LITERATURA FANTÁSTICA LPL – 8ª série Profª Miriam Figur • O termo “fantástico” vem do latim phantasticus (-a,-um), que, por sua vez, provém do grego φανταστικός (phantastikós) - ambas as palavras provenientes de “fantasia”. • Refere-se ao que é criado pela imaginação, o que não existe na realidade. • É aplicável a um objeto como a literatura, pois o universo da literatura, por mais que se tente aproximá-la do real, está limitado ao fantasioso e ao ficcional. • Todo texto fantástico tem elementos inverossímeis, imaginários, distantes da realidade dos homens. Mas... o que é VEROSSIMILHANÇA? • Mesmo um texto fictício e /ou fantástico, precisa apresentar lógica. • Na literatura, fatos não precisam ser verdadeiros; têm que ser verossímeis. • Os fatos não devem ser gratuitos: tudo tem causa e conseqüência. É como a lei de Isaac Newton. O Discurso na Narrativa • Para dar-nos a conhecer os pensamentos e as palavras de personagens reais ou fictícias, os locutores e os escritores dispõem de três moldes lingüísticos diversos, conhecidos pelos nomes de: – discurso direto – discurso indireto – discurso indireto livre. Discurso Direto • É aquele que reproduz exatamente o que escutou ou leu de outra pessoa. • Podemos enumerar algumas características do discurso direto: - Emprego de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder, entre outros; - Usam-se os seguintes sinais de pontuação: dois-pontos, travessão e vírgula. Exemplo: O juiz disse: - O réu é inocente. Discurso Indireto • É aquele reproduzido pelo narrador com suas próprias palavras, aquilo que escutou ou leu de outra pessoa. • No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuação e usamos conjunções: que, se, como, etc. • Exemplo: O juiz disse que o réu era inocente. Discurso Indireto Livre • É aquele em que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por conta própria, servindo-se de orações absolutas ou coordenadas sindéticas e assindéticas. Exemplo: “Sinhá Vitória falou assim, mas Fabiano franziu a testa, achando a frase extravagante. Aves matarem bois e cavalos, que lembrança! Olhou a mulher, desconfiado, julgou que ela estivesse tresvariando”. (Graciliano Ramos). Período composto por coordenação Orações coordenadas CONCEITUAÇÃO Um período composto por coordenação é constituído por orações coordenadas. Uma oração chama-se coordenada quando não funciona como termo de outra e nem tem outra que funcione como termo dela. Ou seja, as orações coordenadas são sintaticamente independentes entre si. Observe o exemplo: Eu lhe trouxe o livro, mas você não o leu. 1ª oração 2ª oração Eu lhe trouxe o livro, / mas você não Suj. OI VTDI OD Suj. o leu. OD VTD Observe, no exemplo, como a 2ª oração não precisa funcionar como termo da 1ª e vice-versa, porque as duas já têm estrutura sintática completa. Ainda no exemplo, note que a 1ª oração não apresenta conjunção, enquanto a 2ª apresenta a conjunção mas. Dependendo da presença ou da ausência de conjunção, uma oração coordenada é sindética ou assindética. Coordenada sindética – quando possui conjunção. Coordenada assindética – quando não possui conjunção. Classificação das coordenadas sindéticas As orações coordenadas assindéticas, isto é, sem conjunção, não recebem nenhuma classificação. As coordenadas sindéticas são classificadas de acordo com o sentido que têm no período. 1. Coordenada sindética aditiva Exprime uma relação de soma, de adição. Conjunções: e, nem, não só... mas também. Ex.: Ela parou o carro na rua e nós fomos cumprimentá-la. Ele não faz o trabalho dele, nem ajuda os colegas. 2. Coordenada sindética adversativa Indica uma idéia contrária à da outra oração, uma oposição. Conjunções: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto. Ex.: A noite estava fria, mas as crianças brincavam na rua. 3. Coordenada sindética alternativa Exprime possibilidade de opção, de escolha, de alternância. Conjunções: ou ... ou, ora ...ora, quer ... quer. Ex.: Ou tudo se resolve hoje, ou não viremos mais aqui. 4. Coordenada sindética conclusiva Exprime uma conclusão da idéia contida na oração coordenada. Conjunções: logo, pois (colocada após o verbo), portanto, por isso. Ex.: Tudo está em ordem, portanto não devemos nos preocupar. Ele está confuso, precisa, pois, de nosso apoio. 