Polímeros são macromoléculas em que existe uma unidade que se repete, chamada monômero. O nome vem do grego: poli = muitos + meros = partes, ou seja, muitas partes. A reação que forma os polímeros é chamada de polimerização A variedade de objetos a que temos acesso hoje se deve à existência de polímeros sintéticos, como por exemplo: sacolas plásticas, para-choques de automóveis, canos para água, panelas antiaderentes, mantas, colas, tintas, etc. Tudo começou durante a Segunda Guerra Mundial (1939), muitos precisavam de um isolante elétrico, e então surgiu a primeira utilização de polímeros em radares militares. Os radares militares foram muito importantes durante a guerra, através deles era possível perceber a chegada dos inimigos como também situar as tropas de combate. Foi por isso que a primeira utilização dos polímeros ficou conhecida, eles isolavam a parte elétrica desses radares. Atualmente, a importante utilização de polímeros como isolante em instalações elétricas se faz presente através dos polietilenos. Os polietilenos são polímeros de baixa densidade, de aspecto brilhante, flexível e que são facilmente moldados para encapar fios de eletricidade. Mas a utilização desse polímero não se limita apenas a esta função, conforme seu preparo são ainda empregados na fabricação de sacolas para compras, lixo e embalagens para alimentos. Os polímeros correspondem ao agrupamento de pequenas moléculas denominadas monômeros que ao se ligarem formam macromoléculas, eles são derivados do plástico. A maioria dos objetos que utilizamos hoje em dia tem polímeros na sua constituição, esses compostos causam muitos problemas ao ambiente, pois são poluidores. O lixo urbano representa um dos grandes desafios atuais, nele são encontrados diversos materiais que por sua natureza química são resistentes à biodegradação. Definição da palavra plástico: deriva do grego plastikós e significa “que pode ser moldado”. O nome já revela a principal propriedade dos plásticos: a facilidade de moldagem. Utilização dos plásticos: através de métodos adequados, os plásticos assumem a forma de pratos, caixas, sacos, garrafas, etc. • Descarte do plástico: este ato constitui um dos maiores problemas deste material, o plástico demora cerca de quatro a cinco séculos para se degradar. O descarte inapropriado leva ao acúmulo na natureza e conseqüentemente a problemas ambientais. Acrilato de etila Talvez você o conheça mais pelo nome genérico “acrílico”, mas o acrilato de etila tem sido vastamente usado no mundo moderno. É componente essencial para a polimerização de resina e emulsões. A forma acrilato de etila é mais empregada para a produção de tintas especiais, que resistem à umidade em cozinhas e banheiros, e a exposição ao sol e chuva. A característica flexível e resistente das tintas permite que sejam aplicadas para recobrir superfícies metálicas, tais como máquinas de lavar, geladeiras, lavadoras de louça, entre outras. O acrilato de etila confere um acabamento laqueado, que permite uma limpeza regular (diária) das superfícies sem que a tinta se solte. Utilização dos Polímeros sintéticos Você já parou para pensar o que seria da modernidade sem a presença dos polímeros sintéticos? Para ser mais preciso, imagine um carro sem o conforto em seu interior? Ou como seria difícil escrever com penas de ave, ou ainda vestir roupas feitas com lã de carneiro? Isso sem falar no computador, que é o maior exemplo de avanço tecnológico. Pois saiba que todo o conforto que usufruímos hoje depende da presença de polímeros em nosso cotidiano. Os painéis, estofados e acessórios que compõem os luxuosos carros são feitos a partir desta classe de compostos orgânicos: os polímeros sintéticos. E mais: a caneta com que escrevemos, as roupas feitas com os mais variados materiais (nylon, ryon), a estrutura dos computadores (teclado, mouse, CPU), enfim, vários objetos que fazem parte da vida moderna contém em sua composição algum tipo de polímero sintético. Pode-se afirmar que nos países mais desenvolvidos são gastos anualmente mais de 100 quilos de polímeros sintéticos por habitante, ou seja, são compostos essenciais para nossa sobrevivência. Tudo