Diapositivo 1 - MCC Viana do Castelo

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IV. – Noções básicas sobre a
Bíblia – 2ª parte
Escola de Dirigentes do MCC
Formação Básica na Fé IV
4ª sessão –
Noções básicas sobre a Bíblia – 2ª parte
Sumário:
1 – RELEMBRANDO A
ESTRUTURA DA BÍBLIA
2 – O ANTIGO TESTAMENTO
3 – O NOVO TESTAMENTO
1. RELEMBRANDO A
ESTRUTURA DA BÍBLIA…
RELEMBRANDO A
ESTRUTURA DA BÍBLIA…
Definição
A importância
da Bíblia
e versículos
«É
um determinado
conjunto Capítulos
de escritos,

ÉO
umnome
livro
de
recordes. de finalidade
 Não é religiosa,
original
judeus
e «Bíblia»
cristãos,
compostos
por
em
 BIBLOS
Razão
cultural.
(cidade
fenícia)diversos  autores
Os nomes
da Bíblia
O sistema…
= LIVRO
diferentes
géneros
literários ao longo de
 Escritura,
Razão
religiosa.
Escrituras,
Línguas
originais
mais
de mil
e tàque tiveram, sobretudo a
Escritura,
 Sagrada
Deriva
do anos
grego
 Traduções
Antigo
Testamento:
importantes
Sagradas
Escrituras,
o
Biblìa = LIVROS
partir
do
cristianismo,
uma influência
hebraico, aramaico
e
Livro,
o daLXX
Livro

Versão
dos
Divisão
Bíblia dos civilização ocidental».
decisiva
na
chamada
partes
em
grego.
Livros…
A. Calvo /A. Ruiz, Para conhecer a Cristologia





Antigo Livros
Vulgata
e
Novo
Novo
Testamento:
Testamento
grego.como biblioteca
Bíblia
Significado
de
Nº de livros
Testamento = Aliança
 Classificações dos livros
 Escrituras hebraicas e
cristãs
 Escrituras
Autores
e
géneros
literários
Act 2, 22 -24 .28
 Ordem e títulos dos
livros
RELEMBRANDO A
ESTRUTURA DA BÍBIA…
A.T. (46) + N.T. (27) = 73 LIVROS
A.T. = 46 LIVROS
N.T. = 27 LIVROS
LIVROS HISTÓRICOS (21 LIVROS):
PENTATEUCO (5 livros = Génesis,
Êxodo,
Levítico,
Números
e
Deuteronómio), Josué, Juízes, Rute, I
e II Samuel, I e II Reis, I e II
Crónicas, Esdras, Neemias, Tobias,
Judite, Ester, I e II Macabeus.
LIVROS
HISTÓRICOS
(5
LIVROS):
Evangelhos
(segundo
São
Mateus,
segundo São Marcos, segundo São
Lucas, segundo São João) e Actos dos
Apóstolos.
LIVROS SAPIENCIAIS (7 LIVROS): Job,
Salmos,
Provérbios,
Eclesiastes
(Coélet),
Cântico
dos
Cânticos,
Sabedoria e Eclesiástico (Ben Sirá).
LIVROS PROFÉTICOS (18 LIVROS):
Isaías, Jeremias, Lamentações, Baruc,
Ezequiel, Daniel Oseias, Joel, Amós,
Abdias,
Jonas,
Miqueias,
Naum,
Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias,
Malaquias.
LIVROS SAPIENCIAIS (DIDÁCTICOS) (21
LIVROS): CARTAS PAULINAS (aos
Romanos, I e II Coríntios, Gálatas,
Efésios, Filipenses, Colossenses, I e II
Tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito,
Filémon), Carta aos Hebreus, CARTAS
CATÓLICAS (Epístola de S. Tiago, I e
II Epístolas de S. Pedro, I, II e III
Epístolas de S. João).
LIVROS
PROFÉTICOS
(1
LIVRO):
Apocalipse (Revelação a João).
2. – O Antigo Testamento
A HISTÓRIA DE UM POVO
INTERPELADO POR DEUS
 O Antigo Testamento apresenta-nos a história de
Israel desde 1800 a.C. até à nossa Era. É a história
vulgar de um pequeno povo entre muitos, mas é
sobretudo o significado que esse povo percebeu na
sua própria história.
 O pensar, o agir, o viver,
estão condicionados pelo meio
ambiente em que estamos
inseridos,
pela
geografia,
época, mentalidade, cultura…
 ISRAEL é um pequeno povo do Médio Oriente
condicionado pela sua SITUAÇÃO GEOGRÁFICA, pela
MENTALIDADE dos povos circundantes…
A HISTÓRIA DE UM POVO
INTERPELADO POR DEUS
1. SITUAÇÃO
GEOGRÁFICA…
O Grande Mar
ISRAEL
ISRAEL SITUA-SE NO «CRESCENTE
FÉRTIL»: Berço geográfico das grandes
EGIPTO
civilizações; região de “meia-lua” que
abrange a Mesopotâmia – mesos + potamos =
no meio de rios (Tigre e Eufrates), a Terra
Santa e parte do Egipto. Região fértil para a
agricultura. Nas restantes zonas predomina
montanhas e desertos, leva à concentração
de população em vales e planícies.
A HISTÓRIA DE UM POVO
INTERPELADO POR DEUS
1. SITUAÇÃO
GEOGRÁFICA…
ASSÍRIA
GRÉCIA
PÉRSIA
ROMA
BABILÓNIA
EGIPTO
ISRAEL
SITUA-SE
NO
CORAÇÃO
GEOGRÁFICO DE POVOS VIZINHOS QUE SE
TORNARAM
PODEROSOS
EM
ÉPOCAS
HISTÓRICAS DIFERENTES…
A HISTÓRIA DE UM POVO
INTERPELADO POR DEUS
1. SITUAÇÃO
GEOGRÁFICA…
O que costuma suceder quando
grande povos são vizinhos?
DECLARAM-SE GUERRA!
O inconveniente é que para se
guerrearem têm de se encontrar
e Israel habita no corredor que
os separa! ISRAEL É PONTO DE
PASSAGEM: por exemplo, o
CAMINHO
DO
MAR
(«Via
Maris»), o CAMINHO REAL («Via
Régia»)…
Isto leva a que esteja um pouco
à mercê das pressões do
poderio imperial dos povos
vizinhos…
A HISTÓRIA DE UM POVO
INTERPELADO POR DEUS
2. MENTALIDADES DO MÉDIO ORIENTE…
GREGOS…
HEBREUS
ASSÍRIOS…
ROMANOS…
CANANEUS…
EGÍPCIOS…
 Vejamos
alguns traços
de
diversas
mentalidades.
CALDEUS…
PERSAS…
BABILÓNIOS…
A HISTÓRIA DE UM POVO
INTERPELADO POR DEUS
2. MENTALIDADES DO MÉDIO ORIENTE…
«Elevas-te no horizonte do céu, ó sol vibrante, que vives desde sempre!
Iluminas o rosto dos homens, e ninguém conhece a tua marcha… à alva
resplandeces no horizonte… Toda a terra executa o seu labor, todos os
animais estão felizes com os seus pastos...» HINO A ATON, O DEUSSOL (Neste parece ter-se inspirado o Salmo 104).
MENTALIDADE EGÍPCIA. Marcado pelo ambiente cheio
de sol do Egipto, os seus deuses são bons e
preocupam-se pelos homens, o além é alegre, é uma
mentalidade optimista.
A HISTÓRIA DE UM POVO
INTERPELADO POR DEUS
2. MENTALIDADES DO MÉDIO ORIENTE…
«Marduk assegurou-se de que os
deuses acorrentados estavam bem
dominados e voltou para Tiamat que
ele tinha vencido. Com a sua maça
inexorável fendeu-lhe o crânio. (…)
Corta-o em dois, como a um peixe
seco, com metade formou a
abóbada dos céus, traçou o limite,
colocou guardas que impedissem as
suas águas de sair» POEMA ENUMA
ELISH
MENTALIDADE
MESOPOTÂMICA.
Marcado pelo ambiente, em
que se desenrolam cheias
violentas e imprevisíveis, é
uma mentalidade
pessimista; os deuses são
caprichosos, lutam entre
si, o homem teme os
deuses e tenta apaziguálos, o além é triste… Várias
obras: epopeia de Atra-Hasis, poema
Enuma Elis, epopeia de Gilgamesh, etc.
A HISTÓRIA DE UM POVO
INTERPELADO POR DEUS
2. MENTALIDADES DO MÉDIO ORIENTE…
MENTALIDADE CANANEIA.
O deus principal desta
religião é El, frequentemente
evocado sob a forma de
touro; presta-se um culto
especial a Baal, e a Anat,
deusa da fecundidade. Por
isso, se dá relevo às práticas
sexuais,
como
rito
de
fecundidade: a prostituição
sagrada, contra as quais se
insurgem os profetas.
«Os céus
fazem
chover
manteiga, os
regatos
fazem correr
o mel»
HINO A
BAAL
(Parecido
com a
expressão na
Bíblia Ex 3,
17: «a terra
onde corre
leite e mel»).
BAAL
A HISTÓRIA DE UM POVO
INTERPELADO POR DEUS
 Assim, ISRAEL é um pequeno povo
do Médio Oriente condicionado pela
situação geográfica, pela mentalidade
dos povos circundantes…
UM POVO
VULGAR!
ONDE ESTÁ A ORIGINALIDADE?
Na MENTALIDADE BÍBLICA: Possui um traço que a
diferencia das outras mentalidades. Israel tem
consciência de que é o seu Deus quem o interpela e o
povo responde-lhe com amor. No pensamento mítico é
o homem que projecta no além a divindade e pelo rito
tenta dominá-lo; no pensamento bíblico é ao contrário:
É Deus quem interpela o homem e este responde-lhe,
através do rito, expressão da resposta.
A HISTÓRIA DE UM POVO
INTERPELADO POR DEUS
PENSAMENTO
MÍTICO:
DIVINO
RITO
PENSAMENTO
BÍBLICO:
DEUS
RITO
HOMEM
HOMEM
NO SEU MONOTEÍSMO: Conserva a originalidade de ser
um povo monoteísta num ambiente circundado por povos
politeístas. Essa evolução especial advém do facto de
Deus ter falado a esse Povo, de o ter interpelado, de ter
transformado a sua existência com a Sua palavra.
«Shema Israel, Adonai hedad!» Escuta
Israel: o Senhor é um só! (Dt 6, 4)
O ANTIGO TESTAMENTO
Perder tempo a
ler o Antigo, se
existe um
Novo?
MARCIÃO no séc. II,
fez isso: rejeitou o
AT! A sua HERESIA
foi condenada.
QUAL A SUA
IMPORTÂNCIA?
 DEUS É AUTOR DO A.T., É PALAVRA DE DEUS. A Antiga
Aliança nunca foi revogada!
 PREPARAR A VINDA DE CRISTO, naquele tempo e hoje
(para os novos adventos de Cristo na liturgia e vida cristã, rumo à Parusia).

MANIFESTA
A
PEDAGOGIA
DIVINA:
Deus é
condescendente, tolera as imperfeições, é paciente e ama o Homem!
