EPIDEMIOLOGIA DE DOENÇAS INFECCIOSAS CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS (2 GRANDES GRUPOS) DOENÇAS NÃO INFECCIOSAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS AGENTES - DOENÇAS HEREDITÁRIAS - PERTUBAÇÕES CRÔNICAS E METABÓLICAS - MOLÉSTIAS CARDIOVASCULARES - MOLÉSTIAS RENAIS - PERTUBAÇÕES FISIOLÓGICAS E MENTAIS - VÍRUS - BACTÉRIAS - PROTOZOÁRIOS - FUNGOS - HELMINTOS - ARTRÓPODES Séries Históricas de Mortalidade de Moléstias Infecciosas Taxas de Mortalidade por Difteria na Inglaterra e País de Gales. 1838-1970 Fonte: Mckeown T& Lowe CR. An introduction to social medicine. Blackwell Scientific Publication,Oxford.1966 3 Séries Históricas de Mortalidade de Moléstias Infecciosas Mortalidade por Febre Tifóide 4 Séries Históricas de Mortalidade de Moléstias Infecciosas Mortalidade por Tuberculose. Município de São Paulo. 1900 - 1995. Coef. por 100.000 hab. 180 160 Introdução do tratamento específico 140 120 100 80 Elevação da incidência da AIDS 60 40 20 0 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1 960 1970 1980 1990 Fonte: Funda‡Æo SEADE 5 Séries Históricas de Mortalidade de Moléstias Infecciosas Taxas de Mortalidade por Tuberculose Pulmonar na Inglaterra e País de Gales. 1838-1970 Fonte: Mckeown T& Lowe CR. An introduction to social medicine. Blackwell Scientific Publication,Oxford.1966 6 Séries Históricas de Mortalidade de Moléstias Infecciosas Mortalidade por Poliomielite. Município de São Paulo. 1924-1995 Coef. por 100.000 hab. 4 Período Epidêmico 3 Início da vacinação de rotina 2 Período Endêmico Início das campanhas anuais de vacinação em massa 1 0 1924 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 Fonte: Fund. SEADE 7 Séries Históricas de Mortalidade de Moléstias Infecciosas Coef. p/ 100.000 hab. Mortalidade por Gripe. Município de São Paulo. 1990 - 1980. 1200 1000 Epidemia da “Gripe Espanhola”, em 1918 800 600 400 200 0 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 Fonte: Fund. SEADE 8 Estrutura Epidemiológica O comportamento das doenças infecciosas, na comunidade, varia em cada ponto no tempo e no espaço Se comparamos os dados do Município de São Paulo com o de outras cidades do Brasil e/ou de outros países, podemos verificar semelhanças e diferenças em cada momento e lugar. 9 Estrutura Epidemiológica Conceito •Esse estado de contínuas mudanças é determinado: forma particular de interação dos diversos fatores relacionados ao agente, meio e hospedeiro, caracterizando o que conceituamos como estrutura epidemiológica 10 Tríade Epidemiológica da Doença Hospedeiro Vetor Agente Ambiente Agente Fatores ambientais (Físicos e sociais) Biológico: Bactéria, vírus, etc. Físicos: Temperatura, umidade, altitude, etc. Químico: veneno, toxina, nicotina, etc. Sociais: aglomeração no domicílio, acesso a alimentação, a água tratada, poluição do ar, etc. Físico: Trauma, radiação, fogo, etc. Nutricional: Falta ou excesso 11 Estrutura Epidemiológica Conceito Em cada ponto no tempo e no espaço, a forma particular de comportamento das doenças na comunidade é condicionada pela estrutura epidemiológica. 12 EPIDEMIOLOGIA DE DOENÇAS INFECCIOSAS Abrange: • Descrição de casos de doença • Estudos analíticos • Avaliação de efeitos de medidas de prevenção • Vacinação EPIDEMIOLOGIA DE DOENÇAS INFECCIOSAS Duas características são únicas para doenças infecciosas: 1. Um caso pode ser fonte de outro caso 2. Pessoas podem ser imunes à doença EPIDEMIOLOGIA DE DOENÇAS INFECCIOSAS • O risco de doença aumenta para um indivíduo quando existe grande número de pessoas doentes • O risco de doença diminui, se muitas pessoas foram vacinadas, mesmo que o indivíduo não tenha sido vacinado. Imunidade de Rebanho ou coletiva ou de grupo: Resistência de uma população à invasão ou disseminação de um agente infeccioso que resulta da elevada proporção de indivíduos imunes nessa população. 