Anatomia Patológica II Prof. Ms Rafael Machado Data CRONOGRAMA 6o Semestre Semana 1 06/8/2009 Dispensa de Aula – orientação Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo Semana 2 13/8/2009 Apresentação da Disciplina Gripe A – Influenza A H1N1 Semana 3 20/8/2009 Patologias do Sistema Cardiovascular Semana 4 27/8/2009 Patologias do Sistema Respiratório Semana 5 03/9/2009 Aula Prática *Atenção para as normas do laboratório* Semana 6 10/9/2009 Patologias do Sistema Digestório Semana 7 17/09/2009 Patologias do Fígado e Pâncreas Semana 8 25/09/2009 Aula Prática *Atenção para as normas do laboratório* Semana 9 01/10/2009 Avaliação Teórico-Prática I Semana 10 08/10/2009 Patologias do Sistema Urinário Semana 11 15/10/2009 Patologias do Sistema Esquelético e Articular Semana 12 22/10/2009 Semana de Estudos – Ciências Biológicas Semana 13 29/10/2009 Patologias do Sistema Muscular Semana 14 05/11/2009 Avaliação Integrada Semana 15 12/11/2009 Patologias do Sistema Nervoso Semana 16 19/11/2009 Aula Prática *Atenção para as normas do laboratório* Semana 17 26/11/2009 Neoplasias Semana 18 03/12/2009 Aula Prática *Atenção para as normas do laboratório* Semana 19 10/12/2009 Avaliação Teórico-Prática II Semana 20 17/12/2009 Entrega das Médias Finais e encerramento da disciplina Anatomia Patológica II Doenças dos diversos sistemas orgânicos Definição Etiologia (Causa) Patogênese (Mecanismos) Anatomia Patológica (Lesões) Fisiopatologia (Alterações fisiológicas) Gripe “Suína” – Gripe A Vírus Influenza A (H1N1) Vírus é uma partícula protéica que carregam uma pequena quantidade de ácido nucléico cercada por uma estrutura protéica e lipídica protetora conhecida como envólucro. São parasitas intracelulares obrigatórios, ou seja, somente se reproduzem pela invasão e utilização da maquinaria de auto-reprodução celular. Influenza A H1N1 Gripe suína: nome dado a uma doença causada pelo vírus influenza A H1N1, uma combinação de vírus suíno, aviário e humano que atinge o sistema respiratório. Origem: primeiros casos ocorreram no México em meados do mês de março de 2009 em La Gloria, distrito de Perote, a 10 km da criação de porcos das granjas Carroll, subsidiária da Smithfield Foods. O paciente zero foi Edgar Hernandez de 4 anos. Provavelmente seu organismo foi plataforma para a mutação do vírus. Em dezembro do ano passado já havia sido constatada uma gripe desconhecida que se espalhava rapidamente. O vírus veio a espalhar-se pelo mundo, tendo começado pela América do Norte, atingindo pouco tempo depois a Europa e a Oceania e América do Sul. Influenza A H1N1 Vírus influenza → três tipos: A (início do inverno e da primavera), B (qualquer época do ano) e C Influenza A → classificados de acordo com os tipos de proteína de sua superfície → hemaglutinina (H) e neuraminidase (N) Hemaglutinina (H1-H16)→ facilita a entrada do material genético do vírus na célula Neuraminidase (N1-N9)→ facilita a saída das partículas virais do interior das células infectadas; estimula a secreção das citocinas pró-inflamatórias Influenza A H1N1 Contem material genético do vírus de porcos, aves e humano Evolução da Influenza A Ano Subtipo Evento 1874 (H3N8) 1890 (H2N2) 1902 (H3N2) 1918 (H1N1) Pandemia (Gripe Espanhola) 1933 (H1N1) Primeira cepa isolada 1947 (H1N1) Detectadas variações 1957 (H2N2) Gripe Asiática 1-2 milhões de óbitos 1968 (H3N2) Gripe de Hong Kong 1-3 milhões de óbitos 1976 (H1N1) Gripe Suína não epidêmica 1977 (H1N1) + (H3N2) Epidemia de gripe na Rússia Pandemia 20-40% população mundial / 50 milhões de óbitos Fases da pandemia de influenza Fase 1: vírus circula em animais sem relato de casos humanos Fase 2: vírus circulando em animais apresenta risco elevado de infectar humanos Fase 3: casos humanos sem transmissão pessoa a pessoa Fase 4: transmissão pessoa a pessoa em nível local Fase 5: transmissão pessoa a pessoa em pelo menos dois países de região da OMS Fase 6: pandemia Sinais e sintomas Febre > 38º C Tosse Dor de garganta Coriza ou congestão nasal Mialgia Cefaléia Calafrios Fadiga Vômitos (25%) e diarréia (25%) foram relatados (mais que na influenza