a fisiologia da paixão

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE CIÊNICAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA
DISCIPLINA DE FISIOLOGIA
CURSO DE FARMÁCIA BIOQUÍMICA CLÍNICA
GÔNADDAS MASCULINAS E FEMININAS
E
ÓGÃOS DOS SENTIDOS
Aluno: Jeferson Machado Santos
São Cristóvão, Cidade Universitária, 31 de Outubro de 2003
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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SUMÁRIO
PARTE I – GÔNADAS MASCULINAS E FEMININAS:
03
INTRODUÇÃO ........................................................................................... 04
APARELHO REPRODUTOR MASCULINO.......................................... 06
GÔNADAS MASCULINAS........................................................................ 09
APARELHO REPRODUTOR FEMININO.............................................. 11
GÔNADAS FEMININAS .......................................................................... 13
EMBRIOLOGIA.......................................................................................... 17
AÇÃO HORMONAL SOBRE AS GÔNADAS........................................... 17
HORMÔNIOS SEXUAIS MASCULINOS................................................ 20
HORMÔNIOS SEXUAIS FEMININOS................................................... 22
CICLO MENSTRUAL ............................................................................... 24
CONCEITO DE SEXO................................................................................ 27
TEXTOS COMPLEMENTARES ............................................................... 31
PARTE II – ÓRGÃOS DO SENTIDO (APARELHOS SENSORIAIS): 41
OS SENTIDOS ............................................................................................ 42
GUSTAÇÃO.................................................................................................. 43
OLFATO........... ........................................................................................... 47
O OLHO........................................................................................................ 49
OUVIDO....................................................................................................... 56
FISIOLOGIA DA PAIXÃO ....................................................................... 67
BIBLIOGRAFIA......................................................................................... 73
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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PARTE I
GÔNADAS MASCULINAS
E FEMININAS
“Nada existe de mais poderoso do que o fluxo menstrual. Mulheres menstruadas tornam o leite azedo e as
sementes estéreis; enxertos caem, plantas murcham , frutos tombam das árvores. O olhar delas faz o
espelho opaco, cega as lâminas, tira o brilho do marfim. As abelas abandonarão as colméias tocadas por
uma mulher menstruada; com seu toque elas tornam o linho preto.”
Plinio, o Velho (23 - 79 - História Natural)
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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INTRODUÇÃO
Aparelho Reprodutor
Aparelho reprodutor, termo aplicado a um grupo de órgãos necessários ou acessórios
aos processos de reprodução. As unidades básicas da reprodução sexual são as células
germinais masculinas e femininas.
Gônadas
As gônadas masculinas, os testículos, contêm células germinais que, mais tarde,
desenvolvem-se em gametas masculinos (espermatozóides). As gônadas femininas, os
ovários, contêm as células germinais que, depois, darão lugar aos gametas femininos, ovos
ou óvulos.
Os ovários são órgão próprio das fêmeas dos animais, encarregado de produzir as
células reprodutoras ou óvulos. A mulher tem dois, situados um de cada lado do útero e
unidos a este pelas trompas de Falópio.
Em muitos invertebrados, os animais têm gônadas masculinas e femininas.
Geralmente, os testículos dos mamíferos são corpos ovais englobados por uma cápsula
de tecido conjuntivo resistente. Nos marsupiais e nos mamíferos superiores, entre eles o
homem, os testículos encontram-se sempre encerrados em um escroto externo.
Genitais
Nos animais que botam ovos e liberam seu esperma na água, os espermatozóides
alcançam os ovos por atração química. Muitos anfíbios e animais aquáticos resolvem este
problema, fixando-se ao parceiro por mecanismos de sujeição e, quando a fêmea deposita os
ovos, o macho solta imediatamente o esperma na mesma zona. Nestes casos, a fecundação
é externa. Os órgãos externos de reprodução, usados na fecundação interna, são chamados
de genitais. O aparelho genital masculino de todos os mamíferos superiores aos
monotremados é o pênis: um órgão erétil saliente, que deposita o esperma na cloaca
feminina ou vagina. O clitóris é o equivalente feminino do pênis, embora muito menor.
Glândulas acessórias
As glândulas acessórias ao processo de reprodução proporcionam um meio líquido
para os espermatozóides viverem, produzem secreções que reduzem a fricção durante a
cópula, emitem odores atrativos para os membros do sexo oposto e segregam nutrientes
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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para o ovo, o embrião e o recém-nascido.
As vesículas seminais do macho, que segregam muco, são abastecidas pela glândula
masculina mais importante, a próstata, presente apenas nos mamíferos placentários.
As glândulas lubrificantes principais da fêmea são as glândulas do cérvix,
localizadas na área em que o útero se une com a vagina. As fêmeas dos mamíferos
placentários contam também com glândulas uterinas que preparam o útero para a chegada
do óvulo fecundado.
As glândulas anais de muitos mamíferos segregam também substâncias especiais
chamadas feromônios, indicando disposição para a reprodução, mediante aromas que
atraem os membros do sexo oposto.
Feromônios, substância com odor produzida pelo animal e que afeta o comportamento de
outros animais. Os feromônios agem de maneira semelhante à dos hormônios dentro do
organismo. Eles transportam mensagens químicas específicas de determinadas células até
outras, fazendo com que realizem certas ações.
Estão presentes em todo o conjunto dos seres vivos e são, provavelmente, a forma
mais antiga de comunicação animal. Os insetos usam os feromônios regularmente, para
atrair indivíduos de sua espécie para a reprodução.
Atualmente, utilizam-se armadilhas feitas com feromônios para capturar insetos
prejudiciais. Os feromônios também são comuns nos vertebrados. Os mamíferos marcam
constantemente os limites de seus territórios com estas substâncias, secretadas por
glândulas especializadas. Os membros de um casal e os pais de uma cria reconhecem-se
entre si pelo cheiro.
Entre as diversas estruturas úteis para a alimentação do feto, a placenta dos
mamíferos placentários é única. As glândulas mamárias dos mamíferos também estão
incluídas entre as células acessórias à reprodução. Os animais que botam ovos têm
glândulas que fornecem albumina como nutriente ao zigoto, antes que o ovo seja posto, e
glândulas que rodeiam o zigoto e a albumina com uma casca calcária ou cutânea.
A função das gônadas masculinas e femininas sofre a influência hormonal da
hipófise.
Em muitos invertebrados e em alguns vertebrados aquáticos, as células reprodutoras
são liberadas das gônadas diretamente na água. Nos animais superiores, alguns ductos
transportam as células para o aparelho urinário ou excretor ou para condutos
independentes destinados à reprodução.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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APARELHO REPRODUTOR MASCULINO
O aparelho reprodutor masculino compreende os órgãos genitais externos (genitália
externa) e os órgãos localizados no interior do corpo. A genitália externa é formada pelo
pênis e pelo saco escrotal.
Os órgãos reprodutores masculinos internos são os testículos, os dutos condutores de
espermatozóides (dutos deferentes, duto ejaculador e uretra) e as glândulas acessórias
(vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais).
Pênis
Órgão copulador masculino que possui em seu interior três cilindros de tecido
esponjosos (os corpos cavernosos), formado por veias e capilares sanguíneos modificados.
Os corpos cavernosos ao se encher de sangue provocam a ereção do pênis. A região anterior
do pênis forma a glande ( a "cabeça"), onde a pele é fina e apresenta muitas terminações
nervosas, o que determina grande sensibilidade à estimulação sexual. A glande é recoberta
por uma prega protetora de pele chamada prepúcio, às vezes removida cirurgicamente por
meio da circuncisão.
Saco Escrotal
Ou escroto, é uma bolsa de pele situada abaixo do pênis, dentro do qual se aloja o
par de testículos, que são as gônadas masculinas. Os testículos permanecem a uma
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temperatura de 2 a 3ºC, inferior a temperatura corporal, o que é necessário para que os
espermatozóides se formem normalmente. Homens que apresentam os testículos embutidos
na cavidade abdominal, anomalia (criptorquidia), não formam espermatozóides, sofrendo
esterilidade temporária.
Testículos
É o órgão onde se formam os espermatozóides. É constituído por tubos finos e
enovelados (os tubos seminíferos), e por camadas envoltórias de tecido conjuntivo. A
espermatogênese (ou formação de espermatozóides), ocorre por diferenciação e meiose de
células localizadas na parede interna dos túbulos seminíferos. Entre os túbulos, localizamse as células intersticiais (ou células de Leydig), cuja função é produzir testosterona, o
hormônio sexual masculino.
Epidídimo
É um enovelado localizado sobre o testículo em comunicação direta com os túbulos
seminíferos. Os espermatozóides recém-formados passam para o epidídimo, onde terminam
sua maturação e ficam armazenados até sua eliminação durante o ato sexual.
Vasos Deferentes
São dois tubos musculosos que partem dos epidídimos e sobem para o abdome,
contornando a bexiga. Sob a bexiga, os vasos deferentes provenientes de cada testículo se
fundem em um único tubo, o duto ejaculador, que desemboca na uretra.
Uretra
A uretra é um duto comum aos sistemas reprodutor e urinário do homem. Ela
percorre o interior do pênis, abrindo-se para o exterior na extremidade da glande.
Vesículas Seminais
São duas glândulas que produzem um líquido nutritivo, o fluído seminal, que
contêm o açúcar frutose, cuja função é nutrir os espermatozóides. Sua secreção é lançada
no duto ejaculatório e constitui cerca de 60% do volume total do fluído eliminado durante
o ato sexual. A vesícula também secreta prostaglandinas.
Próstata
A próstata é a maior glândula acessória do sistema reprodutor masculino. Sua
secreção é viscosa e alcalina; tem por função neutralizar a acidez da urina residual
acumulada na uretra e também a acidez natural da vagina. A próstata envolve a porção
inicial da uretra, onde lança sua secreção através de uma série de pequenos dutos.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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Glândulas Bulbouretrais
Durante a excitação sexual, elas liberam um líquido cuja função ainda não é muito
bem conhecida. Acredita-se que a secreção destas glândulas contribua para a limpeza do
canal uretral antes da passagem dos espermatozóides.
Espermatogênese
Ocorre na parede dos túbulos seminíferos pela diferenciação de células
espermatogônicas, onde estas, a partir da puberdade, passam a se multiplicar e vão se
transformando em espermatócitos primários, cada um destes, origina dois espermatócitos
primários, que sofre a segunda divisão meiótica e originam, cada um, duas espermátides
que se diferenciam em espermatozóides. Os espermatozóides recém-formados caem na
cavidade interna dos túbulos seminíferos e passam a se deslocar passivamente em seu
interior, devido as contrações das paredes dos túbulos e do fluxo de líquido presente dentro
deles.
Ejaculação
No clímax do ato sexual, o esperma ou sêmen, constituído pelos espermatozóides e
pelas secreções das glândulas acessórias, é expulso do corpo por contrações rítmicas da
parede dos dutos espermáticos. A eliminação dos espermatozóides é chamada ejaculação.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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AS GÔNADAS MASCULINAS (TESTÍCULOS)
São glândulas sexuais masculinas primárias cuja função é gerar os espermatozóides e
fabricar os hormônios masculinos (androgênios), que geram o desenvolvimento dos órgãos
masculinos extragenitais e estimulam o desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundários:





Estimulam os folículos pilosos para que façam crescer a barba masculina e o pêlo
pubiano.
Estimulam o crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do sebo.
Produzem o aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade, pelo
aumento do tamanho das fibras musculares.
Ampliam a laringe e tornam mais grave a voz.
Fazem com que o desenvolvimento da massa óssea seja maior, protegendo contra a
osteoporose.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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Os testículos estão formados por:


