1930 a 1945 MODERNISMO BRASILEIRO 2ª FASE MOMENTO HISTÓRICO No plano internacional: A Grande Depressão: A década de 1930 começa sob o forte impacto da crise iniciada com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, seguida pelo colapso do sistema financeiro internacional: é a Grande Depressão, caracterizada por paralisações de fábricas, rupturas nas relações comerciais, falências bancárias, altíssimo índice de desemprego, fome e miséria generalizadas. Assim, cada país procura solucionar internamente a crise, mediante a intervenção do Estado na organização econômica. O avanço do nazifascismo: Ao mesmo tempo, a depressão leva ao agravamento das questões sociais e ao avanço dos partidos socialistas e comunistas, provocando choques ideológicos, principalmente com as burguesias nacionais, que passam a defender um Estado autoritário, pautado por um nacionalismo conservador, por um militarismo crescente e por uma postura anticomunista e antiparlamentar - ou seja, um Estado fascista. É o que ocorre na Itália de Mussolini, na Alemanha de Hitler, na Espanha de Franco e no Portugal de Salazar. A II Guerra Mundial: O desenvolvimento do nazifascismo e de sua vocação expansionista, o crescente militarismo e armamentismo, somados às frustrações geradas pelas derrotas na I Guerra Mundial: este é, em linhas gerais, o quadro que levaria o mundo à II Guerra Mundial ( 1939-1945) e ao horror atômico de Hiroxima e Nagasáqui (agosto de 1945). MOMENTO HISTÓRICO No plano interno: Getúlio Vargas ascende ao poder e se consolida como ditador, no Estado Novo. Assim, a par das pesquisas estéticas, o universo temático se amplia, incorporando preocupações relativas ao destino dos homens e ao "estar-no-mundo". Em 1945, ano do fim da guerra, das explosões atômicas, da criação da ONU e, no plano nacional, da derrubada de Getúlio Vargas, abre-se um novo período na história literária do Brasil. MODERNISMO – PROSA DOS ANOS 30 Características: Regionalismo Utilização das características da 1ª fase Neorrealismo Maior preocupação social e política Análise dos problemas brasileiros Vertente nordestina Romance Psicológico MODERNISMO 2ª FASE- PROSA – AUTORES E REGIÕES RETRATADAS Graciliano Ramos – Alagoas Jorge Amado- Bahia José Lins do Rego- Paraíba Rachel de Queiroz – Ceará Érico Veríssimo- Rio Grande do Sul GRACILIANO RAMOS GRACILIANO RAMOS – CARACTERÍSTICAS ( 1892 – 1953 ) Estilo conciso, seco , enxuto – nada de metáforas abusivas Deixa o sentimentalismo de lado em favor da clareza e da objetividade Determinista Romances psicológicos Acima de tudo, o que interessa a Graciliano é o drama, social e psicológico, que massacra o homem, que anula sua dignidade. GRACILIANO RAMOS - OBRAS Sua obra está dividida em três grupos: Romances escritos em primeira pessoa: Caetés (1933), São Bernardo (1934) e Angústia (1936) – nos quais o autor disseca os infernos da psicologia humana, revelando o mundo subterrâneo de seus personagens; Narrativas em terceira pessoa: Vidas Secas (1938) e Insônia (1947, contos) – à psicologia dos personagens, o escritor acrescenta uma perfeita visão da realidade; Obras autobiográficas: Infância (1945) e Memórias do Cárcere (1953, obra póstuma). JOSÉ LINS DO REGO (1901- 1957 ) JOSÉ LINS DO REGO - CARACTERÍSTICAS O mais romântico dos prosadores Ciclos de suas obras: Ciclo da cana Ciclo do cangaço (Antônio Silvino) Notas autobiográficas: Carlos de Melo = José Lins Engenho Santa Rosa = engenho do avô Coronel José Paulino= avô de Zé Lins –figura marcante em suas obras, visto normalmente como heroico, justo e pacificador O escritor que melhor representou a decadência dos engenhos da Paraíba, em favor das usinas JOSÉ LINS DO REGO - OBRAS Ciclo da cana: Menino de engenho- romance de estreia Doidinho Moleque Ricardo Banguê Usina Fogo morto- obra-prima Ciclo do cangaço: Pedra bonita Cangaceiros Entre outras JORGE AMADO ( 1912 – 2001) Excelente contador de histórias Traduzido em mais de 40 países Algumas de suas obras foram adaptadas para cinema, teatro, novela, minisséries, etc. Dividimos suas obras em duas fases: 1ª- engajada – tom político e crítico, com marcas comunistas. 2ª fase- consumo – mostra uma Bahia feliz, tipos marginalizados realizados, comidas típicas, cultura baiana, o exótico, as religiões, muito erotismo e linguagem coloquial. Além de romances, escreveu contos, poesias, biografias, peças de teatro, histórias infantis e até um guia de viagem. Sua esposa, Zélia Gattai, é autora de "Anarquistas, Graças a Deus" (1979) JORGE AMADO - OBRAS 1ª fase: Capitães da areia Terras do sem fim Cacau Suor Mar morto entre outras 2ª fase Gabriela, cravo e canela Dona Flor e seus dois maridos Tieta do Agreste Tenda dos milagres A morte e a morte de Quincas berro D´Água entre outras RACHEL DE QUEIROZ ( 1910- 2003 ) Foi tradutora, romancista, escritora, jornalista, cronista prolífica e importante dramaturga brasileira. Autora de destaque na ficção social nordestina. Foi primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Em 1993, foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Camões equivalente ao Nobel, na língua portuguesa. RACHEL DE QUEIROZ - OBRAS O quinze, romance (1930), João Miguel, romance (1932) Caminho de pedras, romance (1937) As três Marias, romance (1939) A donzela e a moura torta, crônicas (1948) O galo de ouro, romance (folhetins na revista O Cruzeiro, 1950) Lampião - peça de teatro (1953) A beata Maria do Egito- peça de teatro (1958) Cem crônicas escolhidas (1958) Memorial de Maria Moura , romance entre outras ÉRICO VERÍSSIMO (1905 – 1975 ) Representante do Sul Um dos mais populares e lidos autores brasileiros Dividimos sua obra em três fases: 1ª - romances de costumes, em Porto Alegre, fraca análise psicológica, ciclo de Clarissa, personagem de alguns de seus romances, cotidiano gaúcho. 2ª fase – engajada politicamente , momento maior de sua criação – romance histórico do Rio Grande do Sul, desde o séc. XVII, com as missões jesuíticas, até o século XX, com Getúlio Vagas. 3ª fase – realismo fantástico – críticas políticas e sociais usando o absurdo ÉRICO VERÍSSIMO - OBRAS 1ª fase- Clarissa, Música ao longe, Olhai os lírios do campo, entre outras. 2ª fase – O tempo e o vento - Romance histórico: . A trilogia ( O continente – O retrato – O Arquipélago ) procura abranger duzentos anos da história do Rio Grande do Sul, de 1745 a 1945. 3 ª fase - Romance político: O senhor embaixador, O prisioneiro e Incidente em Antares. Escrito durante o período da ditadura militar, iniciada em 1964, denunciam os males do autoritarismo e as violações dos direitos humanos. Desta série destaca-se Incidente em Antares.