 Contém DOUTRINAS PRECIOSAS sobre Deus, a Criação e o
Homem e um TESOURO DE ORAÇÕES!
 PARA COMPREENDER O NOVO: o N.T. refere muitos factos,
profecias, etc., que se referem ao A.T.
O ANTIGO TESTAMENTO
A FORMAÇÃO DOS LIVROS DA BÍBLIA é um processo
com três momentos:
1. FÉ
VIVIDA
TRANSMITIDA,
E
segundo
determinada
norma ou conduta…
2.
PRIMEIRA
REDACÇÃO:
começa-se
a
escrever algo.
3.
REDACÇÃO
FINAL
(num
momento ou vários, por um autor ou
vários).
O ANTIGO TESTAMENTO
A ORDEM HISTÓRICA
(pela qual os livros foram
aparecendo)…
A ORDEM CANÓNICA
(pela
qual
os
livros
aparecem ordenados no
cânone da Bíblia)
O ANTIGO TESTAMENTO
Etapa (ou fase)
histórica
Livros que falam
dessa etapa
Livros escritos
nessa etapa
Génesis 1-11
-
XIX a
XIII a.C.
Génesis 12-50
Nenhum: Tradições
orais
2ª - Fase moisaica
(Moisés e o Êxodo)
XIII a.C.
Êxodo, Levítico, Números
e Deuteronómio
Nenhum: Tradições
orais
3ª - Conquistas da Terra
Josué e Juízes
(Fixação em Canaã)
XIII a XI
a.C.
Tradições orais; alguns
documentos escritos
(Código da Aliança,
Decálogo, Cântico de
Débora, etc.)
4ª - Fase da monarquia
(Reino Unido e dividido)
1000 a
587 a.C.
Alguns Salmos, fonte Javista, alguns históricos (I e II
Samuel, I e II Reis); alguns proféticos (Amós, Oseias,
Isaías I, Sofonias, Jeremias, Naum, Habacuc…
5ª - Fase do Exílio ou
Cativeiro
587 a
538 a.C.
538 a
63 a.C.
Lamentações, Deutero-Isaías, Abdias, alguns Salmos
Pré-história bíblica
1ª - Fase patriarcal
(Abraão, Isaac, Jacob, José)
HISTÓRIA DO POVO DE DEUS
6ª - Fase do Judaísmo,
do pós-exílio (domínios
persa, grego e macabeu)
Séc.s
(+/-)
? (origens)
Redacção definitiva do Pentateuco (Esdras 400 a.C:?),
Zacarias, Esdras-Neemias, Daniel, Sabedoria, Macabeus…
O ANTIGO
TESTAMENTO
LIVROS DO A.T.: 3 ou 4 secções.
 HISTÓRICOS: o PENTATEUCO
narra das origens do povo de
Deus à conquista da Terra; os
restantes narram desde a entrada
na Terra, até aos Macabeus.
 SAPIENCIAIS, cuja redacção
radica no princípio da história de
Israel e termina ás portas do N.T..
 PROFÉTICOS:
registam
as
palavras e vicissitudes dos
profetas, antes, durante e depois
do Exílio.
Após
estes
apontamentos prévios,
vamos iniciar a nossa
viagem pela Bíblia, de
uma
forma
muito
sintética…
UM APONTAMENTO PRÉVIO
SOBRE O PENTATEUCO…
 PENTATEUCO = «5
ROLOS»
TORÁ
(«Lei», «Instrução»).
 NOMES DOS LIVROS: BÍBLIA HEBRAICA: primeira palavra ou
expressão do livro (segundo o costume mesopotâmico); BÍBLIA CRISTÃ:
nome dado conforme o conteúdo:
Português
Hebraico
Grego
Latim
Significado
Génesis
Bereshit (‫) בראשית ברא אלהים‬: «No
princípio…»
Genesis
Genesis
«Origem»
Êxodo
Shemot (“nomes”: «Estes são os
nomes…»)
Exodos
Exodus
«saída»
Levítico
Wayyiqera (“E chamou”: «O Senhor
chamou…»)
Lévitikon
Leviticus
«o livro da
lei»
Números
Bamidebar (“No deserto”: «O Senhor
chamou a Moisés no deserto…»
Arithmoi
Numeri
«números»
Deuteronómio
Debarim (“Palavras”: «Estas são as
palavras…»).
Deuteronomi
on
Deuterono
mium
«a segunda
lei»
UM APONTAMENTO PRÉVIO
SOBRE O PENTATEUCO…
 O PENTATEUCO é a CARTA CONSTITUCIONAL dos
princípios fundacionais, religiosos e civis, pela qual Israel
se constituiu como povo, referido com o seu Deus, Javé.
 Dois pólos fundamentais: A promessa feita aos
Patriarcas (dom da terra e descendência numerosa); o
acontecimento fundante do ÊXODO na história do Povo de
Israel.
 Trama narrativa contínua que pretende responder a
várias questões: a origem da humanidade, a origem do
Povo de Israel, como deve ser esse Povo regido, etc.
 Podem distinguir-se 6 etapas: 1 - História das origens (Gn 1,11); 2 História patriarcal (Gn 12-50); 3 - Saída do Egipto e a travessia para o Sinai
(Ex 1-18); 4 - Revelação no Sinai (EX 19-40 + Lev + Nm 1-10); 5 - Travessia
do deserto do Sinai até as planícies de Moab (Nm 10-36); 6 - Discursos e
despedida de Moisés (Dt).
UM APONTAMENTO PRÉVIO
SOBRE O PENTATEUCO…
 AUTOR: o tradicional é Moisés; mas é
fruto de muitos autores e épocas, de
Quatro fontes ou tradições, juntas por
volta de 398a.C. por Esdras (é como um
rio com quatro nascentes…).
Fonte e sigla
Javista (J)
Eloísta (E)
Séc. e lugar
séc. XIX por Julius
Wellhausen
Características
IX ou X a.C.; Reino do Vivaz, pitoresca, representa Deus com traços antropomórficos. Deus é
Sul (Judá)
JAVÉ. A humanidade está marcada pelo pecado e pela fragilidade, mas
também pela promessa divina. O congregador da fé e do povo é o Rei.
VIII (ou IX a.C); Reino Evita o antropomorfismo; acentua o aspecto moral. Sublinha a fé testada até
do Norte (Israel) ao limite, o temor de Deus, os temas de eleição do povo de Israel e da
aliança. O PROFETA é o congregador da fé e do povo. Deus é ELOIM.
Diferenças de nomenclaturas (exemplo, chama Monte Horeb ao Sinai, etc.)
VII (ano 622 a.C.
Insiste no temor/amor de Deus em termos de obediência aos Mandamentos e
Deuteronomista Reforma de Josias) em de ameaça com castigos. Narrativas parecidas com homilias. Vocabulário
(D)
Jerusalém
típico: «Amar a Deus», «Servir a Deus»… A figura central é MÓISÉS,
como orador e legislador e não como libertador.
Sacerdotal (P, do VI (Regresso do Exílio) Rigorosa, sublinha os traços distintivos do Judaísmo: o Sábado, a
alemão priester,
em Jerusalém
circuncisão, a Lei. Acentua a presença «gloriosa» de Deus (é «Espírito», cf.
padre)
Gn 1,2). Contém códigos litúrgicos, processuais e genealogias.
PRÉ-HISTÓRIA BÍBLICA
• LIVROS QUE NOS FALAM SOBRE A PRÉ-HISTÓRIA
BÍBLICA: os onze primeiros capítulos da Bíblia (Gen 1-11).
Foram compostos em épocas muito diversas, fruto de várias tradições.
«GÉNESIS»  «NASCIMENTO», «ORIGEM».
Divide-se em duas grandes partes: História primitiva ou das origens (Gn
1-11) e História Patriarcal (Gn 12-50). A primeira corresponde à «PRÉHISTÓRIA BÍBLICA», verdadeiro Tratado teológico.
 ESTRUTURA DA História das Origens (Gn 1,111,32) do mundo e da humanidade: Gn 1-3: relato da
criação (dois relatos), da queda do homem, da
intervenção de Deus e a sentença, a promessa da
redenção; Gn 4-5: o progresso do mal e da humanidade;
Gn 6-10: o dilúvio universal, consequências do pecado e
Aliança de Deus; Gn 11 – A torre de Babel,
consequências do pecado e chamada de atenção de Deus.
PRÉ-HISTÓRIA BÍBLICA
 ALGUNS ENSINAMENTOS:
Gn
2,4:
«O
Senhor Deus fez
a Terra e os
céus…».
Gn
2,8:
«Depois,
o
Senhor plantou um jardim
no Éden, no oriente…». Gn
2, 15: «O Senhor Deus levou o homem e
colocou-o no jardim do Éden»: repete-se a
mesma ideia, várias tradições…
Gn 2,19: «Vou dar-lhe
uma
auxiliar
semelhante
a
ele».
«Chamar-se-á
mulher,
visto ter sido tirada do
homem».
 SÓ DEUS É CRIADOR E
SENHOR DE TODAS AS
COISAS.
 O Homem foi criado por
Deus para viver em
amizade com Ele e foi
colocado num estado de
felicidade, num «jardim».
 Deus criou homens e
mulheres, ambos com a
mesma dignidade, para
que compartilhassem o
amor e continuassem o
género
humano
(Adam=humanidade); o homem dorme
quando Deus a retira dele, é da sua
natureza.
PRÉ-HISTÓRIA BÍBLICA
 ALGUNS ENSINAMENTOS:
Gn
3,4:
«Não,
não
morrereis;
porque
Deus
sabe que, no dia em que o
comerdes, abrir-se-ão os
vossos olhos e sereis como
Deus, ficareis a conhecer o
bem e o mal».
Gn 3,7: «Coseram
figueira umas às
colocaram-nas, como
cinturas, à volta dos
folhas de
outras e
se fossem
rins».
Gn 3,9: «Onde estás?».
Gn 3,23: «O Senhor
Deus
expulsou-o
(ao
homem) do jardim do
Éden…»
 O Homem pecou por
soberba (quis ser como
Deus)…
 Tapam os genitais, alusão
à fecundidade e aos cultos
cananeus da serpente da
época: chamada de atenção
para Israel que se desviava
para esses caminhos!
 «Em
caíste?»
que
condição
 Ao primeiro pecado,
seguiram-se
outros
pecados da humanidade e
o mal alastrou-se…
PRÉ-HISTÓRIA BÍBLICA
 ALGUNS ENSINAMENTOS:
Gn 4,8: «Caim lançou-se sobre o
irmão e matou-o».
Gn 5,11: «Ao todo, a vida de Enós foi de
novecentos e cinco anos; depois morreu». Gen
5, 14: «Ao todo, a vida de Quenan foi de
novecentos e dez anos; depois, morreu». Gen
5, 31: «Ao todo, a vida de Lamec foi de
setecentos e setenta e sete anos; depois
morreu»…
Gn 6,5: «O Senhor reconheceu
 e alastrou-se…
 A idade dos patriarcas
começa a diminuir para
ilustrar que o mal avançava
no mundo…
 O dilúvio é o culminar da
maldade que transborda.
que a maldade dos homens era
grande na Terra».
