadeiro em sua vida? • Existe uma verdade única? Ou múltiplas verdades? • Como pode uma mesma imagem suscitar várias interpretações? Como explicar isso? • Quais os critérios atuais para validação do conhecimento verdadeiro? • Foi sobre perguntas como essas que os filósofos modernos se debruçaram, tentando resolver os problemas do conhecimento surgidos após a Revolução Científica do século XVII. • Não temos mais verdades absolutas, mas verdades múltiplas, o que gera um certo receio, uma sensação de desamparo e insegurança. • Perdidos entre várias possibilidades, muitas vezes sentimos falta da zona de conforto oferecida pelas teorias antigas e medievais. • E tudo isso gerou o que chamamos de “A CRISE DO PENSAMENTO METAFÍSICO”. O QUE SIGNIFICA METAFÍSICA? • Metafísica" é o título de uma obra de Aristóteles composta por quatorze livros sobre filosofia geral. Uma hipótese bastante difundida atribui ao Andrônico de Rodes (século I a. C) a iniciativa de chamar esse conjunto de escritos de "Metafísica". • Ao realizar a primeira compilação e sistematização dos escritos de Aristóteles, Andrônico o elencou depois dos oito livros que tratavam da Física, e os chamou de tà metà tà physiká, ou seja, "os livros que estão após (os livros da) física". • A metafísica (do grego: meta = depois, além de, e physis = natureza ou física) é uma das principais disciplinas da filosofia. • Em vez de empregar o termo "metafísica", Aristóteles usava geralmente a expressão "filosofia primeira" ou "teologia" (por contraste com "filosofia segunda" ou "física") para fazer referência a esses assuntos. • Concretamente, isso significa que a metafísica clássica ocupa-se das "questões últimas" da filosofia, tais como: • Há um sentido último para a existência do mundo? • A organização do mundo é necessariamente essa com que deparamos, ou seriam possíveis outros mundos? • Existe um Deus? Se existe, como podemos conhecêlo? Existe algo como um "espírito"? • Há uma diferença fundamental entre mente e matéria? • Os seres humanos são dotados de almas imortais? • São dotados de livre-arbítrio? • Tudo está em permanente mudança, ou há coisas e relações que, a despeito de todas as mudanças aparentes, permanecem sempre idênticas? • Essas e outras dúvidas resultaram no surgimento da metafísica ou ontologia, área de estudos filosóficos designada por Aristóteles como Filosofia Primeira, devido à sua importância e à sua investigação em busca das causas primeiras de tudo o que existe. • A partir de duas perguntas: “O que é a realidade?” e “A realidade pode ser conhecida na sua essência?” • Em sua concepção clássica, os objetos da metafísica não são coisas acessíveis à investigação empírica; ao contrário, são realidades transcendentes que só podem ser descobertas pelas luzes da razão. • A metafísica também tenta esclarecer as noções de como as pessoas entendem o mundo, incluindo a existência e a natureza do relacionamento entre objetos e suas propriedades, espaço, tempo, causalidade, e possibilidade A filosofia, no correr dos séculos, sempre se preocupou com o conhecimento, formulando a esse respeito várias questões: Qual a origem do conhecimento? Noções de Lógica Qual a sua essência? Introdução Quais os tipos de conhecimentos? Qual o critério da verdade? É possível o conhecimento? À lógica não interessa nenhuma dessas perguntas, mas apenas dar as regras do pensamento correto. A lógica é, portanto, uma disciplina propedêutica. 