Jose Marengo

Propaganda
Mudanças Climáticas e os seus impactos no
Brasil
Jose A. Marengo
CPTEC/INPE
www.cptec.inpe.br/mudancas_climaticas
Foreign &
Commonwealth
Office
Energia
16%
Desmatamento
62%
Agricultura
22%
Source: WRI,
2007
Introdução

O recém divulgado relatório do IPCC AR4 sobre
a base científica das mudanças climáticas
conclui, com acima de 90% de confiança, que o
aquecimento global dos últimos 50 anos é
maiormente causado pelas atividades humanas

O Brasil é vulnerável às mudanças climáticas
atuais e mais ainda às que se projetam para o
futuro
Reação Tardia

O reconhecimento da origem maiormente
antropogênica do aquecimento global –o maior
impacto ambiental não natural da historia da
civilização- pos fim a um estéril debate entre
defensores de fontes naturais e humanas
envolvidas entre este processo, mais não evitou
a perda de tempo na deflagração de medidas
capazes de amenizar o recrudescimento dessa
ocorrência.
Aquecimento global é um fato observado
-Temperaturas médias anuais
subiram 0,7 ºC e a Tmin de
Inverno subiu quase 1 ºC nos
últimos 50 anos no Brasil
- Temperaturas médias anuais
subiram 0,83 ºC na Amazonia
nos últimos 100 anos
Sul do Brasil tem
tendência observada
de aumento de chuvas
nos últimos 50 anos
Causa do Aumento
das
Chuvas:
Variabilidade
Natural ou
Aquecimento
Global?
Os 12 anos mais quentes:
1998,2005,2003,2002,2004,2006,
2001,1997,1995,1999,1990,2000
Chapter 3
?
Aumento na freqüência de
eventos extremos de chuva
(95th percentile-% per
década) no período 19512003 em relação a 1961 to
1990 (IPCC 2007)
Sudeste da América do Sul: Aumento na intensidade e
freqüência de dias com chuva intensa (1951-2000)
Vazio de dados na Amazônia,
Nordeste e partes do CentroOeste.
?
Índice R10 - Número de dias
com chuva acima de 10 mm/dia
Projeções: Aquecimento global
B1-Otimista
Baixas emissões
A2-Pessimista
Altas emissões
Projeções de mudanças na temperatura do ar ate finais
do Seculo XXI
O aquecimento
projetado tende
a ser maior
sobre
continentes, em
latitudes mais
altas no HN,
partes do
Oceano
Atlantico Norte
e nos oceanbos
do Sul
Baixas emissões-Otimista
Altas emissões-Pessimista
A2
A1B
B1
Anomalias da
temperatura do ar
ate 2100, em
relação a media de
1901-1950 para
América do Sul,
derivada dos
modelos de IPCC
AR4 para o cenário
A1B (envelope
laranja).
Barras representam
os intervalos de
aquecimento para
2091-2100 para o
cenário B1 (azul),
A1B (laranja) e A2
(vermelho). (IPCC
2007)
Projeções de mudanças na precipitação ate finais do
Seculo XXI
Precipitação aumenta em latitudes mais altas (muito provavelmente)
Precipitação diminui em regiões subtropicais continentais
(provavelmente)
OBSV
OBSV
Ciclo Anual de
chuva para o
Nordeste (a),
Amazônia (b) e
Bacia da Prata (c)Experimento
SRES-A2 para
2071-2100, 5
modelos e IPCC
AR4
Limiar mês seco
100 mm/mes
OBSV
SPM
Mudança anual de runoff
Mapa ilustrativo de impactos da mudança de água em recursos e água doce para o
cenário A1B até 2081-2100 relativo a 1981-2000 (IPCC 2007)
Projeções extremos climáticos ate 2100
IPCC WG 1
Mudanças em índices
de extremos de
