Manual internacional de fertilidade do solo (Parte 1) Tradução e adaptação do original em inglês do International Soil Fertility Manual, PPI, EUA, 1995, por Alfredo Scheid Lopes Professor Emérito da UFLA, Lavras, MG, Consultor Técnico da ANDA, São Paulo, SP. Publicado no Brasil pela Potafos, Piracicaba, SP. Conteúdo: (Parte 1) Capítulo 1. Conceitos sobre fertilidade do solo e produtividade Capítulo 2. Reação do solo e calagem Capítulo 3. Nitrogênio Capítulo 4. Fósforo Capítulo 5. Potássio (Parte 2) Capítulo 6. Os nutrientes secundários Capítulo 7. Os micronutrientes (Parte 3) Capítulo 8. Análise do solo, análise foliar e técnicas de diagnose Capítulo 9. Aspectos econômicos e outros benefícios da adubação Capítulo 10 Nutrientes de plantas e o ambiente Conceitos de Fertilidade de Solo e Produtividade Um solo fértil não é necessariamente um solo produtivo • Outros problemas: seca, doenças ou insetos, ervas daninhas, má drenagem, outros 1-2 C H O 17 Nutrientes Essenciais N P Ca Mg K S B Cl Cu Fe Mn Mo Ni Zn Co Si 1-3 Argiloso Argilo Arenoso Areno Siltoso Areia Franco Argilo Arenoso Argilo Siltoso Franco Argiloso Franco Franco Franco Siltoso Arenoso % Areia Franco Argilo Siltoso Silte 1-4 mm água/30 cm de solo Relação Entre Textura do Solo e Disponibilidade de Água 125 Capacidade de Campo 100 75 50 Ponto de Murcha Permanente 25 0 Areia Franco Franco Franco Argila Arenoso Siltoso Argiloso 1-5 Relação entre textura do solo e capacidade de retenção de água • Solos arenosos (textura grosseira) tem grandes espaços porosos permitindo, portanto, a drenagem livre da água • Solos argilosos (textura fina) tem pequenos espaços porosos e retêm água fortemente (exceções...) 1-6 A maior parte da reatividade química dos solos é devida aos colóides. Algumas de suas propriedades são: • Eles são extremamente pequenos e não podem ser vistos a olho nú. • Eles têm estrutura semelhante a placas. • Eles provêm da argila e da matéria orgânica. • Eles tem cargas negativas e/ou positivas. 1-7 Cátions são íons com cargas positivas (+) Cátion Forma de íon Potássio K+ Sódio Na+ Hidrogênio H+ Cálcio Ca2+ Magnésio Mg2+ 1-8 Os colóides do solo tem cargas negativas (-) e, portanto, atraem os cátions. Mg++ Al+++ _ _ _ _ _ _ _ ++ Ca H+ _ _ _ Ca++ _ Na+ _ K+ _ H+ 1-9 Ânions são íons com cargas negativas (-) Ânion Forma de íon Cloreto Cl- Nitrato NO3- Borato BO43- Sulfato SO42- Fosfato PO43- 1-10 O número total de cátions que um solo pode reter ( a quantidade de sua carga negativa) é chamada de Capacidade de Troca de Cátions ou CTC. Quanto maior a CTC do solo, mais cátions ele pode reter. 1-11 Percentagem ótima de saturação de bases (cátions) para a maioria dos solos: Cátion Percentagem de saturação de bases Cálcio 60 - 70 Magnésio 10 - 20 Potássio 2-5 Hidrogênio Outros 10 - 15 2-4 1-12 • Não há um mecanismo definido para a retenção de ânions como nitrato (NO3-) ou sulfato (SO42-) pelo solo. • Os nitratos tendem a mover livremente com a água do solo. • O fosfato (PO43+ ), ao contrário de outros ânions, tende a permanecer onde é colocado. 