tubos seminíferos: envolvidos por um epitélio chamado epitélio seminífero que
contem as células de Sértoli (ou de sustento) e as células espermatogenéticas que
originarão a formação dos espermatozóides, que serão levados por esses tubos para
depois deixar o testículo.
tecido conjuntivo intersticial: contem as células de Leidig que sintetizam e
produzem os hormônios sexuais masculinos (os androgênios: sobretudo a
testosterona).
Os testículos estão localizados atrás do pênis em uma bolsa de pele chamada bolsa
escrotal. Os testículos produzem espermatozóides e testosterona. Essas glândulas são
localizadas fora do corpo por que para que os espermatozóides se desenvolvam, há
necessidade que os testículos mantenham uma temperatura alguns graus abaixo da
temperatura normal do corpo.
Os testículos da criança permanecem inativos até que são estimulados entre 10 e 14
anos pelos hormônios gonadotróficos da glândula hipófise (pituitária).
As células germinativas dentro dos túbulos seminíferos (células de Sertoli) produzem
espermatozóides. Os espermatozóides atingem o epidídimo quando estão maduros. Eles são
estocados lá por algumas semanas até que eventualmente movam-se para o ducto deferente
para serem combinados com as secreções da próstata e vesículas seminais formando assim o
sêmen ou esperma. O processo todo demora aproximadamente 7 semanas.
As células de Leydig distribuídas ao longo do testículo são a fonte principal de
produção de testosterona do corpo. Testosterona, o hormônio sexual masculino, é essencial
para o desenvolvimento dos órgãos reprodutivos e caracteres sexuais secundários. Sem a
quantidade necessária de testosterona, o homem perde o vigor sexual, pode apresentar
fraqueza, depressão, fogachos e osteoporose.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
A natureza feminina apresenta uma infinidade de traços muito peculiares que exigem
uma compreensão mais profunda. É necessário entender como os caracteres anatômicos,
fisiológicos e psíquicos da mulher interagem entre si, e como essa totalidade complexa se
reflete na problemática ginecológica. Não são apenas "partes" ou fragmentos isolados do
corpo da mulher que exigem a atenção do profissional, mas sim o todo do feminino, a sua
totalidade somatopsíquica. Desse modo, a prática da Ginecologia deve abranger não só a
Medicina e a Biologia, como também a Psicologia e a intrincada relação mente-corpo.
Além disto, ela está muito mais próxima da reflexão filosófica e metafísica do que talvez
possa parecer.
Por serem os genitais femininos e os seios o "objeto imediato" da prática ginecológica,
é principalmente no estudo destes órgãos que o estudante se concentra ao longo deste novo
trabalho - não deixando, porém, de enfatizar a enorme importância dos demais caracteres
sexuais da mulher e de tudo que nela é caracteristicamente feminino. Deve ser ressaltada a
busca de uma abordagem integrada da totalidade somatopsíquica da mulher com os
detalhes específicos dos órgãos e sistemas típicos do sexo feminino. Este novo enfoque se
baseia tanto no estudo morfológico, funcional, simbólico e arquetípico dos órgãos sexuais
da mulher, quanto no das formas através das quais ela vivencia estes órgãos e eles, por sua
vez, refletem estas vivências.
O aparelho reprodutor feminino é formado por órgãos de localização externa e
interna. Os principais órgãos do sistema reprodutor feminino são a vulva, vagina, útero,
ovários (gônadas) e as trompas de Falópio.
A função do aparelho reprodutor feminino é receber os gametas masculinos durante o
ato sexual, propiciar as condições favoráveis à fecundação, isto é, a união de um
espermatozóide com um óvulo (gameta feminino) formando um zigoto e, ocorrendo de fato
uma fecundação, possibilitar, durante vários meses, o desenvolvimento do embrião e do
feto até que este novo ser esteja em condições de viver fora do corpo de sua mãe. Ainda
assim, mesmo após o nascimento, durante vários meses, a alimentação básica da criança
depende de nutrientes produzidos por sua própria mãe (leite materno). O desenvolvimento
das mamas, para que a produção de leite seja possível, também depende de hormônios
produzidos pelas gônadas femininas.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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a) Os ovários: Situam-se na parte inferior do abdome junto ao útero e próximo às
trompas. Fabricam óvulos que são as células reprodutoras femininas e também hormônios
(estrógeno e progesterona). Apresentam pontos salientes que são os "folículos de Graaf",
onde os óvulos estão amadurecendo. Os ovários são os órgãos principais da reprodução e
são chamados genericamente de gônadas.
b) As trompas de Falópio: São os canais que servem de ponte entre a área superior
do útero e os ovários. Na extremidade contém "franjas" que captam o óvulo, quando este
abandona o ovário, penetrando na trompa de Falópio adjacente e sendo impulsionado para
o útero. As trompas têm movimentos peristálticos e também batimento dos cílios (como
pêlos) internos que procuram levar o óvulo ou o ovo desde as franjas até o útero.
c) O útero: Órgão oco, liso, localizado na pélvis da mulher, é menor do que uma pêra,
mas a sua musculatura tem grande capacidade de distensão na gestação. Divide-se em
duas porções principais: corpo e colo, que termina no fundo da vagina. O colo apresenta
um muco que serve de proteção à mulher contra penetração de microrganismos agressivos e
também facilita a "caminhada" dos espermatozóides em direção ao útero. A parte anterior
do colo do útero se situa no fundo da vagina. A mucosa interna do útero é chamada
endométrio. É o órgão onde o óvulo fecundado se implanta, para desenvolver-se durante a
gestação.
d) A vagina: Contém tecido elástico que promove a adaptação tanto do pênis como ao
bebê. Tem também glândulas secretoras que umedecem seu interior. A bexiga e a uretra
ficam na frente da vagina e o reto fica atrás.
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e) A vulva: É o conjunto formado pelos grandes lábios, pequenos lábios, clitóris e
hímen. Constituem a genitália externa da mulher.
As células germinais femininas transformam-se em óvulos na maturidade. Os grupos
de células ováricas, que rodeiam cada óvulo, diferenciam-se em células foliculares,
secretando nutrientes para o óvulo. Durante a época da reprodução, conforme o óvulo se
prepara para ser liberado, o tecido circundante torna-se menos compacto e enche-se de
líquido, ao mesmo tempo em que aflora à superfície do ovário. Esta massa de tecido,
líquido e óvulo recebe o nome de folículo de De Graaf. O número de folículos varia de
acordo com as espécies animais; a mulher tem apenas um único folículo de De Graaf em
um ovário em cada ciclo menstrual. Quando o folículo de De Graaf alcança a maturidade,
libera o óvulo, processo que é chamado de ovulação. O óvulo está então preparado para a
fecundação.
AS GÔNADAS FEMININAS (OVÁRIOS)
OS OVÁRIOS: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES FUNCIONAIS E
ARQUETÍPICAS
Os ovários: acham-se dos dois lados do útero e, durante a puberdade, têm o tamanho
comparável ao de uma ameixa.
São mantidos em posição, por uma prega do peritônio - o ligamento largo; de outro
lado, entram em contato com o útero por meio do ligamento útero-ovárico. Produzem
estrógeno e progesterona, hormônios sexuais femininos que serão vistos mais adiante.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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Os dois ovários apresentam em seu estroma desde o nascimento, aproximadamente,
300.000 folículos imaturos denominados folículos primários. Cada folículo primário
apresenta, em seu interior, um óvulo ainda imaturo denominado oócito primário. A partir
da puberdade, sob influência de hormônios hipofisários (FSH), a cada mês,
aproximadamente, alguns (apenas alguns) das centenas de milhares de folículos passam
por modificações suscessivas a cada dia, passando por diversas fases: folículos primários folículos em crescimento - folículos veliculares - folículos maturos.
Nas jovens, os ovários contêm um numero enorme de folículos de Graaf (folículos
ovarianos) e de ovócitos em diversos graus de maturidade (cerca de 36.000). Só uma
pequena parte, evidentemente, tornar-se-á ovócito secundário ou mesmo óvulo, na vida de
uma mulher. A cada ciclo menstrual, um folículo se rompe e o ovócito secundário se
destaca do ovário. Após o rompimento do folículo a massa celular resultante transforma-se
em corpo lúteo ou amarelo, que passa a secretar quantidades crescentes de progesterona.
Com o tempo, o corpo lúteo regride e converte-se em corpo albicans ou corpo branco, uma
pequena cicatriz fibrosa que irá permanecer no ovário. Observando-se a superfície externa
de um ovário de mulher em idade fecunda, notam-se diversos folículos de Graaf, em
diferentes estádios de evolução e cicatrizes mais ou menos recentes.
Os ovários são os centros endócrinos e germinativos da mulher. Tanto o trofismo
quanto a função de todos os órgãos e tecidos que, no corpo da mulher, a caracterizam como
tal, dependem dos ovários. A ciclicidade da função ovariana é que determina o típico
caráter cíclico da natureza e da fisiologia feminina. Todas as ações cíclicas estrogênicas
e/ou estrogênico-progesterônicas geram inúmeras transformações também cíclicas nos
órgãos sexuais da mulher (genitália e mamas), em sua fisiologia e em outros setores do seu
corpo.
O funcionamento das gônadas femininas está sob o controle do sistema hipotálamohipofisário (com o qual elas interagem em regime de "feedback") e também de fatores intraovarianos específicos. Estes últimos, entre outras ações, modulam a responsividade dos
ovários às gonadotrofinas hipofisárias, que são o FSH ( hormônio folículo estimulante ) e
o LH ( hormônio luteinizante ). Resumidamente, podemos dizer que a fisiologia das
gônadas femininas depende das ações das gonadotrofinas hipofisárias, dos próprios
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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hormônios sexuais por elas produzidos e de fatores reguladores intra-ovarianos ainda mal
conhecidos.
A trajetória biológica de tudo o que no corpo da mulher é caracteristicamente
feminino é determinada pela trajetória biológica dos ovários ao longo da vida, uma vez
que eles são a fonte básica dos estrogênios - os principais hormônios da feminilidade ao
nível somático. Assim, é inegável que, durante a maior parte da vida da mulher, as suas
gônadas são muito mais importantes como produtoras de estrogênios (e também de
progesterona) do que de óvulos. Anteriormente foi sugerido que, em um nível metafísico, os
ovários podem ser considerados como a manifestação ao nível gonádico do princípio
feminino, e os estrogênios por eles produzidos como a principal manifestação ao nível
endócrino deste mesmo princípio. A outra manifestação endócrina do princípio feminino é
a progesterona.
A maior parte do volume dos ovários se deve à camada cortical, que é a camada
funcional propriamente dita. É nela que, em meio a um estroma conjuntivo também
dotado de certa capacidade endócrina, se encontram os folículos ovarianos, que são as
unidades funcionais básicas das gônadas femininas. Nestes folículos as funções endócrina
e germinativa ovarianas estão vinculadas histológica e funcionalmente, pois são as células
granulosas e tecais que envolvem os ovócitos as principais responsáveis pela síntese
estrogênica. Como na esteroidogênese os hormônios femininos (estrogênios) são produzidos
tendo os hormônios masculinos (androgênios) como precursores, estabelece-se uma divisão
funcional entre os elementos celulares que constituem a granulosa e a teca. As células
tecais, estimuladas pelo LH, produzem os androgênios, que são então transferidos para as
células granulosas. Estas, sob o estímulo do FSH, transformam os androgênios em
estrogênios.
Quando o amadurecimento de um folículo prossegue normalmente (o que apenas se dá
com uma minoria deles), a multiplicação sobretudo das células da granulosa faz com que a
sua produção estrogênica se torne cada vez maior. Após a ovulação, também em
decorrência do pico ovulatório de LH, as células granulosas e tecais passam por
acentuadas modificações morfológicas e funcionais, dando origem ao corpo lúteo. As
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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primeiras transformam-se nas células grânulo-luteínicas, e as segundas nas teco-luteínicas.
No corpo lúteo, as células grânulo-luteínicas produzem principalmente progesterona e um
pouco de estrogênios, enquanto as teco-luteínicas produzem sobretudo estrogênios.
Pouquíssimos são os folículos que atingem o pleno desenvolvimento, conseguindo
produzir altos níveis de estrogênios, ovular e luteinizar-se. A imensa maioria deles está
condenada à regressão e ao desaparecimento através do processo da atresia ou morte
folicular antes mesmo de completarem os primeiros estágios do seu crescimento *. As
principais causas da atresia ou morte folicular são:
1) a insuficiente conversão de androgênios em estrogênios pelas células granulosas,
levando a um acúmulo androgênico em torno do folículo;
2) a diminuição da sensibilidade das células granulosas ao FSH.
Como a formação de novos folículos é impossível ao longo da vida da mulher, o
fenômeno da atresia folicular vai gradualmente levando ao esgotamento das gônadas
femininas - esgotamento este que se completa em torno dos 50 anos, culminando com a
menopausa. Assim, os órgãos que são os centros endócrinos e germinativos da mulher estão
paradoxalmente condenados ao esgotamento e envelhecimento precoce. Em decorrência da
privação estrogênica pós-menopáusica, todos os órgãos e tecidos estrogênio-dependentes do
corpo da mulher entram em atrofia.
Sob o ponto de vista arquetípico, podemos dizer que os ovários, através dos seus
hormônios, espelham tanto os dois lados da natureza feminina (o afrodisíaco e o
maternal), quanto o componente masculino desta natureza. Os estrogênios podem ser
vistos como a principal manifestação endócrina do lado afrodisíaco da mulher, uma vez
que são eles os responsáveis pela maturação sexual da mesma e pelo trofismo e boa forma
de tudo o que no seu corpo é tipicamente feminino. A progesterona, à parte a sua
fundamental importância na fisiologia ginecológica e no equilíbrio endócrino feminino, de
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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certa forma pode ser vista como mais relacionada ao lado maternal da mulher. Já os
androgênios (que paradoxalmente são os precursores bioquímicos dos estrogênios) podem
ser relacionados ao obscuro componente masculino da mulher.
*Atresia folicular - processo fisiológico através do qual a maioria dos folículos ovarianos
entram em regressão, morrem e desaparecem ao longo dos vários estágios do seu
crescimento.
EMBRIOLOGIA
Um fato interessante é que o embrião humano apresenta-se sexualmente
indiferenciado até por volta da 4ª semana, quando possui 12-13 mm de comprimento.
Neste momento começa a se formar a crista genital precursora dos genitais.
Por volta da 6ª semana as células germinativas migram para o local das futuras
gônadas. Elas se originam da parede do intestino primitivo.
As características sexuais externas diferenciam-se após a 13-14ª semana. Até então o feto
apresenta características sexuais femininas com vulva e clitóris primitivo.
Se o feto possuir cromossomas sexuais XY começa a produzir testosterona e ocorre o
desenvolvimento dos genitais externos masculinos.
Podemos dizer portanto que todos nós até esta fase fomos mulheres. Posteriormente se o
feto for feminino ocorre acentuação dos caracteres femininos, com desenvolvimento do
clítoris internamente.
A AÇÃO HORMONAL E AS GÔNADAS
UMA BREVE INTRODUÇÃO SOBRE A HIPÓFISE
A hipófise, também denominada glândula pituitária, é uma pequena glândula com
cerca de 1 cm de diâmetro e peso de 0,5 a 1 g. Localiza-se numa concavidade do osso
esfenóide denominada, sela túrcica, na base do cérebro, e está ligada ao hipotálamo pelo
pedúnculo hipofisário. Fisiologicamente, a hipófise pode ser dividida em duas partes
distintas: o lobo anterior da hipófise, também conhecido como adeno-hípófise, e o lobo
posterior da hipófise, também denominado neuro-hipófise. Entre essas duas partes existe
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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uma pequena zona relativamente avascular, denominada parte intermédia (pars
intermedia), quase ausente no homem, mas que é muito maior e mais funcional em alguns
animais inferiores.
As duas porções da hipófise são constituídas de células de origens embriológicas
diferentes. A adeno-hipófise ou lobo anterior da hipófise deriva da bolsa de Rathke, uma
invaginação embrionária do epitélio da faringe, apresentando assim características
morfológicas de células epiteliais. A neuro-hipófise ou lobo posterior da hipófise origina-se
de uma evaginação do hipotálamo (projeção do assoalho do terceiro ventrículo), possuindo
uma população de células glias (tecido neural) nesta glândula.
O lobo anterior da hipófise secreta seis hormônios muito importantes, além de
vários outros de menor importância, enquanto o lobo posterior secreta dois hormônios
importantes. Os hormônios da adeno-hipófise desempenham papéis relevantes no controle
das funções metabólicas em todo organismo. (1) O hormônio do crescimento promove o
crescimento do animal ao afetar a síntese de proteínas, bem como a multiplicação e a
diferenciação celulares. (2) A corticotropina controla a secreção de alguns hormônios
córtico-suprarenais, que, por sua vez, afetam o metabolismo da glicose, das proteínas e
gorduras. (3) O hormônio tíreo-estimulante (tireotropina) controla a velocidade de secreção
de tiroxina pela glândula tireóide, e, por sua vez, a tiroxina controla a velocidade da maioria das reações químicas em todo o organismo. (4) A prolactina promove o desenvolvimento
da glândula mamaria e a produção de leite e, por sua vez os dois hormônios
gonadotrópicos distintos, (5) o hormônio folículo-estimulante e (6) o hormônio
luteinizante, controlam o crescimento das gônadas, bem como as suas atividades
reprodutivas.
Os dois hormônios secretados pela neuro-hipófise, (1) o hormônio antidiurético