20/7/2011 Noções de Lógica 38 Noções de Lógica Conceito Lógica é a ciência das leis ideais do pensamento e a arte de aplicálos à pesquisa e à demonstração da verdade. Diz-se que a lógica é uma ciência porque constitui um sistema de conhecimentos certos, baseados em princípios universais. Formulando as leis ideais do bem pensar, a lógica se apresenta como ciência normativa, uma vez que seu objeto não é definir o que é, mas o que deve ser, isto é, as normas do pensamento correto. A lógica é também uma arte porque, ao mesmo tempo que define os princípios universais do pensamento, estabelece as regras práticas para o conhecimento da verdade (1). 20/7/2011 Noções de Lógica 39 Noções de Lógica Aristóteles, o Fundador da Lógica Aristóteles é considerado, com razão, o fundador da lógica. Foi ele, realmente, o primeiro a investigar, cientificamente, as leis do pensamento. Suas pesquisas lógicas foram reunidas, sob o nome de Organon, por Diógenes Laércio. As leis do pensamento formuladas por Aristóteles se caracterizam pelo rigor e pela exatidão. Por isso, foram adotadas pelos pensadores antigos e medievais e, ainda hoje, são admitidas por muitos filósofos. 20/7/2011 Noções de Lógica 40 Noções de Lógica Objetivo da Lógica O objetivo primacial da lógica é o estudo da inteligência sob o ponto de vista de seu uso no conhecimento. É ela que fornece ao filósofo o instrumento e a técnica necessárias para a investigação segura da verdade. Mas, para conseguirmos atingir a verdade, é preciso raciocinarmos com exatidão e partirmos de dados exatos, a fim de que o espírito não caia em contradição consigo mesmo ou com os objetos, afirmando-os diferente do que, na realidade, são. Daí as várias divisões da lógica. 20/7/2011 Noções de Lógica 41 Noções de Lógica Extensão e Compreensão dos Conceitos Ao examinarmos um conceito, em termos lógicos, devemos considerar a sua extensão e a sua compreensão. Extensão Quando consideramos um conceito que designa uma classe de objetos, levamos em conta extensão ou denotação: a extensão do conceito "filosófico" é maior do que a do conceito "filosófico brasileiro". Quando o consideramos por um conjunto de características, consideramos sua compreensão ou conotação: a compreensão do conceito "filósofo brasileiro" é maior que a do "filósofo". 20/7/2011 Noções de Lógica 42 Noções de Lógica Extensão e Compreensão dos Conceitos Vejamos, por exemplo, o conceito homem. A extensão desse conceito refere-se a todo o conjunto de indivíduos aos quais se possa aplicar a designação homem. 20/7/2011 A compreensão do conceito homem refere-se ao conjunto de qualidades que um indivíduo deve possuir para ser designado pelo termo homem: animal, vertebrado, mamífero, bípede, racional. Esta última qualidade é aquela que efetivamente distingue o homem dentre os demais seres vivos (2). Noções de Lógica 43 O QUE É A VERDADE AFINAL? • O que você considera verdadeiro em sua vida? • Existe uma verdade única? Ou múltiplas verdades? • Como pode uma mesma imagem suscitar várias interpretações? Como explicar isso? • Quais os critérios atuais para validação do conhecimento verdadeiro? • Foi sobre perguntas como essas que os filósofos modernos se debruçaram, tentando resolver os problemas do conhecimento surgidos após a Revolução Científica do século XVII. • Não temos mais verdades absolutas, mas verdades múltiplas, o que gera um certo receio, uma sensação de desamparo e insegurança. • Perdidos entre várias possibilidades, muitas vezes sentimos falta da zona de conforto oferecida pelas teorias antigas e medievais. • E tudo isso gerou o que chamamos de “A CRISE DO PENSAMENTO METAFÍSICO”. O QUE SIGNIFICA METAFÍSICA? • Metafísica" é o título de uma obra de Aristóteles composta por