1-13 A matéria orgânica contribui para a produtividade do solo de muitas maneiras: • Melhora as condições físicas. • Aumenta a infiltração de água. • Melhora as condições de cultivo. • Diminui as perdas por erosão. • Fornece nutrientes para as plantas. 1-14 Outros fatores que afetam a produtividade do solo: • Profundidade do solo. • Declive da superfície. • Organismos do solo. • Balanço de nutrientes. • Controle de água 2-1 Reação do Solo e Calagem pH do Solo … é um termo usado para descrever a acidez ou alcalinidade relativa deste Valor do pH define a acidez ou alcalinidade relativa 9,0 Forte 8,0 Média Fraca 7,0 6,0 Moderada Forte Muito forte 4,0 Neutralidade Fraca Média 5,0 Alcalinidade Acidez 2-2 2-3 O pH do solo é função da atividade do íon H+ que é expressa em termos logarítmicos pH do solo 9,0 Acidez/alcalinidade comparada a pH 7,0 Alcalinidade 100 8,0 10 7,0 Neutro 6,0 10 5,0 4,0 Acidez 100 1000 2-4 O pH do Solo é Afetado por Diversos Fatores: • • • • Material de origem Precipitação Decomposição da matéria orgânica Vegetação nativa • • • Espécie cultivada Fertilização nitrogenada Inundação Quantidades de Cálcio e Magnésio Removidas por Algumas Culturas Cultivo Rendimento t/ha Alfafa Banana Milho Algodão Soja 8 (feno) 60 (fruta) 9 (grão) 1 (fibra) 3 (grão) kg/ha removidos Ca Mg 196 23 2 2 7 45 25 15 3 15 Acidez geralmente aumenta com a profundidade do solo 2-5 Fertilização, particularmente NH4-N, aumenta a taxa de acidificação dos solos Matéria orgânica, esterco, etc. 2NH3 + 3O2 Fertilizantes com NH4-N 2NO3- + 6H+ (acidez) 2-6 Como Medir o pH do Solo? Indicadores de cor: Usados em diagnósticos de campo Medidores eletrônicos de pH: Método mais preciso, usado em laboratórios Determinação da necessidade de calagem no Brasil • Neutralização do Al e elevação do Ca e Mg • Solução tampão SMP • Elevação da saturação por bases pH DO SOLO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES Grau de disponibilidade Ferro, Cobre, Manganês e Zinco Molibdênio e Cloro Fósforo Nitrogênio, Enxofre e Boro Potássio, Cálcio e Magnésio Alumínio 4,5 5 5,5 6 6,5 pH 7 7,5 8 8,5 9 Fonte: Malavolta, 1979. O requerimento de calcário depende do pH do solo, da CTC e da cultura. Maior quantidade de argila e matéria orgânica, maior a capacidade tampão do solo: maior resistência à mudança de pH. Efeito da Calagem Sobre Características Químicas de um Solo Podzólico Tratamento pH Ca Mg K Al CTC Efetiva ---------------------cmolc/dm3------------------------ Sem calcário 4,9 1,79 1,12 0,11 2,15 Com calcário (4 t/ha) 5,8 7,90 6,73 0,14 0,09 5,17 14,86 Acidez do Solo Afeta o Crescimento e Produção das Plantas • Alumínio, Fe e Mn podem chegar a níveis tóxicos devido à maior solubilidade alcançada em solos ácidos • Reduz a atividade de organismos responsáveis pela decomposição (mineralização) da matéria orgânica • Possível deficiência de Ca . . . e mais provavelmente, deficiência de Mg …. 