Arquivo único - Ensino Religioso

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RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS
Organização: Borres Guilouski
Reflexão introdutória
Texto extraído do Jornal de Londrina/PR;
Extraído do site:
http://www.jornaldelondrina.com.br/brasil/conteudo.phtml?ema=1&id=821773
Acesso em 5/09/11.
“O Paraná tem cerca de 2 mil terreiros de
Candomblé e Umbanda, dos quais pelo
menos 600 estão instalados em Curitiba e
na região metropolitana. Alguns estão
abertos oficialmente desde a década de 50,
mas ainda hoje são alvo de preconceito da
sociedade. Isso acontece no Brasil, um país
cosmopolita (em que vivem pessoas de quase todas as partes do mundo),
mestiço, mas cercado de racismo,
homofobia, intolerância religiosa e outras
discriminações”.
http://www.jornaldelondrina.com.br/brasil/conteudo.phtml?ema=1&id=821773
Acesso em 5/09/11.
“Hoje há um preconceito crescente nas escolas
contra as religiões afro-brasileiras por conta de
alunos que são de família evangélica, seus pais,
coordenadores pedagógicos e diretores que não
estão sequer interessados em colocar as coisas
em termos mais neutros em relação à própria
cultura. Se você tiver aula sobre a cultura da
Grécia, vai aprender sobre os seus deuses. Mas
nenhum professor, ao ensinar mitologia grega,
dirá aos seus alunos para acreditar em Zeus ou
Apolo”.
Site: http://foguinhofogaovulcao.blogspot.com/2009/04/neopentencostais-e-religioes-afro.html Trecho da entrevista com Vagner Gonçalves da Silva, antropólogo, organizador do livro
Intolerância Religiosa – Impactos do neopentecostalismo no campo religioso afro-brasileiro (São
Paulo: Edusp, 2008).
“Quando se trata de falar sobre as culturas e heranças
africanas há professores se negando a ensinar
questões relativas aos orixás. Eles perguntam: “Como
vamos ensinar o que são os orixás, suas cores e
domínios, se os orixás são demônios?”. Existe uma
confusão entre o que é ensinar para fazer
proselitismo e o que é ensinar para a diversidade. Aí
sim está ocorrendo uma mistura. O preconceito, a
discriminação e o racismo que são típicos da sociedade
brasileira afloram de outra maneira: não mais no
discurso do negro em si, mas sim dizendo que os
elementos que essa herança trouxe não são elementos
positivos”.
Site: http://foguinhofogaovulcao.blogspot.com/2009/04/neopentencostais-e-religioes-afro.html Trecho da entrevista com Vagner Gonçalves da Silva, antropólogo, organizador do livro
Intolerância Religiosa – Impactos do neopentecostalismo no campo religioso afro-brasileiro (São
Paulo: Edusp, 2008).
“Convivem, no Brasil, de maneira tensa, a cultura e
o padrão estético negro e africano e um padrão
estético e cultural branco europeu. Porém, a
presença da cultura negra e o fato de (50,7% dado
atualizado em 2011) da população brasileira ser
composta de negros (de acordo com o último
censo do IBGE) não têm sido suficientes para
eliminar ideologias, desigualdades e estereótipos
racistas. Ainda persiste, em nosso país, um
imaginário étnico-racial que privilegia a brancura e
valoriza principalmente as raízes européias da sua
cultura, ignorando ou pouco valorizando as outras,
que são a indígena, a africana e a asiática”.
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/CONSELHO PLENO/DF - RESOLUÇÃO N.º 1, DE 17
DE JUNHO DE 2004. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações ÉtnicoRaciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
CANÇÃO: IAIÁ
Borres e Diná Raquel
ACARAJÉ, CUZCUZ, VATAPÁ/ QUE COMIDA GOSTOSA
VEM SABOREAR (bis)
OLELE, OLELE, OLELE, OLELE, OLELE, OLELE, IAIÁ (bis)
VEM O SAMBA, O BATUQUE, A CAPOEIRA/ TA FORA A
TRISTEZA
E VAMOS DANÇAR (bis)
A UMBANDA E O CANDOMBLÉ/ RELIGIÕES BRASILEIRAS
QUE TRAZEM AXÉ (bis)
A CULTURA AFRO-BRASILEIRA/ É UMA DAS RIQUEZAS
DO NOSSO PÁIS (bis)
OS DIFERENTES GRUPOS ÉTNICOS
A presença das religiões de origem africana
no Brasil se deve a entrada de muitas
pessoas, trazidas da África e submetidas à
escravidão desde o século XVI até o século
XIX. Estima-se que cerca de 4 a 5 milhões
de africanos foram forçadas a migrar
durante esse período, provenientes de
diferentes regiões da África e pertencentes
a diferentes grupos étnicos.