isso seria benéfico se não fosse o perigo representado pelo aumento no uso de polímeros. Eles são uma grande ameaça para a humanidade em razão do descarte incorreto: os rios, mares e áreas verdes recebem diariamente centenas destes materiais que possuem a propriedade de não serem biodegradáveis. Sendo assim, se acumulam na natureza contaminado o ambiente. Polímeros e Poluição A partir da década de 1960 iniciou-se o processo de modernização das embalagens para produtos industrializados. Foi a partir daí que começaram os problemas: antes dessa época as embalagens utilizadas para sólidos eram papéis e papelão, e para os líquidos eram as latas e vidros. Com a revolução das embalagens, surgiram as embalagens plásticas que são derivadas de polímeros, estas são mais usadas devido algumas vantagens que apresentam. Elas são obtidas a baixo custo, são impermeáveis, flexíveis e ao mesmo tempo são resistentes a impactos. Sendo assim, foram substituindo as antigas embalagens até serem usadas em larga escala como nos dias atuais. São necessários de 100 a 150 anos (aproximadamente) para que os polímeros sejam degradados no ambiente. Por isso a poluição causada pelos polímeros se tornou uma preocupação em escala mundial, além de poluir rios e lagos, polui também o solo de um modo geral. Os grandes vilões deste século são os materiais poliméricos como as garrafas PET de refrigerantes, que acarretam problemas ambientais pelas características de serem descartáveis. A poluição pelos polímeros poderia ser minimizada com a reciclagem dos plásticos ou o emprego de polímeros biodegradáveis. PET: plástico do momento O PET teve sua descoberta em 1941 pelos químicos Rex Whinfield e James Dickson. Enquanto trabalhavam com etilenoglicol, Rex e James notaram o aparecimento de um material pegajoso que, quando esticado, dava origem a longas e resistentes fibras, se tratava de um éster capaz de formar cadeias poliméricas (polímeros). Devido a esta composição, foi definido como poliéster. O poliéster é usado até hoje para compor tecidos que não amarrotam, talvez por esta vantagem esteja a tanto tempo no mercado. Nos últimos anos foi empregado na fabricação de garrafas descartáveis, e recebeu a nomenclatura PET, esta é a definição própria para as embalagens compostas por poliésteres. Com as vantagens de ser facilmente manuseado e transportado, o PET se torna mais uma das praticidades do século XXI que chegou para substituir o vidro (pesado e frágil). Polímero à prova de bala O cientista americano Stephanie Kwolek, no ano de 1965, na busca por um material com a resistência térmica do amianto e rigidez da fibra de vidro, acabou por descobrir um novo polímero. Como se sabe, as balas são feitas em aço e a velocidade que atingem ao serem lançadas, as tornam fatais. O Kevlar surgiu para mudar esta história: com a chegada dos coletes à prova de bala, o aço que era imbatível, se tornou frágil. Características do Kevlar: insolúvel, imune a ataque químico, resistente ao fogo, flexível e leve. E não é só em coletes que se aplica o material Kevlar, ele é usado também em revestimentos para motores de aviões para evitar que uma eventual explosão na turbina os danifique. Composição do Kevlar: longas cadeias de anel benzeno interconectadas com grupos amida. O que torna o polímero altamente resistente é a estrutura organizada da cadeia, as forças atrativas entre as moléculas permitem que se alinhem em camadas rígidas uma em cima da outra. Toda esta organização estrutural permite ao Kevlar obter resistência 5 vezes maior do que no aço, ou seja, é bem mais forte. Mais aplicações do Kevlar: Quando se adiciona fibras a este polímero, ele se torna mais resistente e então pode ser usado para a confecção de escudos militares, raquete de tênis, roupas espaciais, em carros de corrida de Fórmula Um, entre outras. O Kevlar se destacou mesmo por proporcionar maior segurança aos policiais, agora você já sabe de que é feito o colete que permite combater o crime sem maiores riscos. Polímero Nylon O nylon, no português náilon, A primeira meia-calça fabricada com polímero nylon é uma fibra têxtil sintetizada em laboratório, faz parte da classe dos polímeros