2-9 Vantagens da calagem em solos ácidos • Diminui níveis tóxicos de Al e Mn. • Aumenta a atividade microbiana – decomposição. • Elimina a possibilidade de deficiências de Ca e Mg. • Aumenta a fixação simbiótica em leguminosas. • Aumenta a disponibilidade de P e Mo. Toxidez de Mn em soja Acidez do Solo Afeta o Crescimento das Plantas • Pode afetar negativamente a ação de alguns herbicidas aplicados ao solo • Reduz a atividade simbiótica das bactérias fixadoras de N • Solos argilosos ácidos perdem parte de sua agregação e estrutura • Diminui a disponibilidade de nutrientes como P, K, Mg, Ca e Mo • Tendência a aumentar a lixiviação de K e de todas as bases (cátions) em geral Milho Responde à Calagem em Condição de Baixa e Alta Umidade 2 Calagem 4 Calagem 6 Ácido 8 Ácido Rendimento, t/ha 10 0 Seco Úmido 2-10 Faixas de pH ideal para algumas culturas 5,0-6,0 6,0-6,5 6,5-7,0 Batata Batata doce Melancia Grama bermuda Milho Algodão Sorgo Amendoim Soja Trigo Alfafa Alguns trevos Como a Calagem Reduz a Acidez do Solo ? • O íon CO3= do CaCO3 reage com 2H+ formando H2CO3 • O H2CO3 se ioniza na solução aquosa do solo formando H2O e CO2 . Assim se neutralizam os íons H+ do complexo de troca catiônico • A acidez do solo diminui porque se reduz a fonte de acidez (H+) 2-11 Como o calcário reduz a acidez do solo? Argila _ _ H+ _ K+ + CaCO3 (Calcário) H+ H2CO3 _ _ Ca2+ Argila + H2CO3 _ K+ H2O + CO2 2-12 Analise o solo para determinar a necessidade de calagem 2-13 Outros Fatores que Afetam a Frequência da Calagem • • • • • Textura do solo Dose e fonte de fertilização nitrogenada Taxa de remoção de Ca e Mg pelas culturas Quantidade de calcário aplicada Faixa de pH desejada 2-16 Fatores que Determinam a Efetividade do Calcário • Tamanho das partículas • Valor neutralizante e de reatividade • Teor de umidade 2-15 Reação do calcário em 1 a 3 anos, % O Tamanho da Partícula Determina a Reatividade do Calcário 100 80 60 40 20 0 4-8 8-20 20-50 Maior Finura de Partícula (escala logarítmica em meshs) 50-100 2-14 Valor Relativo de Neutralização (VR) de Alguns Corretivos Comuns Material Corretivo Carbonato de Cálcio Calcário dolomítico Calcário calcítico Conchas calcinadas Margas Cal viva VR (%) 100 95-108 85-100 80-90 50-90 150-175 Material Corretivo VR (%) Cal hidratada 120-135 Escórias 50-70 Cinzas de madeira 40-80 Gesso Nenhum Sub-produtos Variável Localização É outro fator importante que determina a efetividade da calagem Nitrogênio Nitrogênio: O Superstar As Culturas Têm Alto Requerimento de Nitrogênio Cultura Alfafa* Milho Algodão (fibra) Laranja Soja* Arroz (várzea) Produção Total de N t absorvido, kg 18,0 10,0 1,7 60,0 3,1 4,3 500 240 200 300 182 109 * Leguminosas obtém a maior parte do N do ar Culturas agrícolas usam ambas formas de N, NO3- e NH4+ Nitrogênio é essencial para: Clorofila Fotossíntese Amino ácidos Vitaminas Síntese protéica Proteínas Absorção de nutrientes Sistemas enzimáticos Deficiência de N em arroz e milho causa clorose nas folhas devido à menor produção de clorofila Deficiência de N em milho Deficiência de N em milho Sintomas de Deficiência de Nitrogênio Incluem... • • • • • • Clorose inicialmente nas folhas velhas Redução do crescimento, plantas “atarracadas” Menor perfilhamento em cereais e forrageiras Baixos níveis de proteínas; poucas folhas Maturação precoce, limitando produção Maior teor de umidade nos grãos de milho e trigo Deficiência de N em cana Deficiência de N em algodão Deficiência de N em café Desequilíbrio de nutrientes é, em geral, a causa do atraso da maturação