UM POUCO SOBRE A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE Dra. Fátima Beatriz De Benedictis Delphino EPEA X ERGA UMA HISTÓRIA ANTIGA EGITO • Povo residente às margens do rio Nilo, agricultura avançada: • Noções de alto nível sobre: agricultura, agrimensura,geometria, astronomia e a matemática. • ESCOLA COMO PREPARAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DO PODER OU PARA OCUPAR CARGOS ADMINISTRATIVOS EGITO • Platão , expressa imensa admiração pelo saber do povo egípcio referindo-se ao deus Thort ( deus egípcio ) : • "o inventor dos números, do cálculo, da geometria e da astronomia, sem falar do jogo do tabuleiro e dos dados e, enfim, das letras do alfabeto" ( Pedro, 274 c; Filebo, 18 b-d ) – ( Manacorda, p.10 ) • No Egito os saberes que se desenvolveram foram a geometria, a astronomia e a matemática. Estas ciências eram úteis para as atividades necessárias ao povo que encontrava-se próximo a um grande rio e dotada de avançada agricultura. Nota-se também que no Egito já existia a hierarquização do trabalho e para isso, eram necessárias as escolas "intelectuais" onde eram desenvolvidos os estudos de matemática de geometria e astronomia, as escolas "práticas" para a formação de artesãos e treinamento de guerreiros, e as escolas de ciências esotéricas e sagradas para a formação de sacerdotes. Estas escolas eram utilizadas pelas classes dominantes para fortalece-las assegurando-as o poder. EGITO • Quanto ao processo educativo, tem-se registros sobre a Literatura Sapiencial, ( estudos morais e comportamentais ),também comum as outras culturas do Oriente Próximo, e que era restrita às classes dominantes. • Estes ensinamentos eram transmitidos sob forma de "conselhos de pai para filho ou de escriba para discípulo". • A educação estava voltada para o desenvolvimento da fala, da obediência e da moral. A fala não deve ser entendida apenas no sentido estético, o falar bem em especial, mas também os outros ensinamentos, eram as "bases" para a conquista e a garantia do poder político. A obediência liga-se intimamente ao comando e, necessariamente um governante deve saber comandar. Num reino autocrático (xxxxxxxxxx) a subordinação é constante e para isso faz-se necessário o uso do castigo . • Assim percebe-se que a educação era transmitida rigidamente com aplicações de penas aos que não aprendem corretamente. • " Pune duramente e educa duramente ! " ( Br. 43 ); ( Manacorda, 15 ). • A cultura restringe-se apenas "aos filhos do rei" e aos nobres como forma de garantir a continuidade do poder à nobreza EPEA X ERGA UMA HISTÓRIA ANTIGA GRÉCIA • Separação dos processos educativos segundo as classes sociais.Origem na escola pitagórica: Toda sociedade é formada de dominante e dominado:por isto, como terceiro elemento intervém a lei ( Arquitas de Taranto) • Deveres dos pais: fazer aprender a ler e escrever,a nadar, para os pobres o aprender um ofício e para os ricos a música e a equitação, além da caça e da filosofia. • A educação na Grécia teve formas diferentes. Em Esparta ela assume um papel de preparação para a guerra. Em Atenas assume uma papel mais intelectual. • Na Grécia foi o local onde fluiu a sofistica, mesmo que, não tenha sido a Grécia o local de origem da sofistica. Os sofistas tiveram grande importância na profissionalização da educação. Além disso, a Grécia é considerada como o berço da pedagogia. ESPARTA • • • "Por volta do século IX, o legislador Licurgo organiza o Estado e a educação. De início os costumes não são tão rudes, e a formação militar é entremeada com a esportiva e a musical. Com o tempo e, sobretudo no século IV a.C. quando Esparta derrota Atenas - o rigor da educação se assemelha à vida de caserna" (ARANHA. Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. p. 38). "A visão que os gregos tinham do mundo os distinguia de todos os demais povos do mundo antigo, ao contrário destes, os gregos em vez de colocarem a razão humana a serviço dos deuses ou dos deuses monarcas, enalteceram a razão como instrumento a serviço do próprio homem (...) Recusavam qualquer submissão aos sacerdotes e tampouco se humilhavam diante dos seus deuses. Glorificavam o homem como o ser mais importante do universo (...) O primeiro povo a enfrentar explicitamente o problema da natureza, as idéias, as tarefas e objetivos do processo educativo foi o povo grego. Os alicerces institucionais dessa atitude encontram-se na realidade sócio-poética da Grécia, processo que se realiza entre 1200 e 800 a.C. Trata-se do período pré-Homérico (GILES. Thomas Ranson. História da Educação. p. 11). Esse período recebeu esse nome, devido ao conhecimento baseado na interpretação da lendas contidas nos poemas épicos: A ILÍADA e A ODISSÉIA, que a tradição atribui ao poeta grego Homero (op. cit. p. 46) "Nessa época as principais ocupações são a agricultura e o pastoreio. Excetuando-se algumas formas de artesanato, não há especialização, e a estratificação da sociedade é mínima" ATENAS • • • • Atenas passou pelas mesmas fases de desenvolvimento de Esparta; mas enquanto Esparta se deteve na fase guerreira e autoritária, Atenas priorizava a formação intelectual sem deixar de lado a educação física que não se reduzia apenas a uma simples destreza corporal mas que vinha acompanhada por uma preocupação moral e estética. A primeira parte de sua cultura aparecem formas simples de escolas e a educação deixa de ficar restrita à família e a partir dos 7 anos começava a educação propriamente dita, que compreendia a educação física, a música e a alfabetização. O pedotriba era o responsável em orientar a educação física na palestra onde os exercícios físicos eram praticados. Além da educação física, a educação musical era extremamente valorizada não se limitando apenas à música mas também a poesia, canto e a dança. Os locais que eram praticados eram geralmente as palestras ou, então, em lugares especiais. O ensino elementar como a leitura e a escrita durante muito tempo não teve a sua devida atenção como teve as práticas esportivas e musicais tanto que os mestres eram geralmente pessoas humildes e mal pagas e não tinham tanto prestigio quanto o instrutor físico. Com o passar do tempo foi se exigindo uma melhor formação intelectual delineandose três níveis de educação: elementar, secundária e superior. O didáscalo era o responsável em ensinar a leitura e a escrita em locais não definidos e com métodos que dificultam a aprendizagem e por volta dos 13 anos completava-se a educação elementar. ATENAS • Aqueles que tinham maiores condições de continuar os seus estudos entravam para a educação secundária ou ginásio onde, inicialmente, eram praticados os exercícios físicos e musicais, mas com o tempo deu-se lugar as discussões literárias abrindo espaço para o estudo de assuntos gerais como a matemática, geometria e astronomia principalmente a partir das influências dos professores. O termo secundário chegou mais próximo do seu conceito atual quando foram criadas as bibliotecas e salas de estudos. • Dos 16 aos 18 anos, a educação superior só se dá com os sofistas, que mediante retribuições elevadas se encarregavam de preparar a juventude para a oratória. Sócrates, Platão e Aristóteles também ministravam a educação superior. • Neste contexto não havia uma preocupação com o ensino profissional, pois estes eram aprendidos no próprio mundo do trabalho com exceção da medicina que era uma profissão altamente valorizada entre os gregos e que tomavam como parte integrante da cultura grega. EDUCAÇÃO HELENÍSTICA • No final do século IV a. C., inicia-se a decadência das cidades-estados gregos assim como a sua autonomia e a força da cultura helênica se funde à das civilizações que a dominam se universaliza e converte-se em helenísticas; nesse período a antiga Paidéia, torna-se enciclopédia ou seja, educação geral" consistindo na ampla gama de conhecimentos exigidos na formação do homem culto diminuindo ainda mais o aspecto físico e estético. • Nesse período eleva-se o papel do pedagogo com a criação do ensino privado e o desenvolvimento da escrita, leitura e o cálculo. O conteúdo abrangente das disciplinas humanistas (gramática, retórica e dialética) e quatro científicas (aritmética, música, geometria e astronomia). Além do aperfeiçoamento do estudo da filosofia e, posteriormente, o de teologia na era cristã. Inúmeras escolas se espalham e da junção de algumas delas (Academia e Liceu) é formada a Universidade de Atenas, foco importante de fermentação intelectual, que perdura inclusive no período de dominação romana. PERÍODO HELENÍSTICO • • • • • Com a chegada