e é muito usada na fabricação de roupas femininas como lingeries, roupas de banho (biquínis, maiôs). O nylon consiste em uma fibra orgânica muito útil atualmente, mas sua descoberta não é recente. Já no início do século XX (1927), foi preciso desenvolver um tecido resistente para fabricar roupas e substituir a seda de preço elevado. O novo material foi sintetizado em um laboratório de Química Orgânica por químicos da época, o que eles não sabiam é que essa descoberta iria revolucionar a nova geração. Na década de 40, o nylon foi colocado à venda na forma de meias, qual não foi a surpresa diante do sucesso do produto: as primeiras horas de comercialização do novo material sintético já foram suficientes para vender mais de milhões de pares de meias. O sucesso pode ser explicado pelo preço do nylon, que é bem mais acessível do que o da seda. Mas esta não foi a primeira aplicação do nylon, ele foi empregado pela primeira vez na fabricação de escova de dente, 10 anos antes de se transformar em meias. O processo químico para se obter o nylon: A mistura de ácido adípico e hexametilenodiamina. Esses compostos são constituídos por 6 carbonos cada, a resistência do nylon é explicada pelo procedimento de obtenção do produto, para conseguir essa propriedade foi preciso vários experimentos até chegar à conclusão: a fibra para se tornar elástica e resistente precisava ser fundida em altas temperaturas, ou seja, em ponto de fusão elevado. Polímeros biodegradáveis Bioespuma. É um composto biodegradável que foi elaborado para substituir o isopor. A obtenção da Bioespuma é feita a partir do óleo de mamona. O processo consiste em uma síntese que envolve reações químicas entre o óleo de mamona e amido, reações que são denominadas de esterificações. Veja o esquema de obtenção da Bioespuma e o seu processo de deterioração: Os produtos finais do processo de Biodegradação são: água (H2O) + gás carbônico (CO2). Poliuretano por uma boa causa As Poliuretano traz comodidade a lares na África do Sul cabanas de ferro retorcido, características dos países mais pobres, são extremamente desconfortáveis em virtude do calor intenso e da proliferação de insetos. O poliuretano na forma de espuma rígida (compensado) é então instalado e resolve bem o problema por ser isolante térmico e até mesmo acústico. O poliuretano para estes fins vem na forma de um revestimento, pintado com uma resina à prova de fogo (proteção contra os raios UV), que é fixado nas paredes de ferro. O material é barato, ou seja, acessível para a população de baixa renda e, por isso, se tornou uma alternativa para tornar os lares habitáveis. Sexo seguro com poliuretano O poliuretano é o A camisinha, um dos métodos contraceptivos mais seguros e que oferece proteção contra todas as doenças sexualmente transmissíveis, é composta de polímeros polímero desenvolvido para compor preservativos mais resistentes que os de látex. E mais, o material é super leve, o que permite que sejam mais finos e confortáveis. Só para demonstrar quão versátil é o poliuretano, conheça suas outras aplicações: nos carros, é usado como enchimento de assentos, revestimento à prova de som, embaixo dos carpetes, painéis isolantes, etc. Apesar de ser usado em muitos dos acessórios do automóvel, o material garante conforto e leveza ao veículo, o que resulta em economia de combustível. Silicone - constituição e aplicações Os polímeros de silicone, ou borrachas de silicone, introduzidos no mercado em 1943 têm diversas aplicações, em virtude da sua grande estabilidade física. O silicone é um material que tem várias finalidades, incluindo seu uso em produtos que consumimos comumente em nosso dia a dia. O silicone é um polímero muito estável e apresenta grande resistência ao calor, pois apenas os compostos orgânicos ligados ao silicone é que começam a entrar em combustão em contato com o calor. Porém, quando esses radicais terminam de reagir, resta apenas a sílica (areia), o que faz com que a combustão não prossiga. Por ter essas características, ser atóxico, ter grande inércia química e se apresentar de formas que variam do líquido extremamente fluido até o sólido semelhante à borracha, esses