Ferramentas de Diagnóstico de Máquinas IMFDM Prof. Dr. Cesar da Costa 7.a Aula: Detecção de Falhas de Barras Quebradas em MIT INTRODUÇÃO ÀS MÁQUINAS ELÉTRICAS Definições Máquinas elétricas são dispositivos capazes de converter energia elétrica em energia mecânica e vice-versa. Geradores: convertem energia mecânica em elétrica. Motores: convertem energia elétrica em mecânica. INTRODUÇÃO ÀS MÁQUINAS ELÉTRICAS Motor Elétrico INTRODUÇÃO ÀS MÁQUINAS ELÉTRICAS Gerador Elétrico Motores Elétricos Motor de Indução Motor de Indução Exemplo de Motor Elétrico Motor de Indução Motor de Indução trifásico Estator Ventilador Rotor Motor de Indução Elementos de um Motor Trifásico de Indução Máquina Assíncrona Motor de indução ESTRUTURA DO ESTATOR É construído com chapas de material magnético e recebe o enrolamento de campo, cujas espiras são colocadas em ranhuras, como mostra a Figura 7.7. O enrolamento de campo pode ser mono ou trifásico. A maneira como esse enrolamento é construído determina o número de pólos do motor, entre outras características operacionais. Suas pontas (terminais) são estendidas até uma caixa de terminais, onde pode ser feita a conexão com a rede elétrica de alimentação. Enrolamento de estator trifásico Rotor tipo gaiola de esquilo Rotor gaiola de esquilo Rotor tipo bobinado MONTAGEM DO MOTOR TRIFÁSICO DE INDUÇÃO Montagem Motor Trifásico de Indução https://www.youtube.com/watch?v=xGW3RHVGBmA Máquina Assíncrona A máquina de indução é, dentre as máquinas elétricas, a mais utilizada na indústria. Na máquina assíncrona tanto o rotor quanto o estator conduzem corrente alternada. Máquina Assíncrona A corrente que circula pelo rotor é uma corrente induzida devido a um campo variável devido à diferença de velocidade de rotação do rotor e do campo girante. Por isso a nomenclatura máquina de indução. Campo magnético girante Os enrolamentos trifásicos localizados no estator e representados pelos enrolamentos aa’, bb’ e cc’ estão deslocados de 120 graus entre si. Quando uma corrente alternada senoidal circula por um enrolamento ela produz uma força magneto motriz senoidal centrada no eixo do enrolamento. Campo magnético girante A força magneto motriz resultante é a composição vetorial das três componentes de força magneto motriz. • Devido a corrente na fase A está em um instante de máximo, a força magneto motriz produzida por este enrolamento é máxima. • O vetor resultante força magneto motriz F possui a mesma amplitude em todos os instantes de tempo, girando em sentido anti-horário. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR TRIFÁSICO DE INDUÇÃO Escorregamento ns n s ns É óbvio que a velocidade do rotor não pode ser igual à velocidade síncrona, pois assim, nenhuma corrente seria induzida no enrolamento do rotor e consequentemente nenhum torque seria produzido. Circuito equivalente O circuito equivalente pode ser utilizado para estudar e antecipar o desempenho da máquina de indução com apreciável proximidade da realidade. Conjugado Eletromagnético A interação entre a corrente do rotor e o fluxo produzido por cada polo unitário do campo magnético girante que concatena o condutor do rotor, resulta o conjugado motor, o qual é dado por: Curva conjugado x rotação para o motor assíncrono Ensaio a vazio Ensaio com rotor bloqueado Classificação por categorias Categoria N São caracterizados por possuírem um conjugado de partida normal, corrente de partida normal e pequeno valor de escorregamento em regime permanente. Constituem a maioria dos motores encontrados no mercado e prestam-se ao acionamento de cargas normais, com baixo conjugado de partida como: bombas e máquinas operatrizes. Categoria H Os motores dessa categoria são caracterizados por possuírem um conjugado de partida elevado, corrente de partida normal e baixo valor para o escorregamento em regime permanente. Esta categoria de motores é utilizada para acionamento de cargas que exigem maior conjugado de partida, como peneiras, transportadores carregados, cargas com alta inércia, etc. Categoria D São caracterizados por conjugado de partida elevado, corrente de partida normal e alto escorregamento. Utilizados para acionamento de cargas como: prensas excêntricas e máquinas semelhantes, em que a carga apresenta picos periódicos e cargas que necessitam de conjugado de partida elevado e corrente de partida