Encefalites virais – definições

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Encefalite virais
Encefalite: inflamação do encéfalo
Mais frequentes no primeiro ano de vida
Frequência tende a diminuir com a idade –
exceto arboviroses e outras com nichos
específicos.
Pessoas muito jovens e idosos são mais
suscetíveis a sofrer casos graves.
Causas virais de encefalite/encefalomielite aguda
Família (gênero)
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Vírus
Adenoviridae
Arenaviridae
Bunyaviridae
Filoviridae
Flaviviridae
Adenovírus
LCMV (vírus da coriomeningite linfocítica), Sabiá, Lassa
La Crosse, Rift Valley
Ebola, Marburg
St. Louis, Murray Valley, West Nile, Encefalite Japonesa B,
Tick-borne complex, Rocio,Iguape
Herpesviridae
Paramyxoviridae
(Paramyxovirus)
(Morbillivirus)
Picornaviridae
Reoviridae
Retroviridae
(Lentivirus)
Rhabdoviridae
(Lyssavirus)
Togaviridae
(Alphavirus)
HSV-1, HSV-2, VZV, HHV-6,HHV-7, EBV, CMV, Herpes B
Cachumba
Sarampo, Hendra, Nipah
Poliovirus, Coxsackie virus, Echovirus
Colorado tick fever
HIV
Raiva
Encefalites equinas Leste, Oeste, Venezuelana
Patogenia - encefalites virais
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Os vírus neurotrópicos podem penetrar no hospedeiro por diferentes vias:
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Respiratória (sarampo, VZV),
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Gastrointestinal (enterovirus),
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Trato genitourinario (HIV),
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Via percutânea (arbovirus),
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Conjuntiva ocular (enterovirus 70),
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Sangue ou órgãos (HIV; CMV).
Epidemiologia- encefalites virais
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O vírus do herpes simples tipo 1 (HSV-1) é a causa mais comum de encefalite
viral esporádica nos EUA em adultos (provavelmente ~ no Brasil)
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Enterovírus não-pólio são agentes comuns de encefalites
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Vírus específicos tendem a ocorrer em nichos geográficos e temporais
específicos.
Por ex: arboviroses são causadas por mosquitos.
Raiva: aproximadamente 60,000 mortes humanas /ano no mundo.
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Em muitos casos, a infecção viral é assintomática ou subclínica.
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Sinais – encefalites virais
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Febre
Dor de cabeça,
Fotofobia,
Fraqueza
Convulsões
Menos comuns:
Rigidez da nuca
Rigidez dos membros
Movimentos vagarosos
Tosse
Ataxia
Os sinais de encefalite são decorrentes da tentativa do hospedeiro de
combater a infecção.
Herpes simples – encefalite
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Epidemiologia:
HSV é a mais comum causa tratável de encefalite viral
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É também a causa mais comum de encefalites esporádicas.
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É quase sempre (96%) causada por HSV-1.
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HSV-2 mais tipicamente produz meningite asséptica, mas pode causar
encefalites em neonatos com doença disseminada, quando a disseminação
ao SNC pode se dar por via hematógena.
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Encefalites por HSV-1 ocorrem tanto em adultos como crianças, sem
apresentar sazonalidade.
coronal T2-weighted MR
image shows high signal in
the temporal lobes
including hippocampal
formations and
parahippogampal gyrae,
insulae, and right inferior
frontal gyrus. A brain
biopsy was performed and
the histology was
consistent with
encephalitis. PCR was
repeated on the biopsy
specimen and was positive
for HSV
Encefalite por herpesvírus
ENCEFALITE
por CITOMEGALOVÍRUS- CMV
Lesão Neuronal:
Inclusões eosinofílicas intranucleares
Imunocompetentes: “Mononucleose-like”
Imunodeprimidos: Encefalite Subaguda
Polimieloradiculopatia subaguda e neuropatia multifocal
TC/RNM : Hiper-sinal Periventricular
Tratamento: Ganciclovir / Foscarnet
HIV e encefalopatia
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PATOGENIA:
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HIV cruza a barreira hematocefálica em monócitos.
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Monócitos são ativados e transformam-se em macrófagos, que ativados liberam
vírions no tecido nervoso, próximos aos microvasos no encéfalo.
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Vírions atraem a microglia e macrófagos perivasculares iniciando uma cascata de
sinalização intracelular no endotélio e pode dar origem a danos na própria barreira
hematocefálica.