polímeros são utilizados nas mais diversas áreas. A seguir temos algumas dessas aplicações: Tipos de polímeros Composição do Teflon O Teflon é o nome popular do polímero Politetrafluoretileno, a sigla PTFE ajuda na identificação deste composto de nome complicado. O PTFE surgiu em meio aos experimentos do químico Roy Plunkett, no ano de 1938, enquanto realizava experimentos com gás tetrafluoretileno. O cientista foi surpreendido com o aparecimento de um pó branco no recipiente que continha o gás, após estudos concluiu que se tratava de um polímero formado por cadeia de 100.000 átomos de carbono ligados a 2 átomos de flúor, se tratava do Teflon. Estudos revelaram também aspectos do novo polímero como: - Resistente a altas temperaturas (500°C); - Insolubilidade em solventes; - Resistência ao ataque por ácido corrosivo a quente; - Aspecto escorregadio. O pesquisador Louis Hartmann (1950), partiu do princípio que precisava unir o componente das panelas (alumínio) ao novo material, Acompanhe o processo realizado por Louis: 1. Aplicação de ácido clorídrico: o ácido aplicado sobre a superfície da panela de alumínio corrói criando pequenas brechas (porosidade). 2. Aquecimento: o Teflon é espalhado sobre o metal alumínio corroído e levado a aquecimento a uma temperatura de 400 °C por alguns instantes. 3. Fixação: O Teflon se fixa nas cavidades da superfície da panela se transformando em um filme contínuo ligado firmemente à superfície: estes procedimentos conferem aspecto resistente aos utensílios antiaderentes. Epóxidos Epóxidos são compostos orgânicos, mais precisamente polímeros que se formam a partir da reação do éter cíclico com o bis-fenol. Os epóxidos também são denominados de poliéteres por serem derivados de um éter, podem ser encontrados na forma líquida e incolor, são solúveis em álcool, éter e benzeno. Tacos de golfe são produtos de epóxidos. Os epóxidos são mais conhecidos por sua aplicação em colas, neste caso uma mistura de poliamida e resina epóxi se unem para formar outro polímero de cadeias cruzadas, a estrutura molecular deste novo polímero é extremamente rígida. Em razão da estrutura rígida, as colas e cimentos do tipo epóxi são usadas para fabricar skates, tacos de golfe, raquetes de tênis, e até em asas e fuselagem de aviões. A resina epóxi possui uma função muito importante nestes casos: manter as fibras unidas. Exemplos: Polímeros termoplásticos PC - Policarbonato Aplicações: Cd´s, garrafas, recipientes para filtros, componentes de interiores de aviões, coberturas translúcidas, divisórias, vitrines, etc. PU – Poliuretano Aplicações: Esquadrias, chapas, revestimentos, molduras, filmes, estofamento de automóveis, em móveis, isolamento térmico em roupas impermeáveis, isolamento em refrigeradores industriais e domésticos, polias e correias. PVC - Rígido Aplicações: Telhas translúcidas, portas sanfonadas, divisórias, persianas, perfis, tubos e conexões para esgoto e ventilação, esquadrias, molduras para teto e parede. PS - Poliestireno Aplicações: Grades de ar condicionado, peças de máquinas e de automóveis, fabricação de gavetas de geladeira, brinquedos, isolante térmico, matéria prima do isopor. PP - Polipropileno Aplicações: Brinquedos;Recipientes para alimentos, remédios, produtos químicos; Carcaças para eletrodomésticos; Fibras; Sacarias (ráfia); Filmes orientados; Tubos para cargas de canetas esferográficas; Carpetes; Seringas de injeção; Material hospitalar esterilizável; Autopeças (pára-choques, pedais, carcaças de baterias, lanternas, ventoinhas, ventiladores, peças diversas no habitáculo); Peças para máquinas de lavar. Polímeros termorígidos (termofixos) Baquelite: usada em tomadas Poliéster: usado em carrocerias, caixas d'água, piscinas, etc., na forma de plástico reforçado (fiberglass). Elastômeros (borrachas) Aplicações: pneus, vedações, mangueiras de borracha. CARACTERÍSTICAS As principais e mais importantes características dos polímeros são as mecânicas. Segundo ela os polímeros podem ser divididos em: Termoplásticos. Termorrígidos (termofixos) e Elastômeros (borrachas). TERMOPLÁSTICOS São também chamados plásticos, e são os mais encontrados no mercado. Pode