O rei do norte no tempo do fim

Propaganda
O REI DO NORTE
NO TEMPO DO FIM
Eis que ainda três reis se levantarão na Pérsia, e o quarto será
cumulado de grandes riquezas mais do que todos; e, tornado
forte por suas riquezas, empregará tudo contra o reino da
Grécia. Daniel 11:1-2
Dario tinha morrido e agora Ciro reinava. Três haviam de reinar na
Pérsia, indubitavelmente sucessores imediatos de Ciro. Foram
eles: Cambises, filho de Ciro; Esmerdis, um impostor; e Dario
Histaspes. O quarto rei depois de Ciro foi Xerxes, filho de Dario
Histaspes. Foi famoso por suas riquezas, em cumprimento direto
da profecia que anunciava. Conquistou a Grécia e se tornou
grande, não apenas no Ocidente. Contudo, sofreu finalmente uma
desastrosa derrota em Salamina no ano de 480 a.C
Depois, se levantará um rei poderoso, que reinará com grande
domínio e fará o que lhe aprouver. Mas, no auge, o seu reino
será quebrado e repartido para os quatro ventos do céu; mas
não para a sua posteridade, nem tampouco segundo o poder
com que reinou, porque o seu reino será arrancado e passará
a outros fora de seus descendentes. Daniel 11:3-4
Alexandre, o grande, após derrotar o império persa, se tornou
monarca absoluto e no seu auge chegou a dominar a maior
parte do mundo habitado. Após a sua morte toda sua
posteridade cai vítima do ciúme dos seus principais generais Cassandro, Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu, que dividiram o
império em quatro partes.
O rei do Sul será forte, como também um de seus
príncipes; este será mais forte do que ele, e reinará, e
será grande o seu domínio. Daniel 11:5
Quando o império de Alexandre foi dividido, as diferentes
partes se estendiam para os quatro ventos do céu: ao norte
- Seleuco, ao sul - Ptolomeu, a leste – Lisímaco, e a oeste Cassandro, observadas da Palestina, a parte central do
império. Estas primeiras divisões do império devem
determinar os nomes que desde então estas porções do
território deveriam sempre levar posteriormente (rei do
norte, rei do sul...)
O rei do sul, o Egito, seria forte. Ptolomeu Sotero anexou
Chipre, Fenícia, Caria, Cirene e muitas ilhas e cidades ao
Egito. Assim seu reino se tornou forte. Mas a expressão “um
de seus príncipes” introduz outro dos príncipes de
Alexandre. Isto deve referir-se a Seleuco Nicator, que, como
já foi declarado, tendo anexado a Macedônia e a Trácia à
Síria, tornou-se possuidor de três das quatro partes do
domínio de Alexandre e estabeleceu um reino mais
poderoso que o do Egito.
Mas, ao cabo de anos, eles se aliarão um com o outro; a filha do rei
do Sul casará com o rei do Norte, para estabelecer a concórdia; ela,
porém, não conservará a força do seu braço, e ele não
permanecerá, nem o seu braço, porque ela será entregue, e bem
assim os que a trouxeram, e seu pai, e o que a tomou por sua
naqueles tempos. Daniel 11:6
Após frequentes guerras entre os reis do Egito e da Síria, eles
finalmente concordaram em fazer a paz sob condição de que
Antíoco repudiasse sua primeira esposa (Laodice) e se casasse
com a filha (Berenice) de Ptolomeu Filadelfo. Como cumprimento
disso, Ptolomeu trouxe a sua filha para Antíoco, e com ela um
imenso dote. Após algum tempo, a esposa rejeitada é chamada ao
seu posto antigo, e temendo ser rejeitada novamente, envenena
Antíoco e posteriormente a Berenice, a seu filho e a seus servos.
Após vários conflitos entre o rei do norte e o rei do sul
(Daniel 11:7-13), houve muitos conflitos e sedições contra
o rei do sul, mas todos caíram (verso 14). Contudo, um
poder crescia rapidamente, Roma passava a fazer
intervenções nos negócios entre o rei do sul e do norte,
interferindo também nas negociações em todo o mundo.
O rei do Norte virá, levantará baluartes e tomará cidades
fortificadas; os braços do Sul não poderão resistir, nem o seu
povo escolhido, pois não haverá força para resistir.