da democracia, o poder sai das mãos da aristocracia. O cidadão somente se faz cidadão a partir do momento em que exerce seus direitos de opinar, discutir, deliberar e votar nas assembléias. Dessa forma, o novo ideal de educação é a formação do bom orador, ou seja, aquele que saiba falar em público e persuadir os outros na política. Para suprir a necessidade de dar esse tipo de educação aos jovens em substituição a educação antiga, surgem os sofistas que foram os primeiros filósofos do Período Clássico. Em síntese, os sofistas surgem por razões políticas e filosóficas, entretanto, mais por funções políticas. Os sofistas foram filósofos que surgiram de várias partes do mundo e não tinham portanto, uma origem bem definida. "Sofista significa (...) "sábio" - "professor de sabedoria". (...)[Em] um sentido pejorativo, passa a significar "homem que emprega sofismas", ou seja, homem que usa de raciocínio capcioso, de má-fé com intenção de enganar. Os sofistas contribuíram bastante para a sistematização da educação. Eles se julgavam sábios, possuidores da sabedoria e como Atenas passava por uma fase de crescimento cultural e econômico e paralelo a isto, o surgimento da democracia, os sofistas ensinavam principalmente a retórica, que é a arte da persuasão, instrumento principal para o cidadão que vivia a democracia. Contudo, é bom ressaltar que não ensinavam de graça, mas cobravam, e bem, por seus ensinamentos. Isso teve grande contribuição na profissionalização da educação. A PEDAGOGIA GREGA • • • O termo pedagogia é de origem grega e deriva da palavra paidagogos, nome dado aos escravos que conduziam as crianças à escola. Somente com o tempo, esse termo passa a ser utilizado para designar as reflexões feitas em torno da educação. Assim, a Grécia clássica pode ser considerada o berço da pedagogia, até porque é justamente na Grécia que tem início as primeiras reflexões acerca da ação pedagógica, reflexões que vão influenciar por séculos a educação e a cultura ocidental. Os povos orientais acreditavam que a origem da educação era divina. O conhecimento que circulava na comunidade resumia-se aos seus próprios costumes e crenças. Essa realidade impedia uma reflexão sobre a educação, uma vez que esta era rígida e estática, fruto de uma organização social teocrática. A divindade, portanto, era autoridade máxima, logo, sua vontade não poderia ser contestada. Na Grécia Clássica, pelo contrário, a razão autônoma se sobrepõe às explicações puramente religiosas e místicas. A inteligência crítica, o homem livre para pensar e formar os juízos a cerca da sua realidade, preparado não para submeter-se ao destino, mas para influenciar e ser agente de transformação como cidadão, eis no que resume-se a revolucionária concepção grega da educação e seus fins. A ROMA ANTIGA • • Constata-se ter existido alguma resistência à invasão pelo Helenismo. Os pequenos camponeses do Lácio, por exemplo, protegem-se contra as inovações estrangeiras pelo respeito de uma tradição ancestral –o mos maiorum. De acordo com esta tradição, o fim da educação é prático e social. Espera-se que a educação proporcione à criança o saber necessário para o exercício da sua profissão de soldado ou de proprietário rural, que inculque a ética que subordina o indivíduo a um ideal superior –Roma e a Res Publica. O objectivo é formar o cidadão –o civis romanus. No século II a.c., o pater familias concede à mãe, a matrona romana, os direitos sobre a educação de seus filhos durante a primeira infância, gozando aquela de uma autoridade desconhecida na Civilização Grega. Mas, por volta dos 7 anos de idade, a educação da criança passa a estar a cargo de seu pai ou, na ausência deste, de um tio. Caberá ao pai a responsabilidade de proporcionar ao filho a educação moral e cívica. Esta passa pela aprendizagem mnemónica de prescrições jurídicas concisas e de conceitos, constantes nas Leis das XII Tábuas, símbolo da tradição Romana. ROMA • • • • • • No entanto, o ensino em Roma apresenta algumas diferenças significativas face ao modelo educativo dos gregos e algumas novidades importantes na institucionalização de um sistema de ensino. O ensino da música, do canto e da dança, peças chave da educação grega, tornaram-se objeto de contestação por parte de alguns sectores mais tradicionais, que