Desequilíbrio nutrientes Equilíbrio nutrientes Incremento da Produção de Milho em Climas Seco e Úmido Dose de N (kg/ha) Produção (t/ha) Seco 0 Seco Úmido 6,0 4,82 4,68 7,2 9,5 7,48 6,98 Resposta ao N 2,4 3,5 - - 168 4,7 Úmido Eficiência no Uso de Água (kg/mm H2O) Maior parte do N usado pelas culturas vêm da atmosfera Nitrogênio Ocorre no Solo em Três Formas Principais • • • N Orgânico - parte da matéria orgânica do solo, indisponível para o crescimento das plantas N Amoniacal - fixado por certos minerais argilosos, muito lentamente disponível Íons de amônio e nitrato - (NH4+ e NO3- solúveis), as formas que as plantas usam Mineralização: Decomposição microbiológica da matéria orgânica do solo, liberando energia e nutrientes inorgânicos prontamente disponíveis para as plantas Reserva de N orgânico (proteínas, etc.) 97-98% do total Imobilização Mineralização Reserva de N inorgânico (NH4+, NO3-) 2-3% do total Mineralização ou Imobilização depende da relação C/N do material orgânico: Relação C/N > 30/1 Imobilização Relação C/N < 20/1 Mineralização Relação C/N de 20 a 30/1: os dois processos ocorrem Relação Carbono:Nitrogênio (C:N) de Alguns Produtos Orgânicos Material Relação C:N Camada superficial do solo 10:1 Alfafa 13:1 Esterco de curral curtido 20:1 Colmos de milho 60:1 Colmos de culturas de pequenos grãos 80:1 Carvão e óleo mineral 124:1 Carvalho 200:1 Abeto vermelho 1000:1 Período de Depressão de Nitrato Imobilização >>> Mineralização Baixa disponibilidade de N para a cultura • • • • Duração da Depressão de Nitrato Depende: Da relação C:N do material em decomposição Da quantidade de resíduo da cultura adicionado ao solo Das condições ambientes do solo Da quantidade de N aplicado Proteínas, aminoácidos, etc. Amonificação + NH 4 NH4+ Oxigênio NO-3 bactéria Nitrificação Anaerobiose NO3- bactéria N2O, N2 Desnitrificação Fatores que Afetam a Nitrificação • pH do solo: pH 4,5 a 10,0, ótimo pH 8,5 • Teor de umidade: bactérias nitrificadoras ativas sob condições muito secas inativas em solos inundados • Temperatura: do congelamento até 30oC; acima de 30oC • Aeração: requer O2; solos bem aerados Desnitrificação Ocorre: • Solos com alto teor de matéria orgânica • Sob alagamento prolongado • Com elevação da temperatura Melhorando a Eficiência do Uso de Fertilizantes Nitrogenados • • • Uso de fontes e doses adequadas - melhor localização e época de aplicação - Inibidores de nitrificação - bloqueiam a conversão de NH4+ para NO3Fertilizantes de lenta liberação de N - liberam N durante o ciclo da cultura, disponibilizando-o segundo necessidade das plantas Fixação de Nitrogênio • Biológica - (simbiótica - Rhizobium e não • • simbiótica) Oxidação natural - relâmpagos calor N2 + O2 N-NO3Industrial - o mais importante processo; calor e pressão N2 + 3H2 2 NH3 catalizador Estimativa da Fixação Anual de N por Várias Leguminosas (Simbiótica) Leguminosa Alfafa Trevo ladino Feijão Soja Feijão de corda Amendoim N fixado kg/ha/ano 220 200 75 110 100 45 Fósforo e Potássio Aumentam a Produção de Soja e a Fixação de N P2O5 kg/ha K2O kg/ha Média de 2 anos, t/ha Nódulos Peso dos nódulos mg/cm3 No/planta 0 0 1,7 35 0,860 134 0 1,8 59 0,343 