(também denominado vasopressina) controla a excreção de água na urina e, dessa maneira,
ajuda a controlar a concentração de água nos líquidos corporais. (2) A ocitocina (a) ajuda
a liberar o leite das glândulas da mama para os mamilos durante a sucção e (b)
possivelmente, participa do parto ao final da gravidez.
A parte intermédia secreta o hormónio melanotrófico ou melatrofina, que em peixes
e anfíbios induz a dispersão dos grânulos de melanina dos melanócitos, levando ao
escurecimento da pele, sendo isto de fundamental importância para a proteção desses
animais no meio ambiente contra a ação de predadores.
Quase todas as secreções da hipófise são controladas por sinais hormonais ou
nervosos provenientes do hipotálamo. Com efeito, quando se remove a hipófise de sua
posição normal sob o hipotálamo, transplantando-a para alguma outra parte do corpo, a
velocidade de secreção de seus diferentes hormônios (à exceção da prolactina) cai para
níveis muito baixos, atingindo zero no caso de alguns hormônios.
A secreção do lobo posterior da hipófise é controlada por sinais nervosos, que se
originam no hipotálamo e terminam na neuro-hipófise. Em contraste, a secreção pelo lobo
anterior da hipófise é controlada por hormônios denominados hormônios (ou fatores¹)
hipotalâmicos de liberação ou inibição secretados pelo próprio hipotálamo e,
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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posteriormente, transportados até a adeno-hipófise por meio de pequenos vasos
sanguíneos, conhecidos como vasos porta hipotalâmico-hipofisários. Na adeno-hipófise,
esses hormônios de liberação e inibição atuam sobre as células glandulares, controlando
sua secreção. O hipotálamo é um centro coletor da informação relacionada com o bem-estar
interno do organismo, sendo que grande parte dessa informação é utilizada no controle das
secreções dos numerosos hormônios hipofisários importantes.
A vascularização da hipófise é feita pelas artérias hipofásicas superior e inferior
(ramos da carótida interna) e por um complexo sistema vascular especializado, chamado de
sistema porta hipotálamo-hipofisário. Através deste sistema, o sangue venoso proveniente
da eminência mediana do hipotálamo se dirige à adeno-hipófise, trazendo neuropeptídeos
secretados por neurônios hipotalâmicos; o papel desses neuropeptídeos é controlar
(ativando ou inibindo) a secreção dos hormônios adeno-hipofisários. Por outro lado, o
suprimento sangüíneo da neuro-hipófise é feito pelas artérias hipofisárias inferiores, sendo
totalmente independente do suprimento sangüíneo da adeno-hipófise. Entretanto, devido
à existência de capilares curtos que partem da neuro-hipófise e dirigem-se à adeno-hipófise,
admite-se que os hormônios neuro-hipofisários também possam influenciar o
funcionamento da adeno-hipófise.
ADENO-HIPÓFISE
A adeno-hipófise é responsável pela síntese e secreção de basicamente seis
hormônios: hormônio tireotrófico (TSH), hormônio luteinizante (LH), hormônio folículoestimulante (FSH), prolactina (Prl), hormônio de crescimento (GH) e hormônio
adenocorticotrófico (ACTH).
As células da adeno-hipófise podem ser classificadas, em cromófilas – que podem
ser basófilas ou acidófilas e cromófobas (sem afinidade por corantes). Estas células se
divide em: tirotróficas (TSH), gonadotróficas (LH e LSH), corticotróficas (ACTH),
somatotróficas (GH) e lactotróficas (Prl). As três primeiras são basófilas, enquanto que as
outras, acidófilas.
Todos os hormônios adeno-hipofisários são protéicos, sendo classificados de acordo
com sua constituição química em: glicoprotéicos: TSH, LH e FSH, somatomamotróficos:
GH e Prl e peptídeos relacionados à POMC (pró-opiomelanocortina): a ACTH.
É de nossa importância detalhar apenas os hormônios relacionados com os
aparelhos reprodutores masculino e feminino.
GONADOTROFINAS (LH E FSH)
São hormônios glicoprotéicos, ou seja, são constituídos de duas cadeias
polipeptíticas denominadas alfa e beta.
Os dois hormônios gonadotróficos ou gonadotrofinas, conhecidos por hormônio
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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folículo-estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) ou hormônio estimulante das
células intersticiais (ICSH), são produzidos na mesma célula hipofisária. Os fatores que
determinam a secreção preferencial de um ou outro hormônio não são completamente
conhecidos. Esses hormônios agem fundamentalmente sobre as gônadas, estimulando o seu
crescimento e diferenciação, tornando-as aptas para sua função reprodutiva e endócrina.
As ações do FSH sobre as gônadas femininas refletem-se no estímulo do
crescimento e maturação dos folículos ovarianos, como na síntese dos esteróides sexuais
femininos, conhecidos como estrógenos, pelas células tecais (estruturas que forma um
envócrulo protetor). Estes esteróides possuem várias ações:
a) agem em conjunto com o FSH nas próprias células foliculares, participando do
processo de maturação folicular;
b) são importantes para o desencadeamento do processo de ovulação que se
completa com a ação do LH sobre o folículo ovariano maduro;
c) exercem importantes efeitos sobre o trato reprodutor feminino, preparando-o
para a concepção;
d) agem sobre a mama, preparando-a para a lactação;
e) são responsáveis pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários.
O LH age conjuntamente com o FSH durante o período de desenvolvimento dos
folículos ovarianos. É responsável também pelo processo de ovulação que ocorre aproximadamente na metade do ciclo sexual feminino e pelo estímulo da síntese de um outro
esteróide sexual, a progesterona, que, antes da ovulação, é sintetizada nas células do
estroma ovariano e, depois da ovulação, no corpo lúteo. A progesterona, estimula as
funções secretoras do endométrio e inibe a contratilidade uterina, ações relacionadas com a
manutenção do feto no útero.
Nas gônadas masculinas (testículos), o FSH é responsável pela espermatogênese,
em conjunto com o esteróide sexual masculino a testosterona, cuja síntese se dá nas células
intersticiais de Leydig sob estímulo do LH. A testosterona também age nas estruturas que
compõem o trato reprodutor masculino, sendo que, no homem, é o responsável pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários.
A secreção das gonadotrofinas é regulada pela concentração plasmática dos
produtos de secreção das glândulas alvo (estéroides sexuais) e pelos neuropeptídeos
produzidos pelo hipotálamo. O controle da secreção de FSH e LH depende, das
concentrações de estrógenos e progesterona na mulher e da inibina (hormônio peptídeo
produzido pelas células de Sertoli dos túbulos semíferos), e no homem da testosterona,
como também da secreção do hormônio hipotalâmico (GnRH).
HORMÔNIOS SEXUAIS MASCULINOS
O hipotálamo libera fatores liberadores dos hormônios gonadotróficos que fazem a
hipófise liberar FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante).
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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FSH - estimula a espermatogênese pelas células dos túbulos seminíferos.
LH - estimula a produção de
características sexuais secundárias, elevação do desejo sexual.
TESTOSTERONA
Efeito na Espermatogênese. A testosterona faz com que os testículos cresçam. Ela deve
estar presente, também, junto com o folículo estimulante, antes que a espermatogênese se
complete.
Efeito nos Caracteres Sexuais masculinos. Depois que um feto começa a se desenvolver no
útero materno, seus testículos começam a secretar testosterona, quando tem poucas
semanas de vida apenas. Essa testosterona, então, auxilia o feto a desenvolver órgãos
sexuais masculinos e características secundárias masculinas. Isto é, acelera a formação do
pênis, da bolsa escrotal, da próstata, das vesículas seminais, dos ductos deferentes e dos
outros órgãos sexuais masculinos. Além disso, a testosterona faz com que os testículos
desçam da cavidade abdominal para a bolsa escrotal; se a produção de testosterona pelo
feto é insuficiente, os testículos não conseguem descer; permanecem na cavidade
abdominal. A secreção da testosterona pelos testículos fetais é estimulada por um
hormônio chamado gonadotrofina coriônica, formado na placenta durante a gravidez.
Imediatamente após o nascimento da criança, a perda de conexão com a placenta remove
esse feito estimulador, de modo que os testículos deixam de secretar testosterona. Em
conseqüência, as características sexuais interrompem seu desenvolvimento desde o
nascimento até à puberdade. Na puberdade, o reaparecimento da secreção de testosterona
induz os órgãos sexuais masculinos a retomar o crescimento. Os testículos, a bolsa escrotal
e o pênis crescem, então, aproximadamente mais 10 vezes.
Efeito nos Caracteres Sexuais Secundários. Além dos efeitos sobre os órgãos genitais, a
testosterona exerce outros efeitos gerais por todo o organismo para dar ao homem adulto
suas características distintivas. Faz com que os pêlos cresçam na face, ao longo da linha
média do abdome, no púbis e no tórax. Origina, porém, a calvície nos homens que tenham
predisposição hereditária para ela. Estimula o crescimento da laringe, de maneira que o
homem, após a puberdade fica com a voz mais grave. Estimula um aumento na deposição
de proteína nos músculos, pele, ossos e em outras partes do corpo, de maneira que o
adolescente do sexo masculino se torna geralmente maior e mais musculoso do que a
mulher, nessa fase. Algumas vezes, a testosterona também promove uma secreção anormal
das glândulas sebáceas da pele, fazendo com que se desenvolva a acne pós-puberdade na
face.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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Na ausência de testosterona, as características sexuais secundárias não se
desenvolvem e o indivíduo mantém um aspecto sexualmente infantil.
Hormônios
Glândula
Hipófise
Sexuais Masculinos
Hormônio
Órgão-alvo
FSH e LH
Testículos
Diversos
Testículos
Testosterona
Sistema
Reprodutor
Principais ações
 estimulam a produção de testosterona pelas células de
Leydig (intersticiais) e controlam a produção de
espermatozóides.
 estimula o aparecimento dos caracteres sexuais
secundários.
 induz o amadurecimento dos órgãos genitais, promove o
impulso sexual e controla a produção de espermatozóides.
HORMÔNIOS SEXUAIS FEMININOS
A pituitária (hipófise) anterior das meninas, como a dos meninos, não secreta
praticamente nenhum hormônio gonadotrófico até à idade de 10 a 14 anos. Entretanto,
por essa época, começa a secretar dois hormônios gonadotróficos. No inicio, secreta
principalmente o hormônio folículo-estimulante (FSH), que inicia a vida sexual na menina
em crescimento; mais tarde, secreta o hormônio luteinizante (LH), que auxilia no controle
do ciclo menstrual.
Hormônio Folículo-Estimulante: causa a proliferação das células foliculares ovarianas e
estimula a secreção de estrógeno, levando as cavidades foliculares a desenvolverem-se e a
crescer.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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Hormônio Luteinizante: aumenta ainda mais a secreção das células foliculares,
estimulando a ovulação.
* Hormônios Sexuais Femininos
A partir da puberdade e durante toda a vida fértil da mulher, enquanto folículos se
desenvolvem, a cada ciclo, em seus ovários verificamos uma significativa produção de
estrogênio. Cada vez que se forma um corpo lúteo, também a cada ciclo, além de estrogênio
ocorre também produção de progesterona. Estes dois hormônios são muito importantes no
desenvolvimento e no adequado funcionamento do sistema reprodutor feminino.
Os dois hormônios ovarianos, o estrogênio e a progesterona, são responsáveis pelo
desenvolvimento sexual da mulher e pelo ciclo menstrual. Esses hormônios, como os
hormônios adrenocorticais e o hormônio masculino testosterona, são ambos compostos
esteróides, formados, principalmente, de um lipídio, o colesterol. Os estrogênios são,
realmente, vários hormônios diferentes chamados estradiol, estriol e estrona, mas que têm
funções idênticas e estruturas químicas muito semelhantes. Por esse motivo, são
considerados juntos, como um único hormônio.
Funções do Estrogênio: o estrogênio induz as células de muitos locais do organismo, a
proliferar, isto é, a aumentar em número. Por exemplo, a musculatura lisa do útero,
aumenta tanto que o órgão, após a puberdade, chega a duplicar ou, mesmo, a triplicar de
tamanho. O estrogênio também provoca o aumento da vagina e o desenvolvimento dos
lábios que a circundam, faz o púbis se cobrir de pêlos, os quadris se alargarem e o estreito
pélvico assumir a forma ovóide, em vez de afunilada como no homem; provoca o
desenvolvimento das mamas e a proliferação dos seus elementos glandulares, e, finalmente,
leva o tecido adiposo a concentrar-se, na mulher, em áreas como os quadris e coxas, dandolhes o arredondamento típico do sexo. Em resumo, todas as características que distinguem
a mulher do homem são devido ao estrogênio e a razão básica para o desenvolvimento
dessas características é o estímulo à proliferação dos elementos celulares em certas regiões
do corpo.
O estrogênio também estimula o crescimento de todos os ossos logo após a
puberdade, mas promove rápida calcificação óssea, fazendo com que as partes dos ossos
que crescem se "extingam" dentro de poucos anos, de forma que o crescimento, então, pára,
quando perdem a capacidade de crescimento pela calcificação dos discos epifisários. Os
ossos da pelve também crescem, alargando o canal pélvico. A mulher, nessa fase, cresce
mais rapidamente que o homem, mas pára após os primeiros anos da puberdade; já o
homem tem um crescimento menos rápido, porém mais prolongado, de modo que ele assume
uma estatura maior que a da mulher, e, nesse ponto, também se diferenciam os dois sexos
.
O estrogênio também é responsável pelo desenvolvimento dos pêlos pubianos; a
vulva se desenvolve e passa a apresentar os grandes e pequenos lábios vaginais; a parede
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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vaginal se torna mais resistente; o pH da vagina se torna mais ácido devido ao
desenvolvimento de bactérias saprófitas que passarão a habitar esta cavidade; aumenta o
volume da vagina, do útero e das tubas uterinas; as mamas se desenvolvem e, em seu
interior, acumulam-se tecido gorduroso e fibroso, além de se desenvolverem células
produtoras de leite agrupadas em alvéolos, com ductos dirigidos em direção ao mamilo. A
cada ciclo, durante a vida reprodutiva da mulher, as oscilações de estrogênio também
causam modificações significativas no endométrio, como as descritas acima.
O estrogênio tem outros efeitos muito importantes no revestimento interno do
útero, o endométrio, no ciclo menstrual.
Funções da Progesterona: a progesterona tem pouco a ver com o desenvolvimento dos
caracteres sexuais femininos; está principalmente relacionada com a preparação do útero
para a aceitação do embrião e à preparação das mamas para a secreção láctea. Em geral, a
progesterona aumenta o grau da atividade secretória das glândulas mamárias e, também,
das células que revestem a parede uterina, acentuando o espessamento do endométrio e
fazendo com que ele seja intensamente invadido por vasos sangüíneos; determina, ainda, o
surgimento de numerosas glândulas produtoras de glicogênio. Finalmente, a progesterona
inibe as contrações do útero e impede a expulsão do embrião que se está implantando ou do
feto em desenvolvimento. A preparação do útero para a aceitação do embrião se dá quando
a progesterona, cada vez que é secretada, promove uma intensa atividade secretória no
endométrio, preparando-o a receber um óvulo fecundado para se implantar no mesmo. A
secreção endometrial é rica em carboidratos, aminoácidos, gordura e diversos minerais,
importantes para a nutrição embrionária durante a fase inicial da gravidez.
CICLO MENSTRUAL
O ciclo menstrual na mulher é causado pela secreção alternada dos hormônios
folículo-estimulante e luteinizante, pela pituitária (hipófise) anterior (adenohipófise), e
dos estrogênios e progesterona, pelos ovários. O ciclo de fenômenos que induzem essa
alternância tem a seguinte explicação:
1. No começo do ciclo menstrual, isto é, quando a menstruação se inicia, a pituitária
anterior secreta maiores quantidades de hormônio folículo-estimulante juntamente com
pequenas quantidades de hormônio luteinizante. Juntos, esses hormônios promovem o
crescimento de diversos folículos nos ovários e acarretam uma secreção considerável de
estrogênio (estrógeno).
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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2. Acredita-se que o estrogênio tenha, então, dois efeitos seqüenciais sobre a secreção da
pituitária anterior. Primeiro, inibiria a secreção dos hormônios folículo-estimulante e
luteinizante, fazendo com que suas taxas declinassem a um mínimo por volta do décimo
dia do ciclo. Depois, subitamente a pituitária anterior começaria a secretar quantidades
muito elevadas de ambos os hormônios mas principalmente do hormônio luteinizante. É
essa fase de aumento súbito da secreção que provoca o rápido desenvolvimento final de um
dos folículos ovarianos e a sua ruptura dentro de cerca de dois dias.
3. O processo de ovulação, que ocorre por volta do décimo quarto dia de um ciclo
normal de 28 dias, conduz ao desenvolvimento do corpo lúteo ou corpo amarelo, que
secreta quantidades elevadas de progesterona e quantidades consideráveis de estrogênio.
4. O estrogênio e a progesterona secretados pelo corpo lúteo inibem novamente a
pituitária anterior, diminuindo a taxa de secreção dos hormônios folículo-estimulante e
luteinizante. Sem esses hormônios para estimulá-lo, o corpo lúteo involui, de modo que a
secreção de estrogênio e progesterona cai para níveis muito baixos. É nesse momento que a
menstruação se inicia, provocada por esse súbito declínio na secreção de ambos os
hormônios.
5. Nessa ocasião, a pituitária anterior, que estava inibida pelo estrogênio e pela
progesterona, começa a secretar outra vez grandes quantidades de hormônio folículoestimulante, iniciando um novo ciclo. Esse processo continua durante toda a vida
reprodutiva da mulher.
1º dia do ciclo  endométrio bem desenvolvido, espesso e vascularizado começa a
descamar  menstruação