Os africanos trazidos para o Brasil são
originários de diversas regiões da África:
África Ocidental - Yorubás (Nagô, Ketu, Egbá),
Jejes (Ewê, Fon), Fanti-Ashanti (conhecidos
como Mina), povos islamizados (Peuhls,
Mandingas e Hauçás);
África Central - Bantos: Bakongo, Mbundo,
Ovimbundo, Bawoyo, Wili (conhecidos como
Angolas, Congos, Benguelas, Cabindas e
Loangos);
Sudeste da África Oriental - Tongas e
Changanas entre outros (conhecidos como
Moçambiques).

Cada grupo que aqui chegou tinha suas respectivas
crenças e costumes religiosos. Alguns eram muito
mais cultos do que os colonizadores que se tornavam
seus proprietários.

Os sudaneses, que desembarcaram e permaneceram
em Salvador (BA), provinham de tribos que na África,
haviam sido convertidas ao Islamismo. Alguns deles
eram profundos conhecedores do Alcorão, além de lêlo corretamente, conheciam-no de memória.

Para o Brasil foram trazidos muitos homens e
mulheres do Senegal, Gâmbia, Angola, Zaire,
Moçambique e da Ilha de Madagascar.
A RESISTÊNCIA À
ESCRAVIDÃO

Enquanto existiu escravidão,
existiu também a resistência
contra o cativeiro, apesar
dos esforços dos senhores e
das autoridades coloniais no
sentido de detê-la.

Existiam diversos quilombos,
o maior deles foi o de
Palmares, cujo principal líder
foi Zumbi. Esse quilombo
desenvolveu-se no interior
de Alagoas, durante o século
XVII. Chegou a ter cerca de
20.000 habitantes.

Zumbi, o líder do Quilombo de Palmares
em 20 de novembro de 1695, depois de
traído por um homem de sua confiança,
foi torturado e morto pelos homens
liderados por Domingos Jorge Velho.

Em 1978, o dia 20 de novembro passou
a ser o Dia Nacional da Consciência
Negra. E Zumbi foi transformado em
símbolo de luta contra o racismo e toda
forma de escravidão e discriminação
não só de negros, mas de todas as
pessoas vítimas da exclusão social.

Assim, Zumbi continua vivo através das
lutas que muitos cidadãos brasileiros
organizam no sentido de superar os
preconceitos, vencer toda forma de
opressão e fazer valer a justiça e
igualdade de direitos para todos.
O Brasil possui uma enorme dívida social para
com o povo negro afrobrasileiro, por seu trabalho
não só braçal como também intelectual na
construção da Nação Brasileira e sua
contribuição no âmbito cultural, social, econômico
e político.
O Brasil possui um vasto patrimônio cultural
herdado das várias etnias africanas que para cá
foram trazidas. Tal patrimônio inclui as técnicas
de agricultura, mineração, arquitetura, a língua, a
religião, a música, os instrumentos musicais, a
dança, os utensílios, o artesanato, a
indumentária, a culinária, o folclore, as festas
populares, os folguedos, a linguagem corporal, a
oralidade e a maneira de viver - herança
chamada de "africanidade", que deu ao Brasil
um colorido todo especial. São aspectos de uma
história cultural a ser preservada, valorizada e
conhecida pelos cidadãos e cidadãs brasileiros.
OS GRUPOS RELIGIOSOS AFROBRASILEIROS

As tradições religiosas afro-brasileiras
abrangem os vários grupos religiosos
nascidos das tradições culturais e
religiosas trazidas da África, e que aqui se
mesclaram entre si, dando origem a
diversos grupos ou denominações:
- Candomblé: presente na Bahia e em
outros Estados;
- Umbanda: presente praticamente em
todos os Estados brasileiros;
- Xangô: no Recife;
- Xambá e Catimbó: nos Estados do
Nordeste;
- Tambor de Mina: no Amazonas e
Maranhão;
- Omolocô: no Rio de Janeiro.
- Batuque: no Rio Grande do Sul.
ALGUMAS RELIGIÕES AFRO-INDÍGENAS
- Jurema: em Pernambuco e Paraíba, se faz uso da
bebida preparada com raízes e sementes do vegetal
denominado jurema. A música, o canto e a dança do
“toré” em louvor a entidades denominadas caboclos e
mestres fazem parte deste culto. Além da prática de
rituais de cura semelhante à pajelança indígena.