Gn
11,7:
«Vamos pois
descer e confundir de tal
modo a linguagem deles que
não consigam compreenderse uns aos outros».
 As cidades são berços do
mal, a diversidade de
línguas é um mal, há
divisão, desentendimento…
PRÉ-HISTÓRIA BÍBLICA
 ALGUNS ENSINAMENTOS:
Gn
3,15:
«farei reinar a
inimizade entre ti e a mulher,
entre a tua descendência e a
dela.
Esta
esmagar-te-á
a
cabeça e tu tentarás mordê-la no
calcanhar».
Gn 9,9: «Vou estabelecer a
minha aliança convosco, com
a vossa descendência futura
e com os demais seres vivos
que vos rodeiam…»
 Apesar do homem ser
infiel,
Deus
nunca
abandonou o Homem e
promete-lhe
logo
a
Redenção:
o
Messias,
PROTO-EVANGELHO.
 Estabelece uma Aliança
cósmica, entre Ele e o
homem, com Noé e com a
sua descendência…
APESAR DE O HOMEM SER INFIEL
A DEUS, DE QUERER «SER COMO
DEUS», DEUS NUNCA ABANDONA
O HOMEM!
O TEMPO DA PROMESSA
1ª FASE: FASE DOS PASTORES,
PATRIARCAS OU NÓMADAS
(2000 a 1200 a.C.)
• LIVROS REFERENTES A ESSES ACONTECIMENTOS: GÉNESIS
12-50, além de outras passagens.
A ORIGEM DO POVO DE DEUS: ABRAÃO E OS PATRIARCAS
 ESTRUTURA da História dos PATRIARCAS («chefes de família
do Povo de Israel») (Gn 12-50). Trata da origem do Povo de Deus.
 A História do Povo
bíblico começa com
ABRAÃO (é somente
Ciclo de
Abraão (Gn
12- 25)
Ciclo de
Isaac (Gn
26-27)
Ciclo de
Jacob (Gn
28-36)
Ciclo de
José (Gn
37-50)
com Josué com o «Pacto
de Siquém» que o Povo de
Israel começa a existir
como tal).
 Com
ele
começa
a
História dos patriarcas
O TEMPO DA PROMESSA
Gn 11, 31: «Tera tomou seu
filho Abrão, seu neto Lot,
filho de Haran, e sua nora
Sarai, mulher de Abrão,
seu filho, e partiu com eles
de Ur, na Caldeia, e
dirigiram-se para a terra
de Canaã».
O «Crescente Fértil»
facilita as migrações…
2
…mais
tarde
vai ao
Egipto…
…e
instala-se
em
Haran.
Abraão
pertencia a um
clã de seminómadas.
A
sua expansão
pode
estar
relacionada
com
a
dos
Amoritas.
Por volta de 1850
a.C. (data
“aproximada”),
Abraão parte de
Ur dos caldeus
(na
Mesopotâmia)…
3
4
5
…e ao regressar
instala-se em
definitivo em
Hebron.
1
Em Haran ouve
o chamamento
do Senhor e
vai morar para
a «Terra
Prometida»,
para Siquém;
Gn 12,1: «O Senhor disse a Abrão:
deixa a tua terra, a tua família e a
casa de teu pai, e vai para a terra que
Eu te indicar».
Gn 12,4-6: «Abrão partiu,
como o
Senhor lhe dissera (…) quando saiu de
Haran, Abrão tinha setenta e cinco anos
(…) e partiram todos para a terra de
Canaã (…) até ao lugar de Siquém».
Gn 12,10: «Houve fome naquela terra. Como a
miséria era grande, Abrão desceu ao Egipto
para aí viver algum tempo».
Gn 13,18: «Abrão desmontou as suas
tendas e foi residir junto aos carvalhos
de Mambré, próximo de Hebron».
A Viagem de Abraão tem motivos
Económicos (melhores condições de vida) e
religiosos: Chamamento do Senhor. Abraão é
a princípio henoteísta, isto é, adorava um
deus principal, mas admitindo outros, mas
caminhava para o Monoteísmo…
O TEMPO DA PROMESSA
 Perante o afastamento do Homem, Deus propõe o
Seu Plano de Salvação:
 Deus escolhe homens para o Seu plano, chama
Abrão: «Deixa a tua terra, a tua família e a casa de
teu pai, e vai para a terra que Eu te indicar» (Gen
12, 1)
 Deus faz uma ALIANÇA com Abraão: Deus muda o nome a Abrão para
ABRAÃO («pai de muitas nações»), como sinal de uma nova missão. «Já
não te chamarás Abrão, mas sim Abraão, porque Eu farei de ti o pai de
inúmeros povos» (Gen 17, 5) «dar-te-ei, a ti e à tua descendência depois
de ti, o país em que resides…») (17, 8).
 Deus prova Abraão na sua fé e obediência: torna-se o PAI DOS
CRENTES. Dá-lhe um filho na velhice de sua esposa Sarai (mais tarde Sara),
Isaac, que mais tarde manda sacrificar! «Pega no teu filho, no teu único filho, a
quem amas, Isaac, e vai à região de Moriá, onde o oferecerás em holocausto, num
dos montes que Eu te indicar» (Gen 22, 1). Mas Deus trava Abraão no último
momento…
Alguns episódios do Ciclo de Abraão: Abraão e Lot, Abraão e Melquisedec, Agar e Ismael, Três
visitantes misteriosos, destruição de Sodoma e Gomorra…
O TEMPO DA PROMESSA
 Os outros patriarcas são: Isaac («o filho da promessa»), Jacob
que se torna Israel («Deus é forte», sendo o homem da astúcia) e
José é o homem honesto, íntegro, cheio de caridade e sábio….
Alguns episódios do Ciclo de Isaac: Casamento com Rebeca, o prato de lentilhas, Isaac
abençoa Jacob em detrimento de Esaú… É um ciclo relativamente curto, mas em que se renova
a promessa feita a a Abraão: Gen 26, 2-5.
Alguns episódios do Ciclo de Jacob: o sonho de Jacob, Lia e Raquel,
encontro com o irmão Esaú, a filha de Jacob, Dina, os doze filhos de
Jacob, Deus renova a Aliança com ele e muda-lhe o nome para ISRAE
(Gen 35,10)…
FILHOS DE JACOB (cf. Gn 35): Filhos de Lia: RÚBEN (o primogénito),
SIMEÃO, LEVI, JUDÁ, ISSACAR, ZABULÃO; Filhos de Raquel: JOSÉ e
BENJAMIM (o mais novo); Filhos de BILA, escrava de Raquel: DAN e
NEFTALI; Filhos de ZILPA, escrava de Lia: GAD e ASER. Estes darão
origem às 12 Tribos de Israel.
Alguns episódios do Ciclo de José: José vendido pelos irmãos, Judá e Tamar, José no Epipto,
seduzido pela esposa de Potifar, prisão de José e interpretação do sonho na prisão, do sonho
do faraó (das vacas gordas e magras), promoção de José, encontro com os irmãos, intervenção
de Judá em favor de Benjamim, partida para o Egipto, morte e sepultura de Jacob em Canaã…
O NASCIMENTO DE UM POVO
2ª FASE: FASE MOISAICA
(por volta de 1250 a.C.)
• LIVROS REFERENTES A ESSES ACONTECIMENTOS:
ÊXODO, LEVÍTICO, NÚMEROS E DEUTERONÓMIO,
além de outras passagens.
O ÊXODO: ACONTECIMENTO FUNDANTE DA
HISTÓRIA DE ISRAEL
 Os
descendentes de Jacob instalamse no Egipto durante 400 anos (Gn 15)
ou 430 (Ex 12) e a «Casa de Israel» vai
aumentando e progredindo; até que na
XIX Dinastia, Ramsés II escraviza os
israelitas. É aí que surge MOISÉS, que
em nome de Javé, conduz o Povo pelo
deserto até à Terra Santa.
O Êxodo
deu-se por
volta de 1250
a.C. Há dois
tipos de
êxodo: o
fuga e o
expulsão.
Além disso,
há vários
caminhos
propostos…
O NASCIMENTO DE UM POVO
 Êxodo significa «saída» (dos hebreus do Egipto).
 Género literário épico-religioso: factos verdadeiros,
mas narrados de forma grandiosa, e com finalidade
religiosa, isto é, para a salvação do Homem.
 O que interessa é que Israel descobriu posteriormente
neles a intervenção poderosa de Deus e o que retratam o
seu nascimento como povo.
 ESTRUTURA DO ÊXODO: 3 partes do livro:
 1ª A preparação e saída do Egipto (Ex 1,1-15,21). Integram-se a opressão dos
hebreus, a vocação de Moisés, as pragas, a celebração da Páscoa, a passagem
milagrosa do Mar vermelho, o cântico triunfal.
 2ª A marcha dos hebreus pelo deserto (Ex 15,22-18,27). Inserem-se uma
sequência de episódios maravilhosos, como o dom do maná e o milagre em que Deus faz
jorrar água de um rochedo.
 3ª O dom da Lei do Sinai (10,1-40,38). O Decálogo e o Livro da Aliança. Inserem-se
prescrições sobre a construção do santuário, o episódio do bezerro de ouro, etc.
O NASCIMENTO DE UM POVO
 Uma festa, a Páscoa (que significa «Passagem»)
comemora a Passagem do Senhor sobre o Egipto e a
libertação do Egipto e a sua «passagem» para Canaã.
 Dois acontecimentos essenciais:
 Deus revela o Seu nome a Moisés: o «Deus de Abraão»
será conhecido por «Javé», «EU SOU O QUE É», mais do
que um nome define uma presença.
 Deus estabelece uma Aliança com o Povo. Deus dá ao
Povo a Sua Lei.
Ex
3,
14: «EU
SOU
AQUELE
QUE
SOU».
Ex
19,
5-7:
«Doravante,
se
escutardes a Minha voz e se fordes
fiéis à Minha Aliança, sereis, entre
todos os povos, uma propriedade
Minha. Toda a terra Me pertence.
Mas vós sereis para Mim um reino de
sacerdotes e uma nação santa».
O NASCIMENTO DE UM POVO
O essencial da Lei ou
Código da Aliança são
os 10 Mandamentos.
Deus quis que, com
eles,
o
Homem
descubra o que há
mais de natural em
nós.
O NASCIMENTO DE UM POVO
 Conteúdo teológico-espiritual do Êxodo:
 Deus: é fiel, compadece-se dos sofrimentos do Homem, é libertador.
 Moisés: é o homem que assumiu perfeitamente a sua missão, que é salvar
o povo com a ajuda do Senhor, embora não parecesse o homem mais indicado
(não sabia falar, por exemplo).
 O povo: começa a história de Israel como povo; ao contrário de Moisés,
o povo é o eleito que não cumpre a sua missão, e se livra da aniquilação
graças à intercessão de Moisés;
 A Aliança: o culminar de uma marcha ao encontro do Senhor.
Alguns episódios do Êxodo: nascimento de Moisés, fuga de Moisés para
Madian, revelação do nome de Deus, regresso ao Egipto, na presença do
faraó com Aarão, as 10 pragas do Egipto, a Páscoa, os ázimos, saída do
Egipto, travessia do Mar, o maná e as codornizes, água da rocha, a
Aliança e os preceitos…
O NASCIMENTO DE UM POVO
Os restantes livros do Pentateuco são:
«Sede Santos
porque Eu sou
santo».