limitada. Controle de velocidade Um motor de indução possui velocidade aproximadamente constante quando conectado a uma fonte de tensão constante com uma freqüência fixa. A velocidade em regime permanente é muito próxima da velocidade síncrona. Quando o torque solicitado aumenta, a velocidade diminui. Variação da velocidade em função da carga Controle de velocidade Em muitas aplicações industriais, velocidades variáveis ou continuamente ajustáveis são necessárias. • Tradicionalmente, motores de corrente contínua sempre foram utilizados em aplicações onde era necessário variar a velocidade da máquina. Controle de velocidade • Entretanto, motores de corrente contínua são caros, requerem manutenção das escovas e dos comutadores e são proibitivos em ambientes agressivos. • Em contrapartida, motores de indução são baratos, não requerem manutenção, estão aptos a funcionar em ambientes agressivos e estão disponíveis para velocidades elevadas. Controle de velocidade através da variação da freqüência. Inversor de freqüência Motor De Indução Métodos de partida dos motores de indução • Uma corrente de partida de 500 a 800 % maior que a corrente nominal pode circular pela rede de alimentação. Além de causar uma queda de tensão apreciável, pode afetar outras cargas conectadas à rede de alimentação. Além disso, se uma corrente elevada circular no motor por um longo intervalo de tempo, poderá aquecê-lo, danificando o isolamento do enrolamento. Conversor de estado sólido Métodos de partida dos motores de indução • É importante ressaltar que embora tensões menores reduzam a corrente durante a partida dos motores, o torque de partida decresce porque o torque é proporcional ao quadrado da tensão aplicada. Influência da rede elétrica na operação do MIT • A operação eficiente dos motores de indução trifásicos depende, entre outras coisas, da qualidade da rede elétrica de alimentação. O ideal é que esta rede seja equilibrada e com suas tensões apresentando amplitudes e freqüência constantes. Influência da rede elétrica na operação do MIT • A eficiência e o fator de potência dos motores de indução trifásicos variam segundo o valor da tensão de alimentação. Estes motores são projetados para suportarem variações de ±10% da tensão nominal. • Os motores devem suportar variações de freqüência de -5% a até +3%. Uma variação simultânea da amplitude e da freqüência pode ser prejudicial para o motor. Influência da rede elétrica na operação do MIT • Uma tensão de alimentação abaixo do valor nominal do motor provoca aumento da corrente e da temperatura e ainda redução dos torques de partida e de regime. Por outro lado, um valor de tensão acima do nominal acarreta redução do fator de potência e aumento da corrente de partida. Influência da carga mecânica na operação do MIT • As principais conseqüências do superdimensionamento são: • Maior custo, volume e peso do motor. • Redução do fator de potência. • Redução da eficiência, embora muito motores apresentem sua eficiência máxima a, aproximadamente, 75% da sua carga nominal. • Maior corrente de partida, acarretando maior custo da instalação e proteção. Fator de serviço • A norma ABNT NBR 7094/1996, define fator de serviço como um multiplicador que, quando aplicado à potência nominal do motor, indica a carga que pode ser acionada continuamente sob tensão e freqüência nominais. Entretanto, a utilização do fator de serviço implica em vida útil inferior àquela do motor com carga nominal. Influência do ambiente na operação do MIT • As condições ambientais onde está instalado um motor têm influência na sua operação. Poeiras que se depositam na sua carcaça, ao absorverem umidade ou partículas de óleo, formam uma crosta que dificulta a liberação do calor. Por causa disso, a temperatura interna do motor se eleva. Uma das conseqüências é aumentar o valor da resistência do enrolamento e diminuir a eficiência do motor. Grau de proteção - IP • Motores que trabalham em ambientes desfavoráveis ou mesmo agressivos devem ser providos de um grau de proteção. A norma brasileira NBR 6146 define os vários graus de proteção que os motores elétricos podem apresentar, por meio das letras características IP, seguida por dois algarismos. As tabelas 2.1 e 2.2 apresentam os critérios de proteção. Tabela 2.1 – Indica grau de proteção contra penetração de corpos sólidos estranhos e contato acidental. 