ser fundido diversas vezes, alguns podem até dissolver-se em vários solventes. Logo, sua reciclagem é possível, característica bastante desejável atualmente. Sob temperatura ambiente, podem ser maleáveis, rígidos ou mesmo frágeis. Estrutura molecular: moléculas lineares dispostas na forma de cordões soltos, mas agregados, como num novelo de lã. Exemplos: polietileno (PE), polipropileno (PP), poli(tereftalato de etileno) (PET), policarbonato (PC), poliestireno (PS), poli(cloreto de vinila) (PVC), poli(metilmetacrilato) (PMMA)... TERMORRÍGIDOS (TERMOFIXOS) São rígidos e frágeis, sendo muito estáveis a variações de temperatura. Uma vez prontos, não mais se fundem. O aquecimento do polímero acabado promove decomposição do material antes de sua fusão, tornando sua reciclagem complicada. Estrutura molecular: os cordões estão ligados fisicamente entre si, formando uma rede, presos entre si através de numerosas ligações, não se movimentando com tanta liberdade os termoplásticos. Pode-se fazer uma analogia com uma rede de malha fina. ELASTÔMEROS (BORRACHAS) Classe intermediária entre os termoplásticos e os termorrígidos: não são fusíveis, mas apresentam alta elasticidade, não sendo rígidos como os termofixos. Reciclagem complicada pela incapacidade de fusão. Estrutura molecular: a estrutura é similar à do termorrígido, mas há menor número de ligações entre os "cordões". Como se fosse a rede, mas com malhas bem mais largas . Aplicações O plástico é um dos materiais que pertence à família dos polímeros, e provavelmente o mais popular. É um material cada vez mais dominante em nossa era e o encontramos frequentemente em nosso dia a dia. Por que há baldes em plástico e não de chapa metálica ou madeira, como antigamente? Resposta: O plástico é mais leve que os outros materiais. Os compósitos poliméricos são usados em aplicações estruturais devido à uma combinação favorável de baixa massa específica e desempenho mecânico elevado. Para que carregar um pesado balde metálico se o plástico torna o balde leve e estável o suficiente para transportar água? Por que os fios elétricos são revestidos de plástico e não mais de porcelana ou tecido isolante, como antigamente? Resposta: O revestimento plástico é mais flexível que a porcelana. Também é bem mais robusto e resistente às intempéries do que os tecidos. E tudo isso sem prejudicar o isolamento elétrico que é absolutamente vital neste caso. Por que as geladeiras são revestidas internamente com plástico? Resposta: O plástico é robusto o suficiente e é um ótimo isolante térmico, exigindo menor esforço do compressor para manter os alimentos congelados. Por que o CD é feito de plástico? Resposta: O plástico utilizado neste caso – policarbonato (ou, abreviadamente, PC) - é tão transparente quanto o vidro, ao mesmo tempo que é mais leve e é bem menos frágil. RECICLAGEM Alguns polímeros, como termorrígidos e borrachas, não podem ser reciclados de forma direta, pois não existe uma forma de refundí-los ou depolimerizá-los. Na maioria das vezes a reciclagem de termoplásticos não é economicamente viável devido ao seu baixo preço e baixa densidade. Somente plásticos consumidos em massa, como o PE (polietileno) e PET poli(tereftalato de etileno), apresentam bom potencial econômico. Outro problema é o fato dos plásticos reciclados serem encarados como material de segunda classe. Quando a reciclagem não é possível a alternativa é queimar os plásticos, transformando-os em energia. Porém os que apresentam halogânio, como o PVC que geram gases tóxicos na queima. Para que isso não ocorra esse material deve ser encaminhado para dehalogenação antes da queima. COMO SÃO PRODUZIDOS OS POLÍMEROS? A matéria prima que dá origem ao polímero chama-se monômero. No caso do polietileno (PE) é o etileno (ou eteno). Por sua vez, o monômero é obtido a partir do petróleo ou gás natural, pois é a rota mais barata. É possível obter monômeros a partir da madeira, álcool, carvão e até do CO2, pois todas essas matérias primas são ricas em carbono, o átomo principal que constitui os materiais poliméricos. Todas essas rotas, contudo, aumentam o preço do monômero obtido, tornando-o não competitivo. No