Daniel 11:15
Antíoco (rei do norte), sob ordens dos romanos, deu passos
rápidos para a recuperação da Palestina e Celesíria das
mãos dos egípcios (rei do sul). Apesar de investir suas
melhores forças no conflito, o Egito não teve condições para
resistir. Assim se cumpriu a predição referente ao rei do
norte: “tomará cidades fortificadas”, pois Sidom era, por sua
situação e suas defesas, uma das mais fortes cidades
daqueles tempos.
O que, pois, vier contra ele [rei do norte] fará o que bem
quiser, e ninguém poderá resistir a ele; estará na terra
gloriosa, e tudo estará em suas mãos.
Daniel 11:16
A Síria (rei do norte) foi conquistada e acrescentada ao
império romano. Roma demoliu os muros de Jerusalém,
transferiu várias cidades da jurisdição da Judeia para a Síria
e impôs tributo aos judeus. Assim, pela primeira vez
Jerusalém foi colocada mediante conquista nas mãos
daquela potência que havia de manter a “terra gloriosa” em
suas garras de ferro até que a houvesse consumido.
Resolverá vir com a força de todo o seu reino, e entrará
em acordo com ele, e lhe dará uma jovem em casamento,
para destruir o seu reino; isto, porém, não vingará, nem
será para a sua vantagem.
Daniel 11:17
O Egito era agora tudo que restou do “todo o reino” de
Alexandre. Roma decidiu então a entrar pela força na
terra do Egito. Cleópatra, uma das herdeiras do trono
egípcio, tornou-se a protegida de Cézar, e mais tarde ela
casou-se com o pior inimigo romano. Contudo, após forte
conflito com os egípcios, Roma vence a batalha e
conquista o reino do sul.
COMENTÁRIO
Nos versos 18 a 28, o profeta relata os feitos romanos,
seus conflitos e vitórias até que chegassem no auge
do seu poder. É descrita aqui a relação de Roma para
com os judeus e a destruição de Jerusalém no ano 70
d.C. O cerco da capital dos judeus durou cinco meses.
Nele pereceram 1.100.000 judeus e 97.000 foram
feitos prisioneiros.
No tempo determinado, tornará a avançar contra o Sul; mas
não será nesta última vez como foi na primeira.
Daniel 11:29
Em sua nova investida contra o reino do sul, Roma não foi
vitoriosa como antes. Com a morte de Constantino, o
Império Romano foi dividido entre seus três filhos. Os
bárbaros do norte agora começaram suas incursões e
estenderam suas conquistas até que o poder imperial do
Ocidente expirou em 476 d.C.
Porque virão contra ele navios de Quitim, que lhe causarão
tristeza; voltará, e se indignará contra a santa aliança, e fará o
que lhe aprouver; e, tendo voltado, atenderá aos que tiverem
desamparado a santa aliança.
Daniel 11:30
Roma foi obrigada a submeter-se à humilhação de ver suas
províncias saqueadas e sua “cidade eterna” invadida por
vândalos liderados por Genserico. Os hérulos, godos e
vândalos, que conquistaram Roma, abraçaram a fé ariana e se
tornaram inimigos da Igreja Católica que investiu seus
esforços em destruir a Bíblia.
Dele sairão forças que profanarão o santuário, a fortaleza
nossa, e tirarão o sacrifício diário, estabelecendo a
abominação desoladora.
Daniel 11:31
O sacrifício diário (“contínuo”) aqui presente no texto não se
refere aos sacrifícios feitos diariamente pelos judeus
conforme encontramos em Daniel 9:27, e sim ao paganismo
que prevalecia no mundo, sendo substituído pela
“abominação desoladora”, isto é, o papado. O contínuo foi
tirado em 508 dC, passo preparatório para o estabelecimento
do papado e o falso cristianismo em 538 dC.
Aos violadores da aliança, ele, com lisonjas, perverterá,
mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e
ativo.
Daniel 11:32
Aqueles que estimavam mais decretos de papas e as
decisões de concílios do que a Palavra de Deus, foram
pervertidos com lisonjas, almejando riquezas, posições e
honras. Todavia, um povo que conhece o seu Deus
permaneceu fiel em sua fé diante da tirania papal. Dentre
estes se destacam os valdenses, os albigenses, e os
huguenotes.
