Cargas e Matéria Átomo – origem grega Significado: indivisível - Considerado a menor partícula O átomo é constituído: Núcleo e Eletrosfera Núcleo: Prótons e Neutrons Eletrosfera: elétrons Dimensões dos átomos d = 10-8 cm Propriedades Elétricas Básicas: ATRAÇÃO e REPULSÃO Cargas de mesmo sinal se repelem 1 2 1 2 + + - - Cargas de sinais contrários se atraem + - Convenção: Próton - carga positiva Elétron – carga negativa O que provoca o aparecimento da carga elétrica? 1 É A TRANSFERENCIA DE ELÉTRONS O que ocorre nos átomos com a transferência de elétrons? 1- Átomo ganhando elétrons Número de elétrons > número prótons Fica carregado negativamente - Íon negativo = ânion 2- Átomo perdendo elétrons Número de prótons > número de elétrons Fica carregado positivamente - Íon positivo = cátions Portanto: Recebendo ou cedendo elétrons, o corpo carregado mostra um desequilíbrio nas suas cargas internas. Condutores e Isolantes Átomos apresentam tendência diferente de ganhar ou perder elétrons. Condutores: Metais, grafite, água, cerâmicas, etc. Apresentam os elétrons das últimas camadas fracamente ligados, podendose libertar e mover-se pelos materiais. São capazes de conduzir corrente elétrica 2 Isolantes ou Dielétricos Vidros, plásticos, algumas cerâmicas, etc. Apresentam elétrons das últimas camadas fortemente ligados, não podendo se mover pelo material, dificultando o movimento de corrente elétrica. Processos de Eletrização: Eletrização de um corpo pode ocorrer de 3 maneiras: 1. Eletrização por atrito 2. Eletrização por contato 3- Eletrização por Indução Lei de Coulomb Lei que determina o valor da força eletrostática que agem entre as cargas elétricas de duas partículas. CAMPO ELÉTRICO Considerando uma carga elétrica Q fixa em uma posição do espaço: Q A carga Q modifica de alguma forma a região que a envolve Para medir/sentir esta atuação de carga coloca-se um carga de prova q0, puntual, num ponto da região de Q Verifica-se a presença de uma força atuando sobre a carga de prova. 3 F Q q0 Verificamos, portanto a presença de uma região de influência da carga Q chamada Campo Elétrico. Campo Elétrico é uma característica de cada carga, não depende de uma carga de prova para sua existência Campo Elétrico transmite interações elétricas CAPACITORES E DIELÉTRICOS Capacitor: São dispositivos para armazenagem de cargas elétricas (energia potencial). Um capacitor pode produzir campos elétricos de diferentes intensidade. CORRENTE ELÉTRICA Definição: É o movimento ordenado de cargas elétricas. Para que ocorra o movimento ordenado de cargas elétricas deve haver uma força (Energia) direcionando este movimento. RESISTOR É um condutor com uma resistência definida. Símbolos: Resistor fixo resistor variável 4 Tipos de resistores : fio, carvão, cerâmica, etc. Aplicação : Chuveiro e torneira elétrica Lâmpada, forno Componentes de equipamentos eletrônicos RESISTIVIDADE = E J campo elétrico por densidade de energia Unidade de medida ( m ) CONDUTIVIDADE = 1 m Bioeletricidade proteínas lipídio Figura 1: A membrana celular 5 Moles/m3 K+ 160 Na+ 120 80 40 Na+ K+ Cl _ A_ 40 80 120 A Dentro da célula Cl _ _ 160 Fora da célula Figura 2: Concentração de íons de K, Na e Cl dentro e fora de uma célula. A_ é a soma de todos os outros íons negativos. K+ Cl _ Cl _ Na+ Na+ Força de difusão no K+ Força de difusão no Cl _ Campo elétrico na membrana K+ K+ Cl _ Figura 3: O K+ difunde-se de dentro para fora da célula criando um excesso de cargas positivas na parte externa da membrana celular. O Cl _ , ao contrário, difunde-se de fora para dentro criando um excesso de cargas negativas pa parte interna da membrana. A atração/ repulsão elétrica impede que essa difusão continue. 