LEVÍTICO: leis litúrgicas ou de culto. Inclui o Código
Sacerdotal e o Código de Santidade. Inclui vários tipos de
sacrifícios: holocaustos, sacrifícios de comunhão, oferta
vegetal, sacrifício pelo pecado, de reparação da ofensa, pães
da oferenda, ofertas de incenso…
 Representa a resposta cultual (a possível naquele tempo)
do povo de Israel ao Deus da aliança.
 NÚMEROS: factos ocorridos no deserto e algumas
leis sem ordem.
 Abrange a caminhada pelo deserto, desde o Sinai até
às margens do Rio Jordão. Divide-se em três partes: no
deserto do Sinai (1,1-10,10), do Sinai a Moab (10,1121,35) e na região de Moab (22, 1-36,13).
 O deserto é o local de prova e intimidade com Deus;
o tema da bênção é frequente; o tema da Tenda, lugar
da Presença do Senhor que caminha no meio do Seu
povo.
Um episódio curioso
dos Números é Nm
22-24, em que o rei de
Moab chama Balaão
para
amaldiçoar
Israel…
O NASCIMENTO DE UM POVO
 DEUTERONÓMIO: leis morais e de justiça para o povo; é considerado
como o discurso de despedida de Moisés; divide-se em 5 grandes discursos:
dois de introdução (o primeiro é uma repetição da história de Israel desde a
partida do Horeb ou Sinai; aí se inclui o Shema, oração dos judeus Dt 6,4:
«Escuta Israel! Javé nosso Deus é o único Deus», bem como uma bela
profissão histórica, o credo histórico); o código de leis do Deuteronómio
(em duas partes) e por fim, conclusões, exortações e bênçãos.
 Conteúdo teológico e espiritual destes livros:
 Grandes temas: um Deus, um povo, uma terra, uma lei, um santuário.
 Deus: uno, santo, libertador, pai providente, chefe militar, Deus dos
deuses, Senhor dos senhores, valente, imparcial, justo e benévolo;
 Povo: que é santo e deve reconhecer a Deus como Senhor e amá-Lo;
 Terra: de Deus vêm todos os bens que Israel possui;
 Lei: ser fiel à Lei é ser fiel ao Senhor; do cumprimento das leis depende
a bênção desse povo; ser puro é ser são, bom, santo;
 Santuário: o centro do culto é o templo; pede-se a Israel que destrua os
locais de culto cananeus e se volte para Deus.
O NASCIMENTO DE UM POVO
3ª FASE: FASE DA CONQUISTA DA TERRA E FIXAÇÃO
EM CANAÃ (1200-1030 a.C.)
Se até aqui vimos o Pentateuco, vamos agora ver os LIVROS
HISTÓRICOS (apesar de o Pentateuco se poder englobar nos
históricos, como vimos). De facto, só se consegue fazer uma História
de Israel em sentido actual a partir da instalação do povo em Canaã.
• LIVROS REFERENTES A ESSES ACONTECIMENTOS:
JOSUÉ e JUÍZES.
JOSUÉ sucede a Moisés e introduz os hebreus na Palestina,
atravessando o Jordão. A Bíblia atribui-lhe a conquista da
«Terra Prometida», de um modo épico; mas a realidade mostra
que a conquista foi bastante mais difícil e demorada…
No Livro de JOSUÉ, os factos estão
engrandecidos, pois é uma epopeia
épica. Os hebreus entram na Terra
Prometida, como quem vai tomar
solenemente posse de uma herança
que lhe fora atribuída.
Por exemplo, quando
se conquistou Jericó
já era uma cidade
meia abandonada…
O NASCIMENTO DE UM POVO
 LIVRO DE JOSUÉ: dominado pela figura de Josué: colaborador de Moisés,
com fidelidade inquebrantável, guia do povo eleito. Lembra Jesus, entre outros
motivos pela coincidência do nome (Josué significa «Javé é auxílio»; Jesus é a
transcrição grega de je[ho]schua = «Javé é auxílio»).
 Conteúdo: Abrange o período da morte de Moisés à
de Josué. Livro de “batalhas e guerras”. 1. A
conquista da Terra de canaã (Jos 1,1-12,24); 2.
Distribuição da Terra Prometida pelas tribos (Jos
13,1-21,45); 3. Epílogo: descanso em Canaã e as
Assembleias de Siquém: renovação da Aliança (Jos
22-24).
Com o Pacto de Siquém
(Jos 24), as tribos (ou
clãs)
começam
a
identificar-se como um só
Povo.
 Ensinamentos. Realça a Aliança de Javé com o Seu povo eleito; as
vitórias militares são consequência do cumprimento da Aliança por parte dos
hebreus. Através de prodígios, dá provas da missão confiada a Josué, o mais
importante, é a passagem do Rio Jordão, similar ao Mar Vermelho.
O extermínio (herem) das povoações. Era uma prática habitual da época;
deve-se recordar o carácter progressivo da revelação; eram normas
transitórias; o definitivo está em Mt 5,44-45: «Amai os vossos inimigos…».
O NASCIMENTO DE UM POVO

Em momentos cruciais, Deus suscita, nas várias tribos, homens
carismáticos, libertadores, com a missão de serem juízes em querelas,
que preparam a guerra: os JUIZES. Dividem-se em maiores (Otoniel,
Eúde, Débora e Barac, Gedeão, Jefté e Sansão) e menores (todos os
outros).
 O LIVRO DOS JUÍZES (após a morte de Josué) mostra-nos uma
entrada bastante mais dispersa das tribos de Canaã do que o Livro de
Josué e dominando muito mais lentamente o conjunto do território e
descreve-nos a insegurança dessas tribos. As tribos actuam ainda com
bastante autonomia.
 Conteúdo: 1. prólogo (Jz 1,1-3,6): fixação na terra prometida; últimas
batalhas; 2. primeiros juizes (Jz 3,7-3,30); 3. Débora (Jz 4,1-5,32): mulher
juiz; 4. Gedeão (Jz 6-9); 5. Jefté (Jz 10,6-12,15): voto de Jefté; 6. Sansão
(Jz 12-16); 7. levita bem tratado (Jz 17-18); 8. levita maltratado (Jz 19-21).
«Guerra civil» contra a tribo de Benjamim e extermínio da tribo (Jz 20, 48);
arrependimento e restabelecimento da tribo com os poucos sobreviventes.
O esquema narrativo é sempre o mesmo, ciclicamente: a) o povo é infiel a Deus; b)
Deus retira-lhe a protecção e entrega-o aos inimigos; c) já oprimido, Israel toma
consciência do pecado e pede perdão; d) Deus responde enviando um juiz e
libertando o povo do seu opressor.
O NASCIMENTO DE UM POVO
Geograficamente, as tribos
dividiram-se em três grupos:
- Meridional (Judá, Simeão e
metade da tribo de Dan e
Rúben);
- Central («o grupo de Josué»,
formado pelas tribos de
Benjamim, Efraim, Manassés,
Gad);
Setentrional
(Isaacar,
Zabulão, Asser, Neftali e
metade da de Dan).
Provavelmente,
os
vários
grupos
não
ingressaram
todos ao mesmo tempo na
Terra Prometida.
Mas afinal como era essa terra
onde «mana o leite e o mel?»
A TERRA PROMETIDA
 NOMES DA TERRA PROMETIDA: Na Bíblia: «Terra Santa» (Zac 2, 12; Act 7,
33); «Terra de Canaã» (Gn 12, 5; 13, 12; Act 13, 19); «Terra Prometida»; «Terra dos
Hebreus» (Gn 40, 15); «Terra de Judá» (sul de Israel actual, referente à tribo de Judá. Rt
1, 7); «Terra de Israel» (Ez 11, 16-20; Mt 2, 20-21); etc. b) Outros: «Kinahhi», «Khuru»,
«Amurru», «Harus», «Retenu», «Palassthu» (Filisteia, de que deriva «Palestina», que
não é um nome bíblico, mas dado por escritores gregos e latinos).
MONTES DO LÍBANO E
ANTILÍBANO
MEDITERRÂNEO
(GRANDE MAR)
ISRAEL SITUA-SE NO
«CRESCENTE FÉRTIL»,
como vimos.
«Desde
Dan a
Berseba»
(Jz 20, 1).
DESERTO
SÍRIO
LIMITE COM O DESERTO
DO SINAI
LIMITES GEOGRÁFICOS
+/- 80km
Lago
Hule
Vale
do
Hule
M.
Carmelo
528m
M. Tabor
588m
▲
Monte Hermón
Mar da BASAN
Galileia
Rio Jarmuc
Mar da Galileia
do
Jordão
Montes
de Efraim
Montes
de Judá
Deserto de Judá
Deserto do
Negueb
TRANSJORDÂNIA
CISJORDÂNIA
Vale
GALAAD
Rio Jaboc
Rio
Jordão
Rio Jordão
AMON
Mar MOAB
Morto
A
R
A
B
Á
Mar Morto
EDOM
A TERRA
PROMETIDA
ZONAS GEOGRÁFICAS:

TRANSJORDÂNIA:
montanhas desertas, pouco elevadas,
com
temperaturas
extremas.
5
territórios independentes.
 CISJORDÂNIA

Montanhas
da
Cisjordânia: é a parte onde se
desenrolam
os
principais
acontecimentos bíblicos.
 A zona costeira:
zona de
planície interrompida pelo Monte
Carmelo.
 O VALE DO JORDÃO:
divide a Transjordânia da Cisjordânia; o
Rio Jordão nasce no Monte Hermon
com 2224 m de altitude, e desagua no
Mar Morto a 392m abaixo do nível do
mar,
mais
baixo
do
globo,
concentração de sal,
O NASCIMENTO DE UM POVO
• HISTÓRIA LITERÁRIA: No séc. XI a.C. em que
ponto nos encontramos? Até agora não temos
nenhum
livro.
Transmitem-se
oralmente
narrativas sobre os Patriarcas e sobre o Êxodo
bem como histórias sobre os Juízes e poemas
como o «Cântico de Débora», composto por
volta de 1025 (Jz 5). Moisés forneceu algumas
leis, e mandamentos, mesmo por escrito (Ex
20). Dos primeiros tempos da instalação em
Canaã data a redacção do «código da Aliança»
(Ex 2, 22-23.33), que supõe um povo já
instalado na terra e uma civilização agrícola.
A MONARQUIA
4ª FASE: FASE DA MONARQUIA
(1030-587 a.C.)
LIVROS REFERENTES A ESSES ACONTECIMENTOS: SAMUEL, REIS, CRÓNICAS,
AMÓS, OSEIAS, ISAÍAS, alguns SALMOS, SOFONIAS, JEREMIAS, NAUM,
HABABUC, etc.
Surge a necessidade de as tribos de se unirem e terem um rei à sua frente que as
oriente, face às fortes investidas dos povos vizinhos.
SAÚL
(10331012 a.C.)
