IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br IECETEC Orgulhosamente apresenta: Instalação elétrica industrial Com profº msc Etevaldo costa IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br Olá pessoal sejam todos bem vindos a mais uma Aula com o profº Etevaldo Costa. Bons Estudos! IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br INSTALAÇÃO ELÉTRICA INDUSTRIAL Aula 04 Assunto: Cálculo da corrente de curto-circuito IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br 1- Considerações iniciais Um Curto-Circuito corresponde a uma alteração estrutural abrupta num Sistema Eléctrico de Energia (SEE), caracterizada pelo estabelecimento de um contacto eléctrico fortuito através de um circuito de baixa impedância entre dois pontos a potenciais diferentes. Ocorrem em: * Barramentos das Subestações, quadros elétricos, geralmente devido à ação de elementos externos; * Linhas aéreas, devido a sobretensões de descargas atmosféricas ou ação de elementos externos (aves, ramos de árvores, etc.), ruptura de condutores, isoladores e apoios; * Cabos subterrâneos, transformadores e máquinas rotativas e aparelhagem de corte, devidos a falhas de isolamento (aquecimento, efeitos mecânicos, envelhecimento, campos eléctricos elevados). IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br As causas mais frequentes da ocorrência de curtos-circuitos são: – Descargas atmosféricas; – Falhas em cadeias de isoladores; – Fadiga e/ou envelhecimento de materiais; – Ação de vento, neve e similares; – Poluição e queimadas; – Queda de árvores sobre as linhas aéreas; – Inundações e desmoronamentos; – Ação de animais em equipamentos do sistema; – Manobras incorretas, etc. IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br Tem como consequências: . . * Correntes elevadas (substancialmente superiores ás correntes de carga verificadas em condições normais), que se durarem demasiado tempo provocam o aquecimento dos condutores e a deterioração irreversível do equipamento; . * Correntes elevadas, que provocam esforços eletrodinâmicos entre fases dos elementos condutores dos equipamentos (barramentos, enrolamentos, etc.); . * * Variações de tensão, com quedas de tensão muito elevadas em algumas fases e por vezes com elevações de tensão em outras. IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa O cálculo de Icc é dimensionamento dos www.iecetec.com.br necessário para equipamentos . efeitos de da rede: * Os condutores, isoladores e cabos, devem suportar o aquecimento causado pela corrente máxima da Icc , durante o tempo de atuação das proteções; . * Os suportes, barramentos e enrolamentos, devem suportar os esforços eletrodinâmicos para a corrente máxima de Icc; . *Os disjuntores, devem ter poder de corte para a corrente máxima do curto-circuito . * Os relés, são ajustados para correntes de curto-circuito. IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br Formulação matemática da corrente de curto-circuito A ocorrência do defeito (curto-circuito) pode ser descrito por uma equação diferencial, cuja resolução permite determinar a expressão da corrente de curto-circuito: 𝑰𝒄𝒄 = 𝟐 𝒙 𝑰𝒌 𝒙 𝒔𝒆𝒏 𝝎𝒕 + 𝜷 − 𝜽 − 𝒕 − 𝒆 𝝉 𝒙 𝒔𝒆𝒏(𝜷 − 𝜽) Onde: 𝐼𝑐𝑐 : 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑎𝑛𝑒𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜, 𝑛𝑢𝑚 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑇 𝐼𝑘 : 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧 𝑠𝑖𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜; 𝑡: 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑜 𝑞𝑢𝑎𝑙 𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑢 𝑜 𝑑𝑒𝑓𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑛𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜; 𝑋 2𝜋𝐹𝑅 𝜏: 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝜏 = (𝑠); 𝛽: 𝐷𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑎 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜, 𝑒𝑚 𝑔𝑟𝑎𝑢𝑠 𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜𝑠 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 𝑑𝑣 𝑛𝑜 𝑠𝑒𝑛𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑑𝑎 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 , 𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑟 𝑑𝑒 𝑉 𝑑𝑡 = 0 𝑎𝑡é 𝑜 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑡 = 0 𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑑𝑒𝑓𝑒𝑖𝑡𝑜 . IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br Quando a ocorrência de defeito se dá no ponto nulo da tensão isto é, 𝛽 = 0, ocorre a Situação mais desfavorável pois há possibilidade duplicação da corrente de pico em relação à corrente de CC inicial simétrica. IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br Já quando o defeito ocorre com a tensão no valor máximo (𝛽 = 90º), esta situação é mais favorável pois a corrente de CC não apresenta componente contínua. IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br * O primeiro termo da equação 𝟐 𝒙 𝑰𝒌 𝒙𝒔𝒆𝒏(𝝎𝒕 + IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br 𝑋 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑋 ≫ 𝑅 → 𝜃 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 → 𝜃 = 90º 𝑅 Para instante 𝑡 = 0 → 𝛽 = 0º 𝐼𝑐𝑐 = 2 𝑥 𝐼𝑘 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 + 0º − 90º − 𝑒 − 𝑡 𝜏 𝑥 𝑠𝑒𝑛(0º − 90º) 𝑰𝒄𝒄 = 𝟐 𝒙 𝑰𝒌 𝒙 𝒔𝒆𝒏 𝝎𝒕 − 𝟗𝟎º + 𝒆 𝒕 −𝝉 IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br Já para instante 𝑡 = 0 𝑝𝑜𝑟é𝑚 𝛽 = 90º 𝐼𝑐𝑐 = 2 𝑥 𝐼𝑘 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 + 90º − 90º − 𝑡 −𝜏 𝑒 𝑥 𝑠𝑒𝑛(90º − 90º) 𝑰𝒄𝒄 = 𝟐 𝒙 𝑰𝒌 𝒙 𝒔𝒆𝒏 𝝎𝒕 IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br Quando o circuito apresenta característica predominante resistiva o amortecimento do componente contínuo é extremamente rápido, já que 𝑿 𝝉= tende para zero para 𝑹 ≫ 𝑿; 𝟑𝟕𝟕 𝒙 𝑹 IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br Análise das formas de onda das correntes de curto-circuito Corrente simétrica de curto circuito – é aquela em que a componente senoidal da corrente se forma simetricamente em relação ao eixo dos tempos. É característica das correntes de curto-circuito permanentes e é utilizada para se determinar a capacidade dos equipamentos em suportar os efeitos térmicos provocados por estas correntes. IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br Corrente assimétrica de curto circuito – é aquela em que a componente senoidal da corrente se forma assimetricamente em relação ao eixo dos tempos. Pode assumir as seguintes características: a) Corrente parcialmente assimétrica. b) Corrente totalmente assimétrica. c) Corrente inicialmente assimétrica e posteriormente simétrica. IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br A forma de onda da corrente de Icc depende do valor da onda de tensão no instante em que ocorre o curto circuito Situação mais favorável: onda de tensão passa pelo valor de pico (max. ou min.) no momento de ocorrência do Icc (componente contínua é nula). A corrente de Icc não apresenta componente contínua. Situação mais desfavorável: onda de tensão passa por zero no momento de ocorrência da Icc (valor máximo da componente contínua) possível duplicação da corrente de pico em relação à corrente de Icc inicial simétrica IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br . * A componente contínua da corrente de curto-circuito, responsável por essa assimetria, decai exponencialmente, sendo a sua constante de tempo função da relação X/R da rede. O valor do pico máximo da corrente de curto-circuito assimétrica define a característica dinâmica dos equipamentos enquanto que, o valor eficaz da corrente simétrica define a característica térmica. A duração da corrente de curto-circuito também deve ser especificada e corresponde ao tempo máximo que o equipamento pode ser submetido a corrente de curto-circuito. O seu valor, normalmente especificado, e de 1s a 3s. IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br FATOR DE ASSIMETRIA Em virtude da constante de tempo da componente contínua depender da Resistência (R) e Reatância (X) medida desde a fonte até o ponto de defeito, há uma relação entre aos valores eficazes das correntes simétricas e assimétricas, dado pela seguinte equação: 𝐼𝑐𝑎 = 𝐼𝐾 𝑥 𝟏 + 𝟐𝒆 𝟐𝒕 −𝝉 Onde: 𝟐𝒕 −𝝉 𝟏 + 𝟐𝒆 : 𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚𝑒𝑡𝑟𝑖𝑎 (𝐹𝑎); 𝐼𝑐𝑎 : 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧 𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 − 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜. IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br O Fa pode ser calculado para diferentes valores da constante de tempo e do tempo. Como R e X deverão ser valores conhecidos, é