6 Existe um campo elétrico na membrana celular (Fig.1). A existência desse campo se explica como se segue. Devido às diferenças de concentração entre o meio intercelular e o interior da célula (Fig.2), íons de Cl _ e Na+ tendem passar do lado de fora para o lado de dentro da célula. Pela mesma razão, íons de K+ tendem passar de dentro para fora da célula. Essa difusão de íons depende, além da diferença de concentração, da permeabilidade da membrana celular. A permeabilidade da membrana para o Na+ é cerca de 100 vezes menor do que para o cloro e potássio. Menor ainda é a permeabilidade para todos os ouros íons. Por isso vamos considerar somente as difusões de cloro e potássio (Fig.3). A difusão de Cl _ para o interior da célula e K+ para o exterior se processaria até que as concentrações dentro e fora fossem iguais. Porém, como antes da difusão a célula e o meio intercelular são neutros, a difusão de íons de um lado e de outro quebra essa neutralidade, tornando o interior negativo e o exterior positivo. Sendo esses íons de sinais contrários, eles se atraem eletricamente e ficam nas paredes interna (íons negativos) e externa (íons positivos) da membrana celular criando um campo elétrico no seu interior. É esse campo que impede, a partir de um certo ponto, que essa difusão continue. A explicação é simples. Considere, por exemplo, um íon de potássio. Para passar para o lado externo da célula ele vai encontrar um campo elétrico (dentro da membrana) contrário a esse movimento. Se a força de difusão é maior do que a força elétrica, ele passará pela membrana e aumentará a carga positiva na sua parede externa. Consulte seus alfarrábios e verifique que aumentando a carga na parede da membrana, aumenta o campo elétrico no seu interior e, consequentemente, a força contrária à passagem de outro íon de potássio. Quando a força elétrica se iguala à de difusão, cessa o movimento de íons através da membrana celular e temos a situação de equilíbrio. Isso ocorre para uma diferença de potencial da ordem de 7090mV e com a participação de 1 para cada 100000 íons de potássio e cloro.. Embora 90mV pareça pouco, dada a espessura da membrana (~8nm), gera um campo de cerca de 11MV/m o seu interior! Campos dessa ordem dificilmente deixam de ter efeitos interno na membrana. Embora não completamente conhecidos, sabe-se que a simples inversão da polaridade na membrana causa um aumento de 1000 vezes na sua permeabilidade para o sódio. O potencial externo de uma membrana é maior que o interno. Em geral toma-se como zero o potencial externo e negativo o potencial interno. O Neurônio 7 O neurônio é um transmissor de bioeletricidade. Quando estimulado, o neurônio envia um sinal bioelétrico através de um potencial reverso numa pequena região de sua membrana. Este sinal é chamado de despolarização e a volta à situação de equilíbrio de repolarização O neurônio possui uma longa cauda (pode chegar a 1m de comprimento), denominada axônio, que leva sinais do corpo celular para músculos, glândulas ou outros neurônios. Os dendritos são prolongamentos delgados e ramificados que recebem estímulos e os tramitem ao corpo celular. Muitos são os possíveis estímulos para os neurônios: temperatura, pressão, corrente elétrica e estímulo químico enviado através da junção entre dois neurônios (sinapse). Um estimulo faz a permeabilidade do Na+ aumentar muito (~1000 vezes, ficando cerca de 10 vezes maior do que a do K+). A difusão de potássio no interior da célula faz com que ela se torne positiva em relação ao exterior, passando de -90mV para +40mV. Essa despolarização altera a estrutura da membrana e faz a voltar ao normal a permeabilidade para o Na+ e aumenta a do K+ cerca de 30 vezes (Fig.5). Isto faz cessar o fluxo de Na+ e voltar á situação de equilíbrio, embora com um pequeno excesso de Na+ e falta de K+ no interior da célula que é lentamente eliminado1. A causa das mudanças na permeabilidade das membranas celulares ainda não é bem conhecidas. 