O TEATRO GREGO ORIGEM • O Teatro Grego foi muito importante no desenvolvimento da cultura grega e, além disso, serviu de influência e inspiração para outros povos da antiguidade, sobretudo, os romanos. • Vale lembrar que o termo teatro (theatron), do grego, significa “local onde se vê” ou “lugar para olhar”. O teatro grego era formado por diversos elementos, cenários e figurinos. Além das da presença de júris, eles apresentavam músicas, danças e mímicas. • O teatro grego teve início em Atenas, na Grécia, por volta de 550 a.C. e surgiu a partir das celebrações realizadas sobretudo, para o Deus Dionísio, divindade das festas, fertilidade e vinho. • Nas celebrações Dionisíacas, que duravam cerca de uma semana, as pessoas bebiam, cantavam e dançavam. Com o passar do tempo, essas festas foram evoluindo na organização e elaboração, até chegar ao o que hoje conhecemos como o teatro com enredo, atores, plateia, encenações, etc. M A S C A R A S • • No teatro grego, a máscara servia para dar aos atores a sua personagem. Estas eram tipificadas, com um tipo de personagem pré-determinado, tendo também expressões faciais imutáveis que indicavam o destino último da personagem. Cobria não apenas o rosto do ator, com aberturas para os olhos e boca, mas também o alto da cabeça. Com isso os atores representavam usando apenas o tom de voz e o gesto. Servia também para figurar aos espectadores os tipos tradicionais da tragédia e da comédia, para aumentar a estatura dos atores. Na sua origem estariam os disfarces usados nas festas dionisíacas: rostos pintados com borras de vinho e outras matérias, adornados de barbas vegetais. Completavam-na cabeleira e barba, segundo a idade e o sexo da personagem. As diferenças de classe, condição social e raça revelavam-se nas 25 espécies de máscaras trágicas e em mais de 40 para o gênero cômico. O branco predominava nas máscaras femininas e o negro nas masculinas. Adaptada a policromia no tempo de Ésquilo. Porem a maior inconveniente que oferecia o uso da máscara era a rigidez que impunha ao rosto, quando, por exigências do texto, o ator devia passar de um sentimento a outro contrário. Com o longo do desenvolvimento do teatro, as máscaras foram sendo abandonadas, embora haja casos de reaparição, afinal atualmente, os atores, ao assumirem uma personagem, estão colocando uma máscara sobre si mesmos, com roupas e as maquiagens , ou seja, de substituição da pessoa, o ator por um personagem que durante dura a representação. A arte era representada, essencialmente, por duas máscaras: a máscara da tragédia e a máscara da comédia. Aristóteles, em sua Arte Poética, para diferenciar comédia de tragédia diz que enquanto esta última trata essencialmente de homens superiores (heróis), a comédia fala sobre os homens inferiores (pessoas comuns da pólis). Isso pode ser comprovado através da divisão dos júris que analisavam os espetáculos durante os antigos festivais de Teatro, na Grécia. Ser escolhido como jurado de tragédia era a comprovação de nobreza e de representatividade na sociedade. Já o júri da comédia era formado por cinco pessoas sorteadas da plateia. A tragédia • As tragédias eram histórias dramáticas, e mostravam homens que, por não aceitarem a vontade Divina, acabavam em maus bocados. Apresentava como principais características o terror e a piedade que despertava no público. Para os autores clássicos, era o mais nobre dos gêneros literários. • Era constituída por cinco atos e, além dos atores, intervinha o coro, que manifestava a voz do bom senso, da harmonia, da moderação, face à exaltação dos protagonistas. Os atores obrigatoriamente usavam máscaras, e figurinos muito coloridos e ricos contrastando com a vida cotidiana. As mulheres não participavam das apresentações teatrais. Os papéis femininos eram representados pelos homens, daí a necessidade maior ainda de máscaras. • Diferentemente do drama, na tragédia o herói sofre sem culpa. Ele teve o destino traçado e seu sofrimento é irrefutável. A comédia • Uma das formas básicas do teatro ocidental, a comédia, constitui-se como peças leves (ausência de emoções e sentimentos muito fortes) voltadas para assuntos não muito sérios. Suas personagens são deformados, exagerados o que constitui uma não identificação com a platéia. Tem sempre um final feliz e propõe-se a enfatizar a crítica e a correção através da deformação, do exagero dos defeitos humanos e do ridículo. Sua finalidade principal é a de provocar o riso e o divertimento. • A comédia aumenta o número do coro, mas diminui sua importância. Sua