quatorze livros sobre filosofia geral. Uma hipótese bastante difundida atribui ao Andrônico de Rodes (século I a. C) a iniciativa de chamar esse conjunto de escritos de "Metafísica". • Ao realizar a primeira compilação e sistematização dos escritos de Aristóteles, Andrônico o elencou depois dos oito livros que tratavam da Física, e os chamou de tà metà tà physiká, ou seja, "os livros que estão após (os livros da) física". • A metafísica (do grego: meta = depois, além de, e physis = natureza ou física) é uma das principais disciplinas da filosofia. • Em vez de empregar o termo "metafísica", Aristóteles usava geralmente a expressão "filosofia primeira" ou "teologia" (por contraste com "filosofia segunda" ou "física") para fazer referência a esses assuntos. • Concretamente, isso significa que a metafísica clássica ocupa-se das "questões últimas" da filosofia, tais como: • Há um sentido último para a existência do mundo? • A organização do mundo é necessariamente essa com que deparamos, ou seriam possíveis outros mundos? • Existe um Deus? Se existe, como podemos conhecêlo? Existe algo como um "espírito"? • Há uma diferença fundamental entre mente e matéria? • Os seres humanos são dotados de almas imortais? • São dotados de livre-arbítrio? • Tudo está em permanente mudança, ou há coisas e relações que, a despeito de todas as mudanças aparentes, permanecem sempre idênticas? • Essas e outras dúvidas resultaram no surgimento da metafísica ou ontologia, área de estudos filosóficos designada por Aristóteles como Filosofia Primeira, devido à sua importância e à sua investigação em busca das causas primeiras de tudo o que existe. • A partir de duas perguntas: “O que é a realidade?” e “A realidade pode ser conhecida na sua essência?” • Em sua concepção clássica, os objetos da metafísica não são coisas acessíveis à investigação empírica; ao contrário, são realidades transcendentes que só podem ser descobertas pelas luzes da razão. • A metafísica também tenta esclarecer as noções de como as pessoas entendem o mundo, incluindo a existência e a natureza do relacionamento entre objetos e suas propriedades, espaço, tempo, causalidade, e possibilidade A CIÊNCIA CIÊNCIA • LATIM SCIENTIA/sabedoriaconhecimento • BUSCA DE CONHECIMENTO SISTEMÁTICO E SEGURO DOS FENÔMENOS DO MUNDO • OBJETIVOS: – TORNAR O MUNDO COMPREENSÍVEL – CONTROLAR A NATUREZA – “ HOMEM DOMINA A NATUREZA PELA COMPREENSÃO NÃO PELA FORÇA” CIÊNCIA • VISÃO NEGATIVA • Nietzsche, Adorno, Horkheimer:poder para dominar • Mundo virou um inferno tecnológico onde houve regressão dos valores humanos • VISÃO POSITIVA • Matemático Jacob Bronowski: “através da ciência o homem domina a natureza, não pela forma, mas pela compreensão.” AMBIGÜIDADE CIENTÍFICA MÉTODO CIENTÍFICO • ENUNCIADO DE UM PROBLEMA • FORMULAÇÃO DE HIPÓTESE • TESTES EXPERIMENTAIS • CONCLUSÃO • META ATRAVÉS • HODOS: CAMINHO • NÚCLEO DE CONHECIMENTO CHAMADO DE MÉTODO CIENTÍFICO ALÉM DO MÉTODO... • IMAGINAÇÃO E CRIATIVIDADE LEIS E TEORIAS CIENTÍFICAS... • ANALISANDO FATOS DO MUNDO, PERCEBEMOS A OCORRÊNCIA DE FENÔMENOS REGULARES • OBSERVANDO REGULARIDADES, A CIÊNCIA PROCURA CHEGAR A UMA CONCLUSÃO GERALFORMULANDO LEIS CIENTÍFICAS • FUNÇÃO: RESUMEM E DÃO VISÃO GLOBAL/ POSSIBILITAM PREVISÃO • LEIS FAZEM PARTE DE UMA TEORIA CIENTÍFICA TRANSITORIEDADE DAS TEORIAS CIENTÍFICAS... • A CIÊNCIA PROPÕE-SE ATINGIR CONHECIMENTOS PRECISOS, COERENTES E ABRANGENTES; • PODEM SER REFUTADAS; • Shaw: “ a ciência Nunca resolve um problema sem criar Dez” A filosofia investiga a ciência... Filosofia da Ciência • É o desenvolvimento da reflexão