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Encefalites provavelmente ocorrem ocasionalmente ao longo do curso da AIDS e
podem ser precursores da demência associada ao HIV.
O HIV como causa de encefalites
Poliomaviridae: BKV & JCV
• Os poliomavírus JC e BK estão amplamente distribuidos
na população mundial.
• Infecções primárias ocorrem na infância e permanecem
latentes;
• JCV associado à LMP (leucoenfalopatia multifocal
progressiva)
• A reativação da infecção por BKV pode levar a
nefropatia em imunocomprometidos e à rejeição de
transplantes em recipentes de transplantes
Encefalites por poliomavírus
Gênero Polyomavirus, familia Polyomaviridae
(semelhantes aos papilomavírus)
LEUCOENCEFALOPATIA MULTIFOCAL PROGRESSIVA (LMP)
É uma infecção subaguda, desmielinizante, caracterizada por imunodepressão
profunda, hiperplasia astrocitária e perda neuronal.
A infecção é muito comum, porém a doença rara => somente em
imunodeprimidos
Ocorre em a 4-7% AIDS - CD4 < 100/mm³
Sinais Multifocais, Distúrbio Límbico, Ataxia, Distúrbios Visuais
LEUCOENCEFALOPATIA MULTIFOCAL
PROGRESSIVA
RNM:
Múltiplas lesões Hipodensas
Substância Branca subcortical
Tratamento: Melhora Imunológica
Sobrevida: 9 meses 80 %
Fonte: http://www.pathology.vcu.edu
Meningites virais (CID 10: A87)
Também chamadas: Meningites assépticas ou serosas
Caracterizam-se por um quadro clínico de aparição súbita,
com cefaléia, fotofobia, rigidez da nuca, náuseas, vômitos, febre.
Estado geral bom do paciente, presença de sinais de irritação meníngea
Em geral, a evolução é benigna, rápida e sem complicações em
imunocompetentes.
Quando o agente é enterovírus: pode ser acompanhado ou precedido de
sinais gastrintestinais, respiratórios, mialgia ou erupção cutânea
Principais agentes de meningite asséptica
Enterovírus(85% no Brasil):
Polio, Echovírus & Coxsackievírus A& B 1 e 2
Arbovírus: (No Brasil: já descritos: St Louis
Vírus do Sarampo
Vírus da Cachumba
Vírus da Coriomeningite Linfocítica
HIV
Adenovírus
Herpesvírus (HSV1 e 2, VZV, EBV, CMV)
Família: Arenaviridae
- Pleomórficos (globulares) 50-300 nm
- Envelopados
- Duas fitas simples de RNA (L e S)
- Contem ribossomos
- Usualmente são vírus latentes de roedores
Gênero Arenavirus
ex.: - Coriomeningite linfocítica
- Febre Lassa
- Febres hemorrágicas
Argentina e Boliviana
- Sabiá
Lassa virus virions
Virus classification
Group:
Group V ((-)ssRNA)
Family:
Arenaviridae
Genus:
Arenavirus
Arenaviridae
Dois grupos:
Vírus do “velho mundo”
LCMV-Lassa virus (Old World) complex:
Gbagroube virus
Ippy virus
Kodoko virus
Lassa virus
Lujo virus
Luna virus
Lunk virus
Lymphocytic choriomeningitis virus
Merino Walk virus
Menekre virus
Mobala virus
Mopeia virus
Vírus do “novo mundo”
Tacaribe virus (New World) complex:
Amapari virus
Chapare virus
Flexal virus
Guanarito virus
Junin virus
Latino virus
Machupo virus
Oliveros virus
Paraná virus
Pichinde virus
Pirital virus
Sabiá virus
Tacaribe virus
Tamiami virus
Whitewater Arroyo virus
Arenavírus das américas
Coriomeningite linfocítica (LCM)
A coriomeningite linfocítica (LCM)
sinonimos: meningite linfocitária benigna;
meningoencefalite linfocitária;
meningite linfocitária serosa:
Definição: Infecção das meninges e medula espinhal, seguidamente com
infiltração linfocitária no plexo coróide e com linfocitose.
-
É causada pelo LCMV, um arenavírus.
Hospedeiro primário => roedores,
Roedores: camundongo doméstico (Mus musculus) e o
hamster (mesocricetus auratus)- desenvolvem infecções com viremia crônica e
disseminam o vírus pela urina.