1 A eliminação do Na+ contra a concentração e o campo elétrico e a volta do K+ contra a concentração se faz por um processo denominado bomba de sódio-potássio. O metabolismo da célula é o responsável por esse transporte. 8 Para outro neurônio Sinapse Dendritos Núcleo Axônio 1 mm 10-3 mm Bainha Mielínica Nós de Ranvier Terminações Nervosas Terminações Nervosas Fibra Muscular Figura 4: O neurônio O pulso criado com a despolarização, denominado potencial de ação é que é transmitido pela membrana celular. A despolarização numa região é um estímulo suficiente para criar despolarização nas regiões adjacentes fazendo o pulso propagar-se (Fig.6). 9 Figura 5: Na despolarização a permeabilidade para o Na+ aumenta mas logo em seguida a do K+ também aumenta 10 Membrana Estímulo Depolarização Membrana Na+ K+ Na+ Membrana Na+ Repolarização Na+ K+ K+ Na+ Figura 6: A despolarização numa região causa a despolarização nas regiões adjacentes fazendo o potencial de ação propagar-se 11 Bainha mielínica: Alguns neurônios têm o axônio coberto por uma capa de mielina. A mielina é um mau condutor e e tem algumas funções muito importantes. A primeira é que isola o axônio do contato com outros axônios impedindo interferências espúrias. O segundo é que aumenta muito a velocidade do potencial de ação (podendo ser de 0,5m/s em alguns axônios sem mielina até 130m/s em axônios com mielina) Finalmente, a mielina economiza energia na medida em que somente uma muito pequena porção do axônio terá que usar a bomba sódio potássio. Despolarizando Despolarizada Pulso de tensão- estimula a despolarização Ainda Polarizado Na+ Na+ bainha Mielínica Figura 7: A Bainha mielínica envolve o axônio e ajuda a propagar o potencial de ação O aumento da velocidade do potencial de ação se dá pela seguinte razão. Quando o pulso chega à mielina, como o axônio está isolado do meio e intercelular, cessa a despolarização. Mas o pulso não desaparece. ele passa a se propagar na mielina com se fosse um fio resistivo. Essa propagação de potencial é muito rápida mas ao mesmo temo dissipa energia devido à resistência elétrica da mielina. O potencial cai de V = RI ao longo do percurso e se tornaria praticamente nulo se a bainha mielínica fosse contínua. Mas não é. Ela é interrompida a cada milímetro aproximadamente onde o potencial de ação ainda é suficiente para 12 despolarizar a parede do axônio exposta e recuperar o potencial. Logo em seguida (a interrupção tem cerca de 10-3 mm), o pulso encontra nova bainha mielínica e continua o processo até o fim do axônio. As interrupções da bainha mielínica são chamadas nós de Ranvier. Todo o entendimento do que foi anteriormente explicado é conseqüência de medidas diretas e individuais nas células nervosas. Por exemplo, para se obter a diferença de potencial entre o e interior e o exterior da célula, introduz-se agulhas muito finas nas células individualmente, tomando a precaução para que estas pontas de prova não influenciem no comportamento da célula. Muitas informações são obtidas monitorando-se como os estímulos são conduzidos ao cérebro. Através desses estudos verificou-se que existem nervos sensíveis ao toque e outros sensíveis às variações de temperatura. O que dispara o potencial de ação de um nervo também varia muito. Existem nervos que disparam a cada estímulo, outros que só disparam no inicio e no fim do estímulo,etc. Esses comportamentos deverão ser estudados em outras cadeiras do curso de biologia. Eletrocardiograma (ECG) . Conceito: Eletrocardiograma (ECG) é o registro dos fenômenos elétricos que se originam durante a atividade cardíaca, auxiliar valioso no diagnóstico de grande número de cardiopatias e outras condições patológicas (ex.distúrbios hidroeletrolíticos), ressalvando-se que algumas anomalias cardíacas não alteram o ECG. Esse registro é realizado através de um aparelho denominado eletrocardiógrafo. O eletrocardiógrafo nada mais é do que um galvanômetro (aparelho que mede a diferença de potencial entre 2 pontos) que mede pequenas intensidades de corrente que recolhe a partir de dois eletrodos (pequenas placas de metal conectadas a um fio condutor) dispostos em determinados pontos do corpo humano. 13 O trabalho cardíaco produz sinais elétricos que passam para os tecidos vizinhos e chegam à pele. Assim, com a colocação de eletrodos no peito, podemos gravar as variações de ondas elétricas emitidas pelas contrações do coração. O registro dessas ondas pode ser feito numa tira de papel ou num monitor e é chamado de eletrocardiograma (ECG). No coração normal, um ciclo completo é representado por ondas P, Q, R, S, T, com duração total menor do que 0,8 segundos Neste gráfico se distingue uma onda P que corresponde à contração das aurículas, e um consecutivo complexo QRS determinado pela contração dos ventrículos. Conclui o ciclo uma onda T. Muitas alterações cardíacas determinam uma modificação da onda eletrocardiográfica normal, de modo que o eletrocardiograma representa um precioso meio de diagnóstico ECG normal 14 Imagem: 2° vestibular UnB/DF 2001 A figura II representa um ciclo cardíaco. Se o tempo estimado em cada quadrante é de 0,2 segundos (mostrado na figura I) e um ciclo compreende 5 quadrantes, em 60 segundos (1 minuto), teremos a freqüência de 60 ciclos ou batimentos por minuto (0,2 segundos x 5 = 1 segundo = 1 ciclo; em 60 segundos teremos 60 ciclos). A importância do Eletrocardiograma (E.C.G.) Uma avaliação médica deveria ser o primeiro passo para que uma pessoa possa se iniciar seguramente em uma atividade física, sem riscos à sua saúde. Isto parece, infelizmente, não ser o exemplo a ser seguido por milhões de praticantes de exercícios físicos e esportes de todos os tipos por todo o país. Lamentavelmente, ao não fazer um exame médico minucioso antes de se iniciar em exercícios e atividades físicas mais intensas, os indivíduos correm o risco de comprometer seriamente sua saúde. Um destes testes é o eletrocardiograma que vai detectar possíveis e minuciosas alterações cardíacas que poderiam trazer algum risco. Mas qual é a importância real do E.C.G. ? Imprescindível, pois o eletrocardiograma (E.C.G.) avalia a atividade do músculo cardíaco e detecta possíveis alterações e distúrbios que possam comprometer à prática regular de determinadas atividades físicas. O E.C.G deve ser realizado em repouso e em esforço (Teste ergométrico) a fim de que se possa avaliar o estado do coração durante o exercício físico, porque uma pessoa pode ter um E.C.G. de repouso sem alterações, porém 15 quando submetida ao esforço podem aparecer alterações significativas que possam sugerir doença cardíaca, principalmente isquemia miocárdica*¹. 2. Noções Básicas de Eletrofisiologia: A célula em repouso (polarizada) é rica em potássio, e apresenta-se negativa em relação ao meio externo que é positivo e rico em sódio Quando ocorre a ativação celular, ocorrem trocas iônicas e inverte-se a polaridade da célula. À medida que se propaga a ativação, há uma tendência progressiva da célula a ser positiva, enquanto que o meio extracelular ficará gradativamente negativo. A célula totalmente despolarizada fica com sua polaridade invertida. A repolarização fará com que a célula volte às condições basais. 16