-Terecó: no Maranhão, seus sacerdotes são rezadores
e curandeiros, cultuam caboclos e integram elementos
das tradições religiosas africanas.
- Barba-soeira ou Babaçuê: presente na Amazônia e
Pará, são cultuados orixás, voduns, santos católicos e
espíritos locais, genericamente designados como
encantados.
CANDOMBLÉ
Candomblé é o culto aos Orixás e significa
cantar e dançar em louvor, na língua yorubá.
Surge durante a escravidão, a partir de uma
mescla de diferentes cultos africanos.
O Candomblé foi a primeira possível cerimônia
religiosa organizada durante o cativeiro, vindo a
ser um dos símbolos de resistência à escravidão.
RITUAIS E CRENÇAS
Nas cerimônias religiosas ou rituais há
música e dança ao ritmo de
instrumentos de percussão, três
tambores, os atabaques.
Os três atabaques são chamados de
"rum", "rumpi" e “lé".
O rum, o maior de todos, possui o som
grave; o do meio, rumpi, som médio; o
lé, o menor, possui o som agudo.
O trio de atabaques executa, ao longo
do xirê, uma série de toques de acordo
com os orixás que vão sendo
evocados.
Site: http://paipedrodeogum.blogs.sapo.pt/21407.html
Suas crenças e práticas se fundamentam em mitos e
ritos nos quais ocorrem as manifestações dos Orixás,
intermediários de Olorum ou Olodumare. Os Orixás se
manifestam para doar o Axé (força vital) aos
participantes do culto.
•Crença
num Ser
Superior, que criou o
mundo e a vida, chamado
Olorum ou Olodumare na
língua yoruba.
•O culto aos Orixás é uma
forma de monoteísmo, uma
vez que a religião Nagô
admite a existência de um
Deus supremo, Olorum (olo
= sagrado e orum = céu).
•O contato com a divindade
suprema se faz através dos
Orixás.
A crença só pode ser
entendida por meio da
experiência participatória.
O culto é constituído de ritos,
sacrifícios de animais e
oferendas em homenagem
aos Orixás.
O canto, a música e a dança
são a base do processo
ritualístico.
Há momentos de orientação
por parte do pai ou mãe de
santo aos que os consultam.
LIDERANÇA RELIGIOSA
Babalorixá e Ialorixá são os sacerdotes e
sacerdotisas que presidem o culto.
Também chamados pai ou mãe de santo.
EBO – rito de oferendas
O termo ebó tem dois significados práticos:
processo de limpeza e o ato de fazer uma
oferenda.
O ebó é uma oferenda para homenagear
um Orixá, agradecer por um benefício
recebido ou na intenção de resolver
problemas, vencer obstáculos, abrir portas
e oportunidades.
Os itens de um ebó se compõem de frutas, água,
bebidas, mel, azeite, entre outros. Alguns tipos
de ebó são colocados dentro de casa e outros
são colocados ao ar livre em contato direto com a
natureza.
LÍNGUAS USADAS NOS RITUAIS
•As
línguas africanas, usadas nos rituais religiosos
mantêm-se como veículo de expressão dos
cânticos, saudações e nomes dos iniciados.
•A
língua mais falada no Candomblé é o Yorubá,
principalmente na nação Nagô-ketu, Ewe-fon e nos
cultos Jeje, Kimbundu e Kicongo.
•Yorubá
é um dos idiomas falados na África e entre
descendentes afro-brasileiros, atualmente cerca de
30 milhões de pessoas falam esse idioma no
mundo.
SIGNIFICADOS DA PALAVRA MACUMBA
•Termo
antigo com o qual se denominavam os cultos dos
escravos nas senzalas. No decorrer do tempo, esse termo
passou a nomear práticas ligadas à feitiçaria.
•Nome
(pejorativo) com que os leigos denominam
“despacho” de rua e os rituais de Umbanda, Quimbanda e
demais cultos afro-brasileiros.
•Nome
de um instrumento musical de percussão de
origem africana.
•Macumbeiro
é a pessoa que toca o instrumento chamado
macumba.
Site: http://www.ruadasflores.com/dicionariodeumbanda/ Acesso em 7/09/11
ORIXÁS - ORI: cabeça e XA: rei
ALGUNS ORIXÁS DO CAMDOMBLÉ

Orixás são forças da natureza personificadas e
ancestrais divinizados.