hipófise aumenta a produção de FSH, que atinge a concentração máxima por volta do 7º
dia do ciclo.

amadurecimento dos folículos ovarianos

secreção de estrógeno pelo folículo em desenvolvimento

concentração alta de estrógeno inibe secreção de FSH e estimula a secreção de LH pela
hipófise / concentração alta de estrógeno estimula ocrescimento do endométrio.

Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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concentração alta de LH estimula a ovulação (por volta do 14º dia de um ciclo de 28 dias)

alta taxa de LH estimula a formação do corpo lúteo ou amarelo no folículo ovariano

corpo lúteo inicia a produção de progesterona

estimula as glândulas do endométrio a secretarem seus produtos

aumento da progesterona inibe produção de LH e FSH

corpo lúteo regride e reduz concentração de progesterona

menstruação
OBSERVAÇÃO: A ovulação ocorre aproximadamente entre 10-12 horas após o pico de
LH. No ciclo regular, o período de tempo a partir do pico de LH até a menstruação está
constantemente próximo de 14 dias. Dessa forma, da ovulação até a próxima menstruação
decorrem 14 dias.
Apesar de num ciclo de 28 dias a ovulação ocorrer aproximadamente na metade do
ciclo, nas mulheres que têm ciclos regulares, não importa a sua duração, o dia da ovulação
pode ser calculado como sendo o 14º dia ANTES do início da menstruação.
Generalizando, pode-se dizer que, se o ciclo menstrual tem uma duração de n dias,
o possível dia da ovulação é n – 14, considerando n = dia da próxima menstruação.
Exemplo: Determinada mulher, com ciclo menstrual regular de 28 dias, resolveu iniciar
um relacionamento íntimo com seu namorado. Como não planejavam ter filhos, optaram
pelo método da tabelinha, onde a mulher calcula o período fértil em relação ao dia da
ovulação. Considerando que a mulher é fértil durante apenas nove dias por ciclo e que o
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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último ciclo dessa mulher iniciou-se no dia 22 de setembro de 2003, calcule seu período
fértil e marque na folha de resposta a soma dos seus 9 dias férteis.
Resposta: Considerando o primeiro dia do ciclo como 22 e que seu ciclo é de 28 dias, temos:
22 23 24
[01 02 03
10
11
25
04
12
26
05
13
27
06
14
28
07
15
29
08
16
30
09]
17
18
19
Menstruará novamente no dia 19/10 (n). Ocorrendo a ovulação 14 dias ANTES da
menstruação, esta se dará no dia 05/10 (considerando a fórmula n - 14, teremos: 19 - 14
= 5, ou seja, dia 05 será seu provável dia de ovulação). Como seu período fértil
aproximado localiza-se 4 dias antes e 4 dias após a ovulação, então o início dos dias
férteis será 01/10 e o término, 09/10. Resposta: 45
Podemos, então, dividir o ciclo menstrual em 4 fases:
1. Fase menstrual: corresponde aos dias de menstruação e dura cerca de 3 a 7 dias,
geralmente.
2. Fase proliferativa ou estrogênica: período de secreção de estrógeno pelo folículo
ovariano, que se encontra em maturação.
3. Fase secretora ou lútea: o final da fase proliferativa e o início da fase secretora é
marcado pela ovulação. Essa fase é caracterizada pela intensa ação do corpo lúteo.
4. Fase pré-menstrual ou isquêmica: período de queda das concentrações dos
hormônios ovarianos, quando a camada superficial do endométrio perde seu
suprimento sangüíneo normal e a mulher está prestes a menstruar. Dura cerca de
dois dias, podendo ser acompanhada por dor de cabeça, dor nas mamas, alterações
psíquicas, como irritabilidade e insônia (TPM ou Tensão Pré-Menstrual).
CONCEITO DE SEXO
Se forem comparados 100% do corpo feminino com os masculino, apenas 5% os
diferem, os quais representam os caracteres sexuais individuais. Então como as diferentes
culturas e sociedades diferenciam os sexos?
Abaixo se encontram breves conceitos a respeito de sexo, baseados na ótica
ocidental e na sociedade contemporânea em que vivemos.
Sexo Biológico - é aquele definido pela observação da genitália externa da criança quando
de seu nascimento.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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Sexo Jurídico - é aquele atribuído a criança pelo enquadramento no registro civil (em
cartório), definindo-a como masculino ou feminino.
Sexo Psicológico - é o conjunto de aspectos diversos: atitude, linguajar, vestimentas, etc,
uma vez expressados no comportamento dos adultos a ser incorporada por aquela pessoa.
O sexo biológico divide-se em genético (cromossômico ou cromatínico), endócrino e
morfológico.
A) Sexo Biológico
1) Sexo Biológico Genético
Pode ser dividido em Cromossômico e Cromatínico
1.1 - Cromossômico
No núcleo de cada célula humana existem pequenas estruturas que são os
comossomos. O conjunto de cromossomos de uma célula denomina-se cariótipo, e este
número é próprio para cada espécie:
44 cromossomos AUTOSSOMOS + 02 cromossomos SEXUAIS =
46 cromossomos
44 A + XX = 46
44 A + XY = 46
MULHERES Sexo Feminino
HOMENS Sexo Masculino
A determinação e diferenciação do sexo (masculino ou feminino) é exclusividade do
cromossomo sexual masculino. Veja o esquema abaixo que mostra os dois cromossomos
sexuais. O óvulo é sempre X, e o espermatozóide pode ser X ou Y. Por isso, o cromossomo
sexual masculino é que é determinante.
Óvulo (Mãe)
Espermatozóide
(Pai)
Vão gerar...
uma filha (XX)
um filho(XY)
Os espermatozóides fornecem cromossomos com mais de 8 milhões de características
possíveis, que combinadas com as do óvulo, possibilitarão o nascimento de mais de 70
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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bilhões de filhos diferentes, a partir de um único casal.
Numa célula ovo que originará um novo indivíduo, são as informações presentes
nos cromossomos sexuais que serão responsáveis pelo aparecimento das características
sexuais primárias e características sexuais secundárias. A diferença entre os cromossomos
sexuais será responsável pela formação de glândulas sexuais (gônadas) masculinas ou
femininas e a conseqüente produção diferenciada de hormônios sexuais em cada sexo.
Contudo, é preciso considerar que, a identificação psicológica do sexo da pessoa tem sua
determinação, muitas vezes, independente da determinação biológica, o que confere a ela
um caráter subjetivo de determinação e constatação.
1.2 – Cromatínico
As células femininas, que apresentam XX como cromossomos sexuais, possuem na
face interna da membrana nuclear (carioteca), uma mancha, ausente nas celulas de homens
"normais". Esta mancha (mais corada que o restante do núcleo), é denominada cromatina
sexual ou Corpúsculo de Barr que nada mais é que um dos cromossomos X das celulas
femininas, que permanece completamente e constantemente condensado.
2) Sexo Biológico Endócrino
É somente por volta do 7° mês de vida intra-uterina, que os genitais externos e
internos serão concluídos, no feto. Antes disso, são anatomicamente indistingüíveis. Essa
diferenciação prossegue até a puberdade, com a entrada em funcionamento das gônadas e o
aparecimento dos caracteres sexuais secundários, sob a ação hormonal. Antes da formação
das gônadas, até a 6a. semana de gestação, há um estado de bipotencialidade, podendo
diferenciar-se em testículos (por volta da 8a. semana) ou ovários (por volta da 12a.
semana). Após essa definição, ocorre a diversificação anatômica em 3 locais diferentes do
corpo:



nos órgãos genitais externos
nas estruturas sexuais internas
no cérebro
Esta diferenciação seria o resultado da quantidade circulante do hormônio
masculino (testosterona), sem a qual, ainda que o sexo genético seja XY, o desenvolvimento
poderá ser feminino ou indiferenciado.
Uma vez definidas, as gônadas produzirão hormônios que determinarão as características
sexuais secundárias, como o aparecimento puberal de mamas, coxins adiposos e ciclos
menstruais (para as mulheres) e, aumento da massa muscular e o desenvolvimento puberal
da genitália externa (nos homens). Percebe-se, portanto, que o sexo fenotípico (aparência
do indivíduo), depende de seus genitais internos, externos e dos caracteres secundários.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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3) Sexo Biológico Morfológico
Pode ser caracterizado através de dois componentes distintos:
A - o sexo morfológico propriamente dito, que se subdivirá nos caracteres genitais
(configuração anatômica dos genitais internos e externos e gônadas) e, nos caracteres
extragenitais (compreendendo as características sexuais secundárias, uma vez que são
decorrentes da ação hormonal produzida pelas gônadas.
B - o sexo dinâmico ou copulativo que correponde ao conjunto de ações relativas e
envolvidas no ato sexual: erotização, apetite sexual, a ereção, a lubrificação a penetração,
o movimento, o orgasmo, a ejaculação, a flacidez e o relaxamento.
B) Sexo Psicológico
É muito difícil lidar com esta temática pois não há consenso de idéias, haja vista
que vários são os fatores que contribuem para que os individuos construam sua reação
psicológica frente a sexualidade, e são três as característica principais do sexo sob esta
ótica:
1° o Sexo Educacional, ou de Formação Sexual (Familiar)
2° o Papel de Gênero (Social)
3° a Identidade de Gênero (Individual)
O contexto social em que o ser humano está inserido, em muito contribui para sua
formação. Os valores sociais, as expectativas, a moral etc., são valores que são introjetados
na criança desde os primeiros momentos de sua vida. É o chamado sexo de criação que
busca determinar as características de gênero, masculino ou feminino, impostas sócioculturalmente. Desta forma, o sexo educacional é extremamente dependente das
características sociais. Os conceitos de gênero, masculino ou feminino, começam a se
apresentar nos tratamentos de menina e menino e são colocados para funcionar, mesmo
quando o bebê é muito pequeno. Esta introjeção tem sua correspondente na cobrança social
e a pressão é muito grande para que todos/as possam atender as expectativas.
Assim é que o papel de cada gênero vai sendo imposto a cada um, na medida em que
crescemos. Características sócio-culturais do que é tido como próprio para meninos e
meninas vão sendo apresentadas e cobradas. São os modos e atitudes de andar, sentar,
correr, o linguajar, o corte de cabelo, as roupas, os gestos permitidos e aprovados, as
reações temperamentais esperadas, etc. Trata-se de uma resposta comportamental ao que
foi ensinado para cada sexo.
Quando as expectativas sociais de gênero não são atendidas, temos um choque entre o que
foi ensinado e o que a pessoa sente que deve ser para si. A medida em que o indivíduo se
realizar sexualmente sua identidade de gênero tende a se firmar, seja ela heterossexual,
homossexual ou bissexual.
Identidade Sexual, ou identidade erótica, que pode manifestar-se na escolha dos
comportamentos heterossexual, homossexual ou bissexual.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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Orientação Sexual, ou atração sexual é a referência feita ao objeto de atração e do
prazer sexual. As pessoas não escolhem ter comportamento homossexual, hetero ou
bissexual, elas apenas se orientam em relação a atração sexual que lhes dá mais prazer.
C) Sexo Jurídico
Desde que o indivíduo nasce, seu sexo jurídico é constituído juntamente com sua
identidade jurídica. O registro civil é o primeiro documento que caracteriza este
procedimento. Além dele, encontramos outros documentos que certificam o sexo jurídico do
indivíduo: alistamento militar, título de eleitor, etc. Assim, ele passa a ter direitos e
deveres perante a sociedade, diferenciados por categoria sexual. Ex: O estupro é
caracterizado pela legislação como sendo praticado apenas pelos homens, assim como o
auto-aborto é um crime praticável apenas pelas mulheres.
Os processos de mudança de sexo apresentam um raciocínio lógico, conforme o que
segue: uma vez que o registro civil é público e tido como verdadeiro, alterar algo
verdadeiro significa substituí-lo por algo falso. No entanto, se o conteúdo, for um erro, um
engano de observação, passa a não ser verdadeiro, cabendo ao Direito, corrigí-lo. Diante
disto o indivíduo está impossibilitado de solicitar a alteração de seu registro civil, a não
ser que haja uma argumentação favorável à autorização da cirurgia que possibilita a
mudança de sexo e conseqüente alteração do sexo jurídico.
Todavia, isto não é tão fácil quanto parece, cabendo ao Direito a última palavra,
favorável ou não, à adequação jurídica quanto a identidade do indivíduo. Se o Direito não
for devidamente subsidiado poderá cometer injustiças, como por exemplo, no caso da
modelo e agora escritora Roberta Close que mesmo tendo passado pela mudança de sexo,
continua portando documentos originais que a caracterizam como homem.
TEXTOS COMPLEMENTARES
1) ASPECTOS PSICOSSOMÁTICOS E SIMBÓLICOS DA
MENSTRUAÇÃO
(Trecho de "Os Órgãos Sexuais Femininos")
Nelson Soucasaux
Passemos agora a uma análise sucinta de alguns dos inúmeros aspectos
psicossomáticos, arquetípicos e simbólicos da menstruação. Uma vez que este órgão
exclusivo da mulher que é o útero é também o único do corpo humano cuja fisiologia
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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apresenta a característica de sangrar periodicamente, a menstruação sempre se constituiu
em um fenômeno da maior importância para a natureza feminina. A mulher vivencia o
sangramento menstrual tanto nos seus aspectos objetivos (fisiológicos e médicos), quanto
nos subjetivos (simbólicos e arquetípicos). Para ela, a ocorrência de menstruações com
características normais dentro dos períodos esperados serve como um sinal, ainda que
relativo e de valor aproximado, da sua normalidade fisiológica no que se refere à condição
feminina; é, no mínimo, uma indicação de que a ciclicidade que caracteriza a sua fisiologia
sexual está mantida. Ao mesmo tempo, para as mulheres em vida sexual ativa, o
aparecimento da menstruação significa ausência de gravidez – pelo menos na maior parte
das vezes, pois como se sabe há exceções.
A forma como a mulher vivencia o sangramento menstrual é um dos muitos
parâmetros através dos quais o seu padrão de relacionamento com a condição feminina
pode ser avaliado. Considerando-se o simbolismo arquetípico do sangue, torna-se fácil
concluirmos que, para ela, a experiência constante deste sangramento uterino cíclico que é
a menstruação aumenta mais ainda a sua capacidade de vivenciar profundamente os
processos orgânicos e viscerais típicos da natureza feminina – especialmente aqueles
relacionados aos seus órgãos sexuais e à intimidade da sua pelve.
Dada a enorme importância emocional e arquetípica dos genitais, sangramentos
deles provenientes, mesmo fisiológicos como é o caso da menstruação, acabam adquirindo
um simbolismo todo especial. Diversas fantasias ligando sangue e sexualidade podem
surgir. Desta forma, através do simbolismo da menstruação, a mulher pode expressar
somaticamente muitos dos seus problemas psicossexuais e emocionais. Pelas vias
psicossomáticas, inúmeros conflitos relativos à natureza da mulher podem se somatizar,
direta ou indiretamente, através de alterações menstruais as mais diversas. Pelo outro
lado, pelas vias somatopsíquicas, distúrbios da menstruação podem gerar conflitos
psicológicos em relação a este aspecto da natureza feminina.
Com uma certa frequência, as atitudes femininas relativas a este sangramento
uterino cíclico são um tanto ambíguas. Por razões conhecidas de todos, a vinda das
menstruações nos períodos esperados é considerada de grande importância pela quase
totalidade das mulheres. Sempre há uma considerável preocupação envolvendo o
sangramento menstrual – não só relativa à regularidade da sua ocorrência, como também
às características do fluxo ( volume, duração, aspecto, sintomas e sinais associados, etc. ).
Assim, a menstruação é sempre um evento da maior significação para a mulher, sendo
também um dos símbolos arquetípicos da feminilidade.
Porém, apesar disto, com uma certa frequência o sangramento menstrual em si é
considerado como um tanto "desconfortável" – mesmo quando assintomático e inteiramente
normal sob o ponto de vista médico. Como costumo sempre salientar, é comum
encontrarmos em muitas mulheres graus variáveis de ressentimento em relação a diversas
peculiaridades biológicas da natureza feminina. É evidente que, na medida em que as
menstruações se acompanhem daqueles típicos desconfortos pélvicos, que variam de um
dolorimento difuso até cólicas de moderadas a intensas, as atitudes negativas em relação a
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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este sangramento uterino cíclico tornam-se mais frequentes. Estas atitudes negativas, por
sua vez, estabelecem um ciclo vicioso de intensificação da sintomatologia.
Ao nível somático devemos sempre lembrar que, na ausência de patologia orgânica,
a dismenorréia ( cólicas menstruais ) deve-se usualmente à fortes contrações uterinas
causadas por uma produção aumentada de prostaglandinas no endométrio pré-menstrual e
menstrual, durante a regressão e necrose deste tecido. Uma maior resposta contrátil do
miométrio à níveis normais de prostaglandinas durante a menstruação também pode estar
presente em muitos casos, igualmente dando origem à dismenorréia. Também ao nível
somático, a congestão pélvica pré-menstrual é responsável pelo dolorimento e desconforto
pélvico difuso que frequentemente ocorre no período que precede a vinda da menstruação.
O sangramento menstrual é sempre dotado de uma forte carga simbólica. Devido a
isto, como costumo sempre salientar, a mulher pode manifestar somaticamente muitos dos
seus problemas emocionais através do simbolismo da menstruação.
2) O ENDOMÉTRIO
(Trecho de "Os Órgãos Sexuais Femininos")
Nelson Soucasaux
O endométrio é o tecido que reveste o interior da cavidade do corpo uterino, sendo
dotado de uma estrutura histológica altamente complexa e organizada. Ele é constituido
por um estroma conjuntivo todo percorrido por um enorme número de glândulas de
conformação tubular, e é irrigado por um intrincado sistema vascular. As glândulas são
revestidas por um epitélio cilíndrico simples e se abrem na superfície endometrial, que é
recoberta pelo mesmo tipo de epitélio. Sob influência da progesterona, o seu estroma
também adquire características secretoras. Distinguem-se duas camadas no endométrio, a
funcional e a basal.
A camada funcional é a que é inteiramente expelida e reconstruida a cada ciclo
menstrual, podendo atingir considerável espessura quando plenamente desenvolvida. Ela é
altamente sensível ao efeito proliferativo dos estrogênios e à transformação secretora
induzida pela progesterona. Esta é a camada que, em resposta aos estímulos hormonais,
apresenta grandes transformações ao longo do ciclo. A sua vascularização, cujo
desenvolvimento também se deve aos estrogênios e à progesterona, é constituida por um
intrincado sistema de artérias espiraladas, plexos capilares, veias, lagos venosos e
anastomoses artério-venosas. De todas as estruturas que compõem este sistema vascular,
as mais importantes são as artérias espiraladas.
Quando os níveis sangüíneos dos hormônios ovarianos caem, a camada funcional
logo apresenta sinais de regressão e atrofia. Isto resulta na formação de substâncias
tóxicas e vasoativas que, por ação local, desencadeiam fenômenos vasculares isquêmicos e
hemorrágicos que levam à necrose e ao desprendimento menstrual desta camada do
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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endométrio. O que torna a menstruação possível é a forma através da qual o citado
complexo vascular reage às alterações regressivas endometriais decorrentes da brusca
queda dos hormônios ovarianos.
A camada basal do endométrio é de pequena espessura e situa-se profundamente,
em contato direto com o miométrio. Esta camada não se desprende durante a menstruação,
e é a partir dela que uma nova camada funcional se desenvolve quando o fluxo menstrual
cessa. A camada basal não sofre modificações significativas durante o ciclo, parecendo ser
pouco sensível às ações hormonais. A sua irrigação sangüínea se deve a outro sistema
vascular, constituido por pequenas artérias retas. Desta forma, ela não sofre as alterações
necróticas, isquêmicas e hemorrágicas do período menstrual, sendo por isso sempre
preservada.
O fenômeno da menstruação está na dependência de dois fatores fundamentais, um
endócrino e outro vascular. O endócrino, que consiste na brusca queda dos níveis
sangüíneos dos hormônios ovarianos, é o fator deflagrador principal. Já as reações
vasculares são conseqüência das alterações regressivas endometriais causadas pela
deprivação hormonal.
3) Algumas disfunções sexuais
A castração significa a retirada cirúrgica dos testículos. Em certa época era
usada como método de esterilização. Hoje esta operação é efetuada em homens com
câncer de próstata ou testículos. Seu efeitos no homem são: redução do desejo sexual,
mudança do timbre de voz, barba mais rala e aumento de peso. Termos correlacionados
são: emasculação (um sinônimo para castração) e penectomia, que é o termo que
correlaciona-se as cirurgias efetuadas no pênis.
Atresia folicular - processo fisiológico através do qual a maioria dos folículos
ovarianos entram em regressão, morrem e desaparecem ao longo dos vários estágios do
seu crescimento.
Câncer testicular. Quando falamos sobre câncer testicular, estamos normalmente
falando sobre câncer das células germinativas. É possível ter tumores das células de
Leydig ou das células de Sertoli, mas esses tumores são incomuns e usualmente não
malignos. Também, já que o câncer testicular é associado com as células germinativas,
nódulos ou massas na bolsa escrotal ou no epidídimo, mas não no testículo, não podem
ser câncer do testículo!
O que é cisto ovariano e ovário policístico?
O primeiro refere-se a pequena coleção de líqüido que aparece em um ou em ambos
os ovários. Pode causar discreta dor em um lado na região baixa do abdômen, sem
relação com a menstruação. Não causa obesidade, alterações hormonais, nem alterações
menstruais. Muitas vezes, os cistos ovarianos são assintomáticos e são descobertos por
acaso durante a realização de ultra-som ou mesmo durante uma cesárea.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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Os cistos menores que 6 cm de diâmetro podem ser tratados clinicamente - existe
possibilidade de regressão de tais cistos apenas com o uso de anovulatórios orais.
Aqueles, por outro lado, acima deste tamanho devem ser retirados cirurgicamente, por
laparotomia (isto é, opera-se o abdômen, de maneira semelhante ao que se faz na cesárea)
- de preferência - ou por laparoscopia (introdução de cânula de endoscopia no abdômen) desde que o cisto não seja muito grande nem a paciente obesa.
Quando ocorrem distúrbios no ciclo menstrual, obesidade, muitas vezes
acompanhados de acne ("espinhas") e hirsutismo (aumento da quantidade de pelos ou
mudança na sua distribuição), podemos estar diante de outra doença, a Síndrome dos
Ovários Policísticos (S.O.P.) - também conhecida como Síndrome de Stein-Leventhal causa importante de esterilidade conjugal.
Ao contrário do anterior, a SOP é acompanhada de intensas e complexas
anormalidades hormonais que são, ao mesmo tempo, causa e conseqüência desta doença.
Na prática, é multiforme, isto é, assume várias formas, desde a mais leve, com poucos
sintomas, até a mais acentuada, com todas as alterações citadas. Há também diversas
graduações dos quadros intermediários.
Para o diagnóstico várias dosagens hormonais são necessárias, além do ultra-som.
É importante também fazer o diagnóstico diferencial, isto é, procurar outras doenças
que, embora menos freqüentes, podem dar origem aos mesmos sintomas.
O tratamento da SOP é feito com ênfase em um de três objetivos, dependendo de
qual seja o predominante em cada paciente:
1º regularização do ciclo menstrual;
2º tratamento da esterilidade;
3º melhora do hirsutismo.
A obesidade vai diminuindo automaticamente à medida que o tratamento
prossegue. Utiliza-se o tratamento clínico, mas os medicamentos dependerão do objetivo
estabelecido e dos resultados dos exames.
É altamente aconselhável a consulta a um ginecologista com especialização na área
de Ginecologia Endócrina; este encontra-se mais afeito aos meandros e dificuldades
próprios ao manejo desta doença.
4) Curiosidades
Um homem pode ejacular em cada relação 100 - 500 milhões de espermatozóides.
Portanto um único homem tem o potencial de engravidar todas as mulheres do Brasil.
Teoricamente o fator limatante da fecundação é a mulher. Pois ela produz um único
óvulo mensal, com vida de 48 horas. No restante do período ela é infertil.
A corrida dos espermatozoides até o útero equivale a uma distancia de ida e volta a SP
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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(aprox. 160 km) e o mesmo a percorre em 15 segundos!!!
O sexo possui um papel importante e básico em nossas vidas. Ele não é apenas a
anatomia genital, um mecanismo de reprodução ou fonte de prazer. Na espécie humana o
sexo é muito mais que isso, inclui características físicas, aspectos psicológicos, éticos,
culturais e morais.
Podemos definir sexo como: “A conformação particular que distingue o macho da
fêmea conferindo-lhes características diferentes”. É a identidade sexual de um indivíduo.
As células reprodutoras não se originam na crista genital mas, sim, da parede do
intestino primitivo, migrando para as gônadas mais tarde.
Historicamente a percepção que sexo gera gravidez é relativamente nova na espécie
humana. Alguns povos primitivos acreditam , ainda hoje, que a força da Lua é que
engravida as mulheres.
O Sexo com a cultura judaico-cristã assumiu caráter principalmente reprodutivo.
Mas, recentemente com a “revolução sexual” o pólo se inverteu, ele é feito apenas para o
prazer.
Ambas as visões são parciais e problemáticas.
Devemos levar em conta o Amor quando se fala de sexo.
Existem várias formas de amor. Os antigos gregos reconheciam pelo menos três.
A primeira , chamada de Eros, era o amor sexual, o que causava as paixões.Ele é
simbolizado pelo cupido (Eros).
A segunda , Philos, o amor pelas pessoas, pelo homem, é o amor materno, paterno,
filial, de irmão.
Por último o amor que consome ou Ágape, aquele que ama a tudo e todos.É o amor
dos santos, dos visionários. Faz com que um nobre como Francisco de Assis, largue a
fortuna e o poder para viver pelos humildes e miseráveis.
Porém, quando falamos em amor e sexo na sociedade atual notamos uma
separação, uma dicotomia. Uma das funções deste trabalho e tentar achar as bases físicas
do amor e mostrar que sexo e amor quando juntos são potencializados.
Vamos, inicialmente, verificar a separação do sexo e amor na atual sociedade e a
visão da reprodução como um contratempo, um empecilho.
Na nossa cultura, ainda predominantemente machista e capitalista o sexo é
intensamente manipulado pelos meios de comunicação e pelo poder estabelecido.
Vamos fazer um teste.
Desenhe um homem e uma mulher.
Geralmente, quando fazemos esta experiência em sala de aula, observamos que o
desenho sempre omite os genitais. Por que?
Apesar de ouvirmos e sermos induzidos a falar de sexo quase que
ininteruptamente, apresentamos um bloqueio enorme em nossa sexualidade. Especialmente
quando estamos em público. Isto é muito maior quando abordamos as diferenças entre os
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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gêneros. Um exemplo, é muito mais comum e aceito ver um menino “coçando o saco” do
que uma menina fazendo o equivalente. Apesar de toda a luta pela igualdade feminina.
Um outro fato nos chama a atenção.
Faça uma relação de apelidos para as partes do corpo, como por exemplo o pé e a
mão.
Você provavelmente conseguira dois ou três apelidos.
Agora faça o mesmo para os órgãos sexuais. Uma enorme quantidade de “apelidos”
é encontrada. Quase todos diminutivos (na mulher) ou aumentativos no homem.
Lidamos mal com o nosso sexo. Temos que escondê-los, infantiliza-los, reduzi-los
para podermos falar deles.
Atente, a um último detalhe, os órgãos sexuais ocupam 5% da área total do corpo.
Mas quanta importância tem na nossa sociedade....
5) Anabolizantes. Será que compensa?
Os esteróides anabolizantes são derivados sintéticos da testosterona - hormônio
sexual masculino responsável pelo crescimento e desenvolvimento de órgãos sexuais
masculinos e pela manutenção dos caracteres sexuais secundários, que incluem crescimento
e maturação da próstata, vesícula seminal, pênis e escroto. Além do mais, a testosterona,
ajuda no engrossamento das cordas vocais, na alteração da musculatura do corpo,
distribuição de gorduras e retenção de nitrogênio, água e eletrólitos pelo corpo.
Reduzem em até 85% a secreção de testosterona pelos testículos, que podem
atrofiar-se. Diminuem a produção de gonadotrofinas hipofisárias e os testículos passam a
ser menos estimulados (feed back negativo).
Essas drogas estão associadas a numerosos efeitos colaterais, sendo contraindicados para estimular condições atléticas. Mesmo assim, devido à sua capacidade de
queimar gorduras e, ao mesmo tempo, ativar as células de crescimento humano; muitos
atletas e adolescentes apelam para a ajuda dessas substâncias, sem se importar com as
conseqüências, que podem ser catastróficas. Os primeiros, devido à pressões dos
patrocinadores e do lema: o que importa é vencer! Os segundos, porque desejam ver seu
corpo mudar da noite para o dia e se tornarem super-homens cobiçados pelas mulheres e
invejados pelos homens. Não importa o motivo... Nas academias, alguns professores de
ginástica despreparados "receitam" para seus "pupilos"; colegas e amigos usam. E o melhor:
não aconteceu nada a eles ainda. Por que "comigo" irá acontecer?
Esse pensamento consegue cada dia mais reunir adeptos do uso dessas drogas.
Alguns mais prevenidos também se automedicam com remédios para o fígado, tentando