1º rei, ungido por
Samuel (este um
pouco
contrariado);
conquistou
territórios
aos
filisteus; cresce a
inimizade
entre
ele e David e com
o povo.
DAVID
(1012-972
a.C)
No seu reinado o
território alcança
a
extensão
máxima; elimina
os filisteus, torna
Jerusalém
capital do Reino,
transporta a Arca
da Aliança para
Jerusalém, etc.
REINO UNIDO DE ISRAEL
1 SAMUEL: conta a história de
Samuel, último juiz e de Saul,
primeiro rei.
2 SAMUEL: conta a história do
reinado de David
Conhecido pela sua
sabedoria, filho de
David
e
Betsabé,
esposa
de
Urias.
Organiza
SALOMÃO administrativamente o
(972-933 Reino, constrói um
Templo, contudo a sua
a.C)
vida pessoal deteriorase
com
inúmeras
mulheres estrangeiras
e com o aumento dos
impostos ao povo.
1 REIS: a história de Salomão
está aqui.
A MONARQUIA
Após a morte de Salomão (933a.C), sucede o filho Roboão, que não foi sensível aos
apelos do povo para descer os impostos, a revolta estala e o Reino divide-se em dois:
 O Reino do Norte (ou Israel), com capital na Samaria, cujos reis não descendem de
David e que se deixa arrastar pela idolatria;
 O Reino do Sul (ou Judá), com capital em Jerusalém, cujos reis descendem de David,
seus reinados são mais estáveis; destaca-se a REFORMA RELIGIOSA DE JOSIAS
(622a.C.), destrói todos os lugares de culto, concentra o culto em Jerusalém.
FIM DO REINO DO NORTE
FIM DO REINO DO SUL
Cai sob o poder da Babilónia
Cai sob o poder dos Assírios (722 a.C.) (587 a.C.); o Templo é destruído.
REINO DIVIDIDO
I e II REIS: abarcam, além do Reinado de Salomão,
até à queda de Judá.
A MONARQUIA
 ESCOLA DEUTERONOMISTA: Os livros de Josué, dos Juízes, de
Samuel (1 e 2) e dos Reis (1 e 2) formam um conjunto literário cujo
conteúdo é essencialmente histórico. Descrevem a história de Israel
desde a conquista de Canaã até à ao Exílio da Babilónia. Dependem
todos da mesma síntese historiográfica, do tempo de Josias
(622a.C.), assemelham-se ao Deuteronómio: obra «deuteronomista».
 Os livros de Samuel e dos Reis contam a história da realeza
israelita: preparação, instauração, decadência, pontos altos com David
e Salomão.
 Alguns ensinamentos:
 Da descendência de David nascerá o Messias. A eleição de Deus é gratuita,
mas os homens podem arruiná-la pela sua conduta (como Saúl); Deus governa
os povos e dirige-os para o seu fim, o seu destino está nas mãos de Deus.
 Os profetas advertem o povo nos momentos cruciais; os reis ímpios são
aqueles que cultivam a idolatria, os bons são as que seguem Javé. A queda de
Israel foi explicada pelos profetas pela idolatria…
O PROFETISMO
Um parêntesis, antes de passarmos ao Exílio, uma palavra sobre o profetismo.
 O «profeta» é aquele que «fala no lugar de Deus», que anuncia e denuncia.
 Características dos profetas bíblicos. A sua vocação é um “mandato” recebido por
Deus para benefício do povo; o seu monoteísmo; uma grande solicitude com o
homem, que faz deles, mediadores entre Deus e o homem, a ponto de assumirem o
pecado do seu povo e participarem do seu castigo; apelo constante à fidelidade à
Aliança com Deus; forte sentido de justiça social.
 Classificação dos profetas:
1. Quanto aos escritos: escritores / não-escritores, se deixaram ou não algum escrito
os escritores são 16, que correspondem aos 18 livros proféticos; não-escritores
temos, por exemplo, Natan, Elias e Eliseu.
2. Quanto à época em que profetizaram: período antigo (sécx. XI a IX a.C. – Samuel,
Aquias, Semeia, Natan, Canani, Elias, Eliseu e Miqueias bem Imla); profetismo
clássico (sécs. VIII a VI a.C.), divide-se em: pré-exílicos (Amós, Oseias, Primeiro
Isaías, Miqueias, Jeremias, Naum, Sofonias);´do exílio (Ezequiel, Deutero-Isaías);
pós-exílicos (Ageu, Zacarias, Trito-Isaías, Abdias, Malaquias, Jonas, Joel). A partir
daqui a importância do profeta esfuma-se, devido ao sistema do judaísmo: Tora,
escribas e sacerdotes. Tanto Isaías, como Zacarias, há três fases de redacção.
3. Quanto ao tamanho dos escritos: maiores (4: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel)
e os menores (12: os restantes), etc.
O PROFETISMO
ISAÍAS: «Brotará um rebento do tronco de Jessé, e um
renovo brotará das suas raízes. Sobre ele repousará o
espírito do Senhor». (Is 11, 1-2).
JEREMIAS: «Dias virão em que firmarei uma nova aliança com a casa de
Israel e a casa de Judá – oráculo do Senhor. Não será como a Aliança que
estabeleci com sues pais (…) imprimirei a minha lei no seu íntimo e gravá-laei no seu coração. Serei o seu Deus e eles serão o meu povo». (Jr 31, 31-33).
«Seduziste-me, Senhor, e eu me deixei seduzir» (Jer 19, 7)
EZEQUIEL: «A minha morada será no meio deles. Serei o seu Deus e eles
serão o meu povo. Então, reconhecerão as nações que Eu sou o Senhor que
santifica Israel, quando tiver colocado o meu santuário no meio deles para
sempre». (Ez 37, 27-28).
MIQUEIAS: «Mas tu, Belém-Efrata, tão pequena entre as famílias
de Judá, é de ti que me há-de sair aquele que governará Israel. As
suas origens remontam aos tempos antigos, aos dias de um passado
longínquo». (Mq 5, 1).
O EXÍLIO DE BABILÓNIA
5ª FASE: FASE DO EXÍLIO
(587-538 a.C.)
• LIVROS REFERENTES A ESSES ACONTECIMENTOS: LAMENTAÇÕES,
DEUTERO-ISAÍAS, ABDIAS, alguns SALMOS, etc.
CATIVEIRO (OU EXÍLIO) DA BABILÓNIA (587 A.C. a 538 A.C.):
•Deportação para a Babilónia dos principais responsáveis de
Judá;
•Lá conservam a cultura e crença nacionais, mas sem o Templo,
começam a reunir-se aos Sábados, início das Sinagogas;
•Surge a preocupação de conservar tudo o que se refere à Lei de
Moisés e também captam-se elementos antigos das culturas
vizinhas; destacam os profetas Ezequiel, Deutero-Isaías e Abdias;
•Em 538 A.C., Ciro, rei da Pérsia, conquista a Babilónia e dá
liberdade aos judeus de voltarem a Judá (pelo Édito de Ciro).
O PERÍODO PERSA
6ª FASE: FASE DO PÓS-EXÍLIO
(538-333 a.C.)
LIVROS REFERENTES A ESSES ACONTECIMENTOS:
NEEMIAS, AGEU, ZACARIAS, TRITO-ISAÍAS, JOEL…
ESDRAS,
ÉPOCA DO IMPÉRIO PERSA:
 Regresso de exilados da Babilónia;
 É reconstruído o Templo (520-515 a.C.) sob comando
de Zorobabel; as muralhas de Jerusalém (Neemias);
Esdras redige as Leis de Moisés: a Tora (cerca 398 a.C.).
 As bases do judaísmo estão lançadas: não há rei, as
bases são o Templo e a Lei.
 Por
volta do séc. IV a.C., depois do Exílio, vem a lume, uma síntese de perspectiva
histórica : a colecção bíblica chamada do Cronista (Crónicas – mais tarde 2 livros;
Esdras- mais tarde, 2 livros, Esdras e Neemias).
 Livros das Crónicas: 1 e 2: História da salvação desde Adão até ao Decreto de
Ciro; protagonistas: israelitas (destaque para as genealogias), David é o rei ideal
(sem os defeitos mostrados em Samuel) e o Templo e sua organização.
O PERÍODO HELENÍSTICO
OU GREGO
6ª FASE: FASE DO PÓS-EXÍLIO
(538-333 a.C.)
LIVROS ESCRITOS NESTA ÉPOCA: DANIEL, MACABEUS, CRÓNICAS,
COHELET, ESTER, TOBIAS, SIRÁCIDA, BARUC, JUDITE E SABDORIA.
 333 a.C., a Palestina é conquistada por Alexandre Magno.
 300 a.C. funda-se colónia judaica de Alexandria: versão dos LXX;
 Após a sua morte, o reino é dividido entre os Lágidas do Egipto, a sul e
os Selêucidas na Síria, a norte.
 A Palestina fica a princípio sob o dmínio dos Lágidas. Mais tarde, os
selêucidas governam a Palestina e impõem a helenização forçada:
proibido as práticas judaicas. Auge em 168a.C, com Antíoco Epifânio IV.
Uma família de sacerdotes, os Asmonianos
(Macabeus) começa uma revolta de luta armada, com
Matatias e a sucessão de seus filhos, especialmente
JUDAS MACABEU, que purifica o Templo em 164 a.C.
(de que deriva o Hanoukah, festa judaica) e torna
Israel independente. Israel é agora tão grande como
no tempo de David… Disto falam-nos o I e II
Macabeus, sendo que o II repete a história do I, mas de
uma forma mais religiosa. Crença na ressurreição dos
mortos e na oração pelos mortos.
O PERÍODO ROMANO E DISPERSÃO
6ª FASE: FASE DO PÓS-EXÍLIO
Em 63 a.C., a Palestina é incorporada à
Província Romana da Síria, por POMPEU.
No ano 70, em consequência de uma
revolta judaica, Jerusalém é tomada por
Tito, filho de Vespasiano e o Templo
destruído. Em 135, Jerusalém é destruída
de novo e o povo judeu nunca mais ergueu
a cabeça: os judeus são dispersos.
(538-333 a.C.)
 Herodes (o grande), é
nomeado rei dos Judeus
pelo senado romano em 40
a.C., mas na dependência
dos romanos. Começa o
“século
de
Herodes”:
reconstrói
o
Templo,
constrói Cesareia marítima,
continua a helenização do
país, sempre tendo em vista
o interesse dos romanos…
Morre em 4 a.C.. À sua
morte, o reino foi dividido
pelos seus três filhos:
Arquelau, Herodes Antipas
(o tal, de João Baptista…) e
Filipe.
A LITERATURA SAPIENCIAL
 Uma palavra ainda para a literatura sapiencial.
São transmissores de sabedoria; por tal deve
entender-se uma transmissão de conhecimentos
adquiridos por experiência. Os temas principais são: o
próprio homem, sua natureza, virtudes e defeitos.

 OS SETE LIVROS DA SABEDORIA.
JOB: tema do
sofrimento
entendido como
provação
do
homem. Recusa
do conceito de
retribuição
divina.
