Doenças Sexualmente Transmissíveis Cancro mole O que é? O cancro mole pode ser chamado de cancro venéreo, mas seu nome mais popular é “cavalo”. Provocado pela bactéria Haemophilus ducreyi, é mais frequente nas regiões tropicais, como o Brasil. Formas de contágio A transmissão ocorre pela relação sexual com uma pessoa infectada, sendo o uso da camisinha a melhor forma de prevenção. Sinais e sintomas Os primeiros sintomas – dor de cabeça, febre e fraqueza – aparecem de 2 a 15 dias após o contágio. Depois, surgem pequenas e dolorosas feridas com pus nos órgãos genitais, que aumentam progressivamente de tamanho e profundidade. A seguir, aparecem outras lesões em volta das primeiras. Após 2 semanas do início da doença, pode parecer um caroço doloroso e avermelhado na virilha (íngua), que pode modificar os movimentos da perna ao andar. Esse caroço pode drenar uma secreção purulenta esverdeada ou misturada com sangue. Nos homens, as feridas aparecem na cabeça do pênis (glande). Na mulher, ficam na vagina e/ou no ânus. Nem sempre a ferida é visível, mas provoca dor na relação sexual e ao evacuar. Tratamento Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento com antibiótico adequado. Clamídia e Gonorréia O que são? Clamídia e gonorréia são infecções causadas por bactérias que podem atingir os órgãos genitais masculinos e femininos. A clamídia é muito comum entre os adolescentes e adultos jovens, podendo causar graves problemas à saúde. A gonorréia pode infectar o pênis, o colo do útero, o reto (canal anal), a garganta e os olhos. Quando não tratadas, essas doenças podem causar infertilidade (dificuldade para ter filhos), dor durante as relações sexuais, gravidez nas trompas, entre outros danos à saúde. Sinais e sintomas Nas mulheres, pode haver dor ao urinar ou no baixo ventre (pé da barriga), aumento de corrimento, sangramento fora da época da menstruação, dor ou sangramento durante a relação sexual. Entretanto, é muito comum estar doente e não ter sintoma algum. Por isso, é recomendável procurar um serviço de saúde periodicamente, em especial se houve sexo sem camisinha. Nos homens, normalmente há uma sensação de ardor e esquentamento ao urinar, podendo causar corrimento ou pus, além de dor nos testículos. É possível que não haja sintomas e o homem transmita a doença sem saber. Para evitar, é necessário o uso da camisinha em todas as relações sexuais. Diagnóstico Por meio da consulta com um profissional de saúde, exame clínico específico e coleta de secreções genitais. Tratamento Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessas DST, é recomendado procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado, com o uso de antibióticos específicos. Oftalmia Neonatal É uma conjuntivite do recém-nascido após contaminação durante o nascimento, com secreções genitais da mãe infectada por clamídia e gonorréia, que não foram tratadas. Surge no primeiro mês de vida e pode levar à cegueira, se não prevenida ou tratada adequadamente. Sinais e sintomas - Vermelhidão e inchaço das pálpebras e/ou presença de secreção (pus) nos olhos. Prevenção - Deve ser feita a prevenção em todos os recém-nascidos com um colírio, aplicado na primeira hora após o nascimento ainda na maternidade. Tratamento - Toda oftalmia neonatal deve receber tratamento imediato para as principais bactérias causadoras (gonococo, causador da gonorréia e clamídia), a fim de prevenir consequências graves, como a cegueira. A mãe e seu(s) parceiro(s) sexuais devem sempre ser avaliados e tratados. Uretrite por clamídia (no homem) Uretrite Gonocócica (no homem) Vaginite Gonocócica Condiloma acuminado (HPV) O que é? O condiloma acuminado, conhecido também como verruga genital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista, é uma DST causada pelo Papilomavírus humano (HPV). Atualmente, existem mais de 100 tipos de HPV - alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e do ânus. Entretanto, a infecção pelo HPV é muito comum e nem sempre resulta em câncer. O exame de prevenção do câncer ginecológico, o Papanicolau, pode detectar alterações precoces no colo do útero e deve ser feito de rotina por todas as mulheres. Não se conhece o tempo em que o HPV pode permanecer sem sintomas e quais são os fatores responsáveis pelo desenvolvimento de lesões. Por esse motivo, é recomendável procurar serviços de saúde para consultas periodicamente. Sinais e Sintomas A infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na mulher, os sintomas mais comuns surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões também podem aparecer na boca e na garganta. Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas. Formas de contágio A principal forma de transmissão desse vírus é pela via sexual. Para ocorrer o contágio, a pessoa infectada não precisa apresentar sintomas. Mas, quando a verruga é visível, o risco de transmissão é muito maior. O uso da camisinha durante a relação sexual geralmente impede a transmissão do vírus, que também pode ser transmitido para o bebê durante o parto. Tratamento Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado. Codiloma peniano Codiloma vaginal Doença Inflamatória Pélvica (DIP) O que é? A doença inflamatória pélvica (DIP) pode ser causada por várias bactérias que atingem os órgãos sexuais internos da mulher, como útero, trompas e ovários, causando inflamações. Formas de contágio Essa infecção pode ocorrer por meio de contato com as bactérias após a relação sexual desprotegida. A maioria dos casos ocorre em mulheres que tem outra DST, principalmente gonorréia e clamídia não tratadas. Entretanto também pode ocorrer após algum procedimento médico local (inserção de DIU - Dispositivo Intra-Uterino, biópsia na parte interna do útero, curetagem). Sinais e sintomas A DIP manifesta-se por dor na parte baixa do abdômen (no “pé da barriga” ou baixo ventre). Também pode haver secreção vaginal (do colo do útero), dor durante a relação sexual, febre, desconforto abdominal, fadiga, dor nas costas e vômitos. Pode haver evolução para forma grave, com necessidade de internação hospitalar tratamento com antibióticos por via venosa. Tratamento Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado procurar imediatamente um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado. Donovanose ou Glanuloma Inguinal O que é? É uma infecção causada pela bactéria Klebsiella granulomatis, que afeta a pele e mucosas das regiões da genitália, da virilha e do ânus. Causa úlceras e destrói a pele infectada. É mais frequente no Norte do Brasil e em pessoas com baixo nível socioeconômico e higiênico. Sinais e sintomas Os sintomas incluem caroços e feridas vermelhas e sangramento fácil. Após a infecção, surge uma lesão nos órgãos genitais que lentamente se transforma em úlcera ou caroço vermelho. Essa ferida pode atingir grandes áreas, danificar a pele em volta e facilitar a infecção por outras bactérias. Como as feridas não causam dor, a procura pelo tratamento pode ocorrer tardiamente, aumentando o risco de complicações. Tratamento O tratamento, com uso de antibióticos, deve ser prescrito pelo profissional de saúde após avaliação cuidadosa. Deve haver retorno após término do tratamento para avaliação de cura da infecção. É necessário evitar contato sexual até que os sintomas tenham desaparecidos e o tratamento finalizado. Herpes O que é? É uma doença causada por um vírus que, apesar de não ter cura, tem tratamento. Seus sintomas são geralmente pequenas bolhas agrupadas que se rompem e se transformam em feridas. Depois que a pessoa teve contato com o vírus, os sintomas podem reaparecer dependendo de fatores como estresse, cansaço, esforço exagerado, febre, exposição ao sol, traumatismo, uso prolongado de antibióticos e menstruação. Em homens e mulheres, os sintomas geralmente aparecem na região genital (pênis, ânus, vagina, colo do útero). Formas de contágio O herpes genital é transmitido por meio de relação sexual (oral, anal ou vaginal) sem camisinha com uma pessoa infectada. Em mulheres, durante o parto, o vírus pode ser transmitido para o bebê se a gestante apresentar lesões por herpes. Por ser muito contagiosa, a primeira orientação dada a quem tem herpes é uma maior atenção aos cuidados de higiene: lavar bem as mãos, evitar contato direto das bolhas e feridas com outras pessoas e não furar as bolhas. Sinais e sintomas Essa doença é caracterizada pelo surgimento de pequenas bolhas na região genital, que se rompem formando feridas e desaparecem espontaneamente. Antes do surgimento das bolhas, pode haver sintomas como formigamento, ardor e coceira no local, além de febre e mal-estar. As bolhas se localizam principalmente na parte externa da vagina e na ponta do pênis. Após algum tempo, porém, o herpes pode reaparecer no mesmo local, com os mesmos sintomas. Tratamento Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado. Não furar as bolhas e não aplicar pomadas no local sem recomendação profissional. Lesões no pênis (fase inicial) Lesões no períneo feminino Infecção pelo Vírus T-linfotrópico humano (HTLV) O que é? A doença é causada por um vírus e possui duas formas: o tipo 1, relacionado a doença neurológica e leucemia, e o tipo 2, mais raro. O vírus T-linfotrópico humano (HTLV) infecta as células de defesa do organismo, os linfócitos T, e surgiu em 1980, a partir de um paciente com um tipo raro de leucemia de células T, tipo de câncer que ataca a medula óssea. Formas de contágio A transmissão desse vírus se dá pelo sexo sem camisinha com uma pessoa infectada, uso em comum de seringas e agulhas durante o uso de drogas e da mãe infectada para o recém-nascido (principalmente pelo aleitamento materno). Por isso, é indicado usar camisinha sempre. Mulheres grávidas também precisam