31/05/2017
MICROECONOMIA II
PROFESSORA SILVINHA VASCONCELOS
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1
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Mercados Imperfeitos
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Introdução
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O significado do termo Economia Industrial
Na Europa o termo é este. Nos EUA é OI
Difere da Teoria Micro clássica porque esta está no
campo mais teórico e a OI no mais empírico
Termo indústria abarca qualquer atividade
econômica de grande escala, podendo encampar
setores de serviço (ex.: indústria de turismo)
Designação alternativa seria Economia de Mercados
Imperfeitos
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Estruturas de mercado normalmente
assumidas
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Estruturas de mercado
Competição perfeita
Competição imperfeita
Monopólio (diante da Dmercado)
Oligopólio (Duopólio)
Estático
Não Cooperativo
Dinâmico
Cooperativo (Cartel)
ND
D
ND
D
Repetido
Seqüencial
Simultâneo
Cournot
Bertrand
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Questões centrais em OI
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Compreender fatores que afetam concentração do
mercado e como concentração afeta o
comportamento estratégico das firmas
Analisar o grau de competição em diferentes
mercados a partir de diferentes suposições de
estruturas de mercado
Interligar estes insights com ações de
monitoramento e intervenção de políticas
públicas de defesa da concorrência
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Análise de Equilíbrio Parcial
Competição Perfeita (paradigma competitivo ou
equilíbrio competitivo)
(Mas-collel, cap. 10; Shy, cap.4; Kreps, cap. 8 )
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Mercado competitivo (perfeitamente
competitivo)
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Nele compradores e vendedores se comportam
competitivamente
Comportamento competitivo
Um agente se comporta competitivamente se ele
assume ou acredita que o Preço de Mercado é dado e
que as ações dos agentes não influenciam o preço de
mercado
Ou seja: eles pensam que suas escolhas não afetam o
preço de mercado (o conceito não depende de
suposição de grande número de vendedores)
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Reforçando
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Sob um número finito de firmas (e de
consumidores), os preços irão mudar se houver
mudanças nas decisões de oferta e demanda
agregada das firmas e consumidores.
Cada firma e consumidor individual pode ter um
pequeno efeito nos preços, mas este não é zero
Então não é correto pensar que todas firmas não
afetam preços por suas ações
A hipótese é que elas agem como se não tivessem
efeito sobre preço
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O modelo
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Suponha
produto é homogêneo
p = preço
Q = quantidade demandada agregada, representada
pela função inversa linear dada por p (Q) = a – bQ,
com a, b > 0
As tecnologias das firmas têm retornos constantes de
escala, resumidas na função custo linear dada por
CTi (qi) = ciqi, i = 1, 2 e c2 ≥ c1 ≥ 0
CMg = CTMe, pois CMg = dCT/dqi = ci e CTMe = CT/qi = ci
de forma que c1 e c2 são custos marginais e unitários
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Graficamente
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P
a
c2
c1
D
Q
0
(a-c1)/b
a/b
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Formalmente
1.
O trio {pe, qe1, qe2} é chamado equilíbrio competitivo se
i qi p e qi CTi qi , i 1, 2 (ou
Dado pe, qei resolve max
q
seja, cada empresa escolhe o produto que maximiza seu lucro
ao preço de equilíbrio dado)
pe = a – b (qe1 + qe2), pe, qe1, qe2 0 (ou seja, ao preço de
equilíbrio, quantidade demandada é igual à ofertada)
Resolvendo (1) e (2) para encontrar o equilíbrio da indústria,
calcula-se primeiro a função oferta das duas firmas
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i
2.
, se p ci
qi [0, ), se p ci
0, se p c
i
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Explicando
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No primeiro caso, p > ci não pode ser equilíbrio
pois a quantidade ofertada seria qi = , enquanto
a função demanda é finita, o que viola o item (2)
do conceito de equilíbrio competitivo
No terceiro caso, se p < c1 c2, a oferta de ambas
seria nula (q1 = q2 = 0).Diante de demanda
positiva, QD> QS, viola o item (2) do conceito de
equilíbrio competitivo
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Por último
Se a > c2 ≥ c1, então pe =c1 é o único preço de equilíbrio
competitivo, pois
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q2e 0
1. Se c2 c1 , e a c1
q1
b
2. Se c2 c1 Q e q1e q2e
a c1
, q1 , q 2 0
b
onde a divisão do produto entre elas é indeterminada
Se a < c1, nenhuma firma produziria (demanda é baixa)
Se houver uma firma com c 0, então pe = c e qe = Qe = (a – c)/b
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Discussões para fechar
A inexistência de equilíbrio competitivo sob
tecnologia com retornos crescentes de escala
(custos totais médios decrescentes)
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A relação entre equilíbrio competitivo e bemestar social
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Resumindo
O paradigma competitivo
começa com a descrição dos bens disponíveis (o bem
econômico é caracterizado por suas propriedades
físicas, o estado da natureza nos quais estão
disponíveis, sua localização, etc.)