0 134 3,1 79 0,487 134 134 3,7 114 0,919 Deficiência de N em soja Nitrogênio Pode Ser Perdido do Solo de Várias Maneiras Remoção das culturas Volatilização Desnitrificação Lixiviação Volatilização • NH4+ solos alcalinos e calcários ou com calagem recente NH3 • Uréia NH3 Recomendações: • Incorporação do fertilizante a 5cm • Aplicar com baixas temperaturas • Irrigação imediata 10cm Condições que Favorecem Perdas por Volatilização em Aplicações de Uréia • Superfície de aplicação • Presença da enzima urease • Altas temperaturas Nitrificação e Lixiviação de Nitrogênio Aumentam Acidez do Solo Nitrificação - H+ é liberado durante a conversão de NH4+ a NO3Lixiviação - NO3- carrega bases com ele. Elas são trocadas por H+ Fertilizantes nitrogenados são essenciais para o manejo racional das culturas e do ambiente Processos de fabricação de fertilizantes nitrogenados a partir da amônia + Fosfatos de rocha + O2 HNO3 + NH3 + Na2CO3 + H2SO4 NH3 + CO2 + H 2O + NH4NO3 + Uréia + H2O + H3PO4 Nitrofosfatos Nitrato de amônio (NH4NO3) Nitrato de sódio (NaNO3) Sulfato de amônio [(NH4)2SO4] Uréia [CO(NH2)2] Aqua amônia (NH4OH) Soluções com N Fosfatos de amônio (MAP e DAP) (NH4H2PO4) e [(NH4)2HPO4] Amônia Anidra, 82% N Aqua Amônia, 10% N Nitrato de Amônio, 32% N, ½ nitrico e ½ amoniacal Uréia, 44% N, forma amídica Sulfato de Amônio: Um excelente fertilizante, fonte de nitrogênio e enxofre (NH4)2SO4 F o n t e 20% N d e 23% S Outros Fertilizantes Nitrogenados Material Conteúdo de N % Sulfonitrato e amônio 26 Cloreto de amônio 26 Fosfato monoamônio (MAP) 10-12 Fosfato diamônio (DAP) 18 Nitrato de potássio 13 Uréia revestida com S 39 4-1 Fósforo 4-2 As Culturas Absorvem Grandes Quantidades de Fósforo Cultura Banana Café Milho Algodão (fibra) Arroz Soja Trigo Produção t 55,0 2,1 9,1 1,1 5,4 3,1 4,0 P2O5 absorvido kg 52 12 89 57 59 110 46 Fósforo é Absorvido pelas Plantas como: • Íon ortofosfato primário (H2PO4-) • Íon ortofosfato secundário (HPO42-) Sementes Contém Mais Fósforo do que Outras Partes da Planta Cultura Milho Algodão Arroz Soja Trigo Parte da planta Produção t/ha Teor de P % Grão Cana Semente Ramos Grão Palhada Grão Palhada Grão Palhada 9,4 8,4 2,2 2,8 6,7 7,8 3,4 7,8 4,0 6,1 0,22 0,17 0,66 0,24 0,28 0,09 0,42 0,18 0,42 0,12 4-3 Algumas Funções do Fósforo no Crescimento das Plantas • • • • Fotossíntese e respiração Reserva e transferência de energia Divisão e crescimento celular Crescimento e desenvolvimento de raízes • Aumento na qualidade • Vital para formação das sementes • Transferência dos genes 4-5 As culturas necessitam de P para: • Crescimento rápido da muda • Tolerância ao inverno • Resistência a doenças • Uso eficiente de água • Maturidade precoce • Produções máximas Fósforo Beneficia a Produção de Milho e Reduz a Umidade dos Grãos à Colheita Dose P2O5 kg/ha Produção t/ha Umidade do grão, % 0 45 90 6,2 8,2 8,8 31,8 27,8 27,0 Solo de baixo teor de P P absorvido (g/kg de raízes) Nível de P no Solo Afeta Absorção de P pelo Milho Durante Períodos de Stress Hídrico 25 20 15 Alto P 10 Médio P 5 Baixo P 0 0 5 10 Tensão de umidade do solo (x 102 kPa) 4-7 Mais fósforo: menos água por tonelada de feno de alfafa P2O5 (kg/ha) Água (mm/ha/t de feno) 112 361 448 229 895 198 4-9 Alguns sintomas de deficiência de P: • Pouco desenvolvimento das plantas • Áreas mortas nas folhas, ramos e frutos • Coloração púrpura nas folhas de algumas culturas • Nenhum sintoma visual em algumas culturas • Baixa produção 4-12 A disponibilidade de P no solo é afetada por: • Teor e tipo de argila • Época e modo de aplicação • Aeração, compactação e umidade • Nível de P no solo e outros nutrientes • Temperatura • pH do solo 4-13 Aplicação de P2O5 em faixa: Fatores positivos: - Retorno máximo por kg de P2O5 em solos pobres - Menor fixação no 1º ano Fatores negativos: - Maior problema de aplicação - Limita as doses de aplicação 4-14 Aplicação de P2O5 a lanço: Fatores positivos: - Altas doses podem ser aplicadas. - Promove enraizamento mais profundo. - Única maneira de aplicar em pastagens. Fatores negativos: - Maior fixação no 1º ano. - Pode não ser tão efetiva como a aplicação em faixa em solos pobres em P. Um sinal da deficiência de P é a redução do crescimento inicial das plantas em toda a área A cor púrpura-arroxeada vista em folhas de milho e outras culturas é, em geral, sintoma de deficiência de P, principalmente em períodos de baixas temperaturas Deficiência de P em milho Fontes de P no Solo: Minerais (apatita) Matéria orgânica Húmus Microrganismos Esterco 4-10 Fatores que Afetam Conteúdo de Fósforo na Solução do Solo Resíduos Culturais e Esterco Matéria Orgânica do Solo Fertilizantes Comerciais Minerais Fósforo na Solução do Solo Microrganismos e Insetos Erosão e Lixiviação Remoção pelas Culturas 4-11 Movimento Relativo de N, P, K no Solo N P K Absorção de P2O5 pela Soja Durante Estação de Crescimento Estágio P2O5 Dias kg/ha absorvido (% do total) Emergência até 6 folhas 6 folhas até plena floração Floração até maturação 51 16 36 13,6 31,4 103,1 9,2 21,2 69,6 Total 103 148,1 100,0 Produção de Grãos = 5,7 t/ha Fatores que Influenciam o Montante de P Recuperado no Primeiro Ano de Cultivo Após Fertilização Fosfatada Teor de argila Tipo de argila Época de aplicação Temperatura pH do solo Desenvolvimento da cultura Aeração Umidade do solo Compactação Outros nutrientes Teor de P no solo Em solos onde predominam argilas 2:1, solubilidade de vários compostos de P é determinada principalmente pelo pH. Fosfatos de Fe, Mn e Al, com baixa solubilidade em água, predominam em solos ácidos. Compostos insolúveis de Ca e Mg existem acima de pH 7,0. Os mecanismos de fixação de P em solos tropicais altamente imtemperizados e solos derivados de cinzas vulcânicas são diferentes. A capacidade de fixação de P na maioria desses solos está relacionada à alta reatividade e afinidade da superfície dos argilominerais com o P. Alguns Fatores que Influenciam na Localização do Fósforo • Nível de fertilidade do solo • Culturas usadas • Equipamento, época e métodos de calagem • Capacidade de fixação de P do solo A decisão de aplicar o P no sulco ou à lanço depende da filosofia de manejo do produtor Rocha Fosfática Base para produção dos fertilizantes fosfatados Maioria do fertilizantes fosfatados é obtida pelo processo de fabricação do ácido fosfórico via úmida, onde faz-se a acidulação