Campos Magnéticos Produzidos por Correntes Universidade Estadual do Piauí Campus Parnaíba Professor : Olímpio Sá Curso de Física 2 para Ciências da Computação 1o semestre, 2014 Lei de Biot - Savart De maneira análoga à que o campo elétrico dE produzido por cargas é: 1 dq 1 dq dE r r ˆ 2 3 4 0 r 4 0 r o campo magnético dB produzido por cargas em movimento (correntes) é: o idl r dB 4 r 3 onde dl é um elemento de comprimento sobre a linha de corrente, r é um vetor que vai de Idl até o ponto P e 7 T m 6 T m é a permeabilidade do vácuo. 0 4 10 1,26 10 A A Campo num ponto P qualquer o idl r dB 4 r 3 C z idl r P y x dB 0 idl rˆ B 2 4 r C (Lei de Biot-Savart) Linhas de Campo Magnético As linhas de campo magnético são linhas a partir das quais pode-se visualizar a configuração do campo magnético de uma dada distribuição de correntes no espaço. No entorno de um fio longo transportando uma corrente, elas são da forma: Observe que as linhas de B são fechadas. Campo magnético de um fio retilíneo longo com corrente i A lei de Biot-Savart dB o i ds sin 4 r2 o Idl r se reduz a: dB 3 4 r r2 R2 s2 Mas: R R tan ds d 2 s sin Integrando-se em tem-se: B B 0i 0i R / sin 2 B sin 2 d 2 4 R / sin 2 R 0 Sentido do campo B : dado pela regra da mão direita (ver figura) 0i (fio semiB 4 R infinito) B devido a uma corrente em um arco circular • campo magnético no ponto C • para os segmentos 1 e 2 da figura (a) ds r é nulo (vetores paralelos e anti-paralelos) • no segmento 3 ds e r são perpendiculares entre si. Neste caso: 0 i , B 4 R onde é o ângulo subentendido pelo arco. Exemplo Dois fios transportam correntes i1 e i2 em sentidos contrários. Obter a intensidade, direção e sentido de B em P. Adote i1 =15A, i2 =32A e d=5,3cm. • Intensidade de cada campo: 0in Bn , n 1,2 0 2 d cos 45 • Módulo de B 0 2 2 4 B i i 1 , 89 10 T 190 μT 1 2 0 2 d cos 45 • A fase B1 15 A 25,1 arctan arctan 32 A B2 • B faz um ângulo com o eixo x dado por : 45 70 Força entre dois condutores com correntes A corrente do fio a gera um campo na posição do fio b: 0ia 0 ia dla rˆ Ba Ba 2 2d 4 r a O fio a produz no fio b uma força dada por: 0 ib ia dla r F d F d l ( ) dFba ibdlb Ba b 3 b 4 b r a Para dois fios paralelos, a força sobre um comprimento L do fio b vale: Fba ib L Ba ba ba 0 ib ia Fba o ib Ba sin 90 L 2 d Esta expressão possibilita a definição do ampère. Canhão sobre trilhos • Força magnética como acelerador de projéteis Corrente percorre os trilhos condutores ligados por um fusível condutor que se funde ao se estabelecer corrente criando um gás condutor. O gás conduzindo corrente, sob influência do campo B produzido pelos trilhos, sofre uma força que empurra o projétil. Circuitação de um campo vetorial • Cada linha de B é uma curva fechada. • A determinação de B pode ser feita em termos da sua circuitação. B dl i r Intensidade de B : d C B 0 I 2 r B dl Bdl cos C rd dl cos 0i 0i C Bdl cos Br d 2 r r d 2 d 0i A lei de Ampère A lei de Ampère é geral, mas a sua utilidade no cálculo do campo magnético devido a uma distribuição de correntes depende da simetria do problema. B dl oienv (lei de Ampère) C Da figura ao lado tem-se: ienv i1 i2 Bdl cos 0 (i1 i2 ) C Então: B dl o i1 i2 C Campo magnético fora de um fio retilíneo longo com corrente B possui simetria cilíndrica em torno do fio e a mesma intensidade em todos os pontos a uma distância r do mesmo. Curva 1 ( r>R ): B dl Bdl cos 0 i0 1 1 B é paralelo a dl 0 cos 1 Bdl cos B dl B(2 r ) 1 1 Da lei de Ampère: 0 I 0 B 2 r (fora do fio) Campo magnético no interior de um fio longo de raio R Curva 2 ( r R ) : Bdl cos B dl B(2r ) 2 2 A corrente envolvida pela curva 2 (de raio r) é: ienv r2 I0 R2 B(2 r ) 0ienv r2 0 I 0 R2 0 I 0 B r 2 2 R O sentido de B é dado pela regra da mão direita. (dentro do fio) Gráfico da intensidade de B de um fio retilíneo longo com corrente • Para B rR : 0i r 2 2 R • Para r R : 0i B 2 r Solenóides e Toróides • Um fio longo enrolado formando uma bobina em espiral é chamado de solenóide. • O campo magnético do solenóide é a soma vetorial dos campos produzidos por cada uma das voltas do fio que o forma. Solenóide compacto Solenóide esticado Solenóides e Toróides O campo no interior de um solenóide é praticamente uniforme. As figuras abaixo mostram um solenóide ideal e um solenóide real. Em ambos os casos os campos fora do solenóide são fracos, em comparação com os do interior. Aplicando-se a lei de Ampère à curva abcd, havendo N voltas num comprimento h do solenóide: b c d a B dl B dl B dl B dl B dl 0ienv ; ienv i0 (nh) C a b c B n0i0 d N n h Campo de um toróide A figura mostra o enrolamento de um toróide de N voltas, transportando uma corrente I. B é diferente de zero apenas no interior do toróide. Sua intensidade varia com r. Aplicando-se a lei de Ampère para a curva tracejada em azul, tem-se: B dl 0 I N C B dl B (2 r ) C B N0 i ( toróide ) 2r N n , esta expressão é parecida à do campo de Note que como 2r um “solenóide enrolado”. Campo magnético de uma bobina O campo de uma bobina não tem simetria suficiente para ser calculado pela lei de Ampère. Usaremos a lei de Biot-Savart para calcular B em pontos do eixo central da espira. Temos: dB( z ) dB|| dB Como a soma vetorial dos dB se anula: B( z ) dB|| dB cos i ds dB 0 2 sin (900 ) 4 r R R r R z e cos r R2 z 2 Substituindo essas três relações na integral de B(z) tem-se: 2 2 2 0iR B( z ) dB|| ds 2 2 3/ 2 4 ( R z ) espira 0iR 2 B( z ) 2( R 2 z 2 )3 / 2 Campo magnético de uma bobina Vimos: B( z ) 0 iR 2 2( R 2 z 2 ) 3 / 2 Para pontos afastados ( z R ): B( z ) 0i R 2 2z3 2 Lembrando que R A é a área da espira e iAnˆ é o seu momento magnético: 0 NiA B( z ) 2 z 3 0 B( z ) 2 z 3 (A bobina se comporta como um ímã)