Conteúdos

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FACULDADE PIO DÉCIMO
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
Sociologia
PROFESSOR:
ABIMAEL FERREIRA BARBOSA
CARGA HORÁRIA: 30 HORAS
HORÁRIO:
4ª Feira - 18 às 19:30 h.
ARACAJU, 2006/2
CONTATOS:
Site: www.abimaelfb.xpg.com.br
E-mail: [email protected]
[email protected]
Fones: 3243-1762
9945-0253
Visite o site da Faculdade Pio Décimo:
www.piodecimo.com.br
APRESENTAÇÃO
Caríssimos alunos:
A Sociologia está voltada para o conhecimento científico das
relações sociais, destacando-se os caracteres gerais comuns a todas
as classes de fenômenos sociais. O seu estudo é de suma
importância para a compreensão da interação do homem com a
sociedade em seus diversos aspectos: econômicos, políticos, sociais,
educacionais, culturais, antropológicos, jurídicos,
psicológicos,
entre outros.
Ao longo deste curso buscaremos interagir os conhecimentos
teóricos da Sociologia com o nosso cotidiano, desenvolvendo
debates e reflexões, analisando textos e fatos sociais, não somente
no que se refere ao mundo globalizado, como também no que diz
respeito à sociedade brasileira.
Desejo a todos, um ótimo semestre letivo.
Prof. Abimael Ferreira Barbosa
REFLEXÃO
“Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria aceso
o sentimento de amar a vida dos seres humanos.
A consciência de aprender tudo ensinado pelo mundo afora.
Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se
repetissem.
A capacidade de escolher novos rumos.
Deixaria para você, se pudesse, o respeito àquilo que é
indispensável:
Além do pão, o trabalho; além do trabalho, a ação.
E quando tudo mais faltasse, um segredo:
O de procurar no interior de si mesmo a resposta e a força
para encontrar a saída”.
Mahatma Gandhi.
PROGRAMA DA DISCIPLINA
EMENTA
O Estudo da Sociedade; Perspectiva Sociológica;
A questão social;
Desenvolvimento da Sociologia; A Sociologia e a busca da verdade; O
Indivíduo e a Sociedade; Globalização e diversidade cultural; Desigualdade
Social; Instituições Sociais; Responsabilidade Social; Dinâmica e Mudança
Social.
OBJETIVO
Fornecer aos discentes o instrumental mínimo necessário dos conteúdos
teórico-práticos sociológicos para que possam compreender o ambiente em
que vive no contexto da realidade social do mundo globalizado.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1) O Estudo da Sociedade: conceito; perspectiva sociológica; fundamentos da ação
social; a questão social; 2) A sociologia e a busca da verdade; a Sociologia como
ciência; desenvolvimento da Sociologia; 3) O indivíduo e a sociedade: cultura;
identidade cultural; globalização; diversidade cultural; 4) O processo de socialização;
desvio social; crime; controle social; 5) A Desigualdade social: a desigualdade social no
mundo e no Brasil; 6) As instituições Sociais: família; religião; educação; instituições
políticas; economia e trabalho; 7) Dinâmica e Mudança Social: população; meio
ambiente; mudança social; 8) Responsabilidade Social.
PROGRAMA DA DISCIPLINA
REFERÊNCIAS
DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo: Editora Nacional,
1974.
DEMO, Pedro. Sociologia: uma introdução crítica. São Paulo: Atlas, 1985.
DIAS, Reinaldo. Introdução à sociologia. São Paulo: Peraon & Prentice Hall, 2005.
FORACCHI, Marialice Mencarine. MARTINS, José de Souza. Sociologia e
sociedade. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2000.
LAKATOS, Eva Maria. MARCONI, Maria de Andrade. Sociologia Geral. São Paulo:
Atlas, 1999.
METODOLOGIA
Aulas expositivas, uso de quadro, retro projetor, data show, DVD, TV,
seminários, trabalhos individuais e em grupos.
AVALIAÇÃO
Exercícios, avaliação continuada, atividades em grupos, testes, autoavaliação.
CALENDÁRIO DAS ATIVIDADES
I UNIDADE
Data
Conteúdo
Atividade
02.08
O Estudo da sociedade: conceitos; a questão
social.
Aulas expositivas
09.08
Perspectivas sociológicas; fundamentos da
ação social.
Aulas expositivas / Exercícios
16.08
A Sociologia e a busca da verdade; a
Sociologia como ciência.
Aulas expositivas
23.08
Desenvolvimento da Sociologia
Estudo dirigido / Grupos
30.08
O indivíduo e a sociedade; cultura; identidade
cultural.
Aulas expositivas
06.09
Globalização; diversidade cultural.
Projeção de filmes
13.09
O processo de socialização; desvio social;
crime, controle social.
Aulas expositivas / Exercícios
20.09
Revisão Geral.
