Biology, Brain Structure, And Funtion, Child Apresentação: Marta Modas Grupo de Estudos do Trauma • O desenvolvimento do cérebro é programado e guiado pela genética mas esculpido pela experiência. • Durante o desenvolvimento da criança existem janelas específicas, pois, em determinadas regiões do cérebro existe uma maior susceptibilidade na formatação de informação. As 2 janelas específicas do desenvolvimento da Criança, são: • Período crítico (Fase em que é requerida uma estimulação adequada para o desenvolvimento normal decorrer) • Período sensível (Fase em que os estímulos exercem uma influência máxima) A puberdade assinala o fim de um período sensível. • A exposição precoce a stressores durante um estádio do desenvolvimento Infantil pode alterar o cérebro e o sistema neuro-endócrino, tanto na sua estrutura como no seu funcionamento, devido a vários efeitos bioquímicos que também terão um impacto a nível do desenvolvimento, comportamento, emocional e cognição. A criança passa a sobrerreagir a stressores subsequentes. Estudos sugerem que: • O hipocampo é mais sensível ao impacto do abuso sexual na infância em dois períodos: 3 - 5 anos e 11-13 anos; • A exposição a stress traumático destrói células do hipocampo; • O corpo caloso é sensível a stressores entre os 9 – 10 anos de vida, altura em que se dá uma rápida maturação desta área do cérebro; • O abuso de crianças, enquanto stressor traumático, perturba os processos neurobiológicos subjacentes à resposta ao stress nos mamíferos; • O cérebro imaturo das crianças é muito vulnerável a altos níveis de glucocorticóides (hormonas do stress, com destaque para o cortisol). Abuso Infantil e Desenvolvimento do Cérebro • O stress tem um efeito negativo nos neurotransmissores que por sua vez interferem no desenvolvimento do cérebro. Estudos com crianças alvo de abuso infantil e com PPST observaram: • Aumento da concentração de dopamina, norepinefrina e epinefrina; • Ausência de cortisol. Estudos da década de 90: • As consequências da exposição do abuso infantil dependem da base genética da pessoa e da altura em que tal ocorre (fase de desenvolvimento), o que pode interferir fortemente no desenvolvimento de áreas específicas do cérebro. • Adultos alvo de abuso infantil apresentavam uma redução do hipocampo principalmente na área esquerda do cérebro e tinham um diagnóstico de PPST e/ou de depressão major, de desordem de identidade dissociativa, de personalidade borderline. • Em contraste com as evidências encontradas nos adultos, em 3 estudos com crianças com PPST secundária e abuso infantil, verificou-se uma não redução do volume do hipocampo durante a infância e a adolescência precoce. • Contudo, existe documentação de crianças e adolescentes com historial de abuso infantil que aponta para: -Anomalidades clínicas significativas nos EEG’s; -Redução de áreas do corpo caloso; -Mudanças na activação dos padrões do lobo frontal ao longo dos dois hemisférios cerebrais (atenuação da assimetria do lobo frontal); -Pequenez do cérebro total e respectivo volume. • Os efeitos do abuso infantil levam a uma alteração das trajectórias neurodesenvolvimentais. • Em suma, é prematuro definir conclusões fixas. Estudos com animais e humanos indicam que diferentes regiões do cérebro têm diferentes períodos sensíveis face à exposição a stressores traumáticos que, tal como o abuso infantil, podem ter efeitos negativos no desenvolvimento do cérebro e no desenvolvimento de associações entre competências psicológicas e comportamentais que são importantes nos processos de aprendizagem, construção da personalidade e resiliência ao stress. Referência Bibliográfica: Navalta, C. P., Andersen, S. L. (2008). Biology, Brain Structure, And Funtion, Child. In G. Reyes, J.D.Elhai, J.D. Ford, The Encyclopedia of Psychological Trauma (pp.90-93). New Jersey: Wiley Apresentação: Marta Modas - [email protected] Grupo de Estudos do Trauma