fazer acompanhamento médico. Sinais e sintomas Os sintomas mais comuns são dor nas pernas e na região lombar (parte inferior da coluna lombar) e dificuldade para defecar ou urinar. Porém, 99% dos portadores do HTLV-I nunca desenvolverão qualquer problema de saúde relacionado a esse vírus. Tratamento Como o risco do desenvolvimento da doença associado ao HTLV-I é muito baixo, não existe indicação de tratamento nos casos assintomáticos. Na presença de qualquer sinal ou sintoma de possível DST, é recomendado procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado. Linfogranuloma venéreo O que é? É uma infecção crônica causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que atinge os genitais e os gânglios da virilha. Formas de contágio A transmissão do linfogranuloma venéreo ocorre pelo sexo desprotegido com uma pessoa infectada. Por isso, é preciso usar camisinha sempre e cuidar da higiene íntima após a relação sexual. Sinais e sintomas Os primeiros sintomas aparecem de 7 a 30 dias após a exposição à bactéria. Primeiro, surge uma ferida ou caroço muito pequeno na pele dos locais que estiveram em contato com essa bactéria (pênis, vagina, boca, colo do útero e ânus) que dura, em média, de 3 a 5 dias. É preciso estar atento às mudanças do corpo, pois essa lesão, além de passageira, não é facilmente identificada. Entre 2 a 6 semanas após a ferida, surge um inchaço doloroso dos gânglios da virilha. Se esse inchaço não for tratado rápido, pode piorar e formar feridas com saída de secreção purulenta, além de deformidade local. Podem haver, também, sintomas gerais como dor nas articulações, febre e mal estar. Tratamento Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado, que consiste em uso de antibióticos por tempo determinado. Sífilis O que é? É uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Podem se manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença. Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, principalmente as gestantes no 1º trimestre da gestação, pois a sífilis congênita pode causar aborto, má formação do feto e/ou morte ao nascer. O cuidado também deve ser especial durante o parto para evitar sequelas no bebê, como cegueira, surdez e deficiência mental. Formas de contágio A sífilis pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo sem camisinha com alguém infectado, por transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou o parto. O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenir-se contra a sífilis. Sinais e sintomas Os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas), que surgem entre a 7 e 20 dias após o sexo desprotegido com alguém infectado. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz. Mas a pessoa continua doente e a doença se desenvolve. Ao alcançar um certo estágio, podem surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos. Após algum tempo, que varia de pessoa para pessoa, as manchas também desaparecem, dando a idéia de melhora. A doença pode ficar estacionada por meses ou anos, até o momento em que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte. Tratamento Recomenda-se procurar um profissional de saúde, pois só ele pode fazer o diagnóstico correto e indicar o tratamento mais adequado, dependendo de cada estágio. É importante seguir as orientações médicas para curar a doença. Sífilis congênita É a transmissão da doença de mãe para filho. A infecção é grave e pode causar máformação do feto, aborto ou morte do bebê, quando este nasce gravemente doente. Por isso, é importante fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado é positivo, tratar corretamente a mulher e seu parceiro. Só assim se consegue evitar a transmissão da doença. Sinais e sintomas A sífilis congênita pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros dois anos de vida da criança. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas estão presentes já nos primeiros meses de vida. Ao nascer, a criança pode ter pneumonia, feridas no corpo, cegueira, problemas ósseos, surdez ou deficiência mental. Em alguns casos, a sífilis pode ser fatal. O diagnóstico dá-se por meio do exame de sangue e deve ser pedido no primeiro trimestre da gravidez. O recomendado é fazer o teste duas vezes durante a gravidez e repeti-lo logo antes do parto, já na maternidade. Quem não fez pré-natal, deve realizar o teste antes do parto. O maior problema da sífilis é que, na maioria das vezes, as mulheres não sentem nada e só vão descobrir a doença após o exame. Tratamento Quando a sífilis é detectada, o tratamento deve ser indicado por um profissional da saúde e iniciado o mais rápido possível. Os parceiros também precisam fazer o teste e ser tratados, para evitar uma nova infecção da mulher. No caso das gestantes, é muito importante que o tratamento seja feito com a penicilina, pois é o único medicamento capaz de tratar a