da rocha fosfórica com ácido sulfúrico Ácido Superfosfórico • Contém 68-80% P2O5 • Comumente usado na fabricação de fertilizantes líquidos cristalinos P2O5 Superfosfato Simples • Contém 18 a 20% P2O5 • Contém 12% S P2O5 S Superfosfato Concentrado (Superfosfato triplo) • Contém 41% P2O5 P2O5 Fosfatos de Amônio São Produzidos Pela Amonificação do Ácido Fosfórico • MAP contém: 10-12% N 50-55% P2O5 • DAP contém: 18% N 46% P2O5 P2O5 N Polifosfatos de Amônio São Produzidos Pela Amonificação do Ácido Superfosfórico Análises de fertilizantes líquidos a base de PFA em geral dão: 10-34-0 e 11-37-0 Nitrofosfatos Feitos pela acidulação da rocha fosfórica com ácido nítrico Termofosfatos • Contém: 14% P2O5 7% Mg P2O5 Mg Fatores que Influenciam a Solubilidade em Água dos Fosfatos de Amônio • • • • • Fonte de P Grau de amonificação Teor de impurezas (outros sais) Teor de umidade Velocidade de secagem Rocha fosfáticas de alta reatividade podem ser efetivas fontes de P em solos tropicais ácidos Segundo a pesquisa, fertilizantes fosfatados com pelo menos 60% de P solúvel em água são agronomicamente iguais àqueles com 100% do P solúvel em água Potássio Potássio Absorvido Por Algumas Culturas Agrícolas Cultura Banana Côco (10.000) Café (beneficiado) Milho Algodão (fibra) Arroz Soja Tomate Produção t 40,0 ---1,5 6,0 1,0 2,4 3,0 50,0 K2O absorvido kg 1.000 200 130 120 95 72 150 286 Potássio • • • • • • Absorvido pelas plantas como K+ Não forma compostos orgânicos na planta É essencial à fotossíntese e síntese proteica Melhora a qualidade das culturas Reduz a incidência de doenças Está relacionado a várias funções metabólicas Potássio aumenta a eficiência no uso da água e reduz os efeitos de períodos secos Potássio Aumenta a Produção do Milho e Protege Contra a Falta de Umidade no Solo Produção, t/ha 15 Baixo K Alto K Aumento devido K 10 5 0 Indiana 180 450 653 230 Ohio 505 Chuva no período de crescimento, mm “Mais doenças de plantas são evitadas pelo uso de K como fertilizante do que qualquer outra substância.” Anuário da Agricultura do USDA, 1953 “Doenças de Plantas” Incidência de Cercospora Efeito da Aplicação de K na Incidência de Cercospora kikuchii em Soja 1,8 Ano 6 Ano 7 1,65 Doença em plantas de soja 1,5 1,35 1,2 0 150 300 K2O, kg/ha 450 600 Sementes doentes e murchas, % Potássio Melhora a Qualidade da Semente da Soja Reduzindo a Incidência de Doenças 40 Sem K2O 168 kg/ha K2O Ohio Virginia 30 20 10 0 Carolina do Norte Influência da Fertilização Potássica na Incidência de Pragas, Doenças e na Produção de Pimenta Plantas infectadas, % Produção K2O kg/ha 0 35 70 105 Trips Afídios por folha 1,67 1,50 1,38 1,30 1,54 1,49 1,42 1,39 Podridão do fruto 5,30 4,44 3,50 3,04 fruta seca Mosaico kg/ha 3,13 2,84 2,56 2,26 1.528 1.578 1.626 1.616 Efeito da Interação Entre o Nitrogênio e o Potássio na Produção de Arroz Inundado Dose, kg/ha N K2O Produção, Aumento kg/ha produção, % 60 60 60 0 56 112 3.370 4.834 5.226 -43,4 55,1 120 120 120 0 56 112 3.084 4.986 5.598 -61,7 81,5 O Potássio Significou Menos Feijão Mofado e Perdas Após 6 Meses de Armazenamento em Ohio - USA K2O Produção (t/ha) Grãos mofados (%) Perdas no armazenamento (US$/t) (kg/ha) 