SALMOS: É a grande jóia literária da
Bíblia, o coração da Bíblia. Colecção
de 150 salmos (saltério), de carácter
heterogéneo, nos quais ressoam quase
todas as tradições que encontramos
dispersas pelos outros livros da
Bíblia. A sua elaboração estende-se
por longos séculos.
A LITERATURA SAPIENCIAL
 PROVÉRBIOS: antologia, composto em parte, devido à
retomada de diversos séculos de reflexão sapiencial; e
em parte, devido ao trabalho de recolha feita em épocas
diferentes.
 ECLESIASTES (CÓELET): pessimista, interpreta as
coisas de modo negativo; um discípulo, talvez pouco à
vontade com as posições do mestre, terá tentado mitigar
o tom da obra com um «final feliz» em Ecl 12, 9-14.
 CÂNTICO DOS CÂNTICOS: poema de amor, os
protagonistas são dois namorados que tecem um diálogo
que, curiosamente é liderado pela mulher («ele» e «ela»
sem nomes concretos). Através de símbolos, atinge-se a
alma e roça-se o corpo ao de leve. Simboliza o amor entre
Deus e Israel, entre Cristo e a Igreja, entre Deus e a alma.
A LITERATURA SAPIENCIAL
 SABEDORIA: último livro do AT, na ordem histórica,
reflecte o pensamento helenístico. O autor, preocupado
com as questões que atormentam a alma, apresenta a
sabedoria como âncora de salvação para o homem.
 ECLESIÁSTICO (BÉN SIRÁ ou SIRACIDA): é de
estilo diferente do Eclesiastes. É uma receita em tom
sereno, para uma vida optimista. Raciocina em torno da
questão da natureza do homem e seu destino.
«Ilusão das ilusões – disse
Qohélet – ilusão das ilusões:
tudo é ilusão. Que proveito
pode tirar o homem de todo
o esforço que faz debaixo
do Sol?» (Ecl 1, 2-3).
«E agora, bendizei ao
Deus do universo, que
fez grandes coisas em
toda a terra, que nos
exaltou desde o ventre
materno …» (Sir 50, 22).
OUTROS LIVROS HISTÓRICOS
Rute
Tobias
Compaixão de uma nora (Rute) pela
sogra (Noemi) Rute enviúva e regressa
à terra natal de Noemi: Belém; aí casase com Booz, parente de Noemi e
incorpora-se ao povo de Deus; dela
nascerá Obed, pai de Jessé e avô de
David.
Deus protege os justos;
fica clara a doutrina
cristã e judaica sobre os
anjos; importância para a
santidade no matrimónio;
ensina a oração, esmola e
confiança em Deus.
Judite
Ester
Convida os judeus, povo
débil e pouco numeroso
a
não
desanimarem
perante os poderosos.
Judite (povo de Deus)
assassina Holofernes (o
mal).
Situa-se no império persa. O
primeiro ministro quer acabar
com os judeus; o rei dá o seu
aval; Ester intercede e tudo
acaba em bem (daí celebra-se
a festa do Purim). Chamada de
atenção eficácia da oração.
A LEI: CORAÇÃO DA ANTIGA ALIANÇA
Os dez mandamentos (Ex 20,1-21; Dt 5,1-22)
formam a “carta constitucioonal” com que Deus elege
Israel de entre as nações da terra. Depositados e
guardados na Arca da Aliança, eles tornam-se sinal
da presença de Deus e da Sua Palavra.
1º degrau da Aliança: a criação (Gn 1-2), que uniu a
totalidade do universo ao seu criador;
2º degrau da Aliança: renovada a aliança com Noé
(Gn 9, 1-7), com o sinal do arco-íris;
3º degrau da Aliança: em Abraão sob o signo da
circuncisão e da tríplice promessa: terra,
descendência e bênção (Gn 12,1-17; 15,1-19; 17,127;21,1-18);
4º degrau da Aliança: o Sinai; Moisés e Israel
tornam-se os “eleitos” da revelação da vontade divina
sobre a terra (Ex 19-24;Dt 5-7);
5º degrau da Aliança: consagração da Tribo de Levi
ao serviço de Deus presente no Seu santuário (Ex
32,25-29; Dt 10,1-9);
6º degrau da Aliança: a monarquia do rei David,
unida ao sumo sacerdócio, representa mais um passo;
7º degrau da Aliança: ainda falta este degrau; é o
sinal que aponta o olhar para o futuro, indicando o
Messias, rei e sacerdote, por meio dos profetas.
3. – O Novo Testamento
O NOVO TESTAMENTO
 O adjectivo «novo», não pretende evocar
uma fractura com o «antigo», mas exprimir a
novidade de JESUS CRISTO, o poder vivo do
Seu ministério de paixão, morte e ressurreição,
que preenche e cumpre o que a precede.
 Divide-se em 3 tipos de livros):
1ª HISTÓRICOS (5 livros: Evangelhos e
Actos dos Apóstolos).
2ª DIDÁCTICOS (=SAPIENCIAIS) (21
livros  3 secções: 13 de S. Paulo – Epistolário
paulino; Carta aos hebreus; 7 cartas católicas).
3ª PROFÉTICOS (1 livro): Apocalipse.
 ORDEM DO LIVROS: é temática e de género literário e não histórica.
O NOVO TESTAMENTO
 FORMAÇÃO DO NOVO TESTAMENTO
 Com a morte das testemunhas do Senhor Ressuscitado, impõe-se a
necessidade de escrever; não o fizeram logo, pois pensavam que a
Última Vinda de Jesus estava iminente.
As fases de formação do NT podem ver-se no prólogo
de Lucas (Lc 1,1-4): TRADIÇÃO ORAL: a) Fase da história
(6a.C.-30) - «narração dos factos que entre nós se
consumaram» - corresponde à Vida de Jesus. b) Fase da
Transmissão (30-70) - «como no-lo transmitiram» - na
pregação (kerigma), catequese e culto, os discípulos
relembram o que Jesus fez e disse, à luz da Páscoa.
TRADIÇÃO ESCRITA – Fase da redacção ou da escrita
(70-100): «resolvi eu também… expô-los a ti por escrito».
Primeiro, colectâneas de ditos do Senhor, milagres, da
paixão, que se juntam em livros.
O NOVO TESTAMENTO
 DATAS APROXIMADAS DOS ESCRITOS DO NT:
51-64: Escritos
Paulinos:
51- 1 e (?) 2 aos
Tessalonicenses;
55 – 1 Coríntios
56-57 – Filipenses,
2 Coríntios
57 – Gálatas
58 – Romanos
60 (?) – Efésios
61-63 – Filémon,
Colossenses
63-64 – 1 e 2
Timóteo e Tito
64 (?)-: 1ª
Carta de
Pedro
65-85:
Evangelhos
Sinópticos e
Actos dos
Apóstolos:
65-70 – S.
Marcos
75-80- S.
Mateus, S.
Lucas e Actos
dos Apóstolos
66 (ou
67) –
Carta de
São
Judas
80 –
Carta aos
hebreus
85-100:
Escritos
Joaninos
(Evangelho,
Cartas e
Apocalipse):
-80-90 –
Evangelho
segundo S. João e
Cartas de S. João
(I, II e III)
-95-100 –
Apocalipse
100-125 – 2
Pedro
O TEMPO DE JESUS CRISTO
I- POLITICAMENTE
 TERRA COBIÇADA (por muitos
Impérios), DOMINADA na época do
NT pelos romanos. Este facto era
fonte de tumultos e perseguições:
TERRA CONTURBADA…
 63 a.C: Pompeu invade a
Judeia…
1ª revolta judaica (66-70): Tito
destrói o Templo, em 70.
 …e reinam «reis-fantoches»:
Herodes, o grande (37-4a.C.)
(político
sagaz,
grande
construtor, mas cruel…), depois
os filhos (Arquelau, Herodes
Antipas e Herodes Filipos) e o
neto Herodes Agripa.
2ª revolta judaica (132-135): em
135, proíbem os judeus de
entrarem em Jerusalém e a cidade
foi dedicada a Júpiter com o nome
de Aelia Capitolina. É província
romana até 637, ano em que os
árabes tomam a a cidade. Em 1948,
nasce o Estado de Israel e muitos
judeus voltam lá.
O TEMPO DE JESUS CRISTO
II- ECONOMICAMENTE
 TERRA QUE PAGAVA PESADOS IMPOSTOS: Roma
deixava certa autonomia aos dominados, mas exigia pesados
impostos; a situação económica do país e das pessoas agravava-se;
 TERRA QUE VIVIA DA «TERRA»: predominava a
agricultura, a pesca, os pequenos artesãos…
III- SOCIALMENTE
 TERRA COM DESIGUALDADES CRESCENTES: o fosso
entre ricos e pobres aumentava;
 TERRA FRACCIONADA: os grupos sociais e religiosos eram
inúmeros, os fariseus, saduceus, escribas, publicanos, sumosacerdote, levitas, zelotes, sicários, o povo da terra, os baptistas,
os herodianos, etc.
 TERRA QUE MARGINALIZA: os pobres, estrangeiros, as
crianças, as mulheres…
O TEMPO DE JESUS CRISTO
IV- RELIGIOSAMENTE
-TERRA «RELIGIOSA»: a religião era fundamental na
sociedade e o cumprimento dos inúmeros ritos também; o
Sábado, a Lei, o Templo, a Sinagoga, o Sinédrio eram
instituições importantes; a Páscoa, o Pentecostes (festa do dom
da Lei do Sinai), os Tabernáculos, o Yon Kipur (dia do perdão), o
Hannoukah (dia da purificação), sortes, etc., eram festas
religiosas importantes;
-TERRA QUE ESCRAVIZA: as inúmeras leis e prescrições
levavam a que não fossem cumpridas por todos, especialmente
pelo povo da terra, que se sentia marginalizado; os leprosos, os
pecadores públicos, as mulheres com menstruação, os
guardadores de porcos, etc., eram os impuros; tocar nalgum
deles era ficar impuro; havia uma série de ritos de purificação,
que implicava também, muitas vezes, o pagamento de dinheiro,
que alguns não possuíam…
-TERRA QUE ESPERA: devido à pressão dos invasores, à
exploração económica, à pressão religiosa, havia um sentimento
de espera do Messias: o Messianismo; seria aquele que os
libertaria dos romanos e tornaria Israel livre; o tipo de Messias
era diverso: uns esperavam um rei, outros um sacerdote, outros
um profeta...: ninguém esperava um Messias como Jesus!
É neste ambiente que nasce JESUS CRISTO...
JESUS CRISTO
«Tendo Jesus nascido em
Belém da Judeia, no tempo do
rei Herodes…» (Mt 2, 1)
A Palestina no tempo
do nascimento de
Jesus Cristo
Herodes
37 a.C. – 4a.C.