mãe e o bebê. Com qualquer outro remédio, o bebê não estará sendo tratado. Se ele tiver sífilis congênita, necessita ficar internado para tratamento por 10 dias. O parceiro também deverá receber tratamento para evitar a reinfecção da gestante e a internação do bebê. Cuidados com o recém-nascido Todos os bebês devem realizar exame para sífilis independentemente dos exames da mãe. Os bebês que tiverem suspeita de sífilis congênita precisam fazer uma série de exames antes de receber alta. Trocomoníase O que é? É uma infecção causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. Nas mulheres, ataca o colo do útero, a vagina e a uretra, e nos homens, o pênis. Sinais e Sintomas Os sintomas mais comuns são dor durante a relação sexual, ardência e dificuldade para urinar, coceira nos órgãos sexuais, porém a maioria das pessoas infectadas não sente alterações no organismo. Formas de contágio A doença pode ser transmitida pelo sexo sem camisinha com uma pessoa infectada. Para evitá-la, é necessário usar camisinha em todas as relações sexuais (vaginais, orais ou anais). É a forma mais simples e eficaz de evitar uma doença sexualmente transmissível. Tratamento Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado. Os parceiros também precisam de tratamento, para que não haja nova contaminação da doença. Vaginite por Trichomonas Trichomonas vaginalis Hepatite A A hepatite A é uma doença contagiosa, causada pelo vírus A (VHA) e também conhecida como “hepatite infecciosa”. Sua transmissão é fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus. Geralmente, não apresenta sintomas. Porém, os mais frequentes são: cansaço, tontura, enjôo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Esses sinais costumam aparecer de 15 a 50 dias após a infecção. O diagnóstico da doença é realizado por exame de sangue, no qual se procura por anticorpos anti-HAV. Após a confirmação, o profissional de saúde indicará o tratamento mais adequado, de acordo com a saúde do paciente. A doença é totalmente curável quando o portador segue corretamente todas as recomendações médicas. Na maioria dos casos, a hepatite A é uma doença de caráter benigno. Causa insuficiência hepática aguda grave em menos de 1% dos casos - esse percentual é maior em pessoas acima de 65 anos. Previna-se A melhor forma de se evitar a doença é melhorando as condições de higiene e de saneamento básico. Atualmente, o Sistema Único de Saúde disponibiliza uma vacina específica contra o vírus causador da hepatite A. Mas esta vacina só é recomendada em situações especiais, como em pessoas com outras doenças crônicas no fígado ou que fizeram transplante de medula óssea, por exemplo. Hepatite B Causada pelo vírus B (HBV), a hepatite do tipo B é uma doença infecciosa também chamada de soro-homóloga. Como o VHB está presente no sangue, no esperma e no leite materno, sua transmissão ocorre por relações sexuais sem camisinha com uma pessoa infectada, ao compartilhar seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam, de mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação. Por suas formas de transmissão, a hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível. A maioria dos casos de hepatite B não apresenta sintomas. Mas, os mais frequentes são cansaço, tontura, enjôo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Esses sinais costumam aparecer de 1 a 6 meses após a infecção. A hepatite B pode se desenvolver de duas formas, aguda e crônica. A aguda é quando a infecção tem curta duração. Os profissionais de saúde consideram a forma crônica quando a doença dura mais de 6 meses. Geralmente, a hepatite aguda evolui para a crônica em 5 a 10% dos adultos infectados. O diagnóstico da hepatite B é feito por meio de exame de sangue específico. Após o resultado positivo, o médico indicará o tratamento adequado. Além dos medicamentos (quando necessários), é indicada uma dieta de fácil digestão (para não sobrecarregar o fígado), corte no consumo de bebidas alcoólicas pelo período mínimo de seis meses, e remédios para aliviar sintomas como vômito e febre. Em pessoas adultas infectadas com o VHB, 90 a 95% se curam; 5 a 10% permanecem com o vírus por mais de seis meses, evoluindo para a forma crônica da doença. Previna-se Evitar a doença é muito fácil. Basta tomar as três doses da vacina, usar camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhar seringa, agulha e outro objeto cortante com outras pessoas. Além disso, toda mulher grávida precisa fazer o pré-natal e os exames para detectar hepatites, aids e sífilis. Esse cuidado é fundamental para evitar a transmissão de mãe para filho. Em caso positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas, inclusive sobre o tipo de parto e a não amamentação até que a criança tome a primeira dose da vacina contra esse tipo de hepatites. Vacina Atualmente, o Sistema Único de Saúde