sazonal) Lung. Influenza virus proliferating on the basal membrane of bronchial epithelial cell Pulmão - Necropsia Pneumonia Viral Doenças do Sistema Circulatório Aterosclerose Definição: Espessamento e acúmulo de lipídio (ateroma ou placa fibrogordurosa – colesterol) na camada íntima das artérias, principalmente as elásticas (grande calibre) e musculares (médio calibre). Aorta: aneurisma de aorta abdominal (enfraquecimento da parede arterial/ liberação de ateroêmbolos ->Rins Coronárias: infarto do miocárdio (oclusão-> lesão isquêmica) Vasos Cerebrais: Polígono de Willis. Fatores de Risco: Dieta e hiperlipidemia, hipertensão, tabagismo, diabetes, estresse, sedentarismo, anticoncepcionais orais, dentre outros. ATEROSCLEROSE Patogênese: resposta a algum tipo de lesão do endotélio arterial torna o vaso permeável aos lipídeos, permitindo a aderência de monócitos (macrófagos – cels. espumosas) e plaquetas. Cronicamente, ocorre a formação da placa ateromatosa. Quase sempre ocorre calcificação da placa. Causas da Ativação Endotelial: citocinas produtos bacterianos forças hemodinâmicas produtos lipídicos vírus hipóxia ATEROSCLEROSE Ruptura ou ulceração da placa pode expor o vaso e levar a formação de trombo (trombose oclusiva), ateroêmbolo, bem como a fragilidade da parece vascular com formação de dilatação (aneurisma). ATEROSCLEROSE http://www.thecardiologist.co.uk/artery.htm ATEROSCLEROSE Anatomia Patológica: placa ateromatosa -> coloração branca e brancoamarelada que se projeta na luz arterial; Placa formada por células (m. liso), macrófagos e leucócitos, matriz extracelular; depósito de lipídeos intra e extracelulares. ATEROSCLEROSE Fonte: http://path.upmc.edu/cases/case158/micro.html ATEROSCLEROSE Fisiopatologia: depende da artéria e extensão ateromatosa. Estreitamento lento da luz do vaso, que resulta na isquemia dos tecidos perfundidos pelos vasos comprometidos; Oclusão súbita da luz pela trombose ou hemorragia superposta a um ateroma, com isquemia e infarto (tempo prolongado – necrose tecidual) na zona perfundida; Enfraquecimento da parede do vaso causando aneurisma ou ruptura. Conseqüências da redução aguda ou crônica da perfusão arterial: gangrena das pernas oclusão mesentérica morte cardíaca súbita cardiopatia isquêmica crônica encefalopatia isquêmica ARTERIOSCLEROSE Definição Endurecimento das artérias (Cotran, 1994). Referese a um grupo de distúrbios que têm em comum o espessamento e perda da elasticidade das paredes arteriais, principalmente dos vasos pequenos (ramos musculares e arteríolas). Arteriosclerose Hialina Arteriosclerose Hiperplásica ARTERIOSCLEROSE HIALINA Arteriosclerose Hialina Caracterizada pelo espessamento hialino, róseo e homogêneo das paredes da arteríolas com estreitamento da luz. Decorrente de lesões que permitem o extravasamento de componentes plasmáticos do endotélio vascular e maior produção de matriz extracelular pelas células do músculo liso. Fatores que colaboram: Estresse hemodinâmico crônico da hipertensão ou estresse metabólico do diabetes acentuam a lesão endotelial e favorecem o evento. ARTERIOSCLEROSE HIALINA Arteriosclerose Hialina Fisiopatologia: nefrosclerose benigna-> estenose arteriolar determina isquemia difusa e contração simétrica dos rins. Aumento da PA ARTERIOSCLEROSE HIALINA Tomografia abdominal ARTERIOSCLEROSE HIPERPLÁSICA Arteriosclerose Hiperplásica Caracterizada pelo espessamento laminado, concêntrico, semelhante a casca de cebola na parede da arteríola e com estenose progressivo da luz. Decorrente de lesões que permitem o extravasamento de componentes plasmáticos do endotélio vascular e maior produção de matriz extracelular pelas células do músculo liso. Fatores que colaboram: elevação aguda ou grave da pressão arterial (PA diastólica > 110 mmHg). ARTERIOSCLEROSE HIPERPLÁSICA Arteriosclerose Hiperplásica Fisiopatologia: arteríolas dos rins, vesícula biliar e peripancreáticas e intestinais. Aumento da PA ARTERIOSCLEROSE HIPERPLÁSICA ANEURISMA Aneurisma da Aorta Abdominal Definição: Etiologia: dilatação anormal localizada de qualquer vaso. Podem surgir em qualquer artéria ou veia, porém é mais