Os sábios entre o povo ensinarão a muitos; todavia, cairão
pela espada e pelo fogo, pelo cativeiro e pelo roubo, por
algum tempo.
Daniel 11:33
Aqui se apresenta o longo período de perseguição papal
contra os que lutavam para manter a verdade e instruir
seus semelhantes nos caminhos da justiça. O número dos
dias durante os quais haveriam de cair é dado em Daniel
7:25; 12:7; Apocalipse 12:6, 14; 13:5. O período é chamado
“um tempo, tempos e metade de um tempo”, ou “mil
duzentos e sessenta dias”, e “quarenta e dois meses.” São
os 1.260 anos da supremacia papal.
Ao caírem eles, serão ajudados com pequeno socorro;
mas muitos se ajuntarão a eles com lisonjas.
Daniel 11:34
A reforma protestante proporcionou o auxílio aqui
predito, quando os estados alemães refrearam a
perseguição e protegeram os reformadores. Contudo,
quando os protestantes se tornaram populares, muitos se
ajuntaram a eles com lisonjas e por motivos insinceros.
Alguns dos sábios cairão para serem provados, purificados e
embranquecidos, até ao tempo do fim, porque se dará ainda
no tempo determinado.
Daniel 11:35
Embora restringido, o espírito de perseguição não foi
destruído. Irrompeu onde quer que houvesse oportunidade. A
conclusão natural seria que quando o tempo do fim
chegasse, a Igreja Católica perderia completamente o poder
de punir os hereges que tinha causado tantas perseguições,
e que por algum tempo fora contido, até que perdeu o seu
poder para os franceses em 1798, ano que marca o início do
tempo do fim.
“E este rei fará conforme a sua vontade, e levantar-se-á, e
engrandecer-se-á sobre todo deus; e contra o Deus dos deuses
falará coisas espantosas, e será próspero, até que a ira se
complete; porque aquilo que está determinado será feito. E não
terá respeito aos deuses de seus pais, nem terá respeito ao amor
de mulheres, nem a qualquer deus, porque sobre tudo se
engrandecerá”.
Daniel 11:36 e 37.
Os 1260 anos de perseguição papal terminaram em 1798.
Portanto, dos versos 36 ao 45, o papado deixa de entrar em cena.
Este tal “rei” no verso 36, que será designado como “ele” no
verso 40, é a França na época da Revolução Francesa. Vejamos
porque:
O rei aqui apresentado não pode significar o mesmo poder
que acabamos de notar, a saber, o poder papal, pois as
significações não servirão se forem aplicadas a esse poder.
Tome-se uma declaração do versículo seguinte: “Nem
considerará deus algum”. Isso nunca correspondeu ao
papado. Deus e Cristo, embora muitas vezes colocados
numa falsa posição, nunca foram professadamente postos
de lado e rejeitados por este sistema de religião. Porém, a
França no tempo da Revolução Francesa cumpriu esta
profecia, ou seja, revoltou-se contra a Divindade, contra o
Autor do Universo.
Em Daniel 11:36-39 encontramos a predição da
Revolução Francesa e a descrição dos atos de uma
nação que se rebelou contra Deus e a sua Palavra. O
ouro e a prata das igrejas foram confiscados e
profanados. As igrejas foram fechadas. Os sinos foram
quebrados e fundidos para fazer canhões. A Bíblia foi
publicamente queimada e negada a existência de Deus.
No tempo do fim, o rei do Sul lutará com ele, e o rei do
Norte arremeterá contra ele com carros, cavaleiros e com
muitos navios, e entrará nas suas terras, e as inundará, e
passará.
Daniel 11:40
Em 1798, a França (“ele”) se voltou contra o Egito que
continuou regendo o território designado como
pertencente ao rei do sul, e não teve poder de resistência.
Entretanto, a Turquia, ocupando o território do reino do
norte, veio contra a França como um furacão, de forma que
o exército de Napoleão não teve como resistir ao exército
mulçumano.
Entrará também na terra gloriosa, e muitos sucumbirão, mas
do seu poder escaparão estes: Edom, e Moabe, e as primícias
dos filhos de Amom.