Fêmeas dessa espécies transmitem o vírus verticalmente.
Já foi identificado em colônias de camundongos de laboratório.
Macacos, cães, camundongos selvagens e cobaias podem ser infectados.
Coriomeningite linfocitária ou linfocítica (LCM)
Contaminação de humanos:
- Inalação de urina, fezes ou saliva;
- Ingestão de alimentos contaminados;
- Contaminação das mucosas com fluídos corporais
infectados;
- Exposição direta de lesões abertas ao vírus.
Coriomeningite linfocítica (LCM) – sinais
Ampla variação de sinais; podendo inclusive ser assintomática em
imunocompetentes.
Apresenta-se tipicamente 1-2 semanas após a exposição , como uma
doença febril bifásica.
Na primeira fase (prodrômica, que pode durar até uma semana): febre,
anorexia, dor de cabeça e musculares, mal estar, náusea e/ou vômito.
Menos frequente: dor de garganta, tosse, dores no peito, articulações e na
parótida.
Achados patológicos na primeira etapa : leucopenia e trombocitopenia
A segunda fase: tipicamente 15-21 dias após a 1a, surgem sinais de
meningite or encefalite.
Achados: [proteína] elevada, [linfócitos] muito aumentados
[glicose] diminuida no líquido cerebro-espinhal.
Coriomeningite linfocítica (LCM) – sinais
- LCM: preocupação em obstetrícia=> transmissão vertical pode ocorrer
- Para as mães imunocompetentes, não há risco significativo,
No primeiro trimestre da gestação, há um aumento no risco de aborto
espontâneo.
- O vírus pode causar malformações:
-
corioretinite
calcificações intracraniais,
hidrocefalia, micro ou macrocefalia,
retardo mental,
convulsões.
,
Coriomeningite linfocítica
Outros achados: cicatrizes corioretinais,
atrofia ótica
cataratas.
-
Mortalidade entre bebês é ~30%.
-
Entre os sobreviventes, 2/3 terão anormalidades neurológicas de longa
duração.
-
Se a mãe entrou em contato com roedores durante a gestação, e sinais
de LCM se manifestam, IgM ou IgG específicos elevadas.
-
História prévia de infecção não apresenta risco para futuras gestações.
Raiva
Epidemiologia:
2,5 bilhões de pessoas
expostas
50- 60 mil mortes humanas/
ano
Família: Rhabdoviridae
Gênero: Lyssavirus
Ác. Nucleíco: RNA
Reservatórios:
Morcegos, Cães e Gatos
Raiva em humanos
Incubação: 2 a 8 semanas
Período Prodrômico:
Inespecífico.
Período Excitatório:
Hipersensibilidade Sensorial,
Alucinações, Convulsões,
HIDROFOBIA
Período de Paralisia :
Respiratória, Morte
Raiva – Diagnóstico
Método de eleição p/ diagnóstico: Imunofluorescência
direta com conjugado anti-rábico marcado c/ FITC
Biópsia cerebral – post-mortem
Ante-mortem:
Tecidos da região da nuca
Impressões de córnea
Diagnóstico confirmatório: Inoculação em
camundongos ou cultivos celulares
Líquor: Pleiocitose Linfocítica
Identificação de anticorpos no líquor
Imunofluorescência diretaraiva
Raiva
Tratamento
Tratamento sintomático.
~ 100% LETALIDADE
Profilaxia:
Vacinação pré- e pós exposição
Se grave a mordedura, combinar com aplicação
de
SORO ANTI-RÁBICO – 50% no local , 50% IM
Pessoas mordidas por morcegos ou animais
selvagens:=> soroterapia mais vacinação
Raiva
No RS- transmitida pelo morcego hematófago
Desmodus rotundus
Porém morcegos urbanos – podem ser portadores
Raiva no RS
• Não temos raiva urbana da Região Sul há
mais de 20 anos
• em humanos no RS não ocorre há mais de 30
anos
• Cães gatos eventualmente contaminados por
contato com morcegos
• Morcegos não hematófagos, urbanos, podem
estar contaminados - cuidados
Profilaxia
• Pré-exposição dias 0,7, 28
• Pós-exposição: 0, 3, 7, 14 e 28
• Soroterapia: em casos graves (mais
vacinação)
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