passado, os monômeros eram obtidos de resíduos do refino do petróleo. Hoje o consumo de polímeros é tão elevado que esses “resíduos” de antigamente tem de ser produzidos intencionalmente nas refinarias para dar conta do consumo! PROPRIEDADES FÍSICAS DOS POLÍMEROS Leves Mais leves que metais ou cerâmica. Ex: PE (polietileno) é 3 vezes mais leve que o alumínio e 8 vezes mais leve que o aço. Motivação para uso na indústria de transportes, embalagens, equipamentos de esporte... Propriedades Mecânicas Interessantes Alta flexibilidade, variável ao longo de faixa bastante ampla, conforme o tipo de polímero e os aditivos usados na sua formulação; Alta resistência ao impacto. Tal propriedade, associada à transparência, permite substituição do vidro em várias aplicações. Quais seriam? lentes de óculos (em acrílico ou policarbonato), faróis de automóveis (policarbonato), janelas de trens de subúrbio, constantemente quebradas por vândalos (policarbonato); Note-se, contudo, que a resistência à abrasão e a solventes não é tão boa quanto a do vidro. Lentes de acrílico riscam facilmente e são facilmente danificadas se entrarem em contato com solventes como, por exemplo, acetona! Baixas Temperaturas de Processamento Conformação de peças requer aquecimento de 250oC. Alguns plásticos especiais requerem até 400oC. Disso decorre baixo consumo de energia para conformação. E também faz com que os equipamentos mais simples e não tão caros quanto para metais ou cerâmica. Baixa Condutividade Elétrica Polímeros são altamente indicados para aplicações onde se requeira isolamento elétrico. Explicação: polímeros não contém elétrons livres, responsáveis pela condução de eletricidade nos metais. A adição de cargas especiais condutoras (limalha de ferro) pode tornar polímeros fracamente condutores, evitando acúmulo de eletricidade estática, que é perigoso em certas aplicações. Há polímeros especiais, ainda a nível de curiosidades de laboratório, que são bons condutores. O Prêmio Nobel de Química do ano 2000 foi concedido a cientistas que sintetizaram polímeros com alta condutividade elétrica. Baixa Condutividade Térmica A condutividade térmica dos polímeros é cerca de mil vezes menor que a dos metais. Logo, são altamente recomendados em aplicações que requeiram isolamento térmico, particularmente na forma de espumas. Mesmo explicação do caso anterior: ausência de elétrons livres dificulta a condução de calor nos polímeros. Maior Resistência a Corrosão As ligações químicas presentes nos plásticos lhes conferem maior resistência à corrosão por oxigênio ou produtos químicos do que no caso dos metais (ligação metálica). Isso, contudo, não quer dizer que os plásticos sejam completamente invulneráveis ao problema. Ex: um CD não pode ser limpo com terebentina, que danificaria a sua superfície. De maneira geral, os polímeros são atacados por solventes orgânicos que apresentam estrutura similar a eles. Ou seja: similares diluem similares. Porosidade O espaço entre as macromoléculas do polímero é relativamente grande. Isso confere baixa densidade ao polímero, o que é uma vantagem em certos aspectos. Esse largo espaçamento entre moléculas faz com que a difusão de gases através dos plásticos seja alta. Em outras palavras: esses materiais apresentam alta permeabilidade a gases, que varia conforme o tipo de plástico. A principal conseqüência deste fato é a limitação dos plásticos como material de embalagem, que fica patente no prazo de validade mais curto de bebidas acondicionadas em garrafas de PET. Por exemplo, o caso da cerveja é o mais crítico. Essa permeabilidade, contudo, pode ser muito interessante, como no caso de membranas poliméricas para remoção de sal da água do mar. CRONOLOGIA DA TECNOLOGIA DOS POLÍMEROS 1ª Fase: Polímeros, Materiais Naturais Por que os polímeros demoraram tanto a surgir, viabilizando-se comercialmente apenas nos últimos 50 anos? Polímeros são compostos orgânicos, ou seja, baseados em átomos de carbono. Suas reações químicas, portanto, são regidas pela Química Orgânica. São reações de difícil execução em laboratório. Por isso, até o século passado, somente era possível utilizar polímeros produzidos naturalmente, pois não havia tecnologia disponível para promover reações entre os compostos de carbono. 