«Por aqueles dias, saiu um édito
da parte de César Augusto para
ser recenseada toda a terra» (Lc 2,
1-7)
«No décimo quinto ano do reinado do
imperador Tibério, quando Pôncio
Pilatos era governador da Judeia,
Herodes, tetrarca da Galileia, seu irmão
Filipe, tetrarca da Itureia e da
Traconítide, e Lisânias, tetrarca de
Abilena, sob o pontificado de Anás e
Caifás, a palavra de Deus foi dirigida a
João, filho de Zacarias, no deserto». (Lc
3, 1-2)
A Palestina no tempo
do ministério e morte
de Jesus Cristo
Augusto
27 a.C. - 14
Tibério
14 - 37
JESUS CRISTO
Mar da Galileia
Nazaré
NASCIMENTO: Belém, por volta de 6
a.C. «Ao chegar a plenitude dos
tempos, Deus enviou o Seu Filho,
nascido de mulher, nascido sujeito à
Lei,
para
resgatar
os
que
se
encontravam sob o jugo da Lei e para
que recebêssemos a adopção de filhos»
(Gal 4, 4-5).
Rio Jordão
INFÂNCIA/ADOLESCÊNCIA
VIDA
OCULTA: Nazaré, também no Egipto.
Jerusalém
Belém
Mar Morto
Egipto
CRUCIFICAÇÃO,
por volta de
7/04/30.
BAPTISMO DE JESUS – início da VIDA
PÚBLICA, ano 27/28, por João Baptista.
ESCOLHA DOS 12 APÓSTOLOS- os
«enviados»: Pedro, Tiago, o Maior, João,
Filipe, Mateus ou Levi, Tiago, o Menor,
Bartolomeu ou Natanael, Simão, Tomé, Judas
Tadeu, André e Judas Iscariotes.
A VIDA PÚBLICA - marcada pela pregação,
apoiada na Sua palavra com autoridade e
nos milagres. A Sua missão é anunciar a
«Boa nova», prega as Bem-aventuranças e
ao amor ao próximo: «Amai-vos uns aos
outros como Eu vos amei» (Jo 15, 12). Toma
especial
atenção
aos
excluídos
da
sociedade.
JESUS ESTÁ VIVO!
 A morte de Jesus de Nazaré
não
assinala
o
fim
do
movimento a que deu origem…
No terceiro dia após a Sua
morte, o mestre é reencontrado
“vivo” pelos Seus antigos
discípulos!
RESSUSCITOU!
Ele está vivo!
KERIGMA
 À luz do acontecimento Pascal, avivam as
lembranças de Jesus, pregam, celebram e ensinam.
«Ah, afinal era isto que Ele queria dizer!»
 Convocados em «igreja», os discípulos eram
assíduos à oração, ao ensino dos Apóstolos, à partilha
e comunhão de bens e à fracção do pão.
EVANGELHO E EVANGELHOS
 LUGAR CENTRAL DOS EVANGELHOS. Nos escritos do
NT, os Evangelhos ocupam lugar central, pois falam-nos da
Pessoa de Jesus Cristo, da Sua vida e pregação…
 O QUE É O EVANGELHO? «boa-nova», «boa notícia»,
«notícia que traz felicidade», etc. Cristo é o sujeito, por
um lado, que proclama a «boa nova»; por outro lado, Ele é o
conteúdo: Ele é a Boa notícia, a Sua morte e ressurreição!
É O PRÓPRIO CRISTO!
 EVANGELHOS. Mais tarde, coloca-se por escrito estes
factos. Assim, há um só Evangelho, Jesus Cristo, mas
quatro «Evangelhos», isto é, quatro aspectos de um mesmo
anúncio («Evangelho segundo…»), escritos por diferentes
autores, em contextos diferentes e com finalidades
determinadas…
OS EVANGELHOS
 DIVERSIDADE RICA: as tentativas de união dos 4
evangelhos (como o Diatésseron, em 160) colocam em risco
a riqueza da mensagem em encontro ao homem concreto.
 GÉNERO «EVANGELHO»: inaugurado por Marcos. Não é
biografia, são textos teológicos e confessionais, porque um
teólogo (crente) fala de Jesus, segundo um plano pessoal.
 A QUESTÃO SINÓPTICA. Marcos, Mateus e Lucas têm traços e
estrutura comum (sinópticos, de «sinopse»  «visão de conjunto», podem
ser dispostos em colunas paralelas, vendo-se as diferenças). Daí o
problema sinóptico: que fontes dispunham os evangelistas ao escrever?
A princípio pensava-se que Mateus seria o mais antigo e Marcos seria
uma síntese dele. Hoje fala-se em «hipótese das quatro fontes»: quando
Mateus e Lucas começaram a redigir os seus evangelhos, teriam à
disposição a primeira redacção do evangelho de Marcos e a fonte «Q» (do
alemão Quelle, «fonte») que continha os «ditos de Jesus». Mateus e
Lucas foram lá buscar material, juntando-lhe material seu.
EVANGELHO
SINÓ
PTI
CO
S
MATEUS
MARCOS
LUCAS
JOÃO
Símbolo
Homem
(ou
Anjo)
Leão
Touro
(ou boi)
Águia
OS EVANGELHOS
Autor
Mateu
s
João
Marco
s
Lucas
João
Onde, quando e
para quem?
Características
-Antioquia da Síria
-Entre 80-90
-Para cristãos
provenientes do
judaísmo
 O mais «judaico» dos evangelhos (Reino dos céus e não de Deus,
expressões semitas, conhece bem os ritos judaicos…);
 O mais longo, mais famoso e mais comentado;
 Jesus é o novo Moisés, que veio para cumprir as Escrituras;
-Único onde aparece a palavra «Igreja»;
 «Evangelho eclesial»: desenrola-se num ambiente litúrgico.
-Em Roma;
-Entre 64 e 70;
-Para não-judeus de
Roma.
 O mais breve dos evangelhos;
 Estilo popular, linguagem pobre, poucos discursos, mas é um
contador maravilhoso que suscita a emoção;
 Preocupação: «Quem é Jesus?»: revelação progressiva: segredo
messiânico, Jesus proíbe de dizer quem é; no final o centurião diz
que é o Filho de Deus;
 Retrata um Jesus muito humano (dorme, irrita-se, tem medo…),
que é incompreendido e está muitas vezes só;
 Jesus é o Filho do Homem e o Filho de Deus.
-Local incerto;
-Por volta de 80;
-Para cristãos
provenientes do
helenismo.
 Maneja com elegância o grego;
É o evangelho da misericórdia e do perdão; Evangelho dos pobres,
marginalizados, doentes… evangelho da alegria;
 Universalidade da salvação; a salvação acontece agora «hoje»;
 O Espírito Santo é protagonista;
 Evangelho da oração;
 Evangelho de Nossa Senhora;
-Em Éfeso?;
-Por volta de 100;
-Comunidade com
influências diversas
 É o mais elaborado teologicamente, não é sinóptico;
 O objectivo é levar a reconhecer que Jesus é o Filho de Deus;
 Vocabulário pobre, mas com significado especial (luz, vida, amor,
pão…), simbolismo que leva para realidades mais elevadas; o
pensamento é muito elaborado;
Os fariseus são mal retratados em virtude das condicionantes
históricas (exemplo: a expulsão dos cristãos das sinagogas).
OS ACTOS DOS APÓSTOLOS
 São um todo com o Evangelho de Lucas, não
pretendem ser a história da Igreja primitiva, mas a
narração da origem e difusão vitoriosa do cristianismo
a nível universal, sob a acção do Espírito Santo.
 3 partes: 1ª A espera: Act 1, 12-26. 2ª O dom do
Espírito Santo: Act 2, 1-47. 3ª O testemunho: Act 3-28).
 Protagonistas: o Espírito Santo («o Evangelho do
Espírito», Pedro (Act 1-12), Paulo (Act 13, 28). Só uma
vez se encontram os dois no Concílio de Jerusalém
(Act 15).
«Entretanto, a Igreja gozava de paz por toda a Judeia,
Galileia e Samaria, crescia como um edifício e
caminhava no temor do Senhor e, com a assistência
do Espírito Santo, ia aumentando». Act 9, 31
PAULO DE TARSO: «O APÓSTOLO»
 Saulo de Tarso (mais tarde «Paulo»«pequeno»),
zeloso cumpridor da lei, fariseu, estudou na Escola de
Gamaliel, cidadão romano, filho de tecelão (condição
económica desafogada), estudou as ciências gregas,
começa a perseguir os cristãos…
 Até que na Estrada de Damasco, encontra o Senhor:
a partir daí, uma mudança de 180º, de perseguidor
passa a convertido; e tão longe levou o Evangelho, que
o chamam de «O Apóstolo», ou «Apóstolo dos
gentios». O resto (ser hebreu de letras, membro da
tribo de Benjamim, ser fariseu, circuncidado…) é puro
lixo à vista do Evangelho, que é Cristo.
«Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em
mim». Gal 2, 20
PAULO DE TARSO: «O APÓSTOLO»
«Ai de mim, se eu não
evangelizar». 1 Cor 9, 16
Fez três viagens
principais:
missionárias
-1ª (46-48) – Antioquia …
Jerusalém; aqui participou no
Concílio de Jerusalém; cerca de
1000 km.
Sofreu a flagelação, esteve preso 7 vezes,
uma das quais apelou a César (seria julgado
diante do tribunal romano, em Roma). É
levado para Roma – a Viagem do cativeiro;
mas pelo caminho têm ainda um naufrágio,
perto de Malta; em Roma, Paulo está preso
domiciliariamente; em 67 ou 68 é decapitado
pela espada, pois não podia ser crucificado,
por ser cidadão romano.
- 2ª (49-52) – Antioquia … Atenas
(discurso no Aerópago, segundo os
Actos dos Apóstolos)… Antioquia.
Cerca de 1400 km.
-3ª (53-58) – Antioquia – …
Jerusalém. Cerca de 1700 km.
Entre 51 e 63, escreve inúmeras Cartas
às diversas comunidades que visitava,
por objectivos pastorais.
AS EPÍSTOLAS DE S. PAULO
 CARTA: comunicação privada entre duas pessoas,
documento confidencial. EPÍSTOLA: peça de literatura;
destina-se a ser divulgada; é o género epistolar, o mais
antigo e mais abundante do NT.
 PLANO DAS CARTAS DE PAULO. Endereço (Fulano,
saudações!), seu nome e dos colaboradores; nomeia os
correspondentes e cumprimenta-os; Oração: breve
prece; Corpo da carta: duas partes: a doutrinal (Paulo
esclarece e forma) e a exortação (deduz a maneira de se
comportar); Saudações: termina contando novidades dos
seus colaboradores e saudando os cristãos; concluí com
uma fórmula de bênção.
 ORDEM DAS CARTAS DE S. PAULO. Ordenadas por ordem de
extensão, da maior até à mais pequena (desde a carta aos Romanos até a
carta a Filémon).
AS EPÍSTOLAS DE S. PAULO
 AUTENTICIDADE DAS CARTAS: três categorias:
a) As escritas por Paulo: 1 Tessalonicenses, Gálatas, Filémon, 1 e 2
Coríntios, Romanos e Filipenses;
b) Cuja redacção directa por Paulo é duvidosa: 2 Tessalonicenses,
Colossenses e Efésios, talvez imputáveis a um discípulo;
c) As cartas de que Paulo pode ser talvez o pseudónimo: 1 e 2
Timóteo e Tito. Estas dúvidas em relação à sua autenticidade em
nada retira o valor de livros inspirados. Mas, tradicionalmente
atribuem-se-lhe 13 cartas (chegou a agregar-se uma 14ª, a dos
Hebreus).