16 Pré-requisitos para a imunidade de Rebanho 1) O agente etiológico da doença possui uma única espécie hospedeira na qual a transmissão ocorre 2) A infecção deve induzir uma sólida imunidade 3) A transmissão deve se dar de forma direta (pessoa a pessoa) 4) Os indivíduos imunes devem estar homogeneamente dispersos na comunidade EPIDEMIOLOGIA DE DOENÇAS INFECCIOSAS • O fato de um caso poder ser uma fonte significa também que é importante conhecer o padrão de contacto da sociedade: – Quem encontra quem? – Como? EPIDEMIOLOGIA DE DOENÇAS INFECCIOSAS Outras características: 3. Um caso pode ser uma fonte sem ser reconhecido como caso – Infecções assintomáticas ou subclínicas tem papel importante na epidemiologia dessas doenças EPIDEMIOLOGIA DE DOENÇAS INFECCIOSAS 4. Algumas vezes há necessidade de urgência – Em surtos, algumas vezes a escala de tempo é de horas ou dias antes que algumas ações preventivas tenham que ser decididas. – Isto pode deixar pouco tempo para que análises elaboradas sejam feitas. EPIDEMIOLOGIA DE DOENÇAS INFECCIOSAS 5. As medidas de prevenção (em geral) têm boas bases científicas. – Epidemiologia de doenças infecciosas está relacionada fortemente com a investigação de fatores preventivos, enquanto epidemiologia de doenças não infecciosas está ainda lidando com fatores de risco. DEFINIÇÕES: Doença infecciosa (John M. Last Dictionary): • Uma doença devido a agente infeccioso ou seus produtos tóxicos que surge por aquisição deste agente ou seus produtos a partir de uma pessoa ou animal infectados, ou reservatório para um hospedeiro suscetível, tanto direta ou indiretamente através de uma planta ou animal hospedeiro, vetor ou ambiente inanimado. Cadeia do processo infeccioso 23 DEFINIÇÕES: Doença infecciosa OPAS(1983): • Uma doença, clinicamente manifesta, do homem ou dos animais, resultante de uma infecção DEFINIÇÕES: • Algumas vezes se distingue doença contagiosa com infecciosa. – A primeira é um subconjunto da segunda e inclui apenas aquelas doenças que se transmitem de pessoa a pessoa. DEFINIÇÕES: Doença contagiosa: • Reservada para doenças infecciosas cujos agentes etiológicos atingem os sadios através do contato direto desses com os indivíduos infectados. DEFINIÇÕES: Exposição: • Alguém que encontrou um agente infeccioso que sabemos que pode causar doença foi exposto. • Esta definição implica que o conceito de exposição depende do conhecimento biológico atual de mecanismos de transmissão. DEFINIÇÕES: Exposição: – Alguém que encontra no corredor com alguém com salmonella não foi exposto, enquanto uma criança brincando na mesma sala que uma criança com sarampo foi exposta. DEFINIÇÕES: Infecção (OPAS, 83): • Penetração e desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no organismo de uma pessoa ou animal – Não é sinônimo de doença infecciosa, que é a manifestação clínica no homem ou nos animais, resultado da infecção. DEFINIÇÕES: • Se o agente infeccioso consegue penetrar e se desenvolver na pessoa exposta, ela se torna infectada. • Algumas vezes isto leva a mudanças que são clinicamente evidentes ou podem ser avaliadas por testes laboratoriais. DEFINIÇÕES: • O resultado mais comum é que a pessoa tenha uma infecção clínica. • Freqüentemente, a pessoa não manifesta nenhum sintoma, mas pode-se mostrar sorologicamente que ela reagiu ao agente infeccioso. Neste caso, houve uma infecção sub-clínica (ou assintomática ou inaparente). DEFINIÇÕES: Ambas as situações (infecção clínica ou sub-clínica) podem levar ao estado de portador para algumas doenças. • Um portador abriga o patógeno – e é capaz de transmití-lo – mas não apresenta nenhum sinal clínico de infecção. • Este estado pode ser prolongado, quando comparado com a duração de infecção aguda. DEFINIÇÕES: • Na epidemiologia de doenças infecciosas moderna, o papel das infecções sub-clínicas e de portadores na transmissão das doenças é muito importante. FIGURA 8 Conceito de “Iceberg” em doenças infecciosas Proporção de casos clinicamente discerníveis. Proporção de casos não discerníveis clinicamente Manifestações clínicas moderadas Óbitos Casos graves Linha do horizonte clínico Infecção Inaparente 34 Resultados possíveis de uma exposição por um agente infeccioso. Exposição Sem infecção Morte Infecção clínica Imunidade Infecção sub-clínica Portador Portador Nãoimunidade DEFINIÇÕES: Imunidade • Ocorre quando a pessoa foi infectada (de forma clínica ou sub-clínica) ou vacinada e não apresenta sinais clínicos de infecção em novas exposições ao patógeno. – Algumas vezes é possível demonstrar com métodos laboratoriais que a pessoa imune