precipitação (chuvas
intensas e veranicos
ou períodos secos)
projetadas para o ano
de 2080–2099 em
relação a 1980–1999
para o cenário A1B.
Chapter 10
Entendendo e explicando o aquecimento global e regional
Aquecimento
global
continental
provavelmente
apresenta uma
contribuição
antropogenica
signficativa
durante os
ultimos 50
anos.
Anomalias de chuva anual (%) [(2071-2100)- (1961-90)]
Seco
B2
A2
A2
B2
Anomalias de Temperature anual (C) [(2071-2100)- (1961-90)]
Quente
Quente
B2
B2
A2
A2
Índice de noites quentes (TN90) [(2071-2100)- (1961-90)]
HadRM3
1961-90
2071-2100, B2
2071-2100, A2
OBSV
Aumento na freqüência de
noites quentes ate 2100
Aumento na freqüência de
noites quentes durante 19612000
Índice R10 (chuvas intensas) presente (1961-90) e futuro (2071-2100)
HadRM3
OBSV
1961-90
B2 2071-2100
A2 2071-2100
Baixas emissões
Altas emissões
Aumento na freqüência de
chuvas intensas até 2100
Aumento na freqüência de
chuvas intensas (acima de
10 mm) entre 1961-2000
Índice CDD (dias secos consecutivos) presente (1961-90) e
futuro (2071-2100)
HadRM3
OBSV
1961-90
B2 2071-2100
A2 2071-2100
Baixas emissões
Altas emissões
Aumento na freqüência de
dias secos consecutivos ate
2100
Redução na freqüência de
dias secos consecutivos
entre 1961-2000
Time series of rainfall indices for
northern Amazonia (FMAM, upper
panel) and southern Amazonia
(DJFM, lower panel) from 1950 to
2005. These seasons correspond to
the peak of the rainy season in
those sections of the Amazon
Basin.
Anomalies (in mm/day) are derived
using different baseline periods.
Observations for
the period 19012002
Model output
from the
HadCMLC GCM
simulation
including
aerosols is
shown (19012002
Drought of Amazonia 2005:
Relationship between JulyOctober anomalies in
rainfall in Western
Amazonia and in the Index
of the north-south SST
gradient across the tropical
Atlantic ocean (Cox et al.
2007)
Mean and
STDV of the
observation,
Simulation of the
21st century (20032100) using the
HadCMLC.
Mean and STDV
estimated values
for the 2005
Amazon drought
•Questões fundamentais:
•Qual seria o valor econômico (valor agregado) de manter a floresta Amazônica
em pé considerando o ciclo hidrológico e transporte de umidade, gases e
aerossois para outras regiões da América do Sul e do Mundo?
•Como a mudança climática natural e antropogenica poderia afetar o ciclo
hidrológico na Amazônia, e quais seriam os impactos nos diferentes setores
chaves no Brasil?
•Quais medidas de adaptação são necessárias aos impactos já considerados
inevitáveis e resultantes das emissões ocorridas (no passado e acumuladas ate
o presente)?
•Quais dessas medidas são prioritárias e urgentes, nos diversos campos
(assentamentos humanos, biodiversidade, e produção econômica)?
•O que fazer?. Ainda há tempo de evitar os piores impactos das alterações
climáticas, se tomarmos desde já medidas rigorosas de mitigação e adaptação.
A adaptação às alterações climáticas – ou seja, a tomada de medidas para
desenvolver a resistência e minimizar os custos – é essencial.
Vulnerabilidade Social, Econômica e Ambiental