comum na aorta. Aterosclerose -> mais frequente/ aorta abdominal entre aa renais e bifurcação ilíaca e a ilíaca. Anatomia Patológica: Geralmente contém úlceras ateromatosas cobertas por trombos murais, com destruição da média vascular, dando origem a ateroêmbolos que se alojam nos vasos dos rins ou membros inferiores ANEURISMA Aneurisma da Aorta Abdominal Fisiopatologia: Ruptura para cavidade peritoneal ou para tecidos retroperitoneais, com hemorragia volumosa ou fatal; Compressão de estruturas adjacentes como ureter e outros vasos; Embolia a partir do ateroma ou do trombo mural; Formação de massa abdominal que simula um tumor; ANEURISMA VEIAS VARICOSAS Veias Varicosas Definição Etiologia Vasos tortuosos anormalmente dilatados ou estreitados, com incompetência das válvulas causando estase venosa. Aumento prolongado da pressão intraluminal Veias dilatadas, tortuosas, alongadas e fibrosadas. Variação da espessura da parede do vaso, com adelgaçamento nos pontos de dilatação máxima; Deformidades valvulares; Patogênese: Veias superficiais das pernas são as mais acometidas (postura ereta ou sentada por tempo prolongado acentua a estase venosa e edema dos pés); Veias do esôfago e hemorróidas -> hipertensão da veia porta (patologias do fígado como a cirrose). VEIAS VARICOSAS Veias Varicosas Anatomia Patológica Variações da espessura da parede da veias causadas pela dilatação; Hipertrofia compensatória do músculo liso e fibrose da subíntima; Degeneração do tecido elástico e calcificações esparsas (flebosclerose). Fisiopatologia Estase venosa, congestão, edema e trombose; Dor, dermatite (alterações tróficas na pele) e úlcera de estase; VEIAS VARICOSAS VEIAS VARICOSAS Hemorróida VEIAS VARICOSAS Hemorróida HIPERTENSÃO ARTERIAL Definição elevação dos níveis de pressão sanguínea. Quase sempre assintomático até a fase tardia da sua evolução. fator de risco para doença coronária e acidente vascular encefálico (AVE); Considera-se hipertenso: PA sist. >140mmHg e PA diast. > 90mmHg Classificação Hipertensão primária ou essencial Etiopatogênese Fatores genéticos Fatores ambientais: estresse, sedentarismo, alimentação, obesidade e tabagismo Hipertensão secundária Etiopatogênese Hipertensão renal /Estenose artéria renal ( fluxo sanguíneo = volume )=> retenção de sódio e água = volemia Hipertensão endócrina => aumento de catecolaminas pela medula da supra-renal / aumento de mineralocorticóides e glicocorticóides retém água, sódio e elimina potássio Hipertensão por doença cardiovascular=> aterosclerose aorta = elasticidade e hipertensão sistólica Hipertensão neurogênica=> alteração nos baroceptores / hipertensão intracraniana = perfusão sanguínea -> hipóxia cerebral-> HÁ -> perfusão cerebral HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Fisiopatologia Metabolismo do cálcio=> eliminação pela urina e atrofia do tecido ósseo (diminuição da densidade óssea) Dissecção da aorta Insuficiência renal crônica=> alteração microvascular Cardiopatia hipertensiva=> hipertrofia concêntrica do VE (reação para vencer a pressão sistêmica aumentada e manter o débito cardíaco) INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Definição é necrose da célula miocárdica resultante da oferta inadequada de oxigênio ao músculo cardíaco. Etiologia Secundário a aterosclerose (trombo oclusivo) ou vasoespasmo coronariano. Transmurais (trombo oclusivo) Subendocárdicos (baixo débito cardíaco com aumento da atividade contráctil -> múltiplas obstrução por aterosclerose coronariana difusa) INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Anatomia Patológica ao microscópio de luz é reconhecido após 3 a 8 horas de sua instaçação; Necrose de coagulação-> fibras cardíacas ficam mais finas e eosinofílicas, perdendo as estriações. Necrose em banda de contração-> cels contendo banda de miofilamentos aglomerados, hipereosinofílicas, com aspecto grumoso, ao lado de bandas claras, sem miofilamentos INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Fisiopatologia Insuficiência cardíaca Arritmias Choque cardiogênico Ruptura da parede do coração Tromboembolia pulmonar ou sistêmica