Cada Orixá tem seu símbolo, seu dia da semana,
suas vestimentas, cores, elemento da natureza,
personalidade, sacrifício e oferendas de comida.

Como os seres humanos, os Orixás são
temperamentais, podem ser calmos, maternais,
pacientes, atrevidos, bondosos, valentes,
ciumentos, vingativos, etc.
Odudua – representa a
terra-mãe, esposa de
Olorum e geradora da
vida.
Odudua não enxerga
pelos olhos, mas por
outros sentidos, dotada
de temperamento terrível ,
de difícil convivência . É
senhora de grande
inteligência, de
autoritarismo e poder de
dominação pela força.
Nunca se sabe como
agradá-la.
Ogum – é Orixá que
forjou o ferro criando
os instrumentos de
trabalho, para que os
homens e mulheres
transformassem a
terra em um lugar de
alegria e
prosperidade para
todos.
Ogum é o Orixá da guerra, dos metais, das armas,
do fogo e da tecnologia. No Brasil é conhecido
como deus guerreiro. Sabe trabalhar com metal e,
sem sua proteção, o trabalho não pode ser
proveitoso.
Elemento: ferro.
Símbolo: espada.
Personalidade: impaciente e obstinado.
Dia da semana: terça-feira.
Colar: azul-marinho.
Roupa: azul, verde-escuro, vermelho ou amarelo.
Sacrifício: galo e bode avermelhados.
Oferendas: feijoada, xinxim, inhame.
Okô – Orixá das plantas
cultivadas. Dá força aos
alimentos para manterem a
vida das pessoas.
Divindade da agricultura,
ligado a colheita dos
inhames e a fertilidade da
terra.
Traz um cajado de madeira
que revela sua relação com
as árvores, além de uma
flauta de osso que lembra
sua relação com a
sexualidade e a fertilidade.
Ossaê – Orixá das plantas
medicinais e daquelas que são
reservadas às cerimônias rituais.
Distribui o axé de Olorum,
através da virtude que as plantas
têm de manter a saúde.
Xangô – Orixá das tempestades,
do fogo e da justiça. Rei da
cidade de Oyó. É viril e violento,
porém grande justiceiro, sempre
castigando os ladrões e
malfeitores. Por este motivo diz-se
que quem teve morte por raio, ou
sua casa, ou negócio queimado
pelo fogo, foi vítima da ira ou cólera
de Xangô.
Xangô é o Orixá do fogo e do trovão. Diz a tradição
que foi rei de Oyó, cidade da Nigéria. É viril, violento
e justiceiro. Castiga os mentirosos, protege
advogados e juízes.
Elemento: fogo.
Personalidade: atrevido e prepotente.
Símbolo: machado.
Dia da semana: quarta-feira.
Colar: branco e vermelho.
Roupa: branca e vermelha, com coroa de latão.
Sacrifício: galo, pato, carneiro e cágado.
Oferendas: amalá (quiabo com camarão seco e
dendê).
Oxum – Orixá da água
doce. Protetora dos
rios, lagos e
cachoeiras.
É a Orixá da riqueza,
do amor, da
prosperidade e da
beleza.
Seus devotos buscam
nela auxílio para a
solução de problemas
no amor e também na
vida financeira, a que
se deve sua
denominação de
"Senhora do ouro”.
Ibeji – Orixás gêmeos, protetores das crianças.
IBEJI – ORIXÁS GÊMEOS
Existia num reino dois pequenos príncipes gêmeos que
traziam sorte a todos. Os problemas mais difíceis eram
resolvidos por eles; em troca, pediam doces balas e
brinquedos. Esses meninos faziam muitas traquinagens
e, um dia, brincando próximos a uma cachoeira, um deles
caiu no rio e morreu afogado. Todos do reino ficaram
muito tristes pela morte do príncipe. O gêmeo que
sobreviveu não tinha mais vontade de comer e vivia
chorando de saudades do seu irmão, pedia sempre a
Orunmilá que o levasse para perto do irmão.
Sensibilizado pelo pedido, Orunmilá resolveu levá-lo para
se encontrar com o irmão no céu, deixando na terra duas
imagens de barro. Desde então, todos que precisam de
ajuda deixam oferendas aos pés dessas imagens para ter
seus pedidos atendidos.
Iansã – Orixá feminino, senhora dos temporais.
Iansã é a Orixá dos ventos e das tempestades. É
a senhora dos raios e dona da alma dos
mortos.
Elemento: fogo.
Personalidade: impulsiva e imprevisível.
Símbolo: espada e rabo de cavalo
(representando a realeza).