evitar qualquer catástrofe incontrolável. De qualquer forma, uma coisa é certa: seu
emprego prolongado provoca esterilidade, impotência, ginecomastia (crescimento exagerado
das mamas), lesões no fígado e nos rins, doenças cardíacas, depressão, ansiedade e outros
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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distúrbios psiquiátricos. E o que seria emprego prolongado? Uma semana, dois meses, um
ano? E agora pergunto: vale a pena?
6) HORMÔNIOS DA GRAVIDEZ
Gonadotrofina coriônica humana (HCG): é um hormônio glicoproteíco, secretado
desde o início da formação da placenta pelas células trofoblásticas, após nidação
(implantação) do blastocisto (*). A principal função fisiológica deste hormônio é a de
manter o corpo lúteo, de modo que as taxas de progesterona e estrogênio não diminuam,
garantindo, assim, a manutenção da gravidez (inibição da menstruação) e a ausência de
nova ovulação. Por volta da 15ª semana de gestação, com a placenta já formada e madura
produzindo estrógeno e progesterona, ocorre declínio acentuado na concentração de HCG e
involução do corpo lúteo.
O HCG também concede uma imunossupressão à mulher, para que ela não rejeite o
embrião (inibe a produção de anticorpos pelos linfócitos); tem atividade tireotrófica e
também estimula a produção de testosterona pelo testículo fetal (estimula as células de
Leydig a produzirem maior quantidade de androgênios), importante para a diferenciação
sexual do feto do sexo masculino.
(*) O blastocisto é um estágio inicial do desenvolvimento embrionário, formado por uma
camada de células denominada trofoblasto ou células trofobláticas que envolve o botão
embrionário. Após a nidação o trofoblasto forma projeções na mucosa uterina chamadas
vilosidades coriônicas, principais responsáveis pela produção de HCG.
Hormônio lactogênio placentário humano: é um hormônio protéico, de estrutura
química semelhante à da prolactina e da somatotrofina hipofisária. É encontrado no
plasma da gestante a partir da 4ª semana de gestação. Tem efeito lipolítico, aumenta a
resistência materna à ação da insulina e estimula o pâncreas na secreção de insulina,
ajudando no crescimento fetal, pois proporciona maior quantidade de glicose e de
nutrientes para o feto em desenvolvimento.
Hormônio melanotrófico: atua nos melanócitos para liberação de melanina,
aumentando a pigmentação da aréola, abdomên e face.
Aldosterona: mantém o equilíbrio de sódio, pois a progesterona estimula a
eliminação do mesmo, e a aldosterona promove sua reabsorção.
Progesterona: relaxa a musculatura lisa, o que diminui a contração uterina, para
não ter a expulsão do feto. Aumenta o endométrio, pois se o endométrio não estiver bem
desenvolvido, poderá ocorrer um aborto natural ou o blastocisto se implantar (nidação)
além do endométrio. Este hormônio é importante para o equilíbrio hidro-eletrolítico, além
de estimular o centro respiratório no cérebro, fazendo com que aumente a ventilação, e
conseqüentemente, fazendo com que a mãe mande mais oxigênio para o feto. Complementa
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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os efeitos do estrogênio nas mamas, promovendo o crescimento dos elementos glandulares,
o desenvolvimento do epitélio secretor e a deposição de nutrientes nas células glandulares,
de modo que, quando a produção de leite for solicitada a matéria-prima já esteja presente.
Estrogênio: promove rápida proliferação da musculatura uterina; grande
desenvolvimento do sistema vascular do útero; aumento dos órgãos sexuais externos e da
abertura vaginal, proporcionando uma via mais ampla para o parto; rápido aumento das
mamas; contribui ainda para a manutenção hídrica e aumenta a circulação. Dividido em
estradiol e estrona - que estão na corrente materna; e estriol - que está na corrente fetal, é
medido para avaliar a função feto-placentária e o bem estar fetal.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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7) RESUMO DOS HORMÔNIOS RELACIONADOS COM AS
FUNÇÕES SEXUAIS
Glândula
Hormônio
Órgão-alvo
Principais ações
FSH
ovário
 estimula o desenvolvimento do folículo, a secreção de estrógeno
e a ovulação.
LH
ovário
Prolactina
mamas
Hipófise
 estimula a ovulação e o desenvolvimento do corpo amarelo.
 estimula a produção de leite (após a estimulação prévia das
glândulas mamárias por estrógeno e progesterona).
 secretado em quantidades moderadas durante a última fase da
gravidez e em grande quantidade durante o parto. Promove a
contração do útero para a expulsão da criança.
Ocitocina
Estrógeno
Útero e mamas
 promove a ejeção do leite durante a amamentação.
diversos
 crescimento do corpo e dos órgãos sexuais; estimula o
desenvolvimento das características sexuais secundárias.
hipófise
 inibe a produção de FSH e estimula a produção de LH.
Ovário
Sistema
Reprodutor
hipófise
Progesterona
Placenta
HGC
 estimula a maturação dos órgãos reprodutores e do endométrio,
preparando o útero para a gravidez.
 inibe a produção de LH
útero
 completa a regeneração da mucosa uterina, estimula a secreção
das glândulas endometriais e mantém o útero preparado para a
gravidez.
mamas
 estimula o desenvolvimento das glândulas mamárias para
secreção láctea.
corpo lúteo
 estimula a produção de progesterona e estrógeno; inibe a
menstruação e nova ovulação.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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PARTE II
ÓRGÃOS DO SENTIDO
(Aparelhos Sensoriais)
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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Aparelhos sensoriais - OS SENTIDOS
( Integumentary System )
Os cinco sentidos da espécie humana. Cada um tem sua relação direta com uma
parte diferente do cérebro.
Os cinco sentidos fundamentais do corpo humano - tato, gustação ou paladar,
olfato, audição e visão - constituem um conjunto de funções que propicia o seu
relacionamento com o ambiente. Por meio dos sentidos, o nosso corpo pode perceber tudo o
que nos rodeia; e, de acordo com as sensações, decide o que lhe assegura a sobrevivência e a
integração com o ambiente.
Os órgãos dos sentidos
Onde quer que estejamos, o ambiente ao nosso redor está sempre se alterando.
Calor e frio, dia e noite, silêncio e ruídos, odores, sabores e mais uma infinidade de
estímulos do meio ambiente são captados pelos nossos órgãos dos sentidos. Assim,
tomamos conhecimento do que acontece à nossa volta:
pelo tato - sentimos o frio, o calor, a pressão atmosférica, etc.;
pela gustação - identificamos os sabores;
pelo olfato - sentimos o odor ou cheiro;
pela audição - captamos os sons;
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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pela visão - observamos as cores, as formas, os contornos, etc.
Portanto, em nosso corpo os órgãos dos sentidos estão encarregados de receber
estímulos externos. Esses órgãos são:
a pele -para o tato;
a língua -para a gustação;
as fossas nasais -para o olfato;
os ouvidos -para a audição;
os olhos -para a visão.
Na verdade, todas as sensações são interpretadas no cérebro. Os órgãos dos sentidos
recebem os estímulos (luz, som, gosto, cheiro, temperatura, dor, pressão, etc.) e os
transmitem ao cérebro, através de nervos sensoriais. O cérebro, então, "entende" a
mensagem, produzindo a sensação.
Aparelhos sensoriais – GUSTAÇÃO
A sensibilidade se deve à mucosa da língua e a sensibilidade propiceptiva dos
músculos da língua se deve a três nervos:
a) nervo lingual: é uma ramificação do trigêmino ou quinto par para os dois terços
anteriores da língua.
b) nervo glosofaríngeo: é o nono par para a base da língua.
c) nervo laríngeo superior: é uma ramificação do neumogástrico décimo par para as
pregas glosoepiglóticas. Estes nervos transmitem as sensações de contato de temperatura e
de posição, assim como as impressões gustativas que permitem apreciar a qualidade e o
sabor dos alimentos sólidos ou líquidos introduzidos na cavidade bucal.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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O estudo anatômico do sistema sensorial digestivo compreende três partes:
a) Os órgãos receptores que são as papilas linguais que contém os botões gustativos; estes
botões também existem na mucosa do véu do paladar, nos capilares do véu, no epiglóte e
nos lábios contidos na capa epitelial das papilas calissiformes e fungiformes. Estes botões
têm forma
oval ,com a base apoiada sobre o colón e uma extremidade afilada; esta apresenta um
orifício que é o foro gustativo, de onde escapam as silias gustativas captoras das
impressões gustativas.
b) As vias gustativas compreendem três neurônios: a periférica ou protoneurona, a entral
e a terminal. A protoneurona é a que capta as sensações das papilas da língua.
c) Centros gustativos do sistema nervoso central: ainda existe certa imprecisão na sua
definição. O centro principal se assenta no uncus* do hipocampo, vem na frente dessa
circunvolução. A área gustativa estaria aqui muito próxima aos centros de olfação:
descreve-se igualmente outro centro gustativo na circunvolução parietal ascendente. O
outro descrito no hipocampo seria uma formação de arquipaleo, o que corresponde ao
caráter primitivo deste meio de comunicação com o mundo exterior. Pelo contrário, o
centro da parietal ascendente (niopálio) corresponde a uma região mais evolucionada do
cérebro e seu valor sensorial é discutido.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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Um sistema primoroso ainda não desvendado
Japão vive atualmente um boom gastronômico jamais visto. As revistas publicam
amplas matérias sobre gastronomia, e todas as emissoras de televisão transmitem
programas relacionados com o assunto.
E, em Tóquio, concentram-se restaurantes de comida típica de todos os países do
mundo, de tal modo que não é exagero dizer: "Não há prato que não seja possível degustar
em Tóquio". Começando, logicamente, pelos pratos japoneses, pode-se saborear comida
chinesa, culinária de todos os países do Ocidente, não sendo mais novidade os restaurantes
especializados em cozinha da América do Sul, do Sudeste da Ásia e também da África.
Conseguimos saborear esses variados pratos porque possuímos o paladar. Graças ao
paladar que o homem possui, nasceram os mais diversos métodos culinários e as mais
variadas iguarias, e assim se desenvolveu a cultura gastronômica.
Se não possuíssemos o paladar, as refeições seriam literalmente insípidas e
enfadonhas, que apenas serviriam para repor pela boca a energia e os elementos necessários
ao nosso corpo. Não haveria diferença alguma do ato de colocar combustível no carro. O
ato de comer perderia todo encanto, transformando-se em simples ato fisiológico que em
nada difereria do ato de defecar.
Acabariam as reuniões familiares em tomo da mesa de refeições, e ninguém iria
despertar de manhã sentindo o aroma da sopa de soja, no Brasil, o aroma do café,
preparada pela mãe.
Normalmente, achamos muito natural que tenhamos a faculdade de sentir o sabor
dos alimentos, mas, pensando melhor, notamos que isso enriquece muito a nossa vida.
Se conseguimos ter paladar é porque a superfície da nossa língua está coberta de
papilas, que são receptores sensoriais especializados em sentir sabor. As papilas são
formadas por dezenas de células gustativas, agrupadas em forma de botão, e essas células
distinguem o sabor.
As células gustativas reconhecem os sabores doce, azedo, salgado e amargo, que a
fisiologia os denomina de sabores básicos. A esses sabores se acrescentam a sensação da
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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temperatura, da textura, da dor e, assim, conseguimos nos deleitar com a harmonia dos
diversos sabores.
A sensibilidade dessas células gustativas é extremamente apurada e distingue a
diferença de estrutura da matéria no nível molecular. Por exemplo, sentimos que o açúcar é
doce, mas uma ínfima diferença de estrutura química do alimento nos faz sentir um sabor
doce diferente.
Se formos analisar a diferença da estrutura molecular por meio de recursos
químicos, teremos de repetir experiências em diversos níveis.
É de se espantar que as células gustativas detectem instantaneamente a diferença
das estruturas químicas dos alimentos que, sendo transmitida ao cérebro através do nervo
lingual, nos faz sentir diversos sabores.
É também do conhecimento geral que o paladar possui "faculdade de aprender", ou
seja, se a pessoa continuar degustando continuadamente o mesmo sabor, irá se elevando
gradativamente a capacidade de distinguir sutis diferenças desse sabor. Vemos isso, por
exemplo, na elevada sensibilidade do paladar das pessoas que fazem a combinação de
diversos grãos de café e dos provadores profissionais de vinho. Não há sen- sor científico
que alcance essa sensibilidade, por mais alta que seja a tecnologia aplicada nele.
Além de tudo, o nosso paladar não tem apenas a função de degustar alimentos.
Desempenha também uma importante função na manutenção da nossa saúde. Por
exemplo, quando sentimos fadiga física, temos vontade natural de comer alimento doce,
porque há necessidade de reabastecer nosso organismo com glicose, que é fonte de energia.
E, para o sangue manter a sua função normal, é preciso que o nível de sal nele contido
esteja equilibrado. Quando se reduz o nível de sal no sangue, nosso organismo requisita
alimentos salgados.
Quando há carência de determinada vitamina em nosso organismo, sentimos
vontade de comer alimentos que contenham essa vitamina. Ocorre isso porque há uma
estreita ligação entre as diversas funções do nosso corpo com o paladar. Entretanto, esse
sistema complexo ainda não foi elucidado, ou seja, o nosso paladar guarda um enigma tão
primoroso e complexo que nem mesmo a ciência atual consegue desvendá-lo.
Apesar de sermos agraciados com esse primoroso sentido do paladar, se nos
alimentarmos apressadamente, engolindo tudo, estaremos desperdiçando esse precioso
tesouro. Se, porém, tomarmos as refeições com o sentimento de "consagrar oferenda a nosso
Deus interior", agradecendo às dádivas do céu e da terra, sem dúvida, faremos novas
descobertas a cada refeição.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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Aparelhos sensoriais – Nariz
O olfato humano é pouco desenvolvido se comparado ao de outros mamíferos. O
epitélio olfativo humano contém cerca de 20 milhões de células sensoriais, cada qual com
seis pêlos sensoriais (um cachorro tem mais de 100 milhões de células sensoriais, cada qual
com pelo menos 100 pêlos sensoriais).
A cavidade nasal, que começa a partir das janelas do nariz, está situada em cima
da boca e debaixo da caixa craniana. Contém os órgãos do sentido do olfato, e é forrada
por um epitélio secretor de muco. Ao circular pela mesma, o ar se purifica, umedece e
esquenta. Se seus capilares se dilatam e o muco se secreta em excesso, o nariz fica
obstruído, sintoma característico do resfriado. O órgão olfativo do sentido do olfato é a
mucosa que forra a parte interior e superior das fossas nasais, chamada mucosa amarela,
para distingui-la da vermelha, que é a que cobre a parte inferior.
A mucosa vermelha é dessa cor por ser muito rica em vasos sangüíneos, e contém
glândulas que segregam um muco que mantém úmida a região.
A mucosa amarela é muito rica em terminações nervosas do nervo olfativo. As
fossas nasais apresentam três pregas duplas, separadas por meatos que se dividem em
superior, médio e inferior. Os das inferiores recobrem os cornetos ósseos, e sua função é
aumentar em pouco espaço a superfície sensorial. Os produtos voláteis ou gases
perfumados que se desprendem das diversas substâncias, ao ser inspirados, entram nas
fossas nasais e se dissolvem, se é que não estão suficientemente volatilizados, no muco que
impregna a mucosa. Desagregados nele, excitam as terminações ao centro olfativo do
córtex cerebral, e nos produzem a sensação de cheiro ou odor.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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Dessa forma, geram impulsos nervosos, que são conduzidos até o corpo celular das
células olfativas, de onde atingem os axônios, que se comunicam com o bulbo olfativo. A
hipótese mais aceita é que existem alguns tipos básicos de células do olfato, cada uma com
receptores para um tipo de odor. Os milhares de tipos diferentes de cheiros que uma pessoa
consegue distinguir resultariam da integração de impulsos gerados por uns cinqüenta
estímulos básicos, no máximo. A integração desses estímulos seria feita numa região
localizada em áreas laterais do córtex cerebral, que constituem o centro olfativo.
A mucosa olfativa é tão sensível que poucas moléculas são suficientes para
estimula-la, produzindo a sensação de odor. A sensação será tanto mais intensa quanto
maior for a quantidade de receptores estimulados, o que depende da concentração da
substância odorífera no ar.
O olfato tem importante papel na distinção dos alimentos. Enquanto mastigamos,
sentimos simultaneamente o paladar e o cheiro. Do ponto de vista adaptativo, o olfato
tem uma nítida vantagem em relação ao paladar: não necessita do contato direto com o
objeto percebido para que haja a excitação, conferindo maior segurança e menor exposição
a estímulos lesivos.
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O olfato, como a visão, possui uma enorme capacidade adaptativa. No início da
exposição a um odor muito forte, a sensação olfativa pode ser bastante forte também, mas,
após um minuto, aproximadamente, o odor será quase imperceptível.
Porém, ao contrário da visão, capaz de perceber um grande número de cores ao
mesmo tempo, o sistema olfativo detecta a sensação de um único odor de cada vez.
Contudo, um odor percebido pode ser a combinação de vários outros diferentes. Se tanto
um odor pútrido quanto um aroma doce estão presentes no ar, o dominante será aquele que
for mais intenso, ou, se ambos forem da mesma intensidade, a sensação olfativa será entre
doce e pútrida.
Aparelhos sensoriais - O olho
ANATOMIA DO OLHO
O órgão visual – o olho - está alojado na órbita, cavidade óssea que lhe serve como
proteção. Consta de três membranas concêntricas, chamadas esclerótica, coróide e retina e
de três corpos transparentes denominados: cristalino, humor aquoso, e humor vítreo.
A esclerótica, formada por tecido conjuntivo fibroso, é designada "branco do olho"
por ser essa a sua cor; em sua parte anterior tem a córnea, uma lente convergente e de
absoluta transparência. A superfície da córnea é lubrificada pela lágrima, secretada pelas
glândulas lacrimais. Depois de banhar a superfície ocular, a lágrima é coletada por um
orifício existente no canto interno dos olhos e é drenada para a cavidade nasal.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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A coróide está situada abaixo da esclerótica e é de cor escura. Possui uma estrutura
muscular de cor variável – a íris, a qual é dotada de um orifício central de diâmetro
variável, de acordo com a iluminação do ambiente – a pupila.
Em ambientes mal iluminados, por ação do sistema nervoso simpático, o diâmetro
da pupila aumenta e permite a entrada de maior quantidade de luz. Em locais muito
claros, a ação do sistema nervoso parassimpático acarreta diminuição do diâmetro da
pupila e da entrada de luz. Esse mecanismo evita o ofuscamento e impede que a luz em
excesso lese as delicadas células fotossensíveis da retina.
A retina é a membrana mais interna e está debaixo da coróide. Nela encontram-se
células nervosas especializadas em captar os estímulos luminosos. Na retina, há dois tipos
de células fotossensíveis: os cones e os bastonetes. Quando excitados pela energia
luminosa, estimulam as células nervosas adjacentes, gerando um impulso nervoso que se
propaga pelo nervo óptico.
A imagem fornecida pelos cones é mais nítida e mais rica em detalhes. Há três tipos
de cones: um que se excita com luz vermelha, outro com luz verde e o terceiro, com luz
azul. São os cones as células capazes de distinguir cores.
Os bastonetes não têm poder de resolução visual tão bom, mas são mais sensíveis à
luz que os cones. Em situações de pouca luminosidade, a visão passa a depender
exclusivamente dos bastonetes. É a chamada visão noturna ou visão de penumbra.
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Nos bastonetes existe uma substância sensível à luz – a rodopsina – produzida a
partir da vitamina A. A deficiência alimentar dessa vitamina leva à cegueira noturna e à
xeroftalmia (provoca ressecamento da córnea, que fica opaca e espessa, pela diminuição na
produção de lágrima).
Há duas regiões especiais na retina: a fovea centralis (ou fóvea ou mancha
amarela) e o ponto cego. A fóvea está no eixo óptico do olho, em que se projeta a imagem
do objeto focalizado, e a imagem que nela se forma tem grande nitidez. No fundo do olho
está o ponto cego, insensível a luz. No ponto cego não há cones nem bastonetes. Do ponto
cego, emergem o nervo óptico e os vasos sangüíneos da retina.
O humor aquoso é um líquido incolor existente entre a córnea (de curvatura fixa) e
o cristalino (de curvatura variável). O humor vítreo é uma substância gelatinosa que
preenche todo o espaço interno do globo ocular entre a retina e o cristalino. Contribui para
manter a forma esférica do olho.
O cristalino é uma estrutura situada atrás da pupila, que orienta a passagem da
luz até a retina. O cristalino pode ficar mais delgado ou mais espesso, porque é preso ao
músculo ciliar, que pode torna-lo mais delgado ou mais curvo. Essas mudanças de forma
ocorrem para desviar os raios luminosos na direção da mancha amarela. O cristalino fica
mais espesso para a visão de objetos próximos e, mais delgado para a visão de objetos mais
distantes. A essa propriedade do cristalino dá-se o nome de acomodação visual.
Com o envelhecimento, o cristalino pode perder a transparência normal, tornandose opaco, ao que chamamos catarata.
O globo ocular apresenta, ainda, anexos: as pálpebras, os cílios, as sobrancelhas, as
glândulas lacrimais e os músculos oculares.
As pálpebras são duas dobras de pele revestidas internamente por uma membrana
chamada conjuntiva. Servem para proteger os olhos e espalhar sobre eles o líquido que
conhecemos como lágrima. Os cílios ou pestanas impedem a entrada de poeira e de excesso
de luz nos olhos, e as sobrancelhas impedem que o suor da testa entre neles. As glândulas
lacrimais produzem lágrimas continuamente. Esse líquido, espalhado pelos movimentos
das pálpebras, lava e lubrifica o olho. Quando choramos, o excesso de líquido desce pelo
canal lacrimal e é despejado nas fossas nasais, em direção ao exterior do nariz.