Daniel 11:41
A “terra gloriosa”, ou seja a Palestina, com todas as suas
províncias, voltou a cair no opressivo domínio dos turcos.
Edom, Moabe e Amom, situados fora dos limites da Palestina,
ao sul e a leste do mar Morto e do Jordão, ficaram fora da linha
de marcha dos turcos da Síria ao Egito, e assim escaparam dos
saques dessa campanha.
Estenderá a mão também contra as terras, e a terra do Egito
não escapará. Apoderar-se-á dos tesouros de ouro e de prata
e de todas as coisas preciosas do Egito; os líbios e os etíopes
o seguirão.
Daniel 11:42-43
Embora houvesse uma preferência por parte dos egípcios de
estarem sob o poder dos franceses, ao invés dos turcos, após
um forte conflito entre a Turquia e a França, foi reconhecido
em Cairo, capital do Egito, o domínio dos turcos sob os
egípcios. Maomé Ali, o governador turco do Egito, que assumiu
o poder após a derrota dos franceses, confiscou bens, se
apoderou de terras egípcias sem respeitar direitos
conhecidos, e ainda cobrou impostos altíssimos no Egito a fim
de enviar a Constantinopla.
Mas, pelos rumores do Oriente e do Norte, será perturbado e
sairá com grande furor, para destruir e exterminar a muitos.
Daniel 11:44
Na guerra da Crimeia (1853-1856), os persas no oriente e os
russos ao norte foram os únicos instigadores desse conflito. A
Turquia, movida pelo sentimento de vingança devido as
notícias que chegavam, declarou guerra a Rússia. Quando os
turcos saíram à guerra mencionada, foram descritos por um
escritor americano em linguagem profana, “lutando como
demônios”. É certo que a Inglaterra e a França, foram em
auxílio da Turquia, mas esta entrou na guerra da maneira
descrita e ganhou importantes vitórias antes de receber a
assistência das duas potências nomeadas.
“E armará os tabernáculos de seu palácio entre os mares no
monte santo e glorioso; mas virá ao seu fim, e não haverá
quem o socorra”.
Daniel 11:45, KJV
O capítulo 11 de Daniel começa literal, isto é, a Síria
(território selêucida) é o rei do norte, e o Egito é o rei do sul.
Não há razão, portanto, para que o rei do norte no verso
acima seja simbólico. A profecia aqui refere-se à potência
que domina o território possuído originalmente pelo rei do
norte, a Turquia.
A referência para os reis do Norte,
do Sul e do Oriente, é a Palestina.
O
ROMA, GEOGRAFICAMENTE, NÃO PODE SER O REI DO NORTE
Tendas palacianas ou tabernáculos de seu palácio…
O Domo da Rocha, mesquita muçulmana construída entre
689-691 dC pelos seguidores de Maomé, está situada “entre
os mares, no glorioso monte santo” em Jerusalém.
Posteriormente, no império turco otomano, o Domo da
Rocha recebeu uma nova fachada. Portanto, podemos
considerar a Turquia como o rei do norte de Daniel 11:45
DOMO DA ROCHA, estabelecido no século VII pelos turcos
muçulmanos.
Nesse caso, o texto mais próximo do original e sem a
separação equivocada dos versos 11:45 e 12:1, ficaria assim:
“E ele [rei do norte — Turquia] estabelecerá os tabernáculos
de seu palácio [Mesquitas muçulmanas] entre os mares no
glorioso monte santo [Monte Moriá, Jerusalém]; contudo
chegará a seu fim e não haverá quem o socorra.. E naquele
tempo [tempo do fim do rei do norte, na expulsão dos
muçulmanos de suas mesquitas em Jerusalém] se levantará
Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos de
teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve,
desde que houve nação até aquele tempo...”
(Daniel 11:45 e 12:1)
...mas virá ao seu fim, e não haverá quem o socorra.
COMENTÁRIO
O objetivo deste estudo foi tornar claro qual nação
atualmente ocupa o título de Rei do Norte no tempo do
fim. Para compreender como será o fim da Turquia e
porque não haverá quem o socorra, veja o estudo – O
Jubileu – e perceba a necessidade urgente de preparação
para a chuva serôdia e a breve volta do Senhor Jesus.
Daniel e Apocalipse – Urias Smith
FIM
Download