Dia da semana: quarta-feira.
Colar: vermelho ou marrom escuro.
Roupa: vermelha.
Sacrifício: cabra e galinha.
Oferendas: milho branco, arroz, feijão e acarajé.
Oxummaré – Orixá serpente, senhor dos
venenos.
Oxummaré é o Orixá da chuva e do arco-íris. É,
ao mesmo tempo, de natureza masculina e
feminina. Transporta a água entre o céu e a terra.
Elemento: água.
Personalidade: sensível e tranqüilo.
Símbolo: cobra de metal.
Dia da semana: quinta-feira.
Colar: amarelo e verde.
Roupa: azul claro, amarelo e verde claro.
Sacrifício: bode, galo e tatu.
Oferendas: milho branco, acarajé, coco, mel,
inhame e feijão com ovos.
Yemanjá chamada também
de Janaína,
Princesa de
Atucá, Ianaê é a
Orixá feminina das
águas salgadas. É
a mais amada e
cultuada.
Protetora do mar,
da família e da
vida.
Yemanjá é considerada a Orixá dos mares e
oceanos. Mãe de todos os orixás, é representada
com seios volumosos, simbolizando a maternidade e
a fecundidade.
Elemento: água salgada.
Personalidade: maternal e tranqüila.
Símbolo: leque (abebê).
Dia da semana: sábado.
Colar: transparente, verde ou azul claro.
Roupa: branco e azul.
Sacrifício: porco, cabra e galinha.
Oferendas: peixes do mar, arroz, milho, camarão
com coco.
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Oxóssi – Orixá caçador, protetor das
matas e dos animais. Não permite a
violência e a destruição da natureza.
É o grande patrono do Candomblé
brasileiro.
Elemento: florestas.
Personalidade: intuitivo e emotivo.
Símbolo: rabo de cavalo e chifre de
boi.
Dia da semana: quinta-feira.
Colar: azul claro.
Roupa: azul, amarelo ou verde claro.
Sacrifício: galo e bode avermelhados
e porco.
Oferendas: milho, peixe de escamas,
arroz, feijão e abóbora.
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Exú - De temperamento instável e ciumento.
Intermediário entre os Orixás e os adeptos.
guardião da porta da rua e das
encruzilhadas. Se não for acalmado e
mimado com oferendas não permite que os
outros Orixás se comuniquem.
Elemento: fogo.
Personalidade: atrevido e agressivo.
Símbolo: ogó (um bastão adornado com
cabaças e búzios).
Dia da semana: segunda-feira.
Colar: vermelho e preto.
Roupa: vermelha e preta.
Sacrifício: bode e galo preto.
Oferendas: farofa com dendê, feijão,
inhame, água, mel e aguardente.
Logun Edé – Orixá da
sexualidade, durante seis
meses do ano é feminino e
nos seis meses seguintes é
masculino.
Orixá da riqueza, da fartura,
da beleza, das contradições,
da surpresa e do inesperado.
É um dos orixás mais bonitos
do Candomblé.
Caçador e pescador
habilidoso, príncipe soberbo.
Nele os opostos se alternam,
a dualidade masculino/
feminino dá-se a nível
comportamental, em
determinadas ocasiões pode
ser risonho e em outras,
sério.
Ifá ou Orunmilá-Ifá – Orixá
do conhecimento oculto e
da sabedoria, senhor dos
destinos, rege o plano
onírico (dos sonhos), é
aquele que tudo sabe e
tudo vê em todos os
mundos que estão sob a
tutela de Olorum, ele sabe
tudo sobre o passado, o
presente e o futuro de todos
habitantes da Terra e do
Céu, é o regente
responsável e detentor dos
oráculos.
TEXTO SAGRADO
O texto sagrado é transmitido na forma oral.
Mitos, lendas, canções, contos, danças,
provérbios, adivinhações, perpetuam as crenças
e tradições.
EXEMPLO DE UM MITO DA CRIAÇÃO
Olorum era uma massa infinita de ar. Um dia, como por
encanto, lentamente, começou a respirar, e uma parte
dessa massa de ar transformou-se em água, dando
origem a Orixalá. O ar e a água continuavam a se mover,
como uma dança; e eles mesmos foram se misturando, se
misturando e uma parte deles, juntos e misturados, deu
origem à lama. Dessa lama surgiu uma bolha
avermelhada. Olorum maravilhou-se com essa bolha e
soprou sobre ela o seu hálito Emi e deu-lhe vida. Essa
forma, em permanente expansão e movimento, foi a
primeira dotada de existência individual. Era um rochedo
avermelhado de laterita: Exú. Assim a existência de todas
as coisas é inaugurada pelo sopro do hálito Emi ou ar
divino Ofurufú, produzindo a vida nos planos visíveis e
invisíveis.