apelidaram estas formas de arte como impudicas e malsãs, toleráveis apenas para fins recreativos. A mesma reação de oposição surge contra o atletismo, tão essencial à Paideia. Jamais fazendo parte dos costumes latinos, as competições atléticas só penetram em Roma por volta do século II A.C., sob a forma de espetáculo, e sendo a sua prática reservada a profissionais. Os romanos chocam-se com a nudez do atleta e condenam a pederastia, de que o ginásio é o meio natural. Optam assim pelas termas em detrimento do ginásio, que consideram exclusivamente um jardim de recreio ou um parque de cultura. O Programa educativo romano privilegia assim uma aprendizagem sobretudo literária, em detrimento da Ciência, da Educação Musical e do Atletismo. Porém, é aos romanos que se deve o primeiro sistema de ensino de que há conhecimento: um organismo centralizado que coordena uma série de instituições escolares espalhadas por todas as províncias do Império. O caráter oficial das escolas e a sua estrita dependência relativamente ao estado constituem, não apenas uma diferença acentuada relativamente ao modelo de ensino na Grécia, como também uma novidade importante. É claro que um tal sistema tende a privilegiar uma minoria que, graças aos estudos superiores, ascende àquilo que os romanos consideram ser a vida adulta simultaneamente ativa e digna ou seja, uma elite, com uma elevada formação literária e retórica. EPEA X ERGA UMA HISTÓRIA ANTIGA ROMA A educação na família : o pater família. O pai é dono e artífice de seus filhos. • Educação destinada aos filhos da classe dominante. • Método “taça das musas”: 1ª taça – livra do analfabetismo – mestre do bê-à-bá. 2ª taça - -fornece a instrução – gramático 3ª taça – dá as armas da eloqüência- retor. • • • A música fazia parte da gramática, assim como a filosofia, a literatura e o estudo dos fenômenos naturais. Agricultura – domínio dos patres, donos do solo. Outras atividades produtivas:escravos e libertos.Não era digno trabalhar para viver. ROMA • A influência Helênica FOI MUITO GRANDE, , em particular com a invasão e posterior anexação da Grécia e da Macedónia no século II a.c.A partir de então, alguns preceptores gregos (se não de nascimento, pelo menos de formação) apoiam a educação familiar dos jovens romanos. Na verdade, afugentados pelas agitações do Oriente ou atraídos pela rica clientela romana, muitos gramáticos, retóricos e filósofos atenienses dirigem-se a Roma. Serão estes os Mestres responsáveis pelo ensino de jovens e de adultos. • Cedo os Políticos de Roma haviam compreendido que o conhecimento da Retórica ateniense seria um factor decisivo com vista a melhorar a eloquência dos seus discursos junto das multidões. Com a Retórica e a formação literária que lhe servia de base, Roma descortinou a pouco e pouco todos os aspectos encobertos da cultura Grega. Mas o helenismo não é apenas apanágio de alguns. Ele impregna toda a Roma, surgindo também na vida religiosa e nas artes, como seja nos teatros que adotam os modelos, temas e padrões helenísticos. Não obstante se reconhecer que os tentáculos da Civilização Helenística se estenderam a todos os domínios, em nenhum é esta influência tão notória como na cultura do espírito, e, por conseguinte, na Educação. A original contribuição da sensibilidade, do caráter, e das tradições de Roma, aparecerá somente sob a forma de retoques de detalhe e pequenas inflexões, favorecendo ou reprimindo alguns aspectos do modelo educativo da Paideia grega. • • • • Nesse Sentido, a aristocracia romana recorre, numa primeira fase, a escravos alforriados que a conquista lhes havia proporcionado e, posteriormente, a Mestres de Grego especializados. Paralelamente a esta preceptoria particular no seio das grandes famílias surge o ensino público do grego, ministrado em verdadeiras escolas, umas vezes por escravos gregos que assumem o papel de Mestres, outras, por Mestres Gregos qualificados. Não satisfeitos com este tipo de educação, muitos jovens romanos deslocar-se-ão à Grécia para aí completarem os seus estudos. Um indício marcante sublinha o êxito da influência grega na Educação e em particular no desenvolvimento da escola. Roma vai buscar ao Helenismo o termo Paedagougos para designar o escravo incumbido de acompanhar a criança à escola.