UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC COLEGIADO DE BIOLOGICAS – EaD CURSO DE LICENCIATURA EM BIOLOGIA – EaD Módulo VI – Eixo Biológico – Soluções adaptativas e filogenia – Vírus, elementos transponíveis e prions (Profa. Acássia Benjamim Leal Pires) Atividade Prática Presencial: Simulação de Diagnósticos de Vírus 1. Introdução Nesta aula abordaremos como são feitos testes diagnósticos para identificar a presença de vírus e demonstraremos em vídeo os equipamentos e outras técnicas utilizadas para isso, além de diagnósticos possíveis para a presença de príons e de transposons. Ao final da aula os estudantes terão fundamento para elaborar um texto descrevendo as metodologias possíveis para esses diagnósticos e terão uma semana para enviar o arquivo para o e-mail [email protected] 2. Atividade proposta 1: Extração de DNA total de mamão Introdução: A extração de ácidos nucléicos (DNA e/ou RNA) geralmente é a primeira de várias etapas para o estudo da biologia molecular de qualquer organismo. Nesta aula, serão utilizados produtos de uso doméstico para a extração de DNA da cebola (Allium cepa), para demonstrar que procedimentos para extração de ácidos nucléicos são simples e podem ser executados mesmo em laboratórios sem infra-estrutura específica para este fim. Referência: Loreto, E. L. S. & Sepel, L. M. N. Atividades experimentais e didáticas de Biologia Molecular e Celular. São Paulo, Editora da Sociedade Brasileira de Genética, 2002. Objetivo: extrair DNA de mamão utilizando produtos de uso doméstico (detergente para lavar louça, sal de cozinha e álcool) para identificar a presença de vírus nessas amostras. Material • Um pedaço de mamão maduro • Um garfo • Sal de cozinha (NaCl) • Detergente para lavar louça (líquido ou gel) • Água quente (65°C a 80°C) • Papel-filtro ou filtro de café • Funil ou suporte para filtro de café • Gelo • Álcool 96°GL gelado • Dois frascos de vidro (~200ml) • Bastão ou pipeta de vidro • Recipiente (plástico ou isopor) para o banho de gelo Procedimento 1. Machuque o mamão com um garfo e coloque o material em um dos frascos. 2. Adicione 100 ml de uma solução feita com 80 ml de água quente, 20 ml de detergente e uma colher de sopa de sal (NaCl). Misture bem a solução com a cebola ralada. Aguardar aproximadamente 10 min. 3. Coloque o frasco com o mamão amassado em um banho de gelo (recipiente com um pouco de água e gelo). À medida que a suapensão onde está o mamão amassado esfriar, deverá ser possível observar que o líquido parece estar “talhando” (formando grumos). 4. Quando a suspensão com a cebola ralada estiver fria, filtre-a e colete o líquido filtrado em um frasco limpo. 5. Incline o frasco de vidro com o líquido filtrado (ângulo de 30° a 40°) e derrame vagarosamente, pela parede lateral, o álcool gelado. Você verá que o álcool não se mistura prontamente com a solução filtrada, havendo a formação de duas fases (na superior fica o álcool). Entre as duas fases é possível observar a formação de um precipitado com aspecto de “fiapos” esbranquiçados, que são os ácidos nucléicos. 6. Com a ajuda do bastão ou da pipeta de vidro, é possível enrolar os ácidos nucléicos que estão precipitando, ou seja, você pode “pescar” o DNA do mamão. 7. Uma vez enrolados no bastão, os ácidos nucléicos devem secar por alguns minutos ao ar para a evaporação do etanol; depois o material deve ser transferido da extremidade do bastão para um tubo com 0,5 ml de água destilada. Assim, a amostra estará reidratada rapidamente e o DNA em solução poderá posteriormente ser analisado por eletroforese em gel de agarose. 