considera consumidores perfeitamente informados
sobre propriedades dos bens, com preferências sobre
cestas de bens, sendo que seus gastos não excedem
sua renda
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Todos agentes são tomadores de preço e
produtores maximizam os lucros
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Resumindo
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O equilíbrio competitivo é o conjunto de P, com
oferta e demanda associados, de forma que para
cada bem não há excesso de D nem de S
O bem é vendido ao CMg. Neste mundo, a
organização da indústria é eficiente. Mas as
suposições sobre preferências, possibilidades de
produção, informação perfeita, inexistência de
externalidades, bens públicos e de poder de
mercado são muito fortes
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Como avançar
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Incorporando comportamentos não competitivos
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Monopólio
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Introdução
Desenvolvendo o modelo com um único vendedor diante de
consumidores tomadores de preço
Dado que monopolista está diante da demanda de mercado,
sejam CT(Q) sua função custo total e (Q) sua função lucro
O problema do monopolista é
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max Q RT Q CT Q
Q
d Q M
C.P.O. :
RMg Q M CMg Q M 0
dQ
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Exemplo
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p (q ) a bQ
CT (Q) F cQ
2
max (Q) (a bQ)Q ( F cQ )
2
Q
CPO : a 2bQ M 2cQ M 0
a
M
Q
2b c
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Exemplo
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a
p a b
2
(
b
c
)
ab 2c
pM
2(b c)
M
(Q M ) P M Q M CT (Q M )
a
ab 2c
a
F c
2(b c) 2(b c)
2
(
b
c
)
a2
F
4b c
2
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Graficamente, seja o caso em que D é
alta o bastante (ou CF é baixo o
bastante)
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P
PM
Cmg(Q)
Cme(Q)
D
Q
0
QM>0
Rmg(Q)
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Graficamente, seja o caso em que D é
baixa de forma a não cobrir CMe
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P
Cmg(Q)
Cme(Q)
D
0
Rmg(Q)
Q
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Como Q M
a2
F Q M 0
4b c
se
a2
F
4b c
Ou seja
a
a2
, se F
M
Q 2b c
4b c
0, de outra forma
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Observação sobre Monopólio e bem-estar
social
Propaganda persuasiva
Investimento em excesso de capacidade para tornar
entrada não lucrativa, etc
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Argumento convencional contra monopólio é que
a p > c, há perda de bem estar porque menos
consumidores participam do mercado, a uma
quantidade de equilíbrio ofertada menor do que
sob competição
Pode-se dizer que este custo social é ainda maior
ao se computar custos que firmas incorrem para
deter competição (alocação de recursos para
manter poder de monopólio), via, por exemplo
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Monopólio e discriminação
Caso em que a firma aumenta o lucro fixando
diferentes preços para diferentes consumidores
(diferença de gostos, renda, idade, localização)
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Para tanto, precisamos da condição de que não há
arbitragem entre mercados com diferentes preços
(devido por exemplo a custos de transporte, taxas
sobre M, etc). Isto impede que se compre ao
menor preço e venda ao preço maior em outro
mercado
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Formalmente (Tirole, p. 133)
“O produtor discrimina preço quando duas
unidades do mesmo bem são vendidas a
diferentes preços (seja para o mesmo consumidor
ou não), e esta discriminação está ligada à
impossibilidade de arbitragem (o bem não pode
ser transferido, caso de serviços como viagem,
consulta, etc; e consumidor não tem diferentes
opções de bundles)”
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O modelo de monopólio e discriminação
•
•
Seja um monopólio vendendo em dois diferentes mercados
(demandas diferentes)
Assuma que não há arbitragem entre grupos
A determinação do nível de produto e preço em cada mercado é
dada ao se resolver
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•
max (q1 , q2 ) RT1 (q1 ) RT2 (q2 ) CT q1 q2
q1 , q2
C.P.O. :
e
(q1 , q2 )
RMg i (qiM ) CMg (q1M q2M ) 0, para cada i 1, 2
qi
(q1 , q2 )
RMg 1 (q1M ) CMg
q1
(q1 , q2 )
RMg 2 (q2M ) CMg
q2
Ou seja, RMg 1 (q1M ) RMg 2 (q2M ) CMg (q1M q2M )
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OBS.: Relação entre preço cobrado em
cada mercado e elasticidades da
demanda
Lembre que
RMg
dRT d p.Q
dp
dp / dp
pQ
pQ
dQ
dQ
dQ
dQ / dp
Q 1
p 1
p dQ
dp
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1 1
p 1
p dQ
Q dp
p dQ
Sendo
, então
Q dp
1
RMg p1
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OBS.: Relação entre preço cobrado em
cada mercado e elasticidades da
demanda
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1
p
Como CMg RMg c p1 p c
Visto que 0,
pi c 1
, que é a regra da elasticida de inversa
pi
i
Então o monopólio que discrimina preços irá cobrar preço
mais alto de mercado com demanda menos elástica
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Exemplo: preço mais elevado cobrado de
demanda menos elástica
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1
1
RMg 1 RMg 2 p1 1 p2 1
1
2
1
1
n2
p
Ou 1
p2
1
1
η1
Supondo 1 2 (demanda menos elástica) e 2 4(mais elástica)
p1 (1 1 4)
1.5 p1 1.5 p2
p2 1 1 2
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