usual, se definir um tempo e calcular Fa em função da relação X/R. Na literatura é recomendado utilizar t=4,16ms, que corresponde a ¼ do ciclo de 60Hz, ou seja, o valor de pico do primeiro semi-ciclo da corrente assimétrica (corrente de impulso). IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br CORRENTE DE IMPULSO Em termos de especificação da proteção, os disjuntores devem satisfazer à corrente de impulso. Sendo a corrente de impulso o valor de pico da corrente assimétrica, pode-se escrever: 𝑰𝒄𝒊𝒎 = 𝟐 𝑰𝒄𝒂 IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa Exercício de Fixação www.iecetec.com.br . Calcular a corrente de curto-circuito em seu valor de crista depois de decorrido ¼ de ciclo do início do defeito que ocorreu no momento em que a tensão passava por zero no sentido crescente, numa rede de distribuição de 13,8 kV, resultando numa corrente simétrica de 12000 A. A resistência e a reatância até o ponto de falta valem respectivamente 0,949 e 1,832 ohms IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br Metodologia de cálculo da corrente de curto circuito IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br Impedâncias do sistema No cálculo das correntes de curto-circuito são consideradas as impedâncias dos principais elementos do circuito. É possível, no entanto, desprezar algumas destas impedâncias, dependendo de algumas considerações. Quanto menor a tensão do sistema, mais necessário é considerar um maior número de impedâncias, devido a influência delas no valor final da corrente. Como orientação, abaixo são destacados os elementos que devem ser considerados, em função da tensão do sistema. IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br Os diagramas unifilares o diagrama de impedâncias, que sintetiza a representação das impedâncias de valor significativo que compõem o sistema elétrico da indústria, devem ser desenvolvidos em seguida. IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br Seqüência de cálculo Impedância reduzida do sistema (Zus) Representa o valor final da impedância entre a fonte supridora de energia e o ponto de entrega da concessionária local, em ohms ou pu. Este parâmetro é fornecido pela concessionária. Algumas vezes é fornecida a corrente de curto-circuito no ponto de entrega de energia. Quando não se dispõe deste valor, utiliza-se a capacidade de ruptura do disjuntor geral de proteção da entrada, estabelecida por norma pela concessionária, e que é um valor conservador. a) Resistência (Rus) – como a resistência do sistema de suprimento é muito pequena relativamente ao valor da reatância, na prática é comum desprezar-se o seu efeito, isto é, Rus = 0. b) Reatância (Xus) – se for fornecida a corrente de curto-circuito (Icp) no ponto de entrega, tem-se IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br Impedância dos transformadores da subestação (Zt) É necessário conhecer a potência nominal (Pnt), dada em kVA, a impedância percentual (tabelada), perdas ôhmicas no cobre (Pco), em W e a tensão nominal (Vnt) em kV, a) Resistência (Rut) – inicialmente determina-se a queda de tensão reativa percentual, ou seja: b) Reatância (Xut) – a impedância unitária vale: IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br Impedância do circuito que conecta o transformador ao QGF (Zuc1) Quando há dois trafos ligados em paralelo, deve=se calcular a impedância série de cada transformador com o circuito que o liga ao QGF, determinando-se em seguida, a impedância resultante através do paralelismo destas. IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br Impedância do barramento do QGF (Zuc1) IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br Impedância do circuito que conecta o QGF ao CCM Os valores da resistência e da reatância, em pu, respectivamente iguais a Ruc2 e Xuc2, são calculados à semelhança de Ruc1 e Xuc1. Impedância do circuito que conecta o CCM aos terminais do motor Valem as mesmas observações do item anterior. IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br Exercício de fixação Calcular as correntes de curto-circuito circuito abaixo: IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br Exercício de fixação Calcular as correntes de curto-circuito circuito abaixo: IECETEC Msc. Professor Etevaldo Costa www.iecetec.com.br Até a próxima aula!