crítica sobre os fundamentos do saber científico... – Estudo do método de investigação – Classificação da ciência – Natureza das teorias científicas e capacidade – Papel da ciência e utilidade • Saber científico e saber filosófico – Não há oposição – Ciência problema específico – Filosofia visão global Caminhos da ciência • Até século XVII filosofia e ciência estavam interligadas/ com Galileu separação • Arché • Conhecer é conhecer as causas FILOSOFIA DA CIÊNCIA • PASSAGEM DO PENSAMENTO MEDIEVAL PARA A MODERNIDADE CIENTÍFICA NÃO FOI TRANQÜILA • PERSEGUIÇÕES GIORDANO BRUNO • EXEMPLO DE PERSEGUIÇÃO PELAS NOVAS IDÉIAS • FOI CONTRA A ASTRONOMIA DE PTOLOMEU, A FÍSICA DE ARISTÓTELES E INTERPRETAÇÕES BÍBLICAS GEOCÊNTRISMO X HELIOCENTRISMO • O UNIVERSO NÃO TEM CENTRO • "Se eu, ilustríssimo Cavaleiro, manejasse um arado, apascentasse um rebanho, cultivasse uma horta, remendasse uma veste, ninguém me daria atenção, poucos me observariam, raras pessoas me censurariam e eu poderia facilmente agradar a todos. Mas, por ser eu delineador do campo da natureza, por estar preocupado com o alimento da alma, interessado pela cultura do espírio e dedicado à atividade do intelecto, eis que os visados me ameaçam, os observados me assaltam, os atingidos me mordem, os desmascarados me devoram. E não é só um, não são poucos, são muitos, são quase todos. Se quiserdes saber por que isto acontece, digo-vos que o motivo é que tudo me desagrada, detesto o vulgo, a multidão não me contenta. Somente uma coisa me fascina: aquela em virtude da qual me sinto livre na sujeição, contente no sofrimento, rico na indigência e vivo na morte. Aquela em virtude da qual não invejo os que são servos na liberdade, sofrem no prazer, são pobres nas riquezas e mortos em vida, porque trazem no próprio corpo os grilhões que os prendem, no espírito o inferno que os oprime, na alma o erro que os debilita, na mente o letargo que os mata. Não há, por isso, magnamidade que os liberte nem longanimidade que os eleve, nem esplendor que os abrilhante, nem ciência que os avive." NICOLAU COPERNICO • A NATUREZA E O UNIVERSO PASSAM A SER VISTOS SOB A ÓTICA DA LÓGICA E DA MATEMÁTICA E NÃO A PARTIR DE DOGMAS RELIGIOSOS NOVIDADES.... • KEPLER- 1571- TRÊS LEIS DA MECÂNICA • GALILEU 1564PRINCÍPIO DA INÉRCIA • NEWTON- 1642 FÍSICA CLÁSSICA • A CIÊNCIA RENASCENTISTA DA OS PRIMEIROS PASSOS NA REVOLUÇÃO CIENTÍFICA • PASSAGEM LENTA... “Aquilo que vinte e dois anos atrás profetizei, tão logo descobri os cincos sólidos entre as órbitas celestes; Aquilo em que firmemente cri, muito antes de haver visto a Harmonia de Ptolomeu, Aquilo que no título deste quinto livro, prometi aos meus amigos, mesmo antes de estar certo de minhas descobertas; Aquilo que, há dezesseis anos atrás, pedi que fosse procurado; Aquilo, por cuja causa devotei as contemplações astronômicas a melhor parte de minha vida, juntando-me a Tyho Brahe; Finalmente eu trouxe a luz, e conheci a sua verdade além de todas as minhas expectativas... Assim, desde há dezoito meses, a madrugada, desde há três meses, a lua do dia e, na verdade, há bem poucos dias o próprio Sol da mais maravilhosa contemplação brilhou. Nada me detém. Entrego-me a uma verdadeira orgia sagrada.Os dados foram lançados.O livro foi escrito. Não me importa que seja lido agora ou apenas pela posteridade.Ele pode esperar cem anos pelo seu leitor, se o próprio Deus esperou seis mil anos para que um homem contemplasse Sua obra.” • Kepler CIÊNCIA RENASCENTISTA • PENSAMENTO CIENTÍFICO • ESSÊNCIA HUMANA • MORAL • POLÍTICA • NICOLAU DE CUSA “ O HOMEM COMO MICROCOSMO”