PROCESSOS OCEÂNICOS E A FISIOGRAFIA DOS FUNDOS MARINHOS O RELEVO DOS OCEANOS # Estima-se que a área da crosta terrestre recoberta pelos oceanos represente cerca de 70% da superfície total. 1. Oceano pacífico → 53% da área oceânica 2. Oceano índico → 24% da área oceânica 3. Oceânico atlântico → 23% da área oceânica # A profundidade média dos oceanos é estimada em 3870 metros, sendo as maiores profundidades localizadas no “Challenger Deep” (11037 metros) nas fossas marianas (no oceano pacífico) – possuidor, também, da maior profundidade média (4282 metros), com cerca de 87% de seus fundos localizados a profundidades superiores a 3000 metros. O RELEVO DOS OCEANOS # As maiores profundidades do oceano atlântico estão localizadas junto às fossas de Porto Rico (9220 metros) e próximas às ilhas de Sandwich do Sul (8264 metros), em um oceano cuja profundidade média não ultrapassa 3600 metros. # O oceano índico possui uma profundidade média de 4000 metros – sendo sua maior profundidade localizada na Fossa do Almirante (9000 metros). # Margeando os continentes predominam relevos planos de natureza essencialmente sedimentar que constituem a plataforma continental. O RELEVO DOS OCEANOS # Margens passivas – podem estender-se por até 160 km de largura (como no litoral sudeste brasileiro), sendo contínuas e largas. # Margens ativas – apresentam larguras reduzidas (ladeadas por fossas submarinas), como observado nas plataformas continentais do Peru e Chile. # Ao longo do tempo geológico, os eventos de oscilação relativa do nível do mar têm exposto (totalmente ou em parte), as plataformas continentais, transformando-as em planícies costeiras onde se estabeleceram prolongamentos de drenagem continental. # Em algumas áreas do planeta, as alterações decorrentes dos fenômenos de glaciação, as plataformas continentais apresentam relevos irregulares (recortados por vales profundos) O RELEVO DOS OCEANOS # Uma mudança acentuada na declividade do relevo marca o limite externo da plataforma continental (quebra da plataforma) – determinando a passagem para o talude continental. # O talude continental constitui uma declividade acentuada rumo aos fundos oceânicos (até profundidades da ordem de 3000 metros). # O relevo do talude não é homogêneo, ocorrendo quebras de declividade e, também, cânions e vales submersos # Na base dos taludes continentais, predominantemente em margens do tipo atlântico, nota-se a presença de sequências sedimentares (relacionadas aos processos de transporte e deposição de sedimentos) que moldam as plataformas e taludes continentais – elevação ou sopé continental. O RELEVO DOS OCEANOS # Nas margens continentais do tipo atlântico, após a margem continental, desenvolve-se a planície abissal. # Áreas extensas e profundas e profundas, de relevo relativamente plano, que se estendem das elevações continentais até as cordilheiras oceânicas (em profundidades superiores a 5000 metros). # Constituem as maiores extensões territoriais dos relevos dos fundos oceânicos (a parte emersa das irregularidades destas planícies formam as ilhas oceânicas). O RELEVO DOS OCEANOS # O relevo oceânico apresenta, ainda, uma importante feição presente nas zonas de subducção de placas litosféricas denominadas fossa submarina (depressões alongadas e estreitas, com laterais de alta declividade). # A cordilheira oceânica mostra-se constituída por processos vulcânicos e tectônicos de formação de crosta oceânica (relacionados aos movimentos das placas). # Mostra-se presente em todos os oceanos, representam zonas de acresção das placas litosféricas. Suas regiões centrais mostram as maiores atividades tectônicas dos fundos oceânicos. ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO DOS SEDIMENTOS # A maioria das partículas geradas pelo intemperismo (e erodidas) nos continentes é depositada nas áreas oceânicas. # Parte dos depósitos composta por: sedimentares marinhos, contudo, mostra-se 1. Sedimentos originários de precipitados de sais a partir da água do mar (autigênicos) 2. Conchas e matéria orgânica (derivadas da vida marinha e terrestre – biogênicos) 3. Produtos vulcânicos e hidrotermais (originados de fontes magmáticas no meio marinho – vulcanogênicos) 4. Fragmentos cósmicos (atraídos pela gravidade terrestre – cosmogênicos) ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO DOS SEDIMENTOS # Ao longo das margens continentais, estão depositadas predominantemente as partículas terrígenas (transportadas para o meio marinho por tração (grânulos, areias) ou suspensão (siltes, argilas). # Apesar do predomínio de sedimentos terrígenos, a alta produtividade biológica leva à deposição de volumes significativos de sedimentos biogênicos. # Depósitos de sedimentos terrígenos em áreas de bacias oceânicas são formados, basicamente, por argilas transportadas em suspensão em áreas próximas a desembocaduras de grandes rios. ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO DOS SEDIMENTOS # O predomínio de partículas biogênicas ocorre em assoalhos de bacias oceânicas onde o ingresso de material terrígeno é limitado. # Depósitos de minerais autigênicos podem ser encontrados nas margens continentais ou assoalhos de bacias oceânicas que possuam físicoquímicas adequadas à cristalização dos minerais a partir da água do mar. # Os depósitos de sedimentos vulcanogênicos predominam em áreas de atividade magmática (cadeias oceânicas e hots-spots. PROCESSOS RESPONSÁVEIS PELA DISTRIBUIÇÃO DE SEDIMENTOS MARINHOS # Tectônica global – responsável, em grande medida, pela movimentação e distribuição das massas continentais e bacias oceânicas. 1. 2. 3. 4. Dorsais oceânicas Zonas de fraturas Margens continentais ativas Zonas de subducção # A orientação e forma dessas grandes unidades de relevo controlam a circulação oceânica e, consequentemente, a distribuição de sedimentos no ambiente marinho. PROCESSOS RESPONSÁVEIS PELA DISTRIBUIÇÃO DE SEDIMENTOS MARINHOS # Circulação oceânica – importante mecanismo de controle e distribuição dos fluxos de partículas sedimentares que recobrem os fundos oceânicos. 1. Processos atmosféricos 2. Disposição de massas continentais 3. Movimento de rotação da Terra # Importante, também na distribuição de calor pelo globo (condiciona a produtividade biológica). MUDANÇAS CLIMÁTICAS DE LARGA ESCALA E AS VARIAÇÕES RELATIVAS DO NÍVEL DO MAR # O registro geológico revela que o planeta está sujeito a importantes mudanças climáticas – as quais se refletem no volume de água armazenada nas bacias oceânicas (e na própria circulação oceânica). # Durante períodos glaciais, a maioria das áreas que formam as plataformas continentais atuais encontravam-se emersas – grande parte das partículas transportadas pelos rios depositava-se diretamente sobre o talude e, em menor medida, sob o fundo oceânico. # Mudanças climáticas implicam, também, em alterações na umidade relativa e na pluviosidade sobre áreas continentais, influenciando o intemperismo (erosão e aporte de sedimentos terrígenos para os oceanos. HIPÓTESES SOBRE AS FONTES DE ENRIQUECIMENTO DEE SAIS PARA A ÁGUA DO MAR 1. Origem de sais associada à dissolução das rochas da superfície terrestre e de seu transporte pelos rios até os oceanos. 2. Processos vulcânicos existentes nos assoalhos marinhos. • As lavas originárias do manto trazem ao oceano água juvenil (contida nas camadas interiores do planeta e que nunca esteve na forma líquida na superfície da Terra ) → rica em cloretos, sulfatos, brometos, iodetos, carbono, cloro, boro, nitrogênio, etc. PROCESSOS HIDRODINÂMICOS EM ÁREAS COSTEIRAS E PLATAFORMAS CONTINENTAIS • Ondas – responsáveis pela remobilização de sedimentos nas plataformas continentais e na formação das praias. • Correntes costeiras – responsáveis pelo transporte e remobilização de sedimentos. • Marés – fenômenos ondulatórios gerados pelos processos de atração gravitacional entre Terra, Sol e Lua. # sua periodicidade, intensidade e amplitude não são homogêneas nos oceanos. PROCESSOS HIDRODINÂMICOS EM ÁREAS COSTEIRAS E PLATAFORMAS CONTINENTAIS • Fatores responsáveis por influenciar as marés: 1. Características morfológicas da bacia oceânica 2. Distância entre a bacia oceânica o ponto anfidrômico (região onde não há maré) # permitem o transporte longitudinalmente à costa. de sedimentos perpendicularmente e FISIOGRAFIA DA MARGEM CONTINENTAL BRASILEIRA • A configuração do litoral brasileiro resulta da interação, durante um longo período de tempo, entre processos geológicos, geomorfológicos, climáticos e oceânicos.