reage à exposição com um aumento de títulos de anticorpos, e isso se chama booster natural. DEFINIÇÕES: • Aqueles não imunes às doenças e assim potencialmente infectados por uma exposição são chamados suscetíveis. O NOVO HOSPEDEIRO REFRATARIEDADE RESISTÊNCIA Está na dependência da concentração e/ou virulência do agente e das defesas do organismo ESPECÍFICA ATIVA NATURAL ESPECÍFICA ATIVA ARTIFICIAL ESPECÍFICA PASSIVA NATURAL ESPECÍFICA PASSIVA ARTIFICIAL INESPECÍFICA OU NATURAL SUSCETIBILIDADE Imunidade CARACTERÍSTICAS DO AGENTE • INFECTIVIDADE - capacidade do agente em invadir o organismo hospedeiro e ali permanecer, multiplicando-se e/ou desenvolvendo-se. • PATOGENICIDADE - capacidade do agente provocar sintomatologia. • VIRULÊNCIA - mede a gravidade dos efeitos provocados pelo agente. • PODER IMUNOGÊNICO - capacidade de provocar o desenvolvimento de reações imunitárias no organismo atingindo. • RESISTÊNCIA AO MEIO E À DESINFECÇÃO - capacidade de sobreviver maior ou menor tempo no meio externo e a desinfetantes. SOBREVIVÊNCIA DO AGENTE RESISTÊNCIA AO AMBIENTE Contágio imediato FONTE SUSCETÍVEL Contágio mediato Contaminação ambiental Vetor biológico AMBIENTE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS PANORAMA ATUAL FATORES FAVORÁVEIS - crescimento populacional - urbanização - transporte - pobreza - desnutrição - resistência aos antibióticos - resistência aos inseticidas - deficiência diagnóstica FATORES DESFAVORÁVEIS - vacinas - medicamentos - serviços de saneamento - melhora do nível de vida DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS PANORAMA ATUAL DESENVOLVIDOS - Serv. básicos de saúde EM DESENVOLVIMENTO - Serv. básico de saúde precário com nível elevado - Medidas de combate específicas aplicadas de maneira eficiente - Padrão de vida elevado - Declínio das doenças transmissíveis - Alguns problemas - Medidas de combate específicas aplicadas de maneira ineficiente - Baixo padrão de vida - Numerosos problemas de saúde pública TUBERCULOSE DSTs / AIDS HEPATITES VIROSES EMERGENTES MALÁRIA / DENGUE LEISHMANIOSES / CHAGAS ESQUISTOSSOMOSE TUBERCULOSE DSTs / AIDS HANSENÍASE D. DIARRÉICAS DEFINIÇÕES: Caso primário • Indivíduo que trás a doença para a população (para infecções que se transmitem de pessoa a pessoa) – população sendo definida como grupo de pessoas, como classe na escola, grupo de pessoas em um restaurante, ou mesmo um país. DEFINIÇÕES: Casos secundários: • São aquelas pessoas infectadas pelo caso primário. • Se todas os casos secundários são infectados mais ou menos ao mesmo tempo, então casos terciários aparecerão aproximadamente de forma simultânea • Neste caso, podemos falar em ondas de infecção ou gerações. DEFINIÇÕES: Taxa reprodutível • É o potencial de uma doença contagiosa de se transmitir de pessoa a pessoa em uma população. DEFINIÇÕES: Principais determinantes da taxa reprodutível: 1.A probabilidade de transmissão em um contacto entre um infectado e um suscetível 2.A frequência de contactos na população 3.Quanto tempo uma pessoa infectada é infectante 4.A proporção já imune na população Taxa reprodutível A frequência de contactos na população é um dos aspectos mais importantes do ponto de vista epidemiológico: • A transmissão de doenças infecciosas depende não somente das propriedades do patógeno e hospedeiro, mas pelo menos em igual grau dos padrões de contacto na sociedade: – Quem encontra quem? – Com que frequência? – Que tipo de contacto eles tem? Rotas de transmissão Classificação comum: pessoa a pessoa via aérea via água via comida via vetor Rotas de transmissão Transmissão direta Transmissão indireta: Membrana mucosa a membrana mucosa: DST Água: hepatite A Através da placenta: toxoplasmose Via alimentos: salmonella Transplantes (inclusive transfusão): hepatite B Pele a pele: herpes tipo I Tosse, coriza: influenza Via aérea: varicela Vetores: malária Objetos: febre escarlatina (brinquedos em berçário) A maioria das infecções do grupo indireto também pode ser transmitida diretamente. Na verdade, as doenças classificadas como de transmissão indireta são aquelas mais infectantes. Primeiro paciente Período de latência Período de infecção Período de incubação Doença clínica Infecção Tempo Etc. Segundo