Sociologia Clássica Introdução

Prof. MSc.Eduardo Guerini
Março/2011
Sociologia Clássica - Introdução
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Os três eixos de Estudo da Sociologia
Contribuições teórico - metodológicas ;
As interpretações à respeito do surgimento
e do caráter da sociedade moderna;
As diferentes propostas políticas.
Normalmente, o estudo da sociologia clássica
é realizado segundo duas perspectivas: uma
de caráter histórico e outra de caráter
sistemático.
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A contribuição fundamental da obra de Durkheim, Weber e Marx.
(i) apresentou um aparato de conceitos e teorias para a interpretação da realidade
social;
(ii) formulou uma explicação para o mundo moderno;
(iii) inspirou diferentes posicionamentos políticos diante da realidade social.
Em outras palavras, se o primeiro eixo representa a contribuição teórico-analítica
destes autores, o segundo representa sua contribuição teórico-empírica e,
finalmente, o terceiro eixo diz respeito a dimensão teórico-política.
Enquanto o primeiro eixo se preocupa em construir um caminho de
interpretação da realidade (uma teoria sociológica);
O segundo representa os resultados da pesquisa (ou seja, uma teoria da
modernidade) ;
O terceiro uma teoria política, ou uma proposta de intervenção na própria
realidade social.
Em resumo, é pelos caminhos teóricos que lançaram, pelas interpretações que
fizeram e pelas opções que inspiraram, que Durkheim, Weber e Marx tornaram-se
uma via fundamental para quem quer prosseguir na tarefa apaixonante da
sociologia: descrever e explicar os fenômenos sociais.
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A sociologia é o estudo, que pretende ser científico,
do social enquanto social, seja no nível elementar das
relações interpessoais, seja no nível macroscópico de
vastos conjuntos, como classes, as nações, as
civilizações ou, para empregar a expressão corrente,
as sociedades globais.
Todas as sociedades tiveram uma certa consciência
de si mesmas.
A Política de Aristóteles nos parece um tratado de
sociologia política ou uma análise comparativa dos
regimes políticos. Embora comporte uma análise das
instituições familiares e econômicas, seu centro é o
regime político, a organização das relações de poder
em todos os níveis da vida coletiva, em síntese, a
sociabilidade do homem na cidade.
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Montesquieu é considerado um predecessor (fundador) da
sociologia, pela análise e comparação de regimes políticos – à
maneira dos filósofos clássicos – simultaneamente apreendendo
todos os setores do conjunto social, e por definição – as relações
múltiplas que são estabelecidas entre – indivíduos, classes e
sociedade (sociedade civil e sociedade política).
Como dizia Comte (1825)
“Consideradas no passado, as ciências
libertaram o
espírito humano da tutela
exercida sobre ele pela
teologia e pela
metafísica, e que, indispensável à
sua
infância, tendia a prolongá-la indefinidamente.
Consideradas no presente, elas devem servir, seja pelos seus
métodos, seja por seu resultados gerais , para determinar a
reorganização das teorias sociais. Consideradas no futuro,
serão, uma vez sistematizadas, a base espiritual permanente
da ordem social, enquanto dure a atividade da nossa espécie
no planeta.”
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Primeiro, é importante perceber que a sociologia
tem também a sua história e nasceu e se
desenvolveu dentro de um determinado contexto
social.
A sociologia é uma forma de saber científico
originada no século XIX. Como qualquer ciência,
ela não é fruto do mero acaso, mas responde às
necessidades dos homens de seu tempo.
Portanto, a sociologia tem também as suas
causas históricas e sociais. Compreender o
contexto no qual a sociologia nasceu é fator
fundamental para se entender as suas
características atuais.
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É claro que do ponto de vista histórico-social, inúmeros fatores poderiam ser
apontados como marcantes para o surgimento da sociologia.
No entanto, três acontecimentos costumam ser destacados como fundamentais
para este processo, pois eles afetaram diretamente as bases sociais da convivência
humana.