TÉRMINO DA I UNIDADE
Avaliação da I Unidade
CALENDÁRIO DAS ATIVIDADES
II UNIDADE
Data
Conteúdo
Atividade
27.09
A Desigualdade social: a desigualdade social Aulas expositivas
no mundo e no Brasil.
04.10
As instituições sociais: família; religião.
11.10
Educação; instituições políticas; economia e Debates
trabalho.
18.10
Dinâmica e mudança social: conceitos.
Aulas expositivas / Exercícios
25.10
População;meio ambiente; mudança social.
Estudo dirigido
01.11
Responsabilidade Social.
Projeção de filmes
08.11
As novas
geopolítica.
22 e
29.11
PARA AONDE CAMINHA A HUMANIDADE
TÉRMINO DA II UNIDADE
nações
do
mundo:
Aulas expositivas
divisão Participação dos alunos
SEMINÁRIO (AVALIAÇÃO DA
II UNIDADE).
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
1.
O ESTUDO DA SOCIEDADE
1.1 CONCEITOS
“Sociologia é o estudo científico das relações sociais, das formas
de associação, destacando-se os caracteres gerais comuns a todas
as classes de fenômenos sociais, que se produzem nas relações
de grupos entre seres humanos” (Lakatos, Marconi, 1999).
A Sociologia estuda o homem e o meio humano em suas
interações recíprocas.
É o estudo do conhecimento objetivo da realidade social, na qual
se inclui:
A formação e desintegração de grupos;
A divisão de sociedades em camadas;
Mobilidade de indivíduos e grupos nas camadas sociais;
Processo de competição e cooperação.
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
1.
O ESTUDO DA SOCIEDADE
1.2 A QUESTÃO SOCIAL
A vida dos seres humanos apresenta várias dimensões: econômica, jurídica,
política, moral, religiosa, cultural etc., que ocorrem e se desenvolvem durante
a existência social do homem, ou seja, quando os seres humanos estão
interagindo uns com os outros. Tais interações, independentemente do
aspecto que possam assumir, formam o objeto central de estudo da
Sociologia.
A questão social centra-se basicamente no rápido processo de urbanização,
provocando a degradação do meio ambiente e dos valores tradicionais.
Conseqüentemente, as condições de habitabilidade se agravam com o
surgimento de novos problemas, tais como a contaminação do ar e da água e
o acúmulo de detritos humanos e industriais.
Somam-se a tudo isso as desigualdades sociais e o desemprego que geram
a violência urbana e os constantes conflitos pelo espaço da habitação e da
ocupação de terras.
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
1.
O ESTUDO DA SOCIEDADE
1.2 A QUESTÃO SOCIAL
A questão social engloba ainda o poder do capitalismo, o mundo globalizado,
o avanço das tecnologias, a supremacia de nações poderosas que
sobrepujam as nações subdesenvolvidas, a fome e a miséria dessas últimas
nações, a Responsabilidade Social, os conflitos do Oriente Médio, as guerras
civis e militares, as desigualdades sociais e os movimentos de grupos sociais
em luta pela conquista do poder ou dos direitos sociais.
O Mundo vive em constante mutação e as sociedades que o
envolvem mudam na medida em que as necessidades
da transformação exigem delas um maior
grau de participação perante as outras.
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
1.
O ESTUDO DA SOCIEDADE
1.3 PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA
A perspectiva sociológica busca observar além das aparências das ações humanas e
das instituições. Pode ser também compreendida como o estudo científico da
sociedade e sua influência sobre o comportamento humano. Nesse aspecto, os
sociólogos utilizam métodos científicos para a abordagem dos diversos fenômenos
sociais nas diferentes sociedades humanas.
Em razão disto, um dos principais objetivos da Sociologia está em identificar aquilo que
não está evidente, não parece claro, buscando elucidar quais os padrões e as
influências do comportamento social.
A “imaginação sociológica” é a habilidade que os sociólogos desenvolvem para
enxergar a conexão entre a vida cotidiana dos indivíduos e os problemas sociais.
Isto implica ter uma “visão sistêmica”, que consiste em identificar as ligações dos
fenômenos particulares, de um ponto de vista microssociológico, ao sistema social
como um todo.
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
1.
O ESTUDO DA SOCIEDADE
1.4 FUNDAMENTOS DA AÇÃO SOCIAL
Para Weber (1991) apud Dias (2005), a Sociologia significa “uma ciência que
pretende compreender interpretativamente a ação social e assim explicá-la
causalmente em seu curso e em seus efeitos”.
Desse modo, a “ação social” toma o significado de uma ação que, “quanto ao
sentido visado pelo indivíduo, tem como referência o comportamento de
outros, orientando-se por estes em seu curso” (DIAS, 2005).
Na verdade, a ação social orienta-se pelo comportamento de outros, seja
este passado, presente ou esperado como futuro.
A referência a “os outros” pode ser os indivíduos e conhecidos ou uma
multiplicidade de pessoas completamente desconhecidas.
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
1.