paciente Período de latência Período de infecção Período de incubação Doença clínica Primeiro paciente Período de latência Período de infecção Período de incubação Doença clínica Infecção Tempo Etc. Segundo paciente Período de latência Período de infecção Período de incubação Doença clínica Primeiro paciente Período de latência Período de infecção Período de incubação Infecção Doença clínica Intervalo seriado Tempo Endemia: • Quando a infecção permanece com cerca da mesma incidência por um longo tempo, é chamada de endêmica. Epidemia: Benenson: • “A ocorrência de casos de uma doença que ocorre definitivamente em excesso do esperado.” • ...“Aumento brusco na incidência” • ...“Número de casos muito grande” Surto: • Quando a epidemia ocorre em situação controlada, em geral é chamada de surto. – Por exemplo: surto de determinada infecção hospitalar TAXA DE ATAQUE: pessoas sob risco que desenvolve m doença total de pessoas sob risco USO: • Investigar surtos epidêmicos logo em sua eclosão e durante sua vigência. TAXA DE ATAQUE: Refere-se a: • Uma população específica ou a um grupo definido de pessoas, • Limitadas a um período de tempo de dias ou semanas e • Localizadas em uma área restrita. Determinantes do processo epidêmico - Aumento da proporção de suscetíveis na comunidade - Introdução de um novo agente ou de um agente que já circulava na população, mas que adquiriu novas características em sua estrutura imunogênica. 59 Distribuição mensal dos casos de uma doença y nos k (K=10) últimos anos J Ano-1 Ano-2 Ano-3 Ano-4 Ano-5 Ano-6 Ano-7 Ano-8 Ano-9 Ano-10 Total F M A M Conceitos J J A S O N D Distribuição mensal dos casos de uma doença y nos k (K=10) últimos anos J Ano-1 Ano-2 Ano-3 Ano-4 Ano-5 Ano-6 Ano-7 Ano-8 Ano-9 Ano-10 Total F M A M Conceitos J J A S O X1 X2 X3 X4 X5 X6 X7 X8 X9 X10 X1 + X2 +..........Xn X = jan. K N D Distribuição mensal dos casos de uma doença y nos k (K=10) últimos anos J Ano-1 Ano-2 Ano-3 Ano-4 Ano-5 Ano-6 Ano-7 Ano-8 Ano-9 Ano-10 Total F M A M Conceitos J J A S O N D X1 X2 X3 X4 X5 X6 X7 X8 X9 X10 K 2 ( X1 - Dp jan. = i=1 K Xjan.) Distribuição mensal dos casos de uma doença y nos k (K=10) últimos anos + 1,96 Dp X - 1,96 Dp J F M A M J J A S O N D Inserir dados do presente ano + 1,96 Dp X - 1,96 Dp ENDEMIA J F M A M J J A S O N D Diagrama de controle + 1,96 Dp X - 1,96 Dp FAIXA ENDÊMICA J F M A M J J A S O N D Diagrama de controle + 1,96 Dp X Limiar endêmico superior - 1,96 Dp Limiar endêmico inferior J F M A M J J A S O N D Inserir dados do presente ano EPIDEMIA + 1,96 Dp X - 1,96 Dp J F M A M J J A S O N D O que é um caso? • Muito da rotina da epidemiologia de doenças infecciosas se baseia em relatos de rotina de doenças notificadas. Para ser registrado como um caso no sentido clássico: O paciente: 1. tem que ter tido sintomas da infecção 2. estar doente o suficiente para procurar cuidados médicos O médico tem que: 3. suspeitar do diagnóstico correto e, em muitos casos, 4. enviar uma amostra para o laboratório O teste no laboratório: 5. devem ser positivos 6. o caso deve ser relatado Finalmente, o caso tem que ser preenchido corretamente na agência central. Doenças notificadas: • É óbvio que o número de casos incluídos nas estatísticas regionais/nacionais será subestimado pelo número real de infecções, em graus diferentes, conforme a doença. Doenças notificadas: O uso crescente de métodos laboratoriais para avaliar doenças subclínicas complica o quadro ainda mais: • Por exemplo: – um grande inquérito para clamídia genital (que é freqüentemente assintomática): • o número de casos de clamídia aumentará rapidamente, dando a impressão do surgimento de uma epidemia. – Para algumas doenças diagnosticadas principalmente por sorologia (hepatite B ou sífilis): • pode ser difícil estabelecer se o paciente representa um novo caso ou apenas marcadores de uma velha infecção. Referências: • Giesecke J. Modern infectious disease epidemiology. 2nd Edition. Edited by Arnold Publishers, 2002. • Thomas JC, Weber DJ (ed). Epidemiologic methods for the study of infectious diseases. Oxford University press, 2001. • Nelson KE, Williams CM (ed). Infectious disease epidemiology: theory and practices. 2nd edition. Jones and Bartlett Publishers. 2007.