2ª Fase: Polímeros Naturais e Modificados as pesquisas sobre química orgânica se multiplicam, criando a base fundamental para o desenvolvimento dos materiais poliméricos. Ainda não havia tecnologia disponível para se sintetizar industrialmente esses materiais, mas já era possível alterar polímeros naturais de modo a torná-los mais adequados a certas aplicações. 3ª Fase: Polímeros Sintéticos A borracha tornou-se matéria prima estratégica devido à sua fundamental importância para a indústria automobilística e para a guerra moderna. Durante a década de 1930 tanto os E.U.A. como a Alemanha desenvolveram programas ambiciosos para produzir a borracha sintética, visando diminuir ou mesmo eliminar a dependência da borracha natural, produzida em locais remotos do globo. A ênfase do programa alemão era a produção de borracha comum para pneus, enquanto que o programa americano visava desenvolver borrachas especiais para aplicações mais severas. Ambos os programas, contudo, proporcionaram um enorme progresso à Ciência dos Polímeros, em função do grande número de projetos de pesquisa básica e aplicada que tiveram de ser desenvolvidos para se atingir aos objetivos propostos. A Segunda Guerra Mundial, ao impor restrições às fontes de borracha natural e outras matérias primas, motivou o desenvolvimento de processos industriais para a síntese de plásticos com propriedades equivalentes ou similares à borracha, principalmente o PVC. ALGUNS POLÍMEROS DE IMPORTÂNCIA INDUSTRIAL Certos plásticos se destacam por seu baixo preço e grande facilidade de processamento, o que incentiva seu uso em larga escala. São os chamados plásticos ou resinas commodities, materiais baratos e usados em aplicações de baixo custo. São o equivalente aos aços de baixo carbono na siderurgia. Os principais plásticos commodities são: polietileno (PE), polipropileno (PP), poliestireno (PS) e o policloreto de vinila (PVC). A distribuição da produção desses plásticos no Brasil, em 1998, pode ser vista no gráfico a seguir: PE – Polietieno PP- Polipropileno PVC- Policloreto de Vinila PS- Poliestireno A figura abaixo mostra, de forma aproximada, como se distribuem as aplicações dos plásticos. Note-se que aqui não estão incluídos alguns polímeros importantes, como as borrachas. Policarbonato Plástico da família dos poliésteres aromáticos. Principais propriedades Excelente resistência ao impacto; Excelente transparência: 96%; Boa estabilidade dimensional e térmica; Resistente aos raios ultravioleta; Boa usinabilidade; Boas características de isolamento elétrico. Produção brasileira em 1995: 10.000 t. Este importante plástico de engenharia foi acidentalmente descoberto em 1898 na Alemanha, mas só em 1950 é que seu desenvolvimento foi retomado, passando a ser comercializado a partir de 1958. Aplicações Compact-Discs (CD’s); Janelas de segurança (por exemplo, em trens de subúrbio); Óculos de segurança; Carcaças para ferramentas elétricas, computadores, copiadoras, impressoras... Bandejas, jarros de água, tigelas, frascos... Escudos de polícia anti-choque; Aquários; Garrafas retornáveis. Polipropileno (PP) Mero: propileno (designação antiga do propeno): Principais propriedades Baixo custo; Elevada resistência química e a solventes; Fácil moldagem; Fácil coloração; Alta resistência à fratura por flexão ou fadiga; Boa resistência ao impacto; Boa estabilidade térmica; Maior sensibilidade à luz UV e agentes de oxidação, sofrendo degradação com maior facilidade. Aplicações Brinquedos; Recipientes para alimentos, remédios, produtos químicos; Carcaças para eletrodomésticos; Sacarias (ráfia); Tubos para cargas de canetas esferográficas; Carpetes; Seringas de injeção; Material hospitalar esterilizável; Autopeças (pára-choques, pedais, carcaças de baterias, lanternas, ventoinhas, ventiladores). Peças para máquinas de lavar. Atualmente há uma tendência no sentido de se utilizar exclusivamente o PP no interior dos automóveis. Isso facilitaria a reciclagem do material por ocasião do sucateamento do veículo, pois se saberia com qual material se estaria lidando.