5. Coordenada sindética explicativa Exprime uma explicação, uma justificativa ao que está contido na oração coordenada. Conjunções: pois (colocada antes do verbo), porque, que. Ex.: Não saia hoje, pois vai chover muito Síntese da unidade Conceito: oração coordenada é aquela que não exerce função sintática em relação a outra oração. Ou seja, a oração coordenada não funciona como termo da outra oração. Classificação das orações coordenadas: • assindética: não apresenta conjunção. • sindética: apresenta conjunção. Classificação Principais da coord. conjunções sindética coordenativas Exemplos Aditiva e, nem, mas também Ex.: Nosso amigo não veio, nem mandou notícias. Adversativa mas, porém, todavia, contudo, entretanto Ex.: Ele era muito rico, mas não era feliz. Alternativa ou ... ou; ora ... ora quer ... quer Ex.: Ora o tempo melhora, ora recomeça a chuva. Conclusiva portanto, logo, por isso, pois (anteposto verbo) Ex.: Este cavalo é bravo, portanto tome cuidado. Explicativa porque, que, pois (posposto ao verbo) Ex.: Volte logo, porque amanhã será tarde. Período composto Orações subordinadas adverbiais Classificação das orações subordinadas adverbiais 1. Oração subordinada adverbial causal Indica a causa provocadora do processo expresso pelo verbo da oração principal. 1 2 Ex.: A sessão foi suspensa / porque faltou energia elétrica. 1. Oração principal 2. Oração subordinada adverbial causal Principais conjunções: porque, visto que, que, como, etc. 2. Oração subordinada adverbial consecutiva Indica uma conseqüência decorrente do processo expresso pelo verbo da oração principal. 1 2 Falaram tão mal do filme / que ele nem entrou em cartaz. 1. Oração principal 2. Oração subordinada adverbial consecutiva. Principais conjunções: que (normalmente precedido de tão, tal, tanto, tamanho...) 3. Oração subordinada adverbial condicional Manifesta uma condição sob a qual se efetua o processo expresso pelo verbo da oração principal. 1 2 Deixe um recado / se você não me encontrar em casa. 1. Oração principal 2. Oração subordinada adverbial condicional Principais conjunções: se, caso, desde que, contanto que, sem que (= se não), ... 4. Oração subordinada adverbial concessiva Concede ou admite uma condição contrária ao processo expresso pelo verbo da oração principal. 1 2 Vencemos o inimigo, / embora ele fosse mais forte. 1. Oração principal 2. Oração subordinada adverbial concessiva Principais conjunções: embora, ainda que, se bem que, conquanto, mesmo que, que ... 5. Oração subordinada adverbial conformativa Estabelece uma relação de adequação ou conformidade com o processo expresso pelo verbo da oração principal. 1 2 Tudo ocorreu / como estava previsto. 1. Oração principal 2. Oração subordinada adverbial conformativa Principais conjunções: conforme, como, segundo, consoante... 6. Oração subordinada adverbial comparativa Estabelece uma relação de comparação com o processo expresso pelo verbo da oração principal, manifestando uma situação de igualdade, inferioridade ou superioridade entre os dois pólos comparados. 1 2 Recebeu a todos / como um anfitrião. (receberia) 1. Oração principal 2. Oração subordinada adverbial comparativa Principais conjunções: como, que, do que... 7. Oração subordinada adverbial final Indica a finalidade para a qual se destina o processo do verbo da oração principal. 1 2 Os índios usaram as armas / para que não invadissem suas terras. 1. Oração principal 2. Oração subordinada adverbial final Principais conjunções: para que, a fim de que, que, ... 8. Oração subordinada adverbial temporal Demarca em que tempo ocorreu o processo expresso pelo verbo da oração principal. 1 2 Todos fugiam para o abrigo / quando soava o alarme. 1. Oração principal 2. Oração subordinada adverbial final Principais conjunções: quando, enquanto, logo que, depois que, antes que, desde que ... 9. Oração subordinada adverbial proporcional Estabelece uma relação de proporcionalidade com o processo expresso pelo verbo da oração principal. 1 2 Aumenta a tensão / à medida que a esquadra se aproxima. 1. Oração principal 2. Oração subordinada adverbial proporcional Principais conjunções: à medida que, à proporção que, quanto mais... mais, quanto mais ... menos... Etc. Observação: A subordinada adverbial possui uma liberdade de colocação muito grande, podendo vir antes, no meio ou depois da oração principal. Exemplo: • Embora seja possível, é pouco provável uma terceira guerra. • É pouco provável, embora possível, uma terceira guerra. • É pouco provável uma terceira guerra, embora seja possível. O uso da vírgula entre a oração principal e a subordinada adverbial Nem sempre é obrigatório, mas sempre é correto o uso da vírgula entre as orações subordinadas adverbiais e a oração principal. Se a oração subordinada adverbial vier depois da principal, pode-se dispensar a vírgula.