UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE PRO-REITORIA DE GRADUAÇÃO – PROGRAD LICENCIATURA EM GEOGRAFIA EROSÃO MARINHA E OS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS NA PRAIA DA CAPONGA EM CASCAVEL -CE Maria Daniele Pereira Bessa da Silva (Autora) Introdução “A praia da Caponga vem sofrendo com a ocupação de sua zona costeira, pois esta, sempre se destacou por sua beleza natural e pela balneabilidade de suas águas. Sua disponibilidade de lazer propiciou uma rápida ocupação de sua orla marítima. As grandes construções em espaços inapropriados como hotéis, pousadas, restaurantes, barracas, pontos comerciais sobre a região, vem influenciando no caminhamento sedimentar da praia, tendo como resultado o recuo da linha de praia. Localização Figura 1: Localização da área de estudos. (FONTE: Pinheiro et al. 2000). Histórico 1951 - Pela lei estadual nº 1153, de 22-111951, é criado o distrito de Caponga. Décadas de 70 é “descoberta” pelo o turismo. A partir dos anos 1985 inicia-se um processo de instalação de segundas residências, ocupando inicialmente a faixa de praia (instalando-se sobre a berma) Décadas de 90 começa os processos erosivos na praia de Caponga. Metodologia Para composição desse trabalho foram realizadas visitas de observação na comunidade de Caponga-Ce, foram fotografadas as intervenções destinadas para amenizar os avanços marítimos, como exemplo principal as obras detentoras denominadas de espigões e os murros de enroscamentos na faixa de praia da Caponga em cascavelCe. Como forma de analisar a situação atual da zona de praia da Caponga foi feita aulas campos com alunos do ensino médio no total de 40 com o objetivo dos alunos perceberem a mudança na paisagem com a destruição partir do avanço do mar além de suas consequências nos morados e na atividade local. Também foram feitas entrevistas com a população local, sendo moradores, pescadores, comerciantes e turistas locais para conscientização da relação sociedade natureza e sobre as consequências destes no meio ambiente local. OCUPAÇÃO EM ÁREAS DE MANGUES OBRAS DE CONTENSÃO DO MAR Na praia da Caponga, a ocupação das áreas a sotamar do pontal de arenitos de praia promoveu o recuo de 150 da linha de costa (Pinheiro et al. ,2001). Os efeitos disto foram à destruição de casas de veraneio, barracas e da avenida litorânea. Em 1998, a então Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDURB) juntamente com a prefeitura local implantaram 6 espigões do tipo gabião associado a reestruturação urbana da área. Entre 1999 e 2002 a recuperação da praia foi progressiva, com alterações restritas apenas a sazonalidade do clima de ondas . Além da ocupação desordenada a zona praiana é utilizada como fornecedora de materiais de construções com o uso das areias costeiras e das pedras aflorantes na zona litorânea o que significou uma pratica extremamente danosa ao meio ambiente local. Fonte: Daniele Bessa (2014) CONSTRUÇÕES AO LONGO DA LINHA DE PRAIA Fonte: Daniele Bessa (2014) CONSTRUÇÕES AO LONGO DA LINHA DE PRAIA Fonte: Daniele Bessa (2014) CASAS DE VERANEIO Segundo Vasconcelos( 2005) A zona costeira se tornou um lugar de ocupação humana atraídos pela disponibilidade de recursos naturais, sendo usada para diversas finalidades como habitação , comércio , transporte ,pesca , lazer e turismo. Esta ocupação pra vários fins tem ocasionado diversos danos na zona costeira. Fonte: Daniele Bessa (2014) CONSTRUÇÕES AO LONGO DA LINHA DE PRAIA Fonte: Daniele Bessa (2014) CONSTRUÇÕES SOBRE O SISTEMA DE DUNAS Fonte: Daniele Bessa (2014) Resultados e Discussões Portanto, com o desenvolvimento da urbanização o ambiente litorâneo vem sofrendo grandes modificações nas ultimas décadas ligadas principalmente às atividades as atividades de lazer, turismo, veraneio e ao comércio imobiliário. Contudo, diante de tantas vulnerabilidades os ambientes também sofrem a ação de agentes erosivos devido ao processo de movimentação do