Vulnerabilidade social, econômica e ambiental

Variabilidade climática

Impacto do Desenvolvimento econômico e social sobre os sistemas
naturais

Pobreza

Instituições fracas

Falta de decisão

Limitada gestão integrada

Avaliação econômica social e ambiental

Percepção pública x profissional
Índice de Vulnerabilidade as Mudanças Climáticas (CCI) na
América do Sul para o futuro (preparado pelo Instituto Meteorológico
da Suíça)
Regiões mais
vulneráveis a mudança
de clima
Amazônia e Nordeste constituem o
que poderia ser chamado de
climatic change hot spots e
representam as regiões mais
vulneráveis do Brasil às mudanças
de clima.
O Sul e Sudeste são menor
vulneráveis e e a população tem
maior capacidade de adaptação e
de
enfrentar
as
mudanças
climáticas
Problemas: População mais pobre
e ecossistemas naturais
CONCLUSÕES: I OFICINA SOBRE O PAPEL DAS
FLORESTAS DO AMAZONAS N CICLO
HIDROLÓGICO E VALORAÇÃO DOS SERVIÇOS
AMBIENTAIS (Manaus 2007)
As conclusões apresentadas aqui, de forma
preliminar, resumem as discussões na
sessão plenária da Oficina.
•
•
•
•
•
•
Qual é a contribuição da Amazônia para o
processo de formação de chuva em outras
regiões?
Qual é a “transferência” de vapor d’água do
Amazonas para outras regiões do Brasil e
do planeta?
Quais são os cenários previstos para
mudanças climáticas global?.
Quais são os cenários previstos para o
desmatamento regional?
Quais são as lacunas de conhecimento e
prioridades para pesquisa?
Qual é o valor econômico destes serviços
ambientais?
Marengo et al. (2004)
Salati e Marques (1984)
Vegetação natural projetada pelos modelos de IPCC AR4 – ano 2100
Impactos da mudança de clima na vegetação natural da America do Sul . Projeções de
cenários de biomas para 2090-2100, derivados de 15 modelos de IPCC para o cenários
A2 (Salazar et al. 2007)
Presente
Impactos Severos nos Recursos Hídricos do Nordeste. Tendência a
“aridização” da região semi-árida do Nordeste até final do Século
XXI
Relevante ao:
PROGRAMA NACIONAL DE
COMBATE À DESERTIFICAÇÃO E
MITIGAÇÃO DOS EFEITOS DE
SECA (PAN-Brasil)
1961-1990
2071-2100
Maior Déficit
Hídrico no Nordeste:
Vulnerabilidade na
agricultura!
Balanço Hídrico-Nordeste
Impactos da mudança de clima na produção do café
Favorável
Favorável
+1 ° C,
+15% rain (IPCC SAR)
Atual
Favorável
Favorável
+3 ° C,
+15% rain
+5.8 ° C,
+15% rain
Cenários de clima futuro para o Brasil até finais do Século XXI
AMAZÔNIA
Cenário Pessimista A2: 4-8 ºC mais quente, 1520% redução de chuva
Cenário Otimista B2: 3-5 ºC mais quente, 5-15
% redução de chuva
CENTRO OESTE
Cenário Pessimista A2: 3-6 ºC
mais quente, aumento da chuvas
na forma de chuvas intensas e
irregulares
Cenário Otimista B2: 2-4 ºC mais
quente, aumento da chuvas na
forma de chuvas intensas e
irregulares
SUDESTE
Cenário Pessimista A2: 3-6 ºC
mais quente, aumento da chuvas
na forma de chuvas intensas e
irregulares
Cenário Otimista B2: 2-3 ºC mais
quente, aumento da chuvas na
forma de chuvas intensas e
irregulares
Fonte:
Relatório
do Clima
de INPE
NORDESTE
Cenário Pessimista A2: 2-4 ºC
mais quente, 15-20% redução
de chuva.
Cenário Otimista B2: 1-3 ºC
mais quente, 10-15 % redução
de chuva
SUL
Cenário Pessimista A2: 2-4 ºC
mais quente, 5-10% aumento
da chuvas na forma de chuvas
intensas e irregulares
Cenário Otimista B2: 1-3 ºC
mais quente, 0-5 % aumento
da chuvas na forma de chuvas
intensas e irregulares
Possíveis impactos da mudança de clima no Brasil
AMAZÔNIA
Perdas nos ecossistemas e biodiversidade
na Amazônia; mais eventos extremos de
chuva e secas; baixos níveis dos rios;
condições favoráveis para mais
queimadas;impactos na saúde e comércio;
efeitos no transporte
de umidade para S e SE do Brasil
CENTRO OESTE
Mais eventos extremos de chuva e
seca; impactos no Pantanal e
cerrado; altas taxas de evaporação
e veranicos com ondas de calor
que pode afetar, saúde e
agricultura e geração de hidroenergia.
SUDESTE
Similar a Centro oeste; possível
elevação no nível do mar
Fonte:
Relatório
do Clima
de INPE
NORDESTE
Mais veranicos; tendência
para aridização; alta taxa de
evaporação pode afetar nível
dos açudes e agricultura de
subsistência; escassez de
água; migração do campo para
cidades (refugiados do clima)
SUL
Mais eventos intensos de
chuva; aumento na freqüência
de noites quentes; altas
temperaturas e chuvas
intensas podem afetar saúde;
impactos na Araucária
Propostas de ação para enfrentar as mudanças climáticas: Lições e Conclusões
• Elaboração de um Mapa Nacional Integrado de Vulnerabilidade as mudanças
climáticas, integrando vários setores: saúde, agricultura, zona costeira,
ecossistemas e biodiversidade, energia, etc, visando à identificação de
populações, áreas e regiões de maior risco a curto, médio e longo prazo;
• Maior divulgação do tema mudança climática junto à sociedade
brasileira em geral e, em especial, nas instituições de pesquisa
no setor público federal e estadual e em universidades, imprensa, TV, radio.
Aumentar a informação para a população sobre as incertezas das projeções
climáticas para o futuro e das limitações de dados observacionais;
•Ações dos governos federal e estadual (já em andamento): Congresso Nacional
cria comissão para debater aquecimento global; Rede Brasileira de Pesquisas em
Mudanças climáticas (MCT) , FBMC
•Necessidade da gestão de risco dentro dos Planos e Programas de longo prazo;
Avaliação dos riscos setoriais e regionais e desenvolvimento da prevenção
quanto os condicionantes climáticos e uso do solo-desmatamento
•Elaboraçcão do Plano Nacional de Mudanças Climáticas, coordenada pelo MMA
e com a participação de todos os setores da sociedade: Detecção,
Atribuição,Vulnerabilidade (e avaliação de impactos), Adaptação, Mitigação
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