Campo elétrico (E) e Força elétrica (F) • Assim como a Terra tem um campo gravitacional que influencia os corpos nele “imersos”, uma determinada carga elétrica Q (tenhamos esta como carga geradora de campo) gera um campo elétrico E – grandeza vetorial - , que influencia cargas q (entendida como carga que sente o campo) ao seu redor. • A força elétrica que atua em q é dada por : F = q.E • Pode-se, também, observar a força de interação entre Q e q, fornecida pela Lei de Coulomb: F = k.Q.q/d² onde k é chamada constante eletrostática e, no vácuo, vale 9. 10^9 N.m²/C². • Dizemos que as cargas positivas criam linhas de campo “para fora” e, as negativas, “para dentro”. Assim, com a figura acima, percebe-se que, quando q>0, os vetores E e F têm o mesmo sentido. Tensão elétrica ou ddp (diferença de potencial) • É a capacidade que a carga elétrica tem de realizar trabalho. Sua unidade é o Volt (V). • A ddp de1 Volt significa gastar uma energia de 1 Joule (J) para transportar uma carga de um Coulomb (C) de um ponto A para um ponto B: 1V = 1J/1C • Imagine um campo elétrico (E) gerado por uma carga Q; colocando-se uma carga de prova q nesse campo, esta carga é atraída ou repelida por Q, adquirindo energia cinética. Quando esta energia está ligada a um campo elétrico, ela é chama de energia potencial elétrica (Ep): Ep = k.Q.q/d onde k é chamada de constante eletrostática e d é a distância entre os corpos com carga Q e q. • O potencial elétrico (U), uma grandeza escalar, por sua vez, é dado por : U = k.Q/d • A tensão elétrica é também chamada de diferença de potencial, porque, quando dois pontos no espaço possuem potenciais diferentes – e obviamente há diferença de potencial -, percebem-se certos fenômenos elétricos. Por exemplo: dizer que a tensão de uma casa é 127V significa que, entre os dois polos do interruptor, há uma diferença de potencial igual a 127V. A partir disso, relacionam-se outros conceitos – corrente elétrica, potência elétrica... – para que se comece a entender um pouco sobre o fascinante mundo da eletricidade. • Fórmulas resultantes daquelas já apresentadas: • Ep = q.U • U = E.d Corrente elétrica (i) e Resistência elétrica (R) • • • • • Quando expandimos nosso universo para além da eletrostática e passamos a considerar o movimento das cargas, faz-se necessário o entendimento do conceito de corrente elétrica. Corrente elétrica nada mais é que o deslocamento de cargas em determinada direção e sentido. Para calcular sua intensidade na secção transversal de um condutor, considera-se o módulo da carga que passa por ele em determinado tempo: I = |Q|/t Por sua vez, |Q|= n.e, onde n é o número de elétrons e e o módulo da carga elétrica de cada um, a saber : 1,6.10^-19 C. A unidade para a intensidade de corrente é o Ampère (A), que equivale a C/s. Quando um condutor é submetido a uma tensão U e, por ele, passa uma corrente i, percebe-se que • • • essas duas grandezas são diretamente proporcionais (para a maioria dos condutores), ou seja, a razão U/i é uma constante. A essa constante dá-se o nome de Resistência (R), que relaciona-se a fatores como, por exemplo, a natureza do material. O nome é intuitivo: remete, realmente, à dificuldade oferecida pelo material à passagem de elétrons. R=U/i (1ªLei de Ohm) A unidade de resistência é o Ohm (). Quando a relação acima é verdadeira (ou seja, quando R é constante), o material analisado chama-se resistor ôhmico. Potência elétrica • • • Potência dissipada é a quantidade de energia térmica (Et) que passa por um condutor em determinado intervalo de tempo: P = Et/∆t (Como U = R.i): P = R.i² P = U²/R A sua unidade é o Watt (W), equivalente a J/s. Considerando que toda perda de energia em um circuito resulta do efeito Joule*, admitimos que a energia transformada em calor é igual à energia perdida por uma carga q que passa pelo condutor: • Et = Epi – Epf Et = q.U1 – q.U2 = |q|.U Logo, P = |q|.U/∆t Mas, como i = |q|/∆t , então: P = U.i *Um condutor é aquecido devido à transformação de energia elétrica em energia térmica, devido às colisões do elétrons com os átomos do condutor, que, agitados pelos choques, têm sua temperatura aumentada. A esse fenômeno dá-se o nome de efeito Joule. Este efeito é aproveitado em aparelhos como o chuveiro, ferro elétrico e secador de cabelo. Efeitos da corrente no corpo humano • • • • O choque elétrico nada mais é que a passagem de uma corrente elétrica através do corpo humano, podendo causar desde uma sensação desagradável, até fortes queimaduras ou mesmo a morte. A fim de evitar choques elétricos, uma medida muito importante para a qual se atenta cada vez mais é o aterramento. A concessionária de distribuição elétrica fornece basicamente dois fios de energia: neutro e fase. O neutro possui o potencial igual a zero e o cabo fase é aquele por onde passa a tensão elétrica transmitida. Podem existir “sujeiras”, causadas pela fuga de energia em aparelhos elétricos e eletrônicos: essa fuga ocorre na superfície dos equipamentos elétricos ou eletrônicos, devido a falhas ou mesmo a características de cada