VIDA E COMPORTAMENTO ÉTICO
A maneira de encarar a vida se funde na convicção
prática de que a pessoa humana é “centro de relações”,
ponto de passagem do invisível para o visível, em
direção aos demais seres, humanos ou não. Não fica
sem retorno uma ofensa feita a divindade, ao próximo ou
à natureza. ”Tudo está em tudo”, a religiosidade se funde
com a cultura e política. Vida, trabalho, religião, amor ou
afeto são formas de prestar culto a Deus. Daí a
obrigação da comunhão para que o grupo sobreviva.
ASPECTOS ESSENCIAIS DA
CULTURA E TRADIÇÃO
AFRICANA
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A oralidade;
O símbolo;
O diálogo.
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Através do diálogo os membros
da comunidade têm ao seu dispor
o conhecimento dos mitos e das
alegorias na biblioteca da
oralidade.
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O especialista do diálogo é mestre
da palavra, é o ancião – chamado
de pai ou mãe de santo.

O ancião ou anciã é o ponto de
referência vital para o grupo.
ORIGEM DA UMBANDA
Umbanda no idioma kimbundo significa a arte de
curar.
Segundo alguns adeptos da Umbanda,
“...a Umbanda é uma religião milenar e brasileira
em suas origens.
O termo Umbanda nunca existiu em outro lugar
fora do Brasil.
Esta palavra é derivada da palavra AUM-BHANDAN que significa o Conjunto das Leis Divinas”.
Site: http://confraria.da.luz.sites.uol.com.br/umbanda.htm
Acesso em 5/09/11
A Umbanda tem versões de origem variadas,
dependendo da vertente que a pratica.
Na versão de historiadores em meio as festas
nas senzalas os negros escravizados
comemoravam os Orixás da África através da
sincretização dos Santos Católicos.
Nessas festas alguns participantes incorporavam
além dos Orixás, os espíritos dos ancestrais, os
Pretos-Velhos ou Pais Velhos (Babalorixás) que
em vida foram sábios conselheiros e que
conheciam as antigas artes das tradições
religiosas da distante África.
Embora houvesse uma certa resistência por
parte de alguns, pois consideravam os
espíritos incorporados dos Pretos Velhos
como Eguns (espíritos dos mortos), também
houve admiração e devoção por estas
entidades espirituais.
Em alguns terreiros de Candomblés também
aconteciam incorporações de Caboclos
(índios brasileiros como Pajés e Caciques)
que foram elevados à categoria de ancestrais
e passaram a ser venerados nos terreiros.
A incorporação de guias (espíritos) ocorreu
no Candomblé de Caboclos (desde de 1865
- as primeiras manifestações de Caboclos,
Boiadeiros, Marinheiros, Crianças e PretosVelhos), no Catimbó e em Centros Espíritas
(onde esses espíritos não eram aceitos e,
muitas vezes, expulsos ou pedidos a se
retirar, por serem vistos como espíritos não
evoluídos, ou mesmo, como obsessores).
Site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Origem_da_Umbanda - Acesso em 12/09/2011.
Aos poucos, a partir destas experiências a
Umbanda foi se organizando como uma
nova religião tipicamente brasileira.
Uma das versões mais aceitas
popularmente, mas não cientificamente,
pois não existe documentação da época
para comprová-la, é a sobre o médium
Zélio Fernandino de Moraes como o
precursor da Umbanda.
Zélio em 15 de novembro de
1908, acometido de doença
misteriosa, foi a Federação
Espírita de Niterói e lá, durante
uma sessão espírita,
manifestaram-se através dele
espíritos que diziam ser índios e
escravos.
O dirigente da mesa pediu que se
retirassem, por acreditar que
eram espíritos atrasados (sem
doutrina). Mais tarde, os espíritos
se nomearam como Caboclo das
Sete Encruzilhadas e Pai Antônio.
Devido a hostilidade e a forma como foram
tratados, essas entidades mediunicamente
comunicaram a Zélio que resolveram iniciar uma
nova forma de culto no Brasil, em que qualquer
espírito pudesse se manifestar para trabalhar
pela caridade.
No dia seguinte, 16 de novembro de 1908, as
entidades começaram a se incorporar em Zélio e
atender aos necessitados na residência deste,
mais tarde, orientaram-no a fundar a Tenda
Espírita Nossa Senhora da Piedade.