disponibiliza vacina contra a hepatite B. Todas as pessoas podem, e devem, tomar a vacina contra hepatite B. Ela é de graça e pode ser dada em qualquer posto de saúde. A imunização é realizada em três doses, com intervalo de 1 mês entre a primeira e a segunda dose e de 6 meses entre a primeira e a terceira dose. Hepatite C Essa hepatite é causada pelo vírus C (VHC), já tendo sido chamada de “hepatite não A não B”. O vírus C, assim como o vírus causador da hepatite B, está presente no sangue. Entre as causas de transmissão estão: . Transfusão de sangue; . Compartilhamento de seringas contaminadas ou outros objetos que furam ou cortam, como alicates, giletes e instrumentos cirúrgicos, de tatuagens e de acupuntura; . Da mãe infectada para o filho durante a gravidez; . Sexo sem camisinha com uma pessoa infectada (forma mais rara de infecção). O surgimento de sintomas em pessoas com hepatite C aguda é muito raro. Entretanto, os que mais aparecem são cansaço, tontura, enjôo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Por se tratar de uma doença silenciosa, é importante consultar-se com um médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam todas as formas de hepatite. O diagnóstico precoce dos tipos B, C e D pode evitar doenças mais graves como cirrose ou câncer de fígado. Quando a reação inflamatória persiste sem melhora por mais de 6 meses, comum em 80% dos casos, os profissionais de saúde consideram que a infecção evoluiu para a forma crônica. Quando necessário, o tratamento é complexo e dependerá da realização de exames específicos, como biópsia hepática e exames de biologia molecular. As chances de cura variam de 50 a 80% dos casos. Previna-se Evitar a doença é muito fácil. Basta não compartilhar seringa, agulha e objetos cortantes com outras pessoas e usar camisinha em todas as relações sexuais. Além disso, toda mulher grávida precisa fazer o pré-natal e os exames para detectar hepatites, aids e sífilis. Esse cuidado é fundamental para evitar a transmissão de mãe para filho. Em caso positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas, bem como a não amamentação quando há fissuras no seio da mãe que permitam a passagem de sangue. Hepatite D A hepatite D, também chamada de Delta, é causada pelo vírus D (VHD). Mas esse vírus depende da presença do vírus do tipo B para contaminar uma pessoa. E sua transmissão, assim como a do vírus B, ocorre: por relações sexuais sem camisinha com uma pessoa infectada; ao compartilhar seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam; da mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação. Por suas formas de transmissão, é considerada uma doença sexualmente transmissível. Da mesma forma que as outras hepatites, a do tipo D pode não apresentar sintomas ou sinais discretos da doença. Os mais frequentes são cansaço, tontura, enjôo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Esses sinais costumam aparecer de 30 a 50 dias após a infecção. A gravidade da doença depende do momento da infecção pelo vírus D. Pode ocorrer ao mesmo tempo em que a contaminação pelo vírus B ou atacar portadores de hepatite B crônica (quando a infecção persiste por mais de 6 meses). Infecção simultânea dos vírus D e B Na maioria das vezes, manifesta-se da mesma forma que a hepatite aguda B. Não há tratamento específico e a recomendação médica consiste em repouso e alimentação leve e proibição do consumo de bebidas alcoólicas por 1 ano. Apesar disso, a coinfecção tem completa recuperação. A evolução para a forma crônica da doença ocorre em 5% dos casos. Infecção pelo vírus D em portadores do vírus B Nesses casos, o fígado pode sofrer danos severos, como cirrose ou até mesmo formas fulminantes de hepatite. Pelo caráter grave dessa forma de hepatite, o diagnóstico deve ser feito o mais rápido possível e o tratamento só pode ser indicado por médico especializado. É a principal causa de cirrose hepática em crianças e adultos jovens na região amazônica do Brasil. Previna-se Como a hepatite D depende da presença do vírus B para se reproduzir, as formas de evitá-la são as mesmas do tipo B da doença. Além de tomar as três doses da vacina que previne contra a hepatite B, é recomendado: . Não compartilhar alicates de unha, lâminas de barbear, escovas de dente, seringas ou agulhas para uso de drogas injetáveis; . Usar preservativo em todas as relações sexuais (vaginal, anal e oral); . Além disso, toda mulher grávida precisa fazer o pré-natal e os exames para detectar hepatites, aids e sífilis. Esse cuidado é fundamental para evitar a transmissão de mãe para filho. Em caso positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas, inclusive sobre o tipo de parto e a não amamentação, até que a criança tome a primeira dose da vacina contra o tipo B. Hepatite E De ocorrência rara no Brasil e comum na Ásia e África, a hepatite do tipo E é uma doença