0 2,6 31 22,30 135 3,2 12 8,46 Deficiência de K em aldodão Um dos sintomas mais comuns da deficiência de K é o murchamento ou queima dos bordos das folhas Deficiência de K em soja Plantas de milho deficientes em K ficam raquíticas, com clorose nas bordas e pontas das folhas, podendo evoluir para queima das folhas e tombamento de plantas Deficiência de K em milho Potássio nos Solos • • O solo pode conter 20.000 kg/ha de K, ou mais Somente uma pequena parte desse total é disponível para as plantas durante o seu ciclo Existem Três Formas de K no Solo • • • Indisponível: parte das rochas e minerais Lentamente disponível: preso ou “fixado” entre as camadas de certas argilas Disponível: na solução do solo ou trocável K K Minerais do Solo K K K+ K+ K+ K+ K + Colóide do solo K+ K+ K+ K+ Indisponível Colóide do solo K fixado Colóide do solo Fracamente disponível K+ K+ Solução K+ do solo Prontamente Disponível Dinâmica Entre as Várias Formas de K no Solo O Potássio Move-se para as Raízes das Plantas por Difusão Planta K K Raiz da planta K K K K K K K K K K K K K K K K K K K K K K K K K K Solução do solo K K K K K K K K K K K K K K K Superfície do solo K K K K K K K K K K K K K K As raízes alcançam apenas uma pequena porcentagem dos nutrientes disponíveis do solo OK em todas as fontes de fertilizantes é o mesmo O Destino do Fertilizante de K no Solo • Retido no complexo de troca • Permanecer na solução do solo • Absorvido pelas plantas • Lixiviado em solos arenosos ou orgânicos • Fixado (indisponível ou fracamente disponível) Fatores Que Reduzem a Difusão e Restringem o Crescimento Radicular Reduzem a Absorção de K • • • • Aeração do Solo Fixação de K Capacidade de Troca de Cátions (CTC) Compactação • • • Análise do Solo Temperatura do Solo Umidade do Solo Método de aplicação depende da cultura, do solo e de outras práticas culturais adotadas Aplicação de K em cova e faixas (sulco) Aplicação de K a lanço Combinação de aplicação a lanço e no sulco é, em geral, a melhor forma de aplicação de K Certos Problemas de Solo Garantem a Manutenção do K na Zona da Rizosfera • Solos frios • Solos compactados • Solos secos Dividir a adubação potássica em geral é recomendável Os Três Mais Importantes Minerais Potássicos • • • Silvinita - composta principalmente por cloreto de potássio e cloreto de sódio Silvita - composta principalmente por cloreto de potássio Langbeinita - contém uma mistura de sulfato de potássio e sulfato de magnésio Cloreto de Potássio (KCl) • • • Também chamado muriato de K (MOP) Contém 60-62% K2O, 47% Cl O KCl fertilizante é disponível em partículas de diferentes tamanhos Sulfato de Potássio (K2SO4) • • • Contém 50% K2O, 18% S Baixo teor de Cl Ideal para usar em culturas sensíveis a Cl Sulfato de Potássio e Magnésio (K2SO4 2MgSO4) • • • Também chamado K-Mag and Sul-Po-Mag Contém 22% K2O, 11% Mg, 22% S Obtido da langbeinita Nitrato de Potássio (KNO3) • • • Contém 44% K2O, 13% N Contém baixo ou nulo Cl ou S Pode ser aplicado via foliar ou pelo solo Fontes Usuais de Potássio em Fertilizantes Porcentagem do Nutriente Material K2O KCl 60-62 K2SO4 50 K2SO4 . 2MgSO4 22 KNO3 44 Mg S N Cl 45-47 11 18 22 13 (Continua)