Essa nova religião inicialmente foi chamada de
Alabanda, mas acabou tomando o nome de
Umbanda.
Uma religião sem preconceitos que acolheria a
todos que a procurassem: encarnados e
desencarnados, em todas as bandas.
Zélio Fernandino de Moraes foi o precursor de um
"trabalho Umbandista Básico" voltado à caridade
assistencial, sem cobrança, e priorizando a prática
do bem.
Trata-se de um culto de cunho espiritualista, aberto
a todas as pessoas sem distinção.
Hoje existem vários grupos religiosos com o nome
"Umbanda", com linhas doutrinárias diferenciadas,
mas que guardam raízes muito fortes das bases
iniciais.
As várias formas de Umbanda absorveram
características de outras religiões e filosofias de vida,
mas mantém a mesma essência doutrinária, cujo
objetivo é promover um serviço de caridade, com fé,
humildade e respeito a todas as pessoas.
Umbanda é uma religião eclética, sem
preconceitos, ela reúne elementos dos
ritos africanos, crenças católicas,
espíritas, esotéricas e pajelança
indígena.
Os Sete Mandamentos da Umbanda
1.Não faças aos outros o que não queres que te
façam a ti;
2.Não cobices o que não te pertence;
3.Ajuda os necessitados sem fazer perguntas;
4.Respeita todas as religiões, pois todas provêm
de Deus;
5.Não critiques o que não compreendes;
6.Cumpre a tua missão, mesmo que isso
signifique sacrifício pessoal;
7.Afasta-te dos que praticam o mal e resiste à
tentação.
Principais princípios da fé umbandista
•Crença
nos espíritos e entidades da natureza
ligadas à terra, ao fogo, às águas, ao ar e ao
éter;
•Crença na reencarnação;
•Crença na imortalidade do espírito;
•Crença na lei do karma;
•Crença na lei da caridade;
•Crença num campo de vibrações;
•Crença na Umbanda como modo de vida.
AS FALANGES NA UMBANDA
Na Umbanda não há a incorporação de
Orixás e sim os falangeiros dos Orixás que
são entidades evoluídas espiritualmente que
vêem trabalhar nas giras de Umbanda.
•Falanges
são agrupamentos de espíritos
afins que possuem a mesma vibração.
Sete são as falanges: pretos velhos,
caboclos, exus, crianças, boiadeiros,
ciganos, orientais e mestres que trabalham
na cura.
Pretos Velhos – São espíritos de
velhos africanos que foram trazidos
para o Brasil como escravos e que
trabalham na Umbanda como
símbolos da fé, da humildade e da
sabedoria ancestral, eles ajudam
aqueles que estão em dificuldade
material e espiritual.
Caboclos - São espíritos de índios
brasileiros, que trabalham na
caridade como conselheiros,
ensinando amar ao próximo e a
natureza.
Exus - São entidades
em evolução, seu
trabalho é dirigido,
principalmente a
defesa dos médiuns e
a defesa do terreiro,
porém, são muito
procurados para
resolver os problemas
da vida sentimental e
material.
Crianças: Cosme, Damião e Doum –
Entidades espirituais da alegria e da
honestidade são procurados para os casos de
família e gravidez.
Boiadeiros espíritos de
pessoas, que em
vida trabalharam
com o gado, eles
trabalham da
mesma forma que
os Caboclos nas
giras, sessões de
incorporação.
Ciganos – Entidades
que em vida foram na
maioria andarilhos que
viveram nos séculos
XIII, XIV, XV e XVI.
Eles ajudam no bemestar pessoal e social,
são entidades
conhecidas
popularmente como
"encantados“.
Orientais e mestres falanges dos hindus,
árabes, japoneses,
chineses, mongóis,
egípcios, gauleses,
romanos, etc., formadas
por espíritos que
encarnaram nesses povos
e que ensinam ciências
ocultas e a prática da
caridade.
LITURGIA DA UMBANDA
O culto da Umbanda tem como base a mediunidade e a
magia, com sua liturgia e rituais próprios.
Destacam-se na prática litúrgica os pontos riscados e os
pontos cantados.
Os Pontos Riscados são desenhos feitos pelas
entidades incorporadas em seus médiuns e possuem
uma função mágica, podendo ter significados diferentes.
Cada entidade espiritual, cada vibração do Orixá possui
um ponto de identificação e vários outros pontos para
suas magias e mirongas (segredos, mistérios).