fundo dos oceanos. Com a aula em campo os alunos ponderam compreender o processo de “sumiço da praia”, ou seja, da faixa de areia que existente em consequência da transgressão marinha e do processo erosivo. Apresentando assim sua associação com o comércio e a procura de lazer pela a população. Analisando a paisagem os alunos perseveram a influencia da erosão marinha com destruição de casas e muitas outras que ainda resistem com placas de vendas. Através das entrevistas com a população local foi identificando que as obras descaracterizaram o ambiente local afetando o fluxo turístico graças à mudança da paisagem na faixa de praia. Portanto é necessária a conscientização da população para atitudes que mudem a relação sociedade-natureza. ORLA: ESGOTO, LIXO E PEDRAS FAZEM PARTE DA PAISAGEM Fonte: Daniele Bessa (2014) IMPACTOS DA AÇÃO DO MAR Fonte: Daniele Bessa (2014) IMPACTOS DA AÇÃO DO MAR Fonte: Daniele Bessa (2014) RESULTADO DAS TENTATIVAS Fonte: MEIRELES ,Antonio Jeovah de Andrade ESPIGÕES Fonte: Daniele Bessa (2014) ESPIGÕES 2014 Fonte: Daniele Bessa (2014) CONCLUSÃO Diante dos diversos problemas apresentados surgiram diversos projetos com o objetivo de resolver os problemas que estão em plena ocorrência no local. O avanço do Mar fez com que construíssem obras retentoras do mar, mas, não conseguem manter a tranquilidade dos ocupantes Durante décadas foram feitos projetos para contenção da força do mar sobre as casa comércios e barracas mais estas construções não foram bem sucedidas.A intervenção antrópica deficiente em estudos de conhecimento local, além de gerar impactos ambientais pode também levar a prejuízos socioculturais como a descaracterização de atividades tradicionais como pesca, moradia, etc.; e de ordem econômica aos donos de empreendimentos urbanos instalados na proximidade do litoral. Logo, o conhecimento da vulnerabilidade ambiental do ambiente costeiro é de salutar importância para a tomada de decisões, planos de manejo e gerenciamento costeiro integrado. AS CONSEQUÊNCIAS AMBIENTAIS DA OCUPAÇÃO DA PLANÍCIE COSTEIRA erosão progressiva ao longo de linha de costa, degradação dos ecossistemas lagunar e manguezal (poluição, desmatamento e contaminação da água e solo) e descaracterização morfológica do canal estuarino e assim contribuindo para a estagnação da água, antes renovada durante os eventos de maior vazão fluviomarinha. REFERÊNCIAS CAVALCANTI, A. P. B. 2003. Impactos Ambientais da Zona Costeira – Uma análise geoecológica da Paisagem. Teresina: UFPI. CHRISTOFFOLI, A.R., 2000. A Gênese do uso das praias na sociedade ocidental. Anais do Simpósio Brasileiro sobre praias Arenosas: morfodinâmica, ecologia, usos, riscos e gestão. Itajai, Ed. Univali, 2000. 341 – 342 p. CHRISTOFOLETTI, A. 1936 – Geomorfologia. São Paulo, Edgard Blücher, 2ª edição, 1980. CHRISTOFOLETTI, A., 1990. Aplicação da Abordagem em Sistemas na Geografia Física. Rev. Bras. de Geografia. CORIOLANO, L. N. M. T. (Org.) . O Turismo de inclusão e o desenvolvimento local. 1.ed. Fortaleza: FUNECE, 2003. v. 1. 338 p. MORAIS, J.O. Processos e Impactos Ambientais em Zonas Costeiras. Geologia do Planejamento Regional. Revista de Geologia. UFC. Vol.9. p 191- 242. Fortaleza, 1996. MORAIS, J.O.; Meireles, A.J.A. Riscos geológicos associados à dinâmica costeira na Praia da Caponga, Município de Cascavel, Estado do ceará. Revista de geologia. UFC. Vol. 5. p.139-144. Fortaleza, 1992. MORAIS, J. O.; FREIRE, G. S. S. Plataforma Continental In AQUASIS – Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos. A Zona Costeira do Ceará: Diagnóstico para Gestão Integrada. Coordenadores: Alberto Alves Campos... [et al.]. Fortaleza: AQUASIS, 2003. PINHEIRO, L. S. Riscos e impactos ambientais no estuário do rio Malcozinhado, Cascavel – CE. Recife – PE, 2003. 235p. Tese outorado em Oceanografia, Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. PINHEIRO, L. S. 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