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PERCEPÇÃO DA FORÇA GRAVITACIONAL E DO
MOVIMENTO
O aparelho vestibular detecta a posição da cabeça no espaço; isto é, determina se
ela está ereta com relação à força gravitacional da Terra, se está jogada para trás, se está
voltada para baixo, ou em outra posição. Detecta também as mudanças bruscas de
movimento. Para a execução dessas funções, o aparelho vestibular divide-se em duas
secções fisiologicamente distintas: a mácula do utrículo e do sáculo e os canais
semicirculares.
Máculas
As máculas ficam posicionadas em diferentes graus de inclinação em relação ao
corpo, de tal forma que, quando uma está em posição horizontal, uma outra fica em
posição vertical.
Quando se inclina a cabeça para um lado, o peso dos otólitos (otocônios) desloca os
cílios para esse lado, estimulando as fibras nervosas. Dessa forma, a mácula supre as
regiões de equilíbrio do sistema nervoso central com as informações necessárias à
manutenção do equilíbrio. As máculas também auxiliam na manutenção do equilíbrio
quando se começa a andar subitamente para a frente, para o lado, ou em qualquer outra
direção linear. Isto é, quando se inicia um movimento para a frente, a inércia faz com que
os otólitos sejam deslocados para trás, inclinando os cílios nessa direção. Esse fenômeno dá
uma sensação de desequilíbrio para trás. Como resposta, o indivíduo inclina-se para a
frente, a fim de não cair. Por outro lado, quando se quer frear um movimento, deve-se
inclinar o corpo para trás. Outra vez, são os otólitos das máculas que iniciam
automaticamente esse movimento; dessa forma, quando se pára, os otólitos se conservam
em movimento para frente enquanto todo o corpo está parando. Isso desloca os cílios das
células maculares para a frente, fazendo com que a pessoa tenha a sensação de estar
caindo com a cabeça em direção ao chão. Como resposta, o mecanismo de equilíbrio inclina
o corpo para trás, automaticamente.
Mudanças na posição da cabeça fazem com que a força da gravidade, atraindo os
otólitos, estimule os cílios das células sensoriais maculares. Os impulsos nervosos
produzidos nas máculas permitem ao sistema nervoso central calcular a orientação da
força gravitacional. Assim, percebemos se estamos de cabeça para cima ou para baixo e a
velocidade de nosso deslocamento.
Canais semicirculares
Voltando-se subitamente a cabeça em qualquer direção, o líquido presente nos
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canais semicirculares desloca-se para trás em um ou mais canais, em conseqüência de sua
inércia (o mesmo efeito é obtido quando subitamente se gira um copo com água). Com o
movimento do fluido dos canais semicirculares ocorre um fluxo contra a crista ampular,
cujos cílios se deslocam de um lado para o outro, dando à pessoa a sensação de que sua
cabeça está começando a rodar. A informação transmitida dos canais semicirculares avisa
o sistema nervoso sobre as súbitas mudanças na direção do movimento. De posse dessa
informação, a formação bulboreticular (da porção inferior do tronco cerebral), pode corrigir
qualquer desequilíbrio, antes mesmo que ocorra. Isso é particularmente importante quando
se muda rapidamente a direção de um movimento (por exemplo, numa competição de
corrida).
Cerebelo
Além de transmitir estímulos nervosos à formação bulborreticular, os canais
semicirculares e as máculas enviam informações ao cerebelo, que prevê quando vai ocorrer
um estado de desequilíbrio. Isso permite que estímulos corretivos apropriados sejam
enviados à formação bulborreticular, principalmente antes do desequilíbrio acontecer, de
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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forma a evitá-lo, ao invés de corrigi-lo depois de ocorrido. Pessoas que não possuem
cerebelo não têm capacidade de previsão e, como resultado, executam todos os movimentos
lentamente a fim de evitar quedas.
Resumindo, o sentido de equilíbrio depende de grupos de células sensoriais ciliadas
localizadas na parede interna do sáculo e do utrículo e na base dos canais semicirculares.
As fibras nervosas que partem dessas células sensoriais levam informações sobre a posição
relativa dos cílios até os centros de equilíbrio no encéfalo. Quando a cabeça se movimenta,
a inércia do líquido no interior dos canais semicirculares exerce pressão sobre os cílios das
células sensoriais. A pressão faz com que os cílios se curvem, estimulando as células
sensoriais a gerar impulsos nervosos e transmiti-los ao encéfalo. Se rodopiarmos a uma
velocidade constante, o líquido no interior dos canais semicirculares vai passando a se
mover em consonância com os canais, o que diminui a pressão sobre as células sensoriais.
Se pararmos bruscamente de rodopiar, o líquido dos canais semicirculares continuará a se
mover devido à inércia, estimulando as células sensoriais. A sensação de tontura que
sentimos resulta do conflito de duas percepções: os olhos informam ao sistema nervoso que
paramos de rodopiar, mas o movimento do líquido dos canais semicirculares da orelha
interna informa que nossa cabeça ainda está em movimento.
O MECANISMO DA VISÃO
Os raios luminosos atravessam a córnea, o cristalino, o humor aquoso e o humor
vítreo e atingem a retina. O mecanismo da visão pode ser melhor entendido, se
compararmos o globo ocular a uma câmara fotográfica: o cristalino seria a objetiva; a Íris,
o diafragma, e a retina seria a placa ou película. Desta maneira os raios luminosos, ao
penetrarem na córnea e no humor aquoso, passando pela pupila, chegam ao cristalino, que
leva a imagem mais para trás ou para frente, permitindo que ela se projete sobre a retina.
Na máquina fotográfica, o meio transparente é a lente e a superfície sensível à luz,
o filme. No olho, a luz atravessa a córnea, o humor aquoso, o cristalino e o humor vítreo e
se dirige para a retina, que funciona como o filme fotográfico; a imagem formada na retina
também é invertida, como na máquina fotográfica.
O nervo óptico conduz os impulsos nervosos para o centro da visão, no cérebro, que
o interpreta e nos permite ver os objetos nas posições em que realmente se encontram.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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Problemas de visão
Sempre que as imagens se formam corretamente na mancha amarela, a visão é
nítida, e o olho é considerado emetrope ou normal. Quando isso não ocorre, dizemos que há
defeito de visão. Dentre esses defeitos destacam-se a miopia, a hipermetropia, o
astigmatismo, o estrabismo e a presbiopia. Outros problemas de visão são o daltonismo, a
catarata e a conjuntivite.
Na miopia a formação da imagem ocorre antes da retina, porque o olho é
anormalmente longo, os míopes enxergam mal de longe. Corrige-se esse defeito com o uso de
lentes (óculos ou lentes de contato) divergentes. Atualmente, já há tratamento cirúrgico
para olhos para míopes.
Na hipermetropia a formação da imagem ocorre, teoricamente, atrás da retina,
porque o olho é curto demais. Os hipermétropes enxergam mal de perto. O defeito é
corrigido com lentes convergentes.
O astigmatismo consiste em defeito na curvatura da córnea e mais raramente, do
cristalino. Em conseqüência, o olho não é capaz de distinguir, ao mesmo tempo, com a
mesma nitidez, linhas verticais e horizontais. Essa anomalia pode se somar à miopia ou à
hipermetropia.
O estrabismo é um defeito que se manifesta quando os olhos se movimentam em
direções diferentes e não conseguem focalizar juntos o mesmo objeto. Ele pode ser causado
por diferenças acentuadas nos graus de miopia ou hipermetropia dos dois olhos, por
desenvolvimento insuficiente ou desigual dos músculos que os movem, ou ainda por algum
problema do sistema nervoso central.
A presbiopia ou vista cansada é comum nas pessoas após os 45 anos. Esse defeito é
devido à impossibilidade de o cristalino se acomodar para visão de objetos próximos. Por
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isso, as pessoas idosas enxergam muito mal de perto. Essa deficiência pode ser corrigida
com lentes convergentes.
O daltonismo é uma deficiência da visão das cores. Consiste na cegueira para
algumas cores, principalmente para o vermelho e para o verde. Os daltônicos vêem o
mundo em tonalidades de amarelo, cinza-azulado e azul.
A catarata, como já mencionado anteriormente, é a deficiência da passagem da luz
através do olho, devido à opacidade do cristalino.
A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva. Ela ocorre quando corpos estranhos,
como ciscos, entram nos olhos. O movimento das pálpebras e as lágrimas conduzem o cisco
para o canto do olho. Daí ele pode ser facilmente retirado. Quando isso não acontece, só o
médico deve remove-lo. A conjuntivite também pode ser causada por infecções oculares,
alergias, etc.
Glaucoma é o conjunto de enfermidades que têm em comum o aumento da pressão
ocular, a perda do campo visual e a atrofia do nervo óptico.
A forma mais comum de glaucoma é conhecida como glaucoma primário de ângulo aberto.
Nesta condição, o nervo óptico é danificado lentamente e o paciente perde a visão de
forma gradual.
Juntamente com a catarata, é uma das razões mais comuns de cegueira.
Pterígeo é o crescimento anormal da conjuntiva, que invade a córnea.
Uma infecção muito comum das pálpebras é o terçol, provocado por bactérias que aí
se alojam. Caracteriza-se por inchaço e vermelhidão da área infectada e acaba
espontaneamente.
Aparelhos sensoriais - Ouvido
ANATOMIA DA ORELHA
O órgão responsável pela audição é a orelha (antigamente denominado ouvido),
também chamada órgão vestíbulo-coclear ou estato-acústico.
A maior parte da orelha fica no osso temporal, que se localiza na caixa craniana.
Além da função de ouvir, o ouvido também é responsável pelo equilíbrio.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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A orelha está dividida em três partes: orelhas externa, média e interna
(antigamente denominadas ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno).
1. ORELHA EXTERNA
A orelha externa é formada pelo pavilhão auditivo (antigamente denominado
orelha), pelo canal auditivo externo ou meato auditivo e pelo tímpano (membrana
timpânica).
Todo o pavilhão auditivo (exceto o lobo ou lóbulo) é constituído por tecido
cartilaginoso recoberto por pele, tendo como função captar e canalizar os sons para a
orelha média.
O canal auditivo externo estabelece a comunicação entre a orelha média e o meio
externo, tem cerca de três centímetros de comprimento e está escavado em nosso osso
temporal. É revestido internamente por pêlos e glândulas, que fabricam uma substância
gordurosa e amarelada, denominada cerume ou cera.
Tanto os pêlos como o cerume retêm poeira e micróbios que normalmente existem no
ar e eventualmente entram nos ouvidos.
O canal auditivo externo termina numa delicada membrana - o tímpano firmemente fixada ao conduto auditivo externo por um anel de tecido fibroso, chamado
anel timpânico.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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2. ORELHA MÉDIA
A orelha média consiste, em sua totalidade, de um espaço aéreo – a cavidade
timpânica – no osso temporal. Dentro dela estão três ossículos articulados entre si, cujos
nomes descrevem sua forma: martelo, bigorna e estribo. Esses ossículos encontram-se
suspensos na orelha média, através de ligamentos.
O cabo do martelo está encostado no tímpano; o estribo apóia-se na janela oval, um
dos orifícios dotados de membrana da orelha interna que estabelecem comunicação com a
orelha média. O outro orifício é a janela redonda. A orelha média comunica-se também com
a faringe, através de um canal denominado tuba auditiva (antigamente denominada
trompa de Eustáquio). Esse canal permite que o ar penetre no ouvido médio. Dessa forma,
de um lado e de outro do tímpano, a pressão do ar atmosférico é igual. Quando essas
pressões ficam diferentes, não ouvimos bem, até que o equilíbrio seja reestabelecido.
3. ORELHA INTERNA
A orelha interna, chamada labirinto, é formada por escavações no osso temporal,
revestidas por membrana e preenchidas por líquido. Limita-se com a orelha média pelas
janelas oval e a redonda. O labirinto apresenta uma parte anterior, a cóclea ou caracol relacionada com a audição, e uma parte posterior - relacionada com o equilíbrio e
constituída pelo vestíbulo e pelos canais semicirculares.
A cóclea é um aparelho membranoso formado por tubos espiralados. Uma secção
transversal mostra que a cóclea é composta por três tubos individuais, colados uns ao lado
do outro: as escalas ou rampas timpânica, média ou coclear e vestibular. Todos esses tubos
são separados um do outro por membranas. A membrana existente entre a escala vestibular
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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e a escala média é tão fina que não oferece obstáculo para a passagem das ondas sonoras.
Sua função é simplesmente separar os líquidos das escalas média e vestibular, pois esses
têm origem e composição química distintas entre si e são importantes para o adequado
funcionamento das células receptoras de som. Por outro lado, a membrana que separa a
escala média da escala timpânica – chamada membrana basilar – é uma estrutura
bastante resistente, que bloqueia as ondas sonoras. Essa membrana é sustentada por cerca
de 25.000 estruturas finas, com a forma de palheta, as quais se projetam de um dos lados
da membrana e aparecem ao longo de toda a sua extensão – as fibras basilares.
As fibras basilares próximas à janela oval na base da cóclea são curtas, mas tornamse progressivamente mais longas à medida que se aproximam da porção superior da cóclea,.
Na parte final da cóclea, essas fibras são aproximadamente duas vezes mais longas do que
as basais.
Na superfície da membrana basilar localiza-se o órgão de Corti, onde há células
nervosas ciliares (células sensoriais). Sobre o órgão de Corti há uma estrutura membranosa,
chamada membrana tectórica, que se apóia, como se fosse um teto, sobre os cílios das
células sensoriais.
O labirinto posterior (ou vestibular) é constituído pelos canais semicirculares e pelo
vestíbulo. Na parte posterior do vestíbulo estão as cinco aberturas dos canais
semicirculares, e na parte anterior, a abertura para o canal coclear.
Os canais semicirculares não têm função auditiva, mas são importantes na
manutenção do equilíbrio do corpo. São pequenos tubos circulares (três tubos em forma de
semicírculo) que contêm líquido e estão colocados, respectivamente, em três planos
espaciais (um horizontal e dois verticais) no labitinto posterior, em cada lado da cabeça.
No término de cada canal semicircular existe uma válvula com a forma de uma folha - a
crista ampular. Essa estrutura contém tufos pilosos (cílios) que se projetam de células
ciliares semelhantes às maculares.
Entre os canais semicirculares e a cóclea está uma grande cavidade cheia de um
líquido chamado perilinfa - o vestíbulo. No interior dessa cavidade existem duas bolsas
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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membranáceas, contendo outro líquido – a endolinfa: uma póstero-superior, o utrículo, e
uma ântero-inferior, o sáculo. Tanto o utrículo quanto o sáculo contêm células sensoriais
agrupadas em estruturas denominadas máculas. Células nervosas da base da mácula
projetam cílios sobre uma massa gelatinosa na qual estão localizados minúsculos grânulos
calcificados, semelhantes a pequenos grãos de areia - os otólitos ou otocônios.
O utrículo e o sáculo comunicam-se através dos ductos utricular e sacular.
O MECANISMO DA AUDIÇÃO
O som é produzido por ondas de compressão e descompressão alternadas do ar. As
ondas sonoras propagam-se através do ar exatamente da mesma forma que as ondas
propagam-se na superfície da água. Assim, a compressão do ar adjacente de uma corda de
violino cria uma pressão extra nessa região, e isso, por sua vez, faz com que o ar um pouco
mais afastado se torne pressionado também. A pressão nessa segunda região comprime o ar
ainda mais distante, e esse processo repete-se continuamente até que a onda finalmente
alcança a orelha.
A orelha humana é um órgão altamente sensível que nos capacita a
perceber e interpretar ondas sonoras em uma gama muito ampla de freqüências (16 a
20.000 Hz - Hertz ou ondas por segundo).
A captação do som até sua percepção e interpretação é uma seqüência de
transformações de energia, iniciando pela sonora, passando pela mecânica, hidráulica e
finalizando com a energia elétrica dos impulsos nervosos que chegam ao cérebro.
1. ENERGIA SONORA – ORELHA EXTERNA
O pavilhão auditivo capta e canaliza as ondas para o canal auditivo e para o
tímpano.
O canal auditivo serve como proteção e como amplificador de pressão.
Quando se choca com a membrana timpânica, a pressão e a descompressão alternadas
do ar adjacente à membrana provocam o deslocamento do tímpano para trás e para frente.
Uma compressão força o tímpano para dentro e a descompressão o força para fora.
Logo, o tímpano vibra com a mesma freqüência da onda. Dessa forma, o tímpano
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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transforma as vibrações sonoras em vibrações mecânicas que são comunicadas aos ossículos
(martelo, bigorna e estribo).
2. ENERGIA MECÂNICA – ORELHA MÉDIA
O centro da membrana timpânica conecta-se com o cabo do martelo. Este, por sua
vez, conecta-se com a bigorna, e a bigorna com o estribo. Essas estruturas, como já
mencionado anteriormente (anatomia da orelha média), encontram-se suspensas através de
ligamentos, razão pela qual oscilam para trás e para frente.
A movimentação do cabo do martelo determina também, no estribo, um movimento de
vaivém, de encontro à janela oval da cóclea, transmitindo assim o som para o líquido
coclear. Dessa forma, a energia mecânica é convertida em energia hidráulica.
Os ossículos funcionam como alavancas, aumentando a força das vibrações mecânicas
e por isso, agindo como amplificadores das vibrações da onda sonora. Se as ondas sonoras
dessem diretamente na janela oval, não teriam pressão suficiente para mover o líquido
coclear para frente e para trás, a fim de produzir a audição adequada, pois o líquido possui
inércia muito maior que o ar, e uma intensidade maior de pressão seria necessária para
movimenta-lo. A membrana timpânica e o sistema ossicular convertem a pressão das ondas
sonoras em uma forma útil, da seguinte maneira: as ondas sonoras são coletadas pelo
tímpano, cuja área é 22 vezes maior que a área da janela oval. Portanto, uma energia 22
vezes maior do que aquela que a janela oval coletaria sozinha é captada e transmitida,
através dos ossículos, à janela oval. Da mesma forma, a pressão de movimento da base do
estribo apresenta-se 22 vezes maior do que aquela que seria obtida aplicando-se ondas
sonoras diretamente à janela oval. Essa pressão é, então, suficiente para mover o líquido
coclear para frente e para trás.
3. ENERGIA HIDRÁULICA – ORELHA INTERNA
À medida que cada vibração sonora penetra na cóclea, a janela oval move-se para
dentro, lançando o líquido da escala vestibular numa profundidade maior dentro da
cóclea. A pressão aumentada na escala vestibular desloca a membrana basilar para dentro
da escala timpânica; isso faz com que o líquido dessa câmara seja empurrado na direção da
janela oval, provocando, por sua vez, o arqueamento dela para fora. Assim, quando as
vibrações sonoras provocam a movimentação do estribo para trás, o processo é invertido, e
o líquido, então, move-se na direção oposta através do mesmo caminho, e a membrana
basilar desloca-se para dentro da escala vestibular.
A vibração da membrana basilar faz com que as células ciliares do órgão de Corti se
agitem para frente e para trás; isso flexiona os cílios nos pontos de contato com a
membrana tectórica (tectorial). A flexão dos cílios excita as células sensoriais e gera
impulsos nas pequenas terminações nervosas filamentares da cóclea que enlaçam essas
células. Esses impulsos são então transmitidos através do nervo coclear até os centros
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auditivos do tronco encefálico e córtex cerebral. Dessa forma, a energia hidráulica é
convertida em energia elétrica.
PS: A flexão dos cílios nos pontos de contato com a membrana tectórica excita as células
sensoriais, gerando impulsos nervosos nas pequenas terminações nervosas filamentares da
cóclea que enlaçam essas células.
PERCEPÇÃO DA ALTURA DE UM SOM
Um fenômeno chamado ressonância ocorre na cóclea para permitir que cada
freqüência sonora faça vibrar uma secção diferente da membrana basilar. Essas vibrações
são semelhantes àquelas que ocorrem em instrumentos musicais de corda. Quando a corda
de um violino, por exemplo, é puxada para um lado, fica um pouco mais esticada do que o
normal e esse estiramento faz com que se mova de volta na direção oposta, o que faz com
que a corda se torne esticada mais uma vez, mas agora na direção oposta, voltando então à
primeira posição. Esse ciclo repete-se várias vezes, razão pela qual uma vez que a corda
começa a vibrar, assim permanece por algum tempo.
Quando sons de alta freqüência penetram na janela oval, sua propagação faz-se
apenas num pequeno trecho da membrana basilar, antes que um ponto de ressonância seja
alcançado. Como resultado, a membrana move-se forçosamente nesse ponto, enquanto o
movimento de vibração é mínimo por toda a membrana. Quando uma freqüência média
sonora penetra na janela oval, a onda propaga-se numa maior extensão ao longo da
membrana basilar antes da área de ressonância ser atingida. Finalmente, uma baixa
freqüência sonora propaga-se ao longo de quase toda a membrana antes de atingir seu
ponto de ressonância. Dessa forma, quando as células ciliares próximas à base da cóclea
são estimuladas, o cérebro interpreta o som como sendo de alta freqüência, quando as
células da porção média da cóclea são estimuladas, o cérebro interpreta o som como de
altura intermediária, e a estimulação da porção superir da cóclea é interpretada como som
grave.
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PERCEPÇÃO DA INTENSIDADE DE UM SOM
A intensidade de um som é determinada pela intensidade de movimento das fibras
basilares. Quanto maior o deslocamento para frente e para trás, mais intensamente as
células ciliares sensitivas são estimuladas e maior é o número de estímulos transmitidos ao
cérebro para indicar o grau de intensidade. Por exemplo, se uma única célula ciliar próxima
da base da cóclea transmite um único estímulo por segundo, a altura do som será
interpretada como sendo de um som agudo, porém de intensidade quase zero. Se essa
mesma célula ciliar é estimulada 1.000 vezes por segundo, a altura do som permanecerá a