Exemplos de pontos riscados
Pontos cantados são cantigas em louvor
aos Orixás e às linhas de entidades
trabalhadoras.
Os pontos cantados são como mantras que
evocam determinadas energias, servem
para trazer as entidades como para se
despedir delas, além de outras finalidades.
Fonte consultada: http://www.guia.heu.nom.br/linhas_da_umbanda.htm
Um exemplo de ponto cantado
Oxalá é quem governa o mundo
Só ele pode Governar
Foi ele quem nos deu a luz
Clareou a Umbanda
Deu força aos Orixás
Extraído do site:
http://www.maeyemanjaebaianozeferino.com.br/pontoscantados/o
xala/pcantados_oxala.htm
RITUAIS DA UMBANDA
Na Umbanda os rituais incluem banhos de ervas
sagradas, defumações, velas, bebidas alcoólicas e a
prática de passes nos consulentes para neutralizar a
negatividade.
Em alguns templos da Umbanda é também usado no
ritual o cachimbo ou charuto, acredita-se que a
fumaça do fumo pode neutralizar as más influências.
A forma que se realizam os rituais difere de um templo
para outro, mas em síntese adotam-se os mesmos
preceitos.
TERREIRO, TENDA,
TEMPLO OU CENTRO DA
UMBANDA
O Terreiro é dividido em duas
partes, o congá e a assistência.
CONGÁ é a sala dos médiuns;
ASSISTÊNCIA é a sala maior onde
se acomodam as pessoas que vem
em busca de atendimento.
A ritualística de abertura de uma
Gira de Umbanda é composta de
danças para os Orixás, canto dos
pontos, defumações com ervas
especiais e recitação de orações,
inclusive as orações católicas, como
o Pai Nosso e a Ave Maria.
Em alguns templos, os
atabaques e outros
instrumentos de origem
africana se somam às
práticas familiares aos
cultos católicos, mas o culto
aos Orixás sempre
predomina, em muitos
casos o Padê para o Orixá
Exú, precede todas as giras,
prática herdado do
Candomblé –
Site: http://www.girasdeumbanda.com.br/2010/aumbanda.php
AS SETE VIBRAÇÕES DA UMBANDA
Segundo a Umbanda as sete linhas são que as sete
vibrações cósmicas: o éter, a água, o ar, o vegetal, o
fogo, o mineral e a terra.
Cada um desses elementos possui a
representação de um Orixá:
1° Linha da espiritualidade: Vibração do éter –
representada por Oxalá que é o elo entre os
encarnados e a Divindade Suprema.
2º Linha da vida: Vibração da água –
representada por Yemanjá.
3° Linha da ordenação: Vibração do ar –
representada por Ogum.
4º Linha do conhecimento: Vibração do reino
vegetal – representada por Oxossi.
5º Linha do equilíbrio: Vibração do fogo –
representada por Xangô.
6° Linha do amor: Vibração mineral –
representada por Yori.
7º Linha da sabedoria: Vibração da terra –
representada por Yorimá.
Cada representação tem sua correspondência:
Oxalá – Povo do oriente.
Yemanjá – Povo das águas.
Ogum – Guardiões dos caminhos.
Oxossi – Povo da mata.
Xangô – Caboclos da pedreira.
Yori – As crianças.
Yorimá – Pretos velhos e almas.
Os Orixás na Umbanda representam as
vibrações da Criação do Ser Supremo.
Site: http://clinicadoespirito.wordpress.com/as-sete-vibracoes-da-umbanda/
"Inclusão é o privilégio de conviver com
as diferenças“. (Mantoan)
REFERÊNCIAS
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CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/CONSELHO PLENO/DF RESOLUÇÃO N.º 1, DE 17 DE JUNHO DE 2004. Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
FÓRUM NACIONAL PERMANENTE DO ENSINO RELIGIOSO –
FONAPER. Ensino Religioso – Capacitação para um novo milênio – O
fenômeno religioso nas tradições religiosas de matriz africana, caderno N.º
7, s/d.
GONÇALVES DA SILVA, Vagner.Intolerância Religiosa – Impactos do
neopentecostalismo no campo religioso afro-brasileiro, São Paulo: Edusp,
2008.
SILVA, Matta. A Umbanda de todos nós – 12ª Edição, Ícone Editora, São
Paulo, 2007.
http://www.jornaldelondrina.com.br/brasil/conteudo.phtml?ema=1&id=82177
3 - Acesso em 5/09/11.
http://oyamesanorun.blogspot.com/2010/08/qual-o-significado-de-umebo.html
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