O primeiro acontecimento é de ordem econômica. O século XIX presenciou uma
das mais intensas, rápidas e profundas transformações sociais que a história já
presenciou: a revolução industrial.
No século XVIII, a Europa já tinha passado po um profundo abalo, com a
revolução francesa de 1789. A revolução francesa foi um fenômeno da maior
importância. A queda da monarquia e a progressiva instauração do sufrágio
eleitoral democrático, os direitos do homem e as noções de liberdade,
fraternidade e igualdade foram um tremendo terremoto nas tradições políticas da
Europa. A revolução francesa trazia novos ideais políticos e inaugurava novas
formas de organização do poder. Trata-se, portanto, de um acontecimento de
ordem política.
É importante ressaltar que este clima de mudanças e incertezas, contrastava
profundamente com a ordem cultural da idade média. No período medieval, com
o predomínio das concepções cristãs, o tempo e a sociedade eram vistos como
algo fixo e imutável, reflexo, de alguma forma, da vontade do Deus criador. A
sociedade, como tal, não era uma questão percebida pelas pessoas e não tinha
muito destaque no pensamento. Daí, a secularização ou racionalização da vida
cotidiana destacar-se como um movimento na ordem cultural.
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Assim, do ponto de vista sócio-intelectual, o
desenvolvimento da ciência (cujas origens remontam ao
século XV), foi fundamental para o surgimento da
sociologia. Afinal, a sociologia é uma interpretação
CIENTÍFICA da realidade social.
Na verdade, esta transformação cultural já vinha
ocorrendo há muito tempo, especialmente a partir do
renascimento (século XV).
Embora o renascimento tenha sido mais forte no campo
das artes, ele tinha como intenção geral colocar o homem
( antropocentrismo ) no lugar de Deus (teocentrismo). O
iluminismo tratou de acrescentar ao renascimento o
potencial da razão humana, que levaria o homem a sua
plena maturidade, como diria o famoso filO renascimento
e o iluminismo, portanto, são acontecimentos de ordem
culturalósofo Immanuel Kant..
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Os clássicos da sociologia foram os primeiros intérpretes do
mundo moderno.
Nessa análise da modernidade, cada um dos teóricos tinha uma
interpretação sobre estes três problemas fundamentais:
As características da sociedade tradicional;
Os fatores da mudança da sociedade;
As características do mundo moderno (modernidade).
É importante ressaltar que este clima de mudanças e
incertezas próprias do mundo moderno, contrastava
profundamente com a ordem cultural da idade média.
O conjunto de transformações geradas pela revolução
industrial, francesa e pelo iluminismo precisa ser
compreendido pela razão humana.
A sociologia nasceu da constatação de que a ordem social
moderna desorganizou as formas de convívio social, gerando
problemas novos que reclamavam soluções inovadoras.
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Neste sentido, poderíamos afirmar que a
sociologia é uma “ciência da crise” como
argumentou Robert Nisbet apud Sell(2002).
Em seus estudos das origens do pensamento
sociológico, ele mostra como os principais
conceitos
da
sociologia
clássica
são
justamente noções que apontam para a busca
de uma nova harmonia social.
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Na visão de Giddens (2001), está explicação está fundamentada
em quatro mitos:
Mito do Problema da Ordem: a tarefa principal da sociologia
seria resolver o problema colocado por Thomas Hobbes
“Como era possível explicar que os indivíduos vivam em
sociedade sem entrar em um conflito permanente?
Mito das Origens Conservadoras da Sociologia: Trata-se da
idéia de que a sociologia deriva de autores conservadores que
se opunham à Revolução Francesa e as conquistas do mundo
moderno (De Maistre e De Bonald).
Mito da Grande Cisão: Os fundadores estava preocupados
com a visão global da sociedade, enquanto seus continuadores
procuravam dar destaque às pesquisas sobre temas
específicos (teorias de médio alcance);
Mito da Divisão entre Integração e Coerção: A sociologia
estaria dividida entre uma corrente fundamentada na idéia da
“integração” e da harmonia social; contra outra corrente
fundamentada na idéia de “coerção” e do conflito social.
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