aparelho. Ao encostar-se nesta superfície, estamos sujeitos a levar um choque elétrico, de intensidade variável. • • • O choque acontece porque existe uma diferença de potencial entre a pessoa e o equipamento. Aterramento elétrico significa colocar instalações e equipamentos no mesmo potencial, de modo que a diferença de potencial entre a terra e o equipamento seja a menor possível. O terra é o conector com diferença de potencial igual a zero (é o pino do meio das tomadas de três pinos, por exemplo). Diferente do neutro, ele não altera o seu valor por meio de “sujeiras”; pelo contrário, por meio do terra, elas são eliminadas, o que impede que fugas de energia fiquem na superfície dos aparelhos, eliminando-as para a terra (daí o nome). • No setor elétrico há a necessidade de se determinar a corrente limite de fibrilação* em função do tempo de choque. • 99,5% das pessoas com mais de 50kg suportam, sem fibrilação: i = 0.116/√t , sendo 0,03≤t≤3 (s) o tempo do limiar de fibrilação. *Fibrilação ventricular é uma arritmia cardíaca grave em que não existe sincronização de contração entre as fibras musculares cardíacas. Representação das resistências e possíveis caminhos de circulação da corrente elétrica Descargas atmosféricas Corrente contínua (CC) – ou DC, em inglês • É aquela que não tem seu sentido alterado, ou seja, é sempre positiva ou sempre negativa. • Nos circuitos DC, ocorre a utilização direta da 1ª Lei de Ohm : U=R.i • É interessante conhecer, também, a 2ª Lei de Ohm para cálculo de resistência a partir da resistividade elétrica de um condutor, a área da sua secção transversal e o comprimento considerado: Circuito em corrente contínua • Quando há a necessidade de efetuar cálculos relacionados a circuitos elétricos, é interessante conhecer as 2 Leis de Kirchhoff: 1ª Lei de Kirchhoff (Lei dos Nós) – primeiramente, um nó é um ponto onde três ou mais condutores estão ligados. Essa lei diz que, em qualquer nó, a soma das correntes que o deixam (ou seja, que têm sentido para fora dele) é igual à soma das correntes que chegam até ele. Isso é consequência da conservação da carga total existente no circuito. 2ª Lei de Kirchhoff (Lei das Malhas) – malha é qualquer caminho condutor fechado. Essa lei diz que a soma algébrica das forças eletromotrizes* (E) em qualquer malha é igual à soma algébrica das quedas de potencial ou dos produtos R.i contidos na malha. *A força eletromotriz, expressada em Volt, não deve ser confundida com a d.d.p., apesar de estar relacionada a ela: U = E – R.i (equação característica de um gerador) Corrente alternada (CA) – ou AC, em inglês • • É a corrente que tem seu sentido invertido periodicamente, ou seja, ora é negativa, ora é positiva. Este tipo de corrente é aquele que ocorre na rede elétrica residencial. • No sistema brasileiro de transmissão de energia elétrica, ocorrem 120 inversões a cada segundo, ou seja, a corrente elétrica, a cada segundo, percorre o condutor 60 vezes em um sentido e 60 vezes em outro. Por isso, diz-se que a frequência da corrente elétrica no Brasil é 60Hz. • A principal aplicação dos circuitos trifásicos encontra-se na distribuição da energia elétrica pela companhia de distribuição. É comprovado que a melhor forma de produzir, transmitir e consumir energia elétrica é usando circuitos trifásicos. • O fornecimento total da energia elétrica é realizado por meio de uma rede de corrente alternada com três fases, normalmente conhecida como rede de corrente trifásica. • A energia elétrica gera-se com geradores de corrente trifásica. Um gerador de corrente trifásica tem um campo magnético muito simples dentro do qual giram três bobinas distribuídas simetricamente. A simetria é garantida por meio de uma distribuição espacial das bobinas em 120º. • Outra forma simplificada de gerar tensão alternada trifásica é girando um ímã ao redor de 3 bobinas fixas, distribuídas espacialmente em 120º. • O resultado do movimento giratório do ímã, com velocidade constante, são três tensões alternadas monofásicas, completamente independentes, de igual amplitude e igual frequência. • Como o ímã atravessa as bobinas com o seu valor máximo em intervalos de 120º entre cada uma delas, as três bobinas formam as chamadas fases da máquina. • Em cada fase gera-se uma tensão, chamada tensão de fase. Geradores de Itaipu Medição de energia elétrica • Medidores do tipo eletromecânico : são os mais comumentes utilizados, devido à sua robustez e baixo custo. Por isso, representa cerca de 80% a 90% do mercado. • Medirores do tipo eletrônico: vem ganhando espaço por ser capaz de fazer medições mais complexas em relação ao eletromecânico. Medidores inteligentes: os medidores inteligentes de energia elétrica são ainda raros no mercado. Devem possuir a capacidade de medir o consumo da energia elétrica, bem como várias outras grandezas, com conectividade por meio de moderna comunicação com o sistema de informação da concessionária de energia, possibilitando o envio das informações de consumo, controle da demanda e imagem presencial local em tempo real.