estrutura é semelhante a da tragédia, com o acréscimo da Parábase (momento em que interrompida a cena, o coro sem máscara fala para a platéia algo que não tem nada a ver com a peça). Tida como uma arte inferior, a comédia só pôde acontecer, graças a um momento de democracia no séc. V a.C., cuja liberdade de expressão para os homens livres (não se inclui mulheres, escravos e estrangeiros.), atingiu um nível nunca mais conquistado na história mundial. Principais Características da Comédia •Obra teatral em versos; •Caráter burlesco, leve e humorado; •Envolve ações ordinárias, corrigidas por meio do ridículo; •Possui importantes implicações filosóficas e morais; •Personagens ilustres e gente comum das ruas (o povo em geral) •Versa sobre instrumentos opressores da sociedade, sobre a burocracia, valorização do dinheiro... Tragédia •Estilo nobre e elevado, que desperta, fatalidade, purgação, compaixão, piedade, terror. •Herói: Rei, pessoas ilustres e com poder, etc. •Fundamentava-se na temática mitológica. •Júri composto por pessoas escolhidas pelo magistrado. Pessoas de famílias aristocráticas e que se destacavam na sociedade. Comédia •Retratação de aspectos caricaturados ou fantásticos; •Herói: Palhaço, bobo, inocente, santo, idiota, trapalhão, fingidor, etc. •Não possuía nenhum padrão rígido de fundamentação mitológica. Elaborava críticas ao político, governantes e costumes da época. •Júri composto por cinco pessoas da platéia escolhidas por sorteio. Édipo rei Sófocles Sófocles foi um dos principais representantes e melhores dramaturgos da Gécia Antiga, ao lado de Eurípides e Ésquilo.Sófocles nasceu em 496 a.c e morreu em 406 a.C.Era filho de um fabricante de armaduras chamado Sófili, de quem recebeu uma educação bem tradicional, nos moldes atenienses, valorizando a cultura.Ele viveu durante o período de maior desenvolvimento cultural de Atenas.Aos 28 anos, participou de um concurso de arte dramática, em que venceu Ésquilo, porém em outro concurso, realizado mais tarde, foi derrotado por Eurípides.O poeta e dramaturgo participou ativamente da vida política de sua pátria, sendo tesoureiro de Atenas, e sendo eleito,no mínimo,duas vezes estrátego.Seu principal destaque foi o de introduzir um terceiro personagem na cena, e romper a tradição das trilogias, mantendo de certa forma as continuaçõesindependentes.Seus temas principais eram a religião e a moral.Apesar de ter escrito 120 peças, somente sete sobreviveram ao passar dos anos. Édipo Rei • A cidade governada por Édipo está tomada pela peste.O povo pede seu auxílio, e Édipo manda seu cunhado Creonte consultar o Oráculo de Delfos/Apolo.A profecia enviada diz que o homem que matou Laico, que foi rei antes de Édipo, está no meio deles e deve ser morto para que o terror acabe. • Édipo é acusado por Tirésias, um velho adivinho, de ser o responsável pela morte.Há muito tempo, foi dito que Édipo mataria seu pai e desposaria sua mãe.Logo um mensageiro surge de sua terra natal e lhe revela que seus pais eram adotivos.Assim ele descobre que na verdade é filho de Jocasta, sua atual esposa, e que em uma de suas viagens, ele matou um homem, que era Laico, seu pai. Analisando Édipo Rei • • A peça é caracterizada pela seriedade, envolvendo um conflito entre uma personagem, e outro poder ou influência maior.Ela mostra a luta do herói por controlar o destino, tentar ir contra o fluxo dos acontecimentos, terminando em um final trágico (característica típica das tragédias). A peça em si traz muitos sentimentos á tona: Injustiça, pena, revolta, tristeza.Sófocles lida bem com os momentos e diálogos, dependendo da cena.Ora as falas são reflexivas e longas, ora curtas e simples, ora enérgicas, ora suaves etc. Os personagens são complexos e até mesmo expressivos, de certa forma, mesmo apenas na leitura, devido a sua profundidade.São bem construídos e bem elaborados.O Coro é usado para advertir, acusar, ou absolver, como se fosse um tipo de “consciência”, aparecendo na medida certa,geralmente em momentos mais críticos,embora não interaja com todos os personagens.Édipo,por sua vez,como personagem principal,interage com todas as outras personagens,e principalmente com o coro,que foi quem lhe pediu que tirassem a desgraça da peste de suas costas.Tem uma relação muito forte com Jocasta, sua mãe-esposa, com quem ficou anos felizes casado, e agora descobre ter cometido um grande crime.Embora o Servo de Laio tenha poucos diálogos, também tem um papel relevante, em uma das cenas mais importantes, que é onde Édipo descobre seu trágico destino.