O ESTUDO DA SOCIEDADE
1.4 FUNDAMENTOS DA AÇÃO SOCIAL
A ação social pode ser determinada de quatro modos:




Ação social racional referente aos fins: definida pelo cálculo racional que
estabelece os fins e organiza os meios. Ex.: Ao adquirir um carro, o
comprador levará em conta o custo-benefício, ou seja, se as vantagens
proporcionadas pelo objeto satisfazem o investimento.
Ação social referente a valores: determina-se pela importância do valor, não
sendo considerado o êxito que se possa obter assumindo esse valor. Ex.: Na
aquisição do carro, o comprador dará importância à marca ou à beleza do
veículo.
Ação social de modo afetivo: é determinada pelos afetos ou estados
emocionais, isto é, a relação entre indivíduos se expressa em termos de
lealdade e antagonismo. Ex.: o comprador comprará o veículo que mais
goste, ou não comprará um determinado modelo em nenhuma hipótese.
Ação social de modo tradicional: é determinada pelas tradições, pelos
costumes de raízes. Ex.: Adquirir o veículo da mesma marca dos pais ou
avós.
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
2.
A SOCIOLOGIA E A BUSCA DA VERDADE
2.1 AS FONTES DA VERDADE





Existem muitas fontes de verdade possíveis nas quais os indivíduos se baseiam para
compreender os fenômenos que os rodeiam e que são anteriores ao método científico.
Eis algumas delas:
A intuição : é a capacidade perceber, discernir ou pressentir uma explicação
independentemente de qualquer raciocínio ou análise.
A autoridade: que pode ser de diferentes tipos, como por exemplo: a sagrada, que
repousa sobre a fé de que certa tradição ou documento é de origem divina - a Bíblia, o
Alcorão, os Vedas, etc.; a atribuída a determinados grupos ou instituições tais como
padres, pastores, curandeiros, igrejas, em razão de estarem constantemente recendo
orientação divina.
A tradição: fonte que transmite tranqüilidade, pois nela reside a sabedoria das pessoas
mais velhas.
O bom senso: verdade que é aceita sem nenhuma abordagem crítica. Ele estabelece
relações entre fatos sem que se busque identificar as causas reais que os provocaram.
A ciência: determina na atualidade, o modo mais importante de se obterem respostas
sobre o mundo natural. A sociedade moderna curva-se à ciência, desprezando muitas
vezes os outros modos de verdade.
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
2.
A SOCIOLOGIA E A BUSCA DA VERDADE
2.2. A SOCIOLOGIA COMO CIÊNCIA
“Por se tratar das interações e das relações humanas, a Sociologia traz um
fato novo para o campo científico, que é o papel do observador, nesse caso,
o cientista social. A Sociologia, diferentemente das outras ciências, tem como
parte integrante do seu objeto de estudo o próprio observador. Este, ao
mesmo tempo em que observa o fenômeno, sofre influências e influencia o
seu objeto de estudo” (DIAS, 2005).
A Sociologia é portanto uma ciência em função de que, os sociólogos, pelo
fato de terem como objeto de estudo a sociedade e de utilizarem os métodos
científicos que darão objetividade à sua pesquisa (principalmente os métodos
da observação e da comparação), encontram no estudo da realidade
concreta fatos sociais que influenciarão sua conduta, modificando
conseqüentemente seus valores e interferindo na sua capacidade de análise.
O sociólogo, ao mesmo tempo em que estuda determinado fato social, faz parte desse fato social.
É portanto, observador e ao mesmo tempo participante do fato observado.
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
3.
DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLOGIA
O surgimento da Sociologia ocorre num contexto histórico específico, que coincide
com a desagregação da sociedade feudal e a conseqüente consolidação da sociedade
capitalista. A Sociologia não é obra de um só homem; ela representa o resultado de um
processo histórico, intelectual e científico que teve como apogeu o século XVIII, de
onde se derivam os acontecimentos que marcaram esse século: a Revolução Francesa
e a Revolução Industrial. A evolução dos modos de pensamento dos racionalistas e dos
iluministas em muito contribuiu para o desenvolvimento da sociologia, surgindo
pensadores tais como Comte, Durkheim, Weber e Marx. A partir daí as sociedades
nunca mais foram as mesmas.
3.1 AUGUSTE COMTE
Em meados do século XIX, surge as “reações positivistas”, iniciadas pelo próprio
criador da Doutrina Positivista, Auguste Comte.
Comte defendeu a máxima objetividade, considerando como válidas as análises das
sociedades somente quando feitas com critérios científicos (objetividade e
positivismo),cuja fórmula positivista de definia por:
“Saber para prever, a fim de prover”.
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
3.
DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLOGIA
3.1 AUGUSTE COMTE
Por meio do positivismo, Comte desenvolveu os seguintes princípios:
a) Prioridade do todo sobre as partes: para compreender um fenômeno social
particular, devemos analisá-lo no contexto global a que pertence.
b) O progresso dos conhecimentos é a característica da sociedade humana: a
sucessão de gerações, com seus conhecimentos, permite uma acumulação de
experiência e de saber que constitui um patrimônio espiritual objetivo eliga as gerações
entre si.
“O homem é o mesmo por toda a parte e em todos os tempos, em virtude
de possuir idêntica constituição biológica e sistema cerebral”.
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
3.
DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLOGIA
3.2 KARL MARX
Fundador do materialismo histórico e do capitalismo, Marx contribuiu para o
desenvolvimento da Sociologia, salientando que as relações sociais decorrem dos
modos de produção, numa tentativa de elaborar uma teoria sistemática da estrutura e
das transformações sociais.
Seu postular básico é o determinismo econômico, segundo o qual o fator econômico é
o dominante do desenvolvimento estrutural da sociedade.
Marx desenvolveu o Ciclo das Relações Técnicas de Produção, em que o homem se
relaciona com outros seres humanos, originando as relações de produção. O conteúdo
dessas relações leva ao modo de produção, onde se inserem:

O processo de trabalho (sistematização).

As forças produtivas (divisão de classes).
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
3.
DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLOGIA
3.3 ÉMILE DURKHEIM
Durkheim é considerado o fundador da Sociologia como ciência independente das
demais Ciências Sociais. Ao preconizar o estudo dos fatos sociais como “coisas”,
através de regras de rigor científico, determinou seu objeto, próprio dos estudos
sociológicos e sua metodologia. Desse modo, a Sociologia adquiria o caráter científico
da investigação das interações sociais.
Em sua obra Divisão do Trabalho Social, Durkheim enuncia dois princípios básicos:

Consciência Coletiva: os indivíduos pensam e agem coletivamente visando a
construção de uma sociedade organizada.

Solidariedade mecânica e orgânica: A primeira diz respeito a formas institucionais
diversas, sujeitas ao perecimento e à renovação. A segunda traduz uma isonomia, uma
reciprocidade de interesses e ações de uma consciência coletiva.
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
3.
DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLOGIA
3.3 ÉMILE DURKHEIM
O FATO SOCIAL
Durkheim considera o “fato social” como sendo toda a maneira de agir, fixa ou não,
suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, que é geral na extensão
de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das
manifestações individuais que possa ter, tendo como principais características:



A Exterioridade: age em relação às consciências individuais;
A Coercitividade: ou força, que o fato social exerce sobre os indivíduos;
A Generalidade: existente em virtude de ser comum ao grupo ou à sociedade.
Para que seja caracterizado um fato social, é necessário que exista pelo menos duas
de suas três características intrínsecas ao fato.
Por exemplo: a Independência do Brasil; a Proclamação da República; A Revolução de
1964 (o poder militar); A Globalização; O MST; A Transposição do Rio São Francisco;
O PCC; A violência nos estádios de futebol. A violência urbana; Os crimes coletivos.
Os suicídios coletivos.
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
3.
DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLOGIA
3.3 ÉMILE DURKHEIM
O FATO SOCIAL
A sociedade brasileira, historicamente, ainda se encontra em formação. A ocorrência
de “coisas” ou fatos sociais vem se registrando ao longo de sua história. A
Independência do Brasil, por exemplo, foi um fato social de extrema importância para a
nossa sociedade, pois no seu processo se inseriram as consciências individuais
(exterioridade), pelas quais o pensamento de liberdade foi moldando conscientemente
em cada indivíduo.
A necessidade dessa liberdade exerceu sobre a sociedade uma força, uma coerção
(coercitividade), de tal maneira que, para o povo brasileiro, viver sem essa liberdade
tornava-se humanamente impossível.
Por fim, a generalidade do fato: de norte a sul, de leste a oeste do Brasil, o consenso
de liberdade espalhou-se de tal maneira que todos se uniram em torno da sua
conquista.
Assim, as três características do fato social estiveram presentes no processo de
Independência da Nação Brasileira, transformando-se num fato social histórico.
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
3.
DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLOGIA
3.4 MAX WEBER
Weber desenvolveu o estudo comparado da história, da economia e da história das
doutrinas religiosas, razão porque é considerado o fundador da disciplina sociologia da
religião.
Entre suas contribuições à Sociologia, encontram-se os estudos sobre a burocracia,
sobre os sistemas de estratificação social e sobre a questão da autoridade (vista em
tópico anterior).
O desenvolvimento de uma rica metodologia para os estudos da sociedade e de um
instrumento de análise dos acontecimentos ou situações concretas que exigia
conceitos precisos e claramente definidos, a que chamou “tipo ideal”. Suas teses a
respeito do capitalismo com o protestantismo tornaram-se famosas.
A ética protestante e o capitalismo (1905) e Economia e sociedade (1922 – obra
póstuma), são suas principais obras publicadas.
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
4.
O INDIVÍDUO E A SOCIEDADE
4.1 A CULTURA
“O entendimento do significado da cultura, da relatividade dos hábitos, costumes e
valores e da transitoriedade poderão tornar o ser humano mais tolerante, pois aquilo
que julgamos certo ou errado, justo ou injusto, bom ou ruim pode ter diferentes
significados em outros lugares, e num outro momento. O árabe muçulmano que
comete suicídio num carro-bomba, acreditando que irá para o paraíso, certamente
não tomaria essa atitude se tivesse sido criado numa cultura como a brasileira”
(DIAS, 2005).
A palavra cultura tem para o senso comum o significado de um acúmulo de
conhecimentos, de saber. É culto o indivíduo que sabe as coisas. Compreende-se
que, ter cultura é ter conhecimento acumulado.
É falso afirmar que um homem culto significa que tem cultura e que os moradores da
roça são pessoas sem cultura. Ou de que os índios apresentam uma cultura inferior
à dos brancos. Na realidade, todos os seres humanos possuem cultura e esta não
pode ser melhor ou inferior a uma outra. Apenas serão diferentes.
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
4.
O INDIVÍDUO E A SOCIEDADE
4.1 A CULTURA
CONCEITOS
Existe uma diversidade de definições sobre cultura, todas elas aceitas do ponto de
vista científico. Assim podemos destacar algumas delas:
“Sistema de idéias, conhecimentos, técnicas e artefatos, de padrões de
comportamento e atitudes que caracteriza uma sociedade” (Dicionário de Sociologia
Globo).
“Conjunto acumulado de símbolos, idéias e produtos materiais associados a um
sistema social, seja ele uma sociedade ou uma família” (Allan G. Johnson).
“É aquele todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, direito,
costume e outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro da
sociedade” (Edward B. Tylor).
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
4.
O INDIVÍDUO E A SOCIEDADE
4.1 A CULTURA
DENOMINAÇÕES

Cultura de massas: “é a cultura que surge em função do produto da indústria
cultural, representada pelas mídias (TVs, rádios, jornais, revistas). Ela não ocupa o
lugar da cultura superior (ou das elites) ou da cultura popular, apenas cria para si
uma terceira faixa, que complementa e vitaliza os processos das culturas
tradicionais” (DIAS, 2005).

Cultura popular: “é um conjunto disperso de práticas, representações e formas de
consciência que possuem lógica própria (o jogo interno do conformismo, do
inconformismo e da resistência), distinguindo-se da cultura dominante exatamente
por essa lógica de práticas, representações e formas de consciência)” (Marilena
Chauí).

Influência cultural: é identificada a partir da impregnação de caracteres de outras
culturas diferentes daquela existente em uma sociedade (Abimael).
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
4.
O INDIVÍDUO E A SOCIEDADE
4.2 IDENTIDADE CULTURAL
A procura de uma identidade cultural é refletida pela afirmação de uma diferença e
de uma semelhança. Nessa busca, procura-se identificar aqueles que são iguais,
que se identificam uns com os outros. Desse modo, fortalece o sentimento de
solidariedade grupal.
Contraditoriamente, a semelhança de uns é a diferenciação de outros. Assim, a
identidade assume esse aspecto aparentemente contraditório, de necessitar
estabelecer as diferenças em relação aos outros membros de outras sociedades.
Isto se transforma num aspecto muito importante da cidadania num mundo
globalizado de hoje, isto é, reconhecer o direito o outro de ser diferente, seja em
termos étnicos, culturais, sexuais, religiosos, etc.
O fundamental é que o respeito à identidade do outro constitui a convivência da
diversidade, permitindo, por meio da difusão cultural, o enriquecimento de todas as
culturas, com possibilidades de modificá-las e aproximá-las.
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
5.
GLOBALIZAÇÃO
5.1 CONCEITOS DE GLOBALIZAÇÃO
A Globalização é um processo de aprofundamento da integração econômica e social
dos países do Mundo no final do século XX, é um fenômeno observado na
necessidade de formar uma Aldeia Global que permita maiores ganhos para os
mercados internos já saturados. (pt.wikipedia.org).
Processo de integração econômica mundial que acontece com a abertura do
comércio internacional. Significa um avanço do capitalismo, um mecanismo que
busca a redução de custos
e o aumento da produtividade na fabricação de
mercadorias. Há dois ingredientes fundamentais para a consolidação desse
fenômeno: a queda de barreiras alfandegárias entre os países e a
revolução
tecnológica, em particular no campo da informação (computador, telefone, televisor e
internet). (www.portalbrasil.eti.br).
Fenômeno sócio-político-ecnômico-cultural que abrange todas as Nações do Mundo,
desde que inseridas no proceso das TIC’S – TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO. (Abimael).
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
5.
GLOBALIZAÇÃO
5.2 DIVERSIDADE CULTURAL
A diversidade cultural é fruto da influência do mundo globalizado, segundo a análise
de diversos cientistas sociais. Isto, graças às TICs – Tecnologias de Informação e
Comunicação, que impulsionam o mundo para a comunicação em tempo real.
A economia globalizada arrasta consigo as culturas de diversos países, promovendo
o intercâmbio cultural entre eles. A recente Copa do Mundo na Alemanha foi uma
demonstração dessa interação cultural mundial.
Essa diversidade, entretanto, encontra resistências que partem de movimentos
sociais e de setores da sociedade: surgem movimentos fundamentalistas que se
apegam às tradições como resistência à globalização ocidentalizante.
A globalização pode se tornar a responsável pela diversidade cultural entre as nações,
confundindo assim, as tradições culturais existentes até hoje.
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
6. O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO
6.1 O SER HUMANO COMO SER SOCIAL
“O homem, que por meio das interações recíprocas cria um sem-número de
instituições, organizações e fenômenos sociais, ao nascer, já encontra o grupo
estruturado com uma quantidade incontável de valores, normas, costumes, etc. E
pela transmissão cultural aprende a viver em sociedade, transformando-se de um
animal da espécie humana em um ser humano culturalmente definido” (DIAS, 2005).
Nesse sentido, a sociedade ou grupo social precede o indivíduo, isto é, vem antes
do indivíduo, sendo o ser humano, à luz da Sociologia, um produto da interação
social. Tal afirmação, porém, não recebe a aprovação unânime dos cientistas
sociais, tendo em vista que outras ciências, como Psicologia, não confirma esta
afirmação.
Pode-se afirmar que sem contato com o grupo social, o animal homem
dificilmente desenvolveria as características chamadas de
“humanas”.
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
6. O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO
6.2 DESVIO SOCIAL
Para Dias (2005), o desvio social é o comportamento do indivíduo que se afasta das
normas adotadas em determinada sociedade. Nesse aspecto leva-se em conta um
comportamento anormal, ou seja, aquele que não segue normas ou regras do grupo.
Pode ser um comportamento qualquer que não corresponde às expectativas da
sociedade.
Na verdade, os desvios sociais podem ser socialmente aprovados ou reprovados.
Por exemplo, podem ser considerados anormais os comportamentos do criminoso,
da prostituta ou do alcoólatra. Mas também são anormais os comportamentos de
músico genial, um jogador de futebol fenomenal, um campeão de ginástica, ou de
um aluno que só tira nota 10.
O desvio social é universal, ou seja, pode ocorrer em diversas sociedades do mundo,
não sendo específico de uma única sociedade.
A partir do momento em que uma sociedade estabelece regras e regulamentos, ocorre
a violação dessas regras, com punição para os transgressores.
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
6. O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO
6.2 DESVIO SOCIAL
6.2.1 Crime
O crime é um dos maiores problemas sociais não somente do Brasil como de muitas
partes do mundo. O crime é considerado um desvio social em função de que envolve
a violação de normas sociais importantes.
Um crime pode ser definido como um tipo específico de desvio das normas sociais
estabelecidas por lei, ou seja, legalmente instituídas por uma autoridade política.
6.2.2 Marginalidade
Quando um indivíduo se situa fora ou à margem do grupo, contradizendo as normas
sociais, dá-se a esse fenômeno social o nome de “marginalidade”.
Trata-se de um fenômeno incluído como um tipo de desvio social bastante complexo,
em virtude de que os indivíduos desse grupo criam suas próprias normas à margem
da sociedade.
A questão social da marginalidade é bastante controvertida dentro da própria
Sociedade: alguns atribuem a marginalidade ao próprio indivíduo, que faz essa
opção. Outros atribuem à Sociedade e ao Estado a responsabilidade pelo
crescimento da marginalidade, com a ausência de educação e emprego.
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
6. O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO
6.3 CONTROLE SOCIAL
A ordem de uma sociedade deve se apoiar numa rede papéis, dentro dos quais cada
pessoa aceita determinados deveres em relação aos outros e deles reivindica certos
direitos.
Se cada indivíduo cumprir o seu papel social rigorosamente, a sociedade terá êxito
no seu funcionamento, pois é cada uma das partes que forma o todo. O organismo
humano, por exemplo, somente funciona perfeitamente se todos os seus órgãos,
tecidos e células funcionem convenientemente. Assim também é a sociedade.
Assim, sendo fundamental para o seu funcionamento, a sociedade cria um
mecanismo denominado de “controle social”, direcionado para aqueles que não
cumpram o seu papel sejam forçados a fazê-lo.
Nesse aspecto, há dois tipos de controle social: o informal, utilizado casualmente
pelas pessoas (sorrisos, olhar de reprovação, advertência verbal) e o formal, quando
o controle é exercido por agentes autorizados e institucionalizados, como policiais
civis e militares, médicos, empregadores, etc.
Existem três tipos de controle social:
“socialização”, “pressão do grupo” e “sanções”.
As sanções podem ser:
positivas (recompensas) e negativas (punições).
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
LEITURA DA UNIDADE I
ANOMIA
Durkheim denominou de “anomia” ao enfraquecimento das normas numa dada sociedade, considerando-a
como sendo uma desorganização tal da sociedade que enfraqueceria a integração dos indivíduos que não
sabem que normas devem seguir. Para Durkheim, numa sociedade ou grupo social em anomia “faltará uma
regulamentação durante certo tempo. Não se sabe o que é possível e o que não é, o que é justo e o que é
injusto, quais as reivindicações e esperanças legítimas, quais as que ultrapassam as medidas”.
Confinamento e anomia (Dressller e Willis Jr., 1980).
As pessoas que sobreviveram aos campos de concentração nazistas testemunharam que,
enquanto encarceradas, elas estavam em um estado que poderia ser considerado de extrema anomia. Ao
entrarem nos campos, elas mantiveram os seus valores habituais, incluindo um sentimento de íntima
identificação com seus camaradas sofredores. Elas se tratavam com compaixão, cooperavam para tapear os
guardas e não se roubavam uns aos outros. Pouco a pouco, porém, algumas delas mudavam. Impelidas
pela privação, saúde precária, tortura e ameaça de exterminação, elas passavam a violar as normas que
prezavam grandemente à época da admissão. Algumas roubavam dos seus camaradas; algumas
informavam sobre os prisioneiros que tinham violado os regulamentos; outras buscavam privilégios especiais
colaborando com os seus captores, de um modo ou de outro.
Esses desertores se afastaram de seus colegas prisioneiros. Eles sabiam que não pertenciam
àquele mundo, mas não tinham nenhum outro mundo no qual participar. Eles abandonaram as normas às
quais eles tinham anteriormente subscrito, mas eles não tinham nenhum sistema de normas substitutivas
que fosse consistente, amplo ou conscientemente reorganizado e aceito.
SOCIOLOGIA
UNIDADE I
Fim da Unidade I
A nossa Primeira Avaliação será no dia 20.09.06
Valor: 0 a 7 pontos
+
O valor do trabalho em grupo: (0 a 3 pontos).
A presença de todos é fundamental.
Importante evitar a Segunda Chamada, pois ela tem um custo
muito alto para o aluno.
Porém, se for impossível a sua presença no dia da prova,
observe o prazo para requerer a segunda chamada:
48 horas após a realização da prova!!!
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UNIDADE II
7. A DESIGUALDADE SOCIAL
A desigualdade social tem sido uma das maiores preocupações da humanidade. Ela
parece estar aumentando com o aceleramento da globalização e da revolução
científico-tecnológica. Isto é observado através da divulgação periódica dos Índices
de Desenvolvimento Humano (IDH), pela Organização das Nações Unidas (ONU),
demonstrando que os países mais ricos estão se distanciando dos mais pobres,
aumentando o fosso social que separa o Norte Desenvolvido do Sul
subdesenvolvido.
Em qualquer parte do planeta observa-se que as imagens da fome refletem no dia-adia das pessoas comuns dos países desenvolvidos, forçando-as a pressionarem os
governos e instituições nas tomadas de ações com o intuito de minorar o sofrimento
dos mais pobres. Tal cenário torna possível a mobilização de manifestações
mundiais, encontrando na tecnologia uma grande aliada para essas finalidades.
A desigualdade social gera os conflitos internos e externos das sociedades mundiais,
levando as nações muitas vezes ao caos social, como acontece em muitos países
da África, da América Central, e até mesmo da Europa.
SOCIOLOGIA
UNIDADE II
7. A DESIGUALDADE SOCIAL
7.1 A DESIGUALDADE SOCIAL NO MUNDO
Apesar da evolução tecnológica implementada pela humanidade, conseguindo
grandes avanços na medicina e extraordinária produtividade agrícola por meio da
agricultura mecanizada, o sistema econômico mundial eminentemente capitalista
tem se mostrado impotente na superação da profunda desigualdade social que
impera na maior parte do planeta.
Na verdade, instala-se um paradoxo, ao se observar que a concentração de riqueza
vem aumentando no mundo atual, trazendo por conseqüência, novos tipos de
desigualdades, sendo uma delas a de acesso à informática, que implica no aumento
da desigualdade de acesso à informação, ou seja, o conhecimento produzido passa
a ser incorporado por uma minoria, que por sua vez detém cada vez mais o controle
dos processos de produção da riqueza global.
Nas grandes cidades, mesmo naquelas de países ditos desenvolvidos ou em
desenvolvimento, as desigualdades sociais são observadas nitidamente, através da
proliferação de favelas em ritmo muito mais acelerado do que o desenvolvimento da
classe média.
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7. A DESIGUALDADE SOCIAL
7.2 A DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL
Segundo Dias (2005), as raízes da desigualdade social no Brasil não diferem
daquelas dos outros países latino-americanos. A forma de colonização, a profunda
dependência externa do país, a acumulação de riqueza pelas camadas mais altas da
população, a marginalização histórica de parcelas significativas da população ( os
negros, por exemplo não conseguiram aumentar sua inserção social), aliadas a
práticas administrativas que privilegiam o apadrinhamento político e favorecem o
desvio de verbas, podem explicar a situação atual de pobreza, desigualdade e
miséria em que vive uma parcela significativa da população brasileira.
O cenário brasileiro das desigualdades sociais planta-se basicamente na educação e
nas raízes culturais do povo. Parece existir uma espécie de “acomodação social”
imprimida pela massa populacional, que não busca despertar-se para os problemas
da pobreza que a envolvem. Aceita pacificamente as discrepâncias, as corrupções
políticas que promovem o desvio de verbas dirigidas para as ações sociais e se
acomoda diante de folias ilusionistas como o futebol, o carnaval e festas populares
oferecidas por políticos inescrupulosos, que se aproveitam dos cargos públicos para
enriquecer-se absurdamente: Exemplo recente, os “SANGUESSUGAS” e o
“VALERIODUTO”.
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UNIDADE II
7. A DESIGUALDADE SOCIAL
7.2 A DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL
Dados da pobreza extrema – Brasil 2000
Região
N° de pobres
(mil)
% da
população
BRASIL
21.735
12,87
Norte
2.415
18,79
Nordeste
11.481
24,14
Sudeste
5.451
7,57
Sul
1.533
6,14
855
7,40
Centro-Oeste
Ao lado, visualiza-se o
cenário da pobreza no
Brasil, em 2000.
A desigualdade social
tem sido a grande
responsável para o
aumento da pobreza
extrema no país.
O Estado, entretanto,
procura fazer “vistas
grossas” ao problema,
buscando mais o
fortalecimento do
poder político do que
as soluções para os
problemas sociais.
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000; FERRARI, Lívia. “Pobreza extrema atinge 21,7 milhões”.
Gazeta Mercantil, 17 set. 2003, p. A-5.
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8. AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS
“O que caracteriza as instituições são os diferentes status e papéis construídos ao
longo do seu processo de institucionalização – papéis que se inter-relacionam de
maneira previsível” (DIAS, 2005).
Algumas instituições são encontradas em todas as sociedades. Estas são
consideradas básicas, a exemplo da instituição familiar, educacional, religiosa,
econômica e política. Cada uma delas possui funções e responsabilidades atribuídas
pela sociedade na qual estão inseridas.
8.1 CONCEITO
Instituição social é um sistema complexo e organizado de relações sociais
relativamente permanente, que incorpora valores e procedimentos comuns e atende
a certas necessidades básicas da sociedade.
As instituições podem ser definidas também como organizações de normas e
costumes para a obtenção de alguma meta ou atividade que as pessoas julguem
importante.
As instituições formam a estrutura permanente, dentro da qual operam a cultura e a
estrutura social.
As instituições são conjuntos organizados de crenças e práticas. É, portanto, uma
maneira definida, formal e regular de fazer alguma coisa.
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8. AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS
8.2 O PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO
A institucionalização é o processo pelo qual certas atividades vão adquirindo
padrões e rotinas. Além disso, são atividades esperadas e aprovadas que visam
atingir objetivos considerados importantes. O papel é dito institucionalizado quando é
padronizado, aprovado e esperado.
A briga de rua não é institucionalizada, mas a luta de box profissional sim, porque
apresenta regras padronizadas e uma determinada rotina (campeonato por
categoria).
O ensino em uma sala de aula é institucionalizado porque está formalizado, é regular
e previsível, caracterizando-se por certos relacionamentos sistematizados entre
professores,alunos e a administração escolar.
A institucionalização desenvolver um sistema regular de normas, status e papéis
sociais que são aceitos pela sociedade. Co a institucionalização o comportamento
espontâneo e imprevisível é substituído pelo comportamento regular e previsível.
As instituições promovem a regularidade da vida social, pois desenvolvem
padrões de conduta e comportamento que devem ser seguidos
pelas pessoas que nelas operam.
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8. AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS
8.3 A FAMÍLIA
Entende-se por família como um grupo aparentado responsável pela socialização de
suas crianças e pela satisfação de necessidades básicas. Consiste em um
aglomerado de pessoas relacionadas entre si pelo sangue , casamento, aliança ou
doação, vivendo juntas em uma mesma casa por um período de tempo indefinido.
A família é considerada uma unidade social básica e universal. Ela é básica porque
dela depende a formação da sociedade. É universal por ser encontrada em todas as
sociedades humanas, de uma forma, ou de outra.
Existem dois tipos de estrutura familiar: a monogâmica e a poligâmica. A
monogâmica, universalmente, é a mais comum forma de casamento, que envolve o
casamento do homem com uma só mulher. Há porém sociedades que admitem a
poligamia, em que o homem é casado com mais de uma mulher e vice-versa.
Existem dois tipos de poligamia:
A poliandria, que é a união de uma mulher com mais de um homem
simultaneamente, como existe em certas culturas na região central da China, entre