Universidade Paulista – UNIP Fevereiro de 2.012 Princípios básicos de ciência dos materiais Materiais de construção civil Prof. Netúlio Alarcón Fioratti O novo universo da micro escala “Se não queremos nos ver • Radicais livres. reduzidos à meras fatias do conhecimento essencial devemos também expandir • Tabagismo. as nossas mentes.” Karl Poper • Grafite e diamante. Micro escala Assim como os números naturais são infinitos, existem infinitos números entre 0 e 1. “A microestrutura de qualquer material está diretamente relacionada às suas propriedades.” Materiais diferentes. Mesmo uso? Classificação dos materiais • Metais; Combinações de elementos metálicos; • Cerâmicas; São empregados em • • Elétrons não localizados.componentes Estão entre os elementos metálicos e não Polímeros; implantados no metálicos; interior do corpo Plásticos e borrachas; Compósitos; Óxidos, nitretos e carbetos;humano; Compostos orgânicos (C-H); e vidros. Minerais argilosos, cimentos Devem ser inertes; Composição de dois ou mais materiais; • Semicondutores; • Estruturas moleculares muito grandes. ser qualquer Combinação das melhores Pode características outro material Estão os condutores e os isolantes. Biomateriais; dos entre materiais que os compõe. citado acima. Ligações químicas • Muitas das propriedades físicas dos materiais são funções das ligações existentes entre os átomos e moléculas desse material. • Dois tipos de forças (ligações): – Primárias ou químicas: • Iônicas, covalentes e metálicas. – Secundárias ou físicas (de Van der Waals): • Pontes H, Dipolos. Ligação iônica • Dois átomos se ionizam: – Um doa um elétron para o outro, – Ficando o primeiro com carga positiva e o segundo com carga negativa, – Atraindo-se pela força de Coulomb. Ligação iônica • Elementos metálicos e não-metálicos. • Metal perde e não-metal ganha elétron. • Não-direcionais (força de ligação igual em todas as direções). – Por isso, em um arranjo tridimensional, para serem estáveis, os íons positivos devem ter como vizinhos, íons negativos, e vice versa. Ligação iônica • São materiais duros e quebradiços. • Não conduzem eletricidade nem calor. • Predominante em materiais cerâmicos. • Altos PF e PE. • Sólidos à temperatura ambiente. Ligação covalente • Átomos compartilham elétrons. • Cada átomo contribui com pelo menos 1 elétron. • Os elétrons compartilhados passam a pertencer aos dois átomos. Ligação covalente • Ligação entre não-metais. • Ligações mais fortes que as iônicas. • Facilmente encontradas em cerâmicas e polímeros. • No geral, podem ser muito fortes ou muito fracas (PF e PE baixos). • Ligação direcional: forma ângulos bem definidos. Ligação covalente • É possível a existência de ligações interatômicas parcialmente iônicas e parcialmente covalentes. • Isto depende da eletronegatividade dos átomos participantes. • Quanto maior a diferença entre as eletronegatividades, mais iônica será a ligação. – Eletronegatividade é a capacidade de um átomo de atrair elétrons. Ligação metálica • Os núcleos dos átomos encontram-se em meio à uma “nuvem de elétrons”. • Os elétrons de valência encontram-se mais ou menos livres para se movimentar por todo o metal. Ligação metálica • Os núcleos iônicos, por serem agora de carga positiva, passam a exercer uma força de repulsão entre eles. • Força esta que é protegida (impedida de ser eficaz) pelos elétrons livres. • Confere caráter não direcional à ligação. • Ligações mais fortes que as covalentes, possuindo vasta faixa de PE e PF (geralmente elevados). Forças de Van der Waals • São as forças intermoleculares (entre moléculas). • São geradas por pequenas assimetrias nas distribuição de cargas dos átomos, que criam dipolos. • Um dipolo é um par de cargas opostas que mantém uma distância entre si. • Podem ser permanentes ou induzidos Forças de Van der Waals • Dipolo permanente: – Moléculas polares “por natureza” (HCl). – Um ótimo exemplo são as mais fortes das ligações de VW: as pontes de H. • Dipolo induzido: – Separação de cargas pequenas. – Pouca energia de ligação (mais fraca). – Há uma separação dos centros de carga pela presença simultânea dos átomos. Da escala atômica para a microestrutural • Para formar materiais sólidos, os átomos ou íons das moléculas se arranjam em uns em relação aos outros. – Por conta das forças intermoleculares (fracas). – Ou das intramoleculares (fortes). • Estes átomos podem se arranjar: – De forma ordenada ao longo de grandes distâncias. – Desordenadamente. Arranjos desordenados • Estes arranjos desordenados formam os chamados sólidos amorfos. • O vidro é o exemplo mais conhecido. • As vezes estes sólidos são chamados de líquidos super resfriados, – pelo fato de esta desordem interna ser parecida com a dos líquidos. Arranjos desordenados • Este desarranjo acontece geralmente devido à uma solidificação rápida, que impede o arranjo ordenado durante a solidificação. SiO2 Arranjos cristalinos • Quando os átomos ou íons do sólido estão arranjados de forma ordenada. • Em um arranjo que se repete ou que é periódico ao longo de grandes distâncias atômicas. • Quando ocorreu a solidificação, os átomos arranjaram-se ordenadamente em um padrão tridimensional repetitivo. Arranjos cristalinos • Células unitárias. • Estruturas cristalinas de metais: – Cúbica simples. – Cúbica de faces centradas. – Cúbica de corpo centrado. – Hexagonal compacta. • Redes de Bravais. Arranjos cristalinos • 14 redes de Bravais. Arranjos cristalinos • Em um sólido cristalino, quando o arranjo periódico e repetido de átomos é perfeito, isto é, se estende ao longo da totalidade da amostra sem interrupções, o resultado é um monocristal. • Policristais são sólidos cristalinos compostos por uma coleção de muitos cristais pequenos, ou grãos. Reflexos do arranjo interno • Vários são os pontos em escala atômica e microestrutural que influenciam nas propriedades macroscópicas dos materiais. – Empacotamento interno. – Impurezas. – Planos de cristalização. – Tipos de ligações e forma presente nos arranjos internos. Reflexos do arranjo interno • A microestrutura geralmente influencia nas propriedades: – Físicas; – Mecânicas; – Elétricas; – Térmicas; – Magnéticas; e – Óticas. • Propriedades mecânicas são mais influenciadas pelo arranjo microestrutural que pelas ligações interatômicas. Arranjos cristalinos • Uma vez que é as formas de ruptura se dão mais facilmente na esfera microestrutural do que atômica. • As relações interatômicas são regidas por forças bem maiores. Esforços mecânicos • São os tipos de esforços que os sólidos estão sujeitos, gerando tensões internas em sua microestrutura: – Compressão; – Tração; – Cisalhamento; – Flexão, e – Torção. Normalização • Regulamenta para os diversos materiais: – Qualidade; – Classificação; – Produção, e – Emprego. Normalização • Entidades normalizadoras: – ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas. – ASTM: American Society for Testin Materials. – DIN: Deutsche Normenausschuss. – ISO: International Organization for Standardization (coordena as normalizadoras). Normalização – Normas: diretivas para cálculo e método de execução de obras e serviços, assim como condições mínimas de segurança. – Métodos de ensaio: processo para formação e o exame de amostras. – Especificações: prescrições para os materiais. – Padronização: dimensões para os materiais ou produtos. – Terminologia: nomenclatura técnica. – Simbologia: convenções para desenhos. – Classificação: ordena e divide conjunto de elementos. Obrigado pela atenção!