1o Algarismo Algarismo Indicação 0 Sem proteção 1 Corpos estranhos acima de 50mm 2 Corpos estranhos acima de 12mm 3 Corpos estranhos acima de 2,5mm 4 Corpos estranhos acima de 1,0mm 5 Proteção contra acúmulo de poeiras prejudiciais ao motor. 6 Totalmente protegido contra poeira. Tabela 2.2 – Indica grau de proteção contra penetração de água no interior do motor. 2o Algarismo Algarismo Indicação 0 Sem proteção 1 Pingos de água na vertical. 2 Pingos de água até a inclinação de 15o com a vertical. 3 Pingos de água até a inclinação de 60o com a vertical. 4 Respingos em todas as direções. 5 Jatos de água em todas as direções. 6 Água de vagalhões. 7 Imersão temporária. 8 Imersão permanente. Classes de Isolação • Classe A – 105 graus • Classe E – 120 graus • Classe B – 130 graus • Classe F – 155 graus • Classe H – 180 graus Falhas em motores elétricos Métodos de análise de falhas em motores elétricos Método da análise de corrente • Utiliza medidores não-invasivos ao motor para obter o sinal elétrico de entrada das fases do motor, assim é possível efetuar a análise do espetro da frequência de alimentação do motor. • É indicada para identificação de barras quebradas no rotor e desbalanceamento de tensão. Falhas em motores elétricos Métodos de análise de falhas em motores elétricos Exemplo de motor de indução trifásico com seis barras quebradas Defeito de barras quebradas O defeito de barras quebradas está relacionado exclusivamente à interrupção do circuito elétrico no rotor. Justamente o material condutor (alumínio ou cobre) que faz o circuito elétrico dentro do rotor, pode apresentar problemas durante o processo de injeção. MÉTODO MCSA (MOTOR CURRENT SIGNATURE ANALYSIS) MCSA é uma técnica não invasiva on-line de monitoramento para o diagnóstico de problemas em motores de indução. MCSA pode diagnosticar problemas, tais como barras quebradas do rotor, espiras em curto em baixa tensão dos enrolamentos do estator, e excentricidade do entreferro no motor de indução trifásico. MCSA analisa as formas de onda de corrente do motor utilizando algoritmos de processamento de sinal e técnicas matemáticas, como por exemplo, a FFT. Nesta abordagem, a detecção é realizada por meio da verificação de ativação de algumas frequências de faixas laterais específicas ao redor da frequência fundamental associada a esta falha particular. MÉTODO MCSA (MOTOR CURRENT SIGNATURE ANALYSIS) MCSA é uma técnica não invasiva de diagnóstico de problemas em motores de indução trifásicos. Ela consiste da utilização da análise espectral do sinal de corrente de uma das fases do estator. Quando uma falha está em desenvolvimento, o espectro de frequência da corrente se torna diferente do espectro do motor quando em boas condições de operação. A análise apropriada dos resultados da aplicação da técnica auxiliará a manutenção preditiva da planta na identificação de: Problemas no enrolamento do estator; Problemas rotóricos; Problemas no acoplamento e na carga acoplada; Eficiência e carregamento do sistema; Problemas no Rolamento; Etc. MÉTODO MCSA (MOTOR CURRENT SIGNATURE ANALYSIS) Frequência de defeito lateral direita Frequência de defeito lateral esquerda As frequências laterais aumentam conforme o número de barras rompidas. Falhas de barras quebradas em motores elétricos Falhas de barras quebradas em motores elétricos Método da análise de corrente Falhas de barras quebradas em motores elétricos Sensores de Corrente (Efeito hall ) 1. Modelo HR30 dc/ac CURRENT PROBE Falhas de barras quebradas em motores elétricos Sensor de Corrente (LA-55P) Sensor de Tensão (LV-25P) Falhas de barras quebradas em motores elétricos Falhas de barras quebradas em motores elétricos Software LabVIEW – Cálculo do Espectro de Frequência Falhas de barras quebradas em motores elétricos IHM - Usuário Falhas de barras quebradas em motores elétricos Falhas de barras quebradas em motores elétricos Falhas de barras quebradas em motores elétricos Falhas de barras quebradas em motores elétricos Espectro do Motor sem defeito de barra quebrada Falhas de barras quebradas em motores elétricos Espectro do Motor com uma barra quebrada Falhas de barras quebradas em motores elétricos Espectro do Motor com duas barras quebradas Falhas de barras quebradas em motores elétricos Espectro do Motor com três barras quebradas