 CLASSIFICAÇÃO DAS CARTAS DE S. PAULO.
Pastorais (Tito, Filémon e 1 e 2 Timóteo- aos pastores das
comunidades), cartas comunitárias (aos Coríntios, Efésios, etc dirigidas a uma comunidade concreta), grandes epístolas (Romanos, 1
e 2 Coríntios, Gálatas), Cartas do Cativeiro (escritas na prisão:
Filipenses, Filémon, Colossenses e Efésios).
A CARTA AOS HEBREUS
 A tradicional «Carta de São Paulo aos hebreus»…
 Não é uma
carta…
 Não é de S.
Paulo…
 Não é dirigida
aos hebreus…
 Género literário
é homilético
O autor ainda nos é
desconhecido
… mas a toda a
comunidade crente
 Data de composição: entre 55 e 95 d.C.
 Conteúdo: Síntese da doutrina cristã, confronta o AT e o NT
e demonstra a insuficiência do sacerdócio, da aliança e do culto
antigos – que só atingem a plenitude na paixão, morte e
ressurreição de Jesus.
«Muitas vezes e de muitos modos, falou Deus aos
nossos pais, nos tempos antigos, por meio dos
profetas. Nestes dias, que são os últimos, Deus falounos por meio do Filho». (Heb 1,1-2)
AS SETE CARTAS CATÓLICAS
 As «cartas católicas» foram reunidas a partir do séc.
IV por Eusébio de Cesareia. Dirigem-se a todos os
crentes em Cristo (donde o adjectivo «católicas» =
«universais»). Reclamam a autoridade de Tiago, Pedro,
Judas e João.
A
carta
de
Tiago
 Já era conhecida no final do séc. I (a carta
de Judas refere-a) e está endereçada aos
judeo-cristãos que vivem dispersos fora da
Palestina.
 Temas principais: o acolhimento da
Palavra; a fé activa; e o justo relacionamento
entre ricos e pobres.
«Assim também é a fé: sem as obras, está
completamente morta» (Tg 2, 17)
AS SETE CARTAS CATÓLICAS
 As
duas
cartas
de
Pedro
 A primeira, provavelmente redigida por
Pedro, dirige-se aos cristãos da Ásia, que
viviam num ambiente hostil, que tornava
difícil a fidelidade ao Evangelho. O tema
principal é o da esperança, base do
testemunho cristão.
 A segunda, composta entre o séc. I e o
séc. II, alerta os cristãos para os erros que
podem minar a fé. Oferece um critério de
verdade para distinguir os verdadeiros dos
falsos mestres, rebatendo estes últimos com
vigor.
«Para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos
como um dia» (2 Pd 3, 8)
AS SETE CARTAS CATÓLICAS
 As
três
cartas
de
João
 Escritas em Éfeso por um autor anónimo
pertencente à escola joanina, previnem para
os perigos da «gnose»: esta leva o homem a
pensar que já vive em estado de perfeição.
 A primeira carta atira-se a esses erros,
reafirmando a importância da união entre o
crente e Deus, por meio de Jesus Cristo.
 A segunda é um convite apaixonado ao
amor mútuo e à protecção contra os falsos
doutores.
 A terceira é um “bilhete” dirigido ao
presbítero Gaio, com o objectivo de o apoiar
no seu serviço à verdade. Este livro só possui
um capítulo, é o mais pequeno da Bíblia.
AS SETE CARTAS CATÓLICAS
«Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é
amor» (1 Jo 4, 8)
A
carta
de
Judas
 Já circulava no final do séc. I, de um
cristão anónimo, talvez discípulo de Judas
(irmão de Tiago). Só possui um capítulo.
 Traça um breve projecto de vida cristã em
tonalidade
negativa
(de
oposição
às
heresias), mas também positiva (convite à fé e
à coerência de vida).
«Vós, porém, amados, edificai sobre o alicerce da
vossa santíssima fé; rezai movidos pelo Espírito Santo;
mantende-vos no amor de Deus, esperando que a
misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo vos dê a
vida eterna» (Jd 20-21)
O APOCALIPSE
 A literatura apocalíptica: surge na época em que se calam
as vozes dos profetas. O primeiro exemplo surge no AT, com
Daniel. O género apocalíptico, cuja finalidade é «romper o véu»,
«revelação», aparece a partir do séc. II a.C., ou mesmo antes.
 Traços distintivos:
 O autor busca no passado a explicação do tempo presente, e
deduz leis para o futuro.
 O protagonista é uma personalidade do passado, com
autoridade.
 Linguagem simbólica e carregada de imagens; reflecte ainda o
ambiente de perseguição, para que os perseguidores não
entendam o que se escrevia.
 Apesar de parecer que o mal vence, no final o bem triunfará; é
uma mensagem de esperança e não de catástrofes.
O APOCALIPSE
 O Apocalipse de João foi escrito entre os anos 90 e 95 d.C, no final da
perseguição de Domiciano.
 O autor é «João» que escreve a revelação por ele recebida quando se
encontrava preso em Patmos «por causa da palavra de Deus e do
testemunho que dava de Jesus».
 Estrutura: Três partes – A Igreja encarnada (1-3): carta às 7 igrejas de
Ásia; A Igreja empenhada (4-20): perseguições à Igreja; A Igreja
transfigurada (21-22): a Igreja celeste.
 Géneros
literários, além do
apocalíptico: epistolar (carta dirigida às
sete Igrejas da Ásia Menor); litúrgico;
profético (João apresenta-se como
profeta, pois recebeu, mediante um
chamamento especial a mensagem
ouvida; é também uma «profecia»; João
tenta interpretar a história presente,
descobrir nela o sentido oculto).
O APOCALIPSE
Alguns simbolismos
 As figuras: mulher 
o povo; chifres o poder; Os
olhos o conhecimento; O
mar  fonte de insegurança
e de morte; A besta 
poderes totalitários…
 Os números: 7  nº da perfeição;
3 e ½ é metade de 7, significa
imperfeição, sofrimento (um tempo, dois
tempos e um meio-tempo ou 42 meses ou
1260 dias); 12  totalidade (Israel); 4 
o mundo (quatro pontos cardiais); 1000 
quantidade impossível de contar…
 144.000 (Ap 14, 1-5): 12x12x1000 = 144 000, 12 tribos (ÂT)x 12
Apóstolos (NT) x 1.000 (tempo de Deus). Significa totalidade do
Povo de Deus. 6 e 666: 6 é metade de 12 e não atinge 7 (não chega a
ser perfeito). 666, é três vezes 6, máximo da imperfeição, fraqueza
dos poderes totalitários; é obtido de várias formas: a) da soma das
letras hebraicas de Nero César, grande perseguidor: Nrwn qsr
=50+200+6+50+100+60+200= 666; b) Império Romano: Lateinos:
30+1+300+5+10+50+70+200=666; c) ou número triangular de 36:
soma dos números de 1 a 36; 36 é a soma dos nºs de 1 a 8; 8, designa
a Nero redivivus (Ap 17, 11), etc.
O POVO DE DEUS NA HISTÓRIA
(CRONOLOGIA SINTÉTICA)
1900 a.C.
1800
1700
1600
1500
PATRIARCAS
ABRAÃO
ISAAC
(mudou
nome de
ABRÃO)
1400
1300
1200
ÊX
O
D
O
O POVO DE DEUS NO EGIPTO
JACOB
(ISRAEL)
(mais
tarde
ISRAEL)
FILHOS
DE
JACOB
OPRESSÃO
JOSÉ
REINO DO
NORTE
(ISRAEL) – Reis:
Jeroboão,
Acab,…- Profetas:
Elias, Eliseu,
Amós, Oseias…\
700
600
J
O
S
U
É
ALIANÇA DO
SINAI
FIM - 722
Profetas: Isaías, Jeremias, Miqueias,
etc.
CIRO
FIM
(Sob o
poder
da BABILÓNIA)
587
Destruição
do Templo
10
400
300
DOMÍNIO PERSA
(Sob o poder da
Assíria)
REINO DO SUL (JUDÁ) – Reis:
Roboão, Ezequias, Josias, etc.
0
500
20
Filhos de Herodes: Arquelau,
Herodes Antipas e Filipe, etc.,
até 70, excepto Itureia,
Traconítide…, até 98
EXÍLIO
DA
BABILÓNIA
DARIO,
etc.
REGRESSO
– com o
Édito de Ciro
–
reconstrução
do Templo e
lança-se
bases do
judaísmo
30
PENTECOSTES
40
Estêvão1
º mártir,
36
A
L
E
X
A
N
D
R
E
,
M
A
G
N
O
DOMÍNIO
LÁGIDA
(Ptolomeus)
Concílio de
Jerusalém
Cartas de Paulo
(51-67)
Viagens de S.
0
MACABEUS
900
MONARQUIA
(Reino unido)
S
A
Ú
L
DAVID
SA-LOMÃO
C
i
s
m
a
9
3
2
100
DOMÍNIO ROMANO
INDEPENDÊ
NCIA
DOMÍNIO
SELÊUCIDA
60
DOMÍNIO
ROMANO
Paulo
46 a 55
JUÍZES
(Débora,
Gedeão, Jefté,
Sansão, etc.
100
P
O
M
P
E
U
Herodes, o
Grande
–
6
3
INÍCIO DA
REVOLTA DOS
ASMONIANOS
(MACABEUS)
50
48 ou 49
MORTE
JESUS
CRISTO
200
DOMÍNIO GREGO
(PERÍODO
HELENÍSTICO)
1000
CONQUISTAS
DA TERRA
MOISÉS
800
1100
a
.
C
.
70
Martírio
S. Pedro
e S.
Paulo em
67
6 ou 7 a. C: nasce
JESUS CRISTO,
em Belém
80
Destruição
do Templo
e Jerusalém
70
90
100
Morte de
S. João
(cerca 98)
A BÍBLIA, UMA CARTA DE DEUS
«Fica sabendo que, nos últimos dias, surgirão
tempos difíceis. Tu, porém, permanece firme
naquilo que aprendeste e de que adquiriste a
certeza, bem ciente de quem o aprendeste.
Desde a infância conheces a Sagrada
Escritura, que te pode instruir, em ordem à
salvação pela fé em Cristo Jesus. De facto,
toda a Escritura é inspirada por Deus e
adequada para ensinar, refutar, corrigir e
educar na justiça, a fim de que o homem de
Deus seja perfeito e esteja preparado para
toda a obra boa». 2 Tm 3,1.14-17
O CRISTÃO, UMA CARTA DE
CRISTO
«A nossa carta sois vós, uma carta escrita nos nossos
corações, conhecida e lida nos nossos corações,
conhecida e lida por todos os homens. É evidente que
sois uma carta de Cristo, confiada ao nosso
ministério, escrita, não com tinta, mas com o Espírito
de Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em
tábuas de carne que são os vossos corações. Não é
que sejamos capazes de conceber alguma coisa como
de nós mesmos; é de Deus que provém a nossa
capacidade. É ele que nos torna aptos para sermos
ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do
Espírito; porque a letra mata, enquanto o Espírito dá
vida» 2 Cor 3,2-3.5-6
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
Outros…
Da Editorial Perpétuo
Socorro
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