infecciosa viral causada pelo vírus VHE. Sua transmissão é fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus. Como as outras variações da doença, não apresenta sintomas. Porém, os mais frequentes são cansaço, tontura, enjôo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Esses sinais costumam aparecer de 15 a 60 dias após a infecção. O diagnóstico é realizado por exame de sangue, no qual se procura por anticorpos anti-HEV. Na maioria dos casos, a doença não requer tratamento, sendo proibido o consumo de bebidas alcoólicas, e recomendado repouso e dieta pobre em gorduras. A internação só é indicada em pacientes com quadro clínico mais grave, principalmente mulheres grávidas. Previna-se A melhor forma de se evitar a doença é melhorando as condições de saneamento básico e medidas educacionais de higiene. AIDS HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações. Biologia – HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns: período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune. SINTOMAS E FASES DA AIDS Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da aids, o sistema imunológico começa a ser atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV - tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença. Esse período varia de 3 a 6 semanas. E o organismo leva de 8 a 12 semanas após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebido. A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas que não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático. Com o freqüente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T CD4 - glóbulos brancos do sistema imunológico - que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns são: febre, diarréia, suores noturnos e emagrecimento. A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids. Quem chega a essa fase, por não saber ou não seguir o tratamento indicado pelos médicos, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer. Direitos Pela Constituição brasileira, os portadores do HIV, assim como todo e qualquer cidadão brasileiro, têm obrigações e direitos garantidos. Entre eles: dignidade humana e acesso à saúde pública e, por isso, estão amparados pela lei. O Brasil possui legislação específica dos grupos mais vulneráveis ao preconceito e à discriminação, como homossexuais, mulheres, negros, crianças, idosos, portadores de doenças crônicas infecciosas e de deficiência. Em 1989, profissionais da saúde e membros da sociedade civil criaram, com o apoio do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, a Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus da Aids. O documento foi aprovado no Encontro Nacional de ONG que Trabalham com Aids (ENONG), em Porto Alegre (RS). I - Todas as pessoas têm direito à informação clara, exata, sobre a aids. II – Os portadores do vírus têm direito a informações específicas sobre sua condição. III - Todo portador do vírus da aids tem direito à assistência e ao tratamento, dados sem qualquer restrição, garantindo sua melhor qualidade de vida. IV - Nenhum portador do vírus será submetido a isolamento, quarentena ou qualquer tipo de discriminação. V - Ninguém tem o direito de restringir a liberdade ou os direitos das pessoas pelo único motivo de serem portadoras do HIV/aids, qualquer que seja sua raça, nacionalidade, religião, sexo ou orientação sexual. VI - Todo portador do vírus da aids tem direito à participação em todos os aspectos da vida social. Toda ação que visar a recusar aos portadores do HIV/aids um emprego, um alojamento, uma assistência ou a privá-los disso, ou que tenda a restringi-los à participação em atividades coletivas, escolares e militares, deve ser considerada discriminatória e ser punida por lei. VII - Todas as pessoas têm direito de receber sangue e hemoderivados, órgãos ou tecidos que tenham sido rigorosamente testados para o HIV. VIII - Ninguém poderá fazer referência à doença de alguém, passada ou futura, ou ao resultado de seus testes para o HIV/aids, sem o consentimento da pessoa envolvida. A privacidade do portador do vírus deverá ser assegurada por todos os serviços médicos e assistenciais. IX - Ninguém será submetido aos testes de HIV/aids compulsoriamente, em caso algum. Os testes de aids deverão ser usados exclusivamente para fins diagnósticos, controle de transfusões e transplantes, estudos epidemiológicos e nunca qualquer tipo de controle de pessoas ou populações. Em todos os casos de testes, os interessados deverão ser informados. Os resultados deverão ser transmitidos por um profissional competente. X - Todo portador do vírus tem direito a comunicar apenas às pessoas que deseja seu estado de saúde e o resultado dos seus testes. XI - Toda pessoa com HIV/aids tem direito à continuação de sua vida civil, profissional, sexual e afetiva. Nenhuma ação poderá restringir seus direitos completos à cidadania.