3. Atividade Prática 2: Reação em cadeia da polimerase (PCR) Introdução Em 1985, foi descrita a metodologia da reação em cadeia da polimerase (PCR, de polymerase chain reaction). Seu idealizador, Kary Mullis, recebeu, por isso, o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia em 1993. A PCR permite a produção de grandes quantidades de um determinado segmento de DNA in vitro a partir de uma pequena quantidade de DNA-molde, evitando assim a necessidade de introdução (clonagem) do DNA de interesse em bactérias. Referências: Kubista, M.; Andrade, J.M.; Bengtsson, M.; Forootan, A.; Jonak, J.; Lind, K.; Sindelka, R.; Sjoback, R.; Sjogreen, B.; Strombom, L.; Stahlberg, A. & Zoric, N. The real-time polymerase chain reaction. Mol. Aspects. Med., 27(2-3): 95-125, 2006. Mullis, K.; Faloona, F.; Scharf, S.; Saiki, R.; Horn, G. & Erlich, H. Specific enzymatic amplification of DNA in vitro: the polymerase chain reaction. Cold Spring Harb Symp Quant Biol., 51 Pt 1: 263-273, 1986. Saiki, R.K.; Scharf, S.; Faloona, F.; Mullis, K.B.; Horn, G.T.; Erlich, H.A. & Arnheim, N. Enzymatic amplification of beta-globin genomic sequences and restriction site analysis for diagnosis of sickle cell anemia. Science, 230(4732): 1350-1354, 1985. Objetivo: amplificar um fragmento de DNA clonado no vetor pUC18. Material: • Iniciadores de cadeia direto (anela na extremidade 5’ do molde) (20 pmol/μl) • Iniciadores de cadeia inverso (anela na extremidade 3' do molde) (20 pmol/μl) • DNA-molde (DNA total de mamão extraído na prática 1) • dNTPs (desoxirribonucleotídeos): dATP, dCTP, dGTP, dTTP) (10mM) • Tampão da Taq DNA-polimerase (10X) • Taq DNA-polimerase (1 U/μl) Os iniciadores (primers) direto e inverso são oligonucleotídeos complementares a seqüências do vetor (conhecidas) que flanqueiam o sítio no qual está inserido o fragmento clonado. A seqüência e a Tm de cada iniciador serão fornecidas pelo professor. A temperatura de anelamento dos iniciadores ao DNA-molde na PCR é definida com base na Tm. Geralmente, ela deve ser de cerca de 20 a 25ºC abaixo da Tm dos iniciadores. Estimativa da Tm de iniciadores A seguinte fórmula pode ser utilizada para estimar a temperatura média de fusão (Tm) de um iniciador: Tm (°C) = 4 x (G + C) + 2 x (A + T) Procedimentos: 1. Pipetar as seguintes soluções em um tubo de centrífuga de 0,5 ml: água bidestilada 38 μl DNA molde (50 ng/μl) 1,0 μl Iniciador 5' (20 pmol/μl) 1,0 μl Iniciador 3' (20 pmol/μl) 1,0 μl Tampão da Taq DNA-polimerase (10X)* 5,0 μl dNTP's (10 mM) 2,0 μl Taq DNA-polimerase (0,5 U/μl)** 2,0 μl __________ Volume total 50,0 μl * 100mM Tris-HCl (pH 9,0), 15mM MgCl2, 500mM KCl ** em 50mM Tris-HCl (pH7,5); 0,1mM EDTA; 5mM DTT, e 50% glicerol Nota: Uma unidade enzimática da DNA-polimerase é definida como a quantidade de enzima necessária para catalizar a incorporação de 10 nmol de dNTP durante 30 min à 74°C. 2. Colocar a reação em um termociclador com a seguinte programação de ciclos de temperatura: 95°C - 2 min DESNATURAÇÃO 95°C - 45 s DESNATURAÇÃO ⏐ 65°C - 45 s ANELAMENTO ⎬ 30 ciclos 72°C - 45 s EXTENSÃO ⏐ 4° C - indefinidamente ARMAZENAMENTO 3. Transferir cerca de 40μl da fase inferior do tubo de reação (lembre que a camada superior é o óleo mineral) para um outro tubo. 4. Preparar uma amostra de 10 μl do produto da reação para eletroforese em gel de agarose, adicionando 2 ml de tampão de amostra 5X. 5. Submeter a amostra a eletroforese em gel de agarose 0,8%.. 4. Atividade Prática 3: Vídeos demonstrativos com resultados possíveis e outras técnicas diagnósticas 5. Atividade prática 5 Esta atividade será não presencial. Você deve elaborar um texto didático de no máximo 5 páginas e mínimo 3 explicando testes diagnósticos para vírus. Deve ser enviado para o e-mail [email protected] em até 8 dias após essa aula prática.