mesma, mas a sua intensidade será extrema.
ENERGIA ELÉTRICA – DA ORELHA INTERNA AOS CENTROS
AUDITIVOS DO TRONCO ENCEFÁLICO E CÓRTEX CEREBRAL
Após atravessarem o nervo coclear, os estímulos são transmitidos, como já dito
anteriormente, aos centros auditivos do tronco encefálico e córtex cerebral, onde são
processados.
Os centros auditivos do tronco encefálico relacionam-se com a localização da direção
da qual o som emana e com a produção reflexa de movimentos rápidos da cabeça, dos olhos
ou mesmo de todo o corpo, em resposta a estímulos auditivos.
O córtex auditivo, localizado na porção média do giro superior do lobo temporal,
recebe os estímulos auditivos e interpreta-os como sons diferentes.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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Resumindo: na orelha interna, as vibrações mecânicas se transformam em ondas de
pressão hidráulica que se propagam pela endolinfa. A vibração da janela oval, provocada
pela movimentação da cadeia ossicular, move a endolinfa e as células ciliares do órgão de
Corti, gerando um potencial de ação que é transmitido aos centros auditivos do tronco
encefálico e do córtex cerebral.
EFEITOS PSICOLÓGICOS E FISIOLÓGICOS
No que diz respeito ao homem, o som tem a capacidade de afetá-lo sobre uma série
aspectos psicológicos e fisiológicos.
Sons dentro da faixa de 0 a 90 decibéis (dB - unidade de medida da intensidade
sonora) apresentam principalmente efeitos psicológicos no homem. Eis alguns exemplos:
- O som de uma música pode nos acalmar, nos alegrar ou até mesmo nos excitar.
- Um som desagradável como o raspar de uma unha sobre um quadro-negro pode "arrepiar".
- O som intermitente de uma gota d'água pingando de uma torneira pode nos impedir de
dormir, e são apenas 30 ou 40 decibéis.
- Não esqueçamos, contudo, que um som pode fazer desabar uma avalanche de neve nas
encostas de uma montanha sob o efeito de ressonância.
Contudo, para o campo da acústica aplicada à engenharia e à arquitetura, nos
interessa saber como o som pode tornar um ambiente mais adequado para o homem exercer
suas ações de trabalho, lazer ou repouso. Surge então o conceito de "Conforto Acústico"
ambiente. Para cada tipo ambiente um nível adequado para o seu ruído de fundo. Valores
acima ou abaixo podem tornar o ambiente acusticamente inadequado para a finalidade a
que se destina.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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Entre 90 e 120 dB, além dos efeitos psicológicos podem ocorrer efeitos fisiológicos,
alterando temporária ou definitivamente a fisiologia normal do organismo. Nessa
intensidade de som os ambientes são considerados insalubres.
Sons repentinos (mesmo de intensidade reduzida), como o estouro de uma bombinha
de São João, produzem uma reação de sobressalto e a complexa resposta do organismo a
uma ocasião de emergência: a pressão arterial e a pulsação disparam; os músculos se
contraem.
Acima de 120 decibéis o som já pode começar a causar algum efeito físico sobre as
pessoas. Podem ocorrer numerosas sensações orgânicas desagradáveis: vibrações dentro da
cabeça, dor aguda no ouvido médio, perda de equilíbrio, náuseas. A própria visão pode ser
afetada pelo som muito intenso, devido à vibração, por ressonância, do globo ocular.
Próximo aos 140 dB pode ocorrer a ruptura do tímpano.
Sons ainda mais elevados, como a explosão da partida de um foguete de veículos
espaciais - que pode chegar até 175 dB - podem danificar o mecanismo do ouvido interno e
causar convulsões.
A perda de audição pode ser ocasionada principalmente por dois fatores: o
envelhecimento natural do ouvido (com a idade), denominada de presbicusia e a exposição
prolongada em níveis superiores a 90 dB.
A PRESBICUSIA: ocorre mesmo em pessoas que não se expõem ao ruído prejudicial e
aumenta com a idade, sendo esse aumento mais pronunciado para as freqüências mais
altas.
Ocorre um fato curioso que a presbicusia para as mulheres é menos pronunciada do
que para os homens. Por exemplo, um homem de 60 anos terá uma perda de audição devido
à idade de cerca de 25 decibéis em 3.000 Hz; uma mulher nessa idade terá perdido apenas
cerca de 14 decibéis nessa freqüência.
EXPOSIÇAO AO RUÍDO: a exposição prolongada a ruídos acima de 90 dBA é um
fator inerente de nosso progresso tecnológico e muitas pessoas se vêem praticamente
obrigadas a exercer suas atividades profissionais em condições acústicas insalubres. Podese estimar numericamente quantos decibéis uma pessoa perderá em sua audição em função
do ruído a que fica exposta. Das diversas pesquisas realizadas hoje podem ser feitas as
seguintes afirmações:
- Quanto maior o ruído, maior será o grau de perda de audição.
- Quanto maior o tempo de exposição ao ruído, também maior será o grau de perda de
audição.
Geralmente o som em uma determinada freqüência ocasiona perda de audição em
uma freqüência superior. Ruídos em 500 Hz ocasionam perdas entre 1.000 e 2.000 Hz.
Ruídos em 2.000 Hz ocasionam perdas em 4.000 Hz.
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A estimativa da perda em decibéis pode ser feita através de curvas determinadas através
de experiências com um grande número de pessoas.
Tomemos como exemplo um ruído de 500 Hz e 85 dB. A pessoa, ficando exposta a
ele durante as 8 horas diárias (40 horas semanais) terá, após 10 anos nessas condições,
perdido 10 decibéis na sua audição. Isso significa que ela ouvirá os sons na faixa de 2.000
Hz atenuados em 10 dB em relação às pessoas com audição normal.
Se o ruído tiver 92 dB, ela perderá 15 dB. Assim, para estimarmos a perda total que uma
pessoa terá, deveremos adicionar também a perda devido à idade. Por exemplo, se a pessoa
que ficou exposta a ruídos de 92 dB durante 10 anos tiver uma idade de 50 anos e for
homem terá uma perda total de 15 + 11 = 26 dB (na freqüência de 2.000 Hz), sendo 15
dB devido ao ruído e 11 dB devido à sua idade.
A ISO (International Organization for Standardization) em sua recomendação
1999-1975 indica como limites normais de níveis de ruído em regime de 40 horas semanais
e 50 semanas por ano, como sendo de 85 a 90 dB.
Acima desses limites corre-se o risco de perda de audição para conversação.
TESTES AUDIOMÉTRICOS - GRAUS DE PERDA DE AUDIÇAO
A primeira precaução visando a implantação de um programa de preservação
auditiva é a realização do audiograma ou teste audiométrico que demonstra o estado da
sensibilidade auditiva do indivíduo.
Classificação dos graus de perda de audição para conversação face a face:
CLASSE
A
B
C
D
E
F
G
NOME
Perda para Conversação dB
OBSERVAÇÕES
Não mais do que 15 dB no pior
NORMAL
Sem dificuldade para ouvir voz baixa.
ouvido.
Mais que 15, mas menos do que 30 Dificuldade apenas para ouvir voz
QUASE NORMAL
em ambos ouvidos.
baixa.
Mais que 15, mas menos do que 30 Dificuldade para voz normal, mas não
PERDA / DIA
em ambos ouvidos.
para voz alta.
PERDA
SÉRIA
Mais do que 45, mas não mais do que
Dificuldade mesmo para voz alta.
60 no melhor ouvido.
Mais do que 60, mas não mais do que
Só pode ouvir voz amplificada.
90 no melhor ouvido.
PERDA
Não pode entender nem mesmo a voz
Mais do que 90 no melhor ouvido.
PROFUNDA
amplificada.
PERDA TOTAL EM AMBOS OUVIDOS - Não pode ouvir qualquer som.
PERDA GRAVE
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A FISIOLOGIA DA PAIXÃO
OS SENTIDOS E A PAIXÃO
1. VISÃO
A visão é, provavelmente, a fonte de estimulação sexual mais importante que existe.
No homem, existem numerosos estímulos visuais envolvidos na atração sexual, que
vão muito além da visão dos genitais do sexo oposto. A forma de mover-se, um olhar, um
gesto, inclusive a forma de vestir-se, são estímulos que, enquanto potencializam a
capacidade de imaginação do ser humano, podem resultar mais atraentes que a
contemplação pura e simples de um corpo nu.
Segundo o neurobiólogo James Old, o amor entra pelos olhos.
Imaginemos duas pessoas que não se conhecem e se encontram em uma festa:
 Ambos se olham e imediatamente se avaliam, o que ativa neocórtex, especializado em
selecionar e avaliar.
 O primeiro nível de avaliação de ambos será o biológico (tem orelhas, duas pernas etc) e
enfim, geneticamente saudável.
 Depois a análise continua por padrões baseados na experiência de cada um: tipos
físicos reforçados como positivos pelos pais, amigos e meios de comunicação.
 Simultaneamente se avaliam dentro de seu tempo e cultura: numa sociedade propensa
a sucumbir a pragas e escassez de alimentos, mulheres mais cheinhas eram sinônimo de
saúde e fortaleza.
Elas são mais seletivas
O neurobiólogo aponta que no caso feminino também existe um fator adicional e
mais abstrato: o poder (também ocorrem mudanças com o tempo e cultura)
Segundo o pesquisador, como as mulheres geneticamente têm menos oportunidades
para procriar (o número de gametas femininos é menor do que o de espermatozóides), elas
buscam no selecionado a capacidade de prover e proteger seus filhos.
2. AUDIÇÃO
No homem, a aparição da linguagem representa um passo muito mais avançado
como meio de solicitação sexual. Em praticamente todas as sociedades humanas, o uso de
frases e canções amorosas constitui uma das preliminares mais habituais. Libertado o
cérebro da carga social, uma frase erótica, sussurrada ao ouvido, pode resultar tão
incitadora quanto um bramido de elefante na imensidão da selva.
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De acordo com investigações do Krasnow Institute for Advanced Study of George
Mason University, não só as primeiras palavras, mas também os tons de voz deverão
responder aos padrões de saúde e genética desejados na escolha do(a) parceiro(a).
3.TATO: a pele com a qual amamos
A superfície do corpo humano, com aproximadamente dois metros quadrados de
extensão é, poderíamos dizer, o maior órgão sexual do homem. Mais do que simplesmente
um dos sentidos, o tato é a resultante de muitos ingredientes: sensibilidades superficiais
(epidérmicas e dérmicas), profundas - como a proprioceptiva, ligada a movimento -,
vontade de explorar e atividade motora, emoções, memória, imaginação.
Existem cerca de cinco milhões de receptores do tato na pele - as pontas dos dedos
tem uns 3.000 que enviam impulsos nervosos ao cérebro através da medula. O tato é
provavelmente o mais primitivo dos sentidos. É a mais elementar, talvez a mais
predominante experiência do ser humano, mesmo naquele que ainda não chegou a nascer. O
bebê explora o mundo pelo tato. Assim, descobre onde termina seu corpo e onde começa o
mundo exterior. Esse sentido é seu primeiro guia.
O sentido do tato proporciona um contato imediato com os objetos percebidos e, na
relação humana, é uma experiência inevitavelmente recíproca: pele contra a pele provoca
imediatamente um nível de conhecimento mútuo. Na relação com o outro, não é possível
experimentá-la.
Encontramos homens com problemas sexuais que não beijam, não abraçam e nem
acariciam sua parceira. Para quê? Pensam eles. Este modelo de comportamento impede que
muitos casais desfrutem do prazer que pode proporcionar o simples fato de dar e receber
carícias.
A estimulação tátil é uma necessidade básica, tão importante para o
desenvolvimento como os alimentos, as roupas, etc.. O contato físico é a forma de
comunicação mais íntima e intensa dos seres humanos, segundo alguns estudos, até os mais
insignificantes contatos físicos tem notáveis efeitos.
Nós realmente "sentimos com o olho da mente"
Uma região do cérebro envolvida no processamento do sentido da visão é também
necessária para o sentido do tato. Resultados da Universidade de Emory, que confirmam o
papel do córtex visual na percepção táctil (toque), foram publicados na edição da revista
Nature de 06/10/1999.
As conclusões do estudo são relevantes para o entendimento de não apenas como o
cérebro normalmente processa a informação sensorial, "mas também como o processamento
é alterado em condições como cegueira, surdez ou torpor e, principalmente, para melhoria
dos métodos de comunicação em indivíduos que sofrem de tais desordens", de acordo com
Krishnankutty Sathian, Ph.D.
Até recentemente, cientistas acreditavam que regiões separadas do cérebro
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processavam a informação advinda de vários sentidos. Essa idéia está sendo, agora,
desafiada. As descobertas recentes de que o córtex visual de deficientes visuais é ativado
durante a leitura em Braille não são tão surpreendentes se apreciadas por este contexto.
Os resultados obtidos pelo grupo de pesquisa demonstram que uma região do córtex
cerebral, associada à visão, é ativada quando os humanos tentam distinguir a orientação
através do tato.
Juntamente aos depoimentos subjetivos da imagem visual e a ativação cortical
parieto-occiptal associada, as descobertas levam a crer que o processamento visual facilita
a discriminação tátil normal de orientação. Isso, provavelmente, está relacionado ao fato
de que geralmente confiamos no sistema visual para nos orientarmos.
4. PALADAR
Desde muito cedo, a boca é a primeira fonte de prazer. Com 16 semanas de vida,
além de fazer caretas, levantar as sobrancelhas e coçar a cabeça, as papilas gustativas já
estão desenvolvidas. A experiência tem demonstrado que o feto faz careta e para de engolir
quando uma gota de substância amarga é colocada no líquido amniótico. Por outro lado,
uma substância doce provoca a aceleração dos movimentos de sucção e deglutição.
Aliás, o prazer do paladar continua na fase em que o bebê se amamenta através do
mamilo da sua mãe. Daí para frente, o paladar fica cada vez mais apurado.
A boca é uma das partes que compõem o rosto de qualquer pessoa. Quanto a isto,
não restam margem para dúvidas. Mas o que se calhar não sabe, é que a zona bocal é a
última parte a adquirir todas as formas e recortes finais, embora seja a primeira a sentir as
emoções iniciais da vivência.
A língua é a base de todo o paladar e a boca é uma das partes mais sensíveis do
corpo e mais versáteis. Um beijo combina os três sentidos de tato, paladar e olfato.
Favorece o aparelho circulatório, aumenta de 70 para 150 os batimentos do coração e
beneficia a oxigenação do sangue. Sem esquecer que o beijo estimula a liberação de
hormônios que causam bem-estar. Detalhe: na troca de saliva, a boca é invadida por cerca
de 250 bactérias, 9 miligramas de água, 18 de substâncias orgânicas, 7 decigramas de
albumina, 711 miligramas de materiais gordurosos e 45 miligramas de sais minerais. As
terminações nervosas reagem ao estímulo erótico e promovem uma reação em cadeia. Ao
mesmo tempo, as células olfativas do nariz – mais próximas da boca – permitem tocar,
cheirar e degustar o outro.
5. OLFATO
O amor não começa quando os olhares se encontram, mas sim um pouco mais
embaixo, no nariz. "Há circuitos que vão do olfato até o cérebro e levam uma mensagem
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muito clara: sexo", explica Maria Rosa García Medina, especialista em sentidos químicos
do Laboratório de Pesquisas Sensoriais do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e
Técnicas (Conicet), da Argentina.
Alguns pesquisadores afirmam que exalamos continuamente, pelos bilhões de poros
na pele e até mesmo pelo hálito, produtos químicos voláteis chamados feromônios.
Estudos têm demonstrado que a maior parte das espécies de vertebrados tem um
órgão situado na cavidade nasal denominado órgão vomeronasal (OVN). A finalidade do
OVN parece ser exclusivamente a de detectar sinais químicos – os ferormônios envolvidos no comportamento sexual e de marcação de território.
Atualmente, existem evidências intrigantes e controvertidas de que os seres
humanos podem se comunicar com sinais bioquímicos inconscientes. Os que defendem a
existência dos feromônios baseiam-se em evidências mostrando a presença e a utilização de
feromônios por espécies tão diversas como borboletas, formigas, lobos, elefantes e pequenos
símios. Os feromônios podem sinalizar interesses sexuais, situações de perigo e outros.
Os defensores da Teoria dos Feromônios vão ainda mais longe: dizem que o "amor à
primeira vista" é a maior prova da existência destas substâncias controvertidas. Os
feromônios – atestam – produzem reações químicas que resultam em sensações prazerosas.
À medida em que vamos nos tornando dependentes, a cada ausência mais prolongada nos
dizemos "apaixonados" – a ansiedade da paixão, então, seria o sintoma mais pertinente da
Síndrome de Abstinência de Feromônios.
Com ou sem feromônios, é fato que a sensação de "amor à primeira vista" relacionase significativamente a grandes quantidades de feniletilamina, dopamina e norepinefrina
no organismo. E voltamos à questão inicial: até que ponto a paixão é simplesmente uma
reação química?
Um tradicional exemplo do estreito vínculo entre olfato e desejo é a síndrome de
Kalman, um quadro genético de alteração hormonal que prejudica a puberdade e que está
acompanhado por uma ausência congênita do olfato. Com a ajuda de tratamento, esses
pacientes chegam a ter níveis normais de hormônios, mas não recuperam o olfato e isso têm
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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efeitos diretos em sua vida afetiva.
O laboratório canadense Pheromone Sciences Corp. isolou e caracterizou os diversos
feromônios extraídos do suor. Uma primeira pesquisa revelou que o composto pode
estimular a libido em homens e mulheres. Os pesquisadores esperam que, em um futuro não
muito distante, esse derivado de feromônios possa servir como tratamento efetivo e seguro
para determinadas disfunções sexuais. Inclusive como complemento de remédios como o
Viagra.
"Alguns derivados dos feromônios já são usados para casos de frigidez feminina e
ajudam na primeira etapa da sexualidade, que é o desejo", afirma García Medina. "Isso
pode ter um grande potencial em outros tipos de disfunções sexuais, mas ao mesmo tempo,
reacende questões éticas: É lícito interferir dessa forma no comportamento de uma
pessoa?"
Não há duas pessoas que possuam exatamente o mesmo cheiro, embora haja
algumas semelhanças entre membros de uma mesma raça. O odor corporal é fortemente
influenciado pelo tipo de alimentação e influencia nossas preferências por certos aromas.
Pessoas que gostam de comidas muito temperadas também preferem fragrâncias fortes e
penetrantes, como as que contêm patchuli, sândalo ou gengibre. Aquelas que consomem
mais laticínios preferem fragrâncias florais, como lavanda e néroli (flor de laranjeira). A
alimentação branda porém saudável dos japoneses, baseada principalmente em peixes,
verduras e arroz, em conjunto com os banhos freqüentes e meticulosos, é uma das razões
pelas quais seu odor corporal é praticamente inexistente, ao menos para o olfato de outras
raças. Os japoneses são atraídos por fragrâncias delicadas. E, enquanto os esquimós são
tidos como tendo cheiro de peixe e os africanos cheiro de amoníaco, o resto do mundo
concorda que o cheiro azedo dos europeus é o mais nauseante.
Como você já deve ter percebido, o mesmo perfume ou loção após a barba, exala
diversos cheiros em diferentes pessoas, especialmente naquelas do sexo oposto. À medida
que a fragrância vaporiza e interage com nossa química própria, várias mudanças do
aroma tornam-se perceptíveis. O aroma brinca de esconde-esconde com os sentidos até que
finalmente desaparece.
Há duas décadas atrás, cientistas europeus conseguiram reproduzir os ferormônios
em laboratório. Alguns anos mais tarde, empresários americanos compraram a fórmula,
fabricaram o produto em quantidades industriais e o engarrafaram em belos vidrinhos.
Agora, os tais feromônios estão à venda na Internet. O representante brasileiro do perfume
americano The Scent promete: "É garantido! Você vai conquistar a mulher dos seus sonhos
pelo cheiro". No site da empresa, o extrato de feromônios é promovido como um
"afrodisíaco natural", uma "química revolucionária", um "grande segredo vindo da
natureza"; em síntese: "um estimulante sexual da mulher", que foi "inteligentemente
mascarado como uma colônia masculina". Segundo seus fabricantes, este produto mágico
age diretamente no subconsciente da mulher, despertando seu desejo sexual sem que ela
saiba o porquê de se sentir loucamente atraída pelo galã perfumado. Mesmo sem
explicações válidas, o site jura que "ela ficará totalmente a sua mercê". Ficou curioso? As
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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belas promessas continuam: "você usa, é invisível, não tem cheiro, ninguém ficará sabendo,
só você. É a ciência médica interferindo na nossa vida sexual, uma arma que ajudará nas
suas conquistas". Segundo os responsáveis pelo produto, o sujeito que utilizar a poderosa
colônia atrairá todos os olhares femininos, gerando "mais contatos imediatos e, sem
dúvida, uma vida sexual mais ativa do que poderia um dia imaginar, não importa a sua
aparência, não importa o nível social. Onde quer que você esteja, passará a chamar muita
atenção, como um imã".
VOCÊ SABIA ???
1- Que o odor no homem é mais intenso que na mulher? Suas glândulas são mais ativas,
fazendo com que “eles” transpirem duas vezes mais.
2- Que na raça negra as glândulas sudoríparas são mais ativas para compensar o calor,
mantendo a temperatura ideal do corpo?
3- Que o alho e a cebola interferem no odor da transpiração aumentando o “bodum”?
4- Que existem plantas cujos chás, quentes, fazem suar? São elas: alfavaca, angélico,
cálamo-aromático, camomila-da-alemanha, cana-do-brejo, caroba, guaiaca, jurubeba
pariparoba, pau-ferro, pipi, sabugueiro, salsaparrilha, sassafrás, violeta. Se você tem CC,
procure evita-las.
5- Que animais com pêlos transpiram pela língua? Ainda bem que não é o nosso caso. Já
pensou num beijo com gosto de CC?
6- Que existem pessoas que sentem atração sexual por cheiros desagradáveis? Como
também há aqueles que sentem prazer em transar com animais ou com pessoas mortas. Isso
é um tipo de psicose. Portanto, se alguém te disser que tem uma tara por seu bodum,
desconfie!
Apesar de todas as pesquisas e descobertas, existe no ar uma sensação de que a
evolução, por algum motivo, deu-se no sentido de que o amor não-associado à procriação
surgisse – calcula-se que isto se deu há aproximadamente 10.000 anos. Os homens
passaram realmente a amar as mulheres, e algumas destas passaram a olhar os homens
como algo mais além de máquinas de proteção.
A despeito de todos os tubos de ensaio de sofisticados laboratórios e reações
químicas e moléculas citoplasmáticas, afinal, deve haver algo mais entre o céu e a terra...
De qualquer forma, quando decidimos que temos química com alguém, o mais
provável é que estejamos literalmente certos.
Gônadas Masculinas e Femininas – Órgãos do Sentido
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