América Latina

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América Latina
Introducción al extremo Occidente
Alain Rouquié
Como se aproximar intelectualmente
da idéia de América Latina
• Os países específicos devem explicar-se em
função dos continentes a que pertencem.
Descobre-se então pontos de vistas gerais que
clareiam os pontos de vistas particulares. Para
estudar um país convém elevar-se ao plano
continental.
• No entanto, deve-se escapar de
generalizações superficiais para se buscar as
diferenças significantes
O que é América latina
• O conceito de A. L. representa um problema.
• Geograficamente: América do Sul + América Central –
México = A. do Norte
• Trata-se de um conceito cultural? Cobre as nações de
cultura latina na América. Então Canadá esta incluído? Não.
• identidade cultural do subcontinente? Diversidade
marcante entre as nações latino-americanas – a escassa
densidade das relações econômicas e até cultural que
durante mais de um século de vida independente voltou as
costas para os seus vizinhos mirando a Europa ou os EUA.
• A enorme disparidade entre os países não favorece uma
consciência unitária.
Por que latina?
• Não seria melhor usar o termo América Hispânica ou
América Ibérica, incluindo o Brasil?
• Latina – aparece na França governado por Napoleão III que
busca “proteger”as nações latinas da expansão dos EUA.
• A latinidade teria a vantagem de obscurecer os vínculos
entre o “novo mundo” e a Espanha, a favor da França e
seus legítimos deveres com as hermanas americanas
católicas e romanas.
• Esta latinidade foi combatida por Madri em nome da
hispanidade, dos direitos da pátria mãe.
• Os EUA opuseram a latinidade o pan-americanismo.
Por que latina?
• O fato é que esta América conquistada por portugueses e espanhóis
será bastante latina, pelo menos até 1930 – na formação de suas
elites a cultura francesa reina exclusivamente
• E aqueles que aí vivem e não partilham dessa cultura?
• Por que não, como Haya de la Torre – fundador do APRA (aliança
popular revolucionária americana), nos auto denominarmos como
Indo-américa? O índio, marginalizado e excluído da sociedade
nacional, é culturalmente minoritário em todos os grandes Estados
e inclusive naqueles de forte presença indígena como o México, o
Peru e a Bolívia.
• Este continente é basicamente mestiço – prevalece a síntese
cultural
Por que latina?
• Por outro lado, até nos países mais brancos a trama
indígena jamais está totalmente ausente e participa da
formação e da fisionomia nacional.
• Então, por que não, indolatina?
• Estes apontamento tem por objetivo assinalar que o
conceito América Latina não é plenamente cultural,
nem plenamente geográfico.
• América Latina existe, portanto, só como oposição e a
partir de fora.
• Os latino-americanos não representam nenhuma
realidade tangível. Ao mesmo tempo, o termo possui
uma dimensão oculta que completa sua acepção.
Uma América periférica?
• A “teoria da dependência” como uma explicação comum
aos países da América Latina. Todos dependem do mercado
mundial como produtores de matéria-prima e de bens
alimentícios e o “centro” – que determina as flutuações de
preço - proporciona tecnologia civil e militar bem como
capitais e modelos culturais.
• Ocupa a periferia do mundo industrializado (desenvolvidos,
em desenvolvimento, subdesenvolvido)
• Inegável fator de unidade esta na posição destas nações
em relação ao EUA, cuja interferência nesta região sempre
foi marcante, diferindo em termos de intensidade.
Unidade de destino
• Identidade de problemas – decorrente de três séculos de
colonização
• A partir da independência os países do subcontinente possuem
trajetórias paralelas:
• 1º. Larga espera – destruição do Estado Colonial, não permite ainda
a instalação de uma nova ordem
- Nações hispânicas – turbulência anárquica –senhores da guerra –
caudilhos
- Brasil – monarquia perdura após a independência - status colonial
- 1850-1880 = idade econômica integração da economia latinoamericana ao mercado internacional dominado pela Inglaterra.
- 1880-1930 = auge desta ordem – ilusão de progresso indefinido a
partir do marco de uma dependência aceita por seus beneficiários
locais . A crise de 1929 coloca um fim nesta euforia. O fim do
mundo liberal é também o fim da hegemonia britânica.
Unidade de destino
• Contudo, paralelamente a este periodização internacional
9que só faz sentido como ponto de referência para análise)
ocorrem fases econômicas bastante distintas.
• 1930-1960 – industrialização autônoma que substitui
importação – alinhamento junto aos EUA.
• 1960... Crises das relações interamericanas em resposta ao
desafio castrista; política de contenção do comunismo –
EUA ajuda economica e/ou intervenção militar – A
substituição de importações chega ao seu limite máximo –
Assiste-se a uma internacionalização do mercado nacional –
estabelecimento de sucursais das multinacionais.
Outras particularidades estruturais da
região
• Concentração da propriedade fundiária
• Industrialização tardia e escassamente autônoma ao lado
de uma urbanização intensa, anterior ao desenvolvimento
da indústria = modernidade sem modernização ou uma
modernização particular?
• Amplitude dos contrastes regionais como resultado de uma
urbanização concentrada, das particularidades das
estruturas agrárias e da industrialização. Esta América
Latina possui um tempo próprio convive ao lado de uma
modernidade acelerada, mais carregada de modificações,
aspectos tradicionais que se expressam nas relações de
trabalho, no fazer político, na moral, etc.
A dominação dos EUA
• Mediterrâneo americano = fronteira sul estratégica dos EUA – entre
o istmo centro-americano, e o arco das Antilhas, o golfo do México
e o mar do Caribe
• EUA = guardião do mundo livre
• Canal do Panamá (Theodore Roosevelt)– fundamental para a
segurança militar dos EUA e também para o comercio na região.
1903-1999. concessão.
• Intervenções: Nicarágua – 1921-1925 / 1926-1933; Haiti – 19151934; República Dominicana – 1916-1924
• Cuba – 1898 – independência. Emenda Platt 1901 – direito de
intervenção permanente, baseado na justificativa que o governo
cubano não seria capaz de garantir o respeito à vida, ao bem e à
liberdade. Esta clausula, incorporada à Constituição cubana
perdurou até 1959.
A dominação dos EUA
• 1965 intervenção na Rep. Dominicana para evitar a nova Cuba, o
mesmo em 1983 na ilha de Granada;
• Nicarágua – ajuda pouco discreta de Washington aos
cotrarevolucionários hostis ao poder sandinista.
• República das Bananas – zona mono-exprtadora dominada pela
United Fruit – poder absoluto sobre estes países.
• As nações da América do Sul jamais sofreram uma intervenção
direta dos EUA – aqui são utilizadas estratégias mais sutis.
• Nestas região há países como Brasil e Argentina que tendem a
desempenhar uma papel individualizado na cena internacional,
destacando-se do perfil geral latino-americano.
• Muitas vezes assumem um papel de destaque na região, como por
exemplo a Venezuela que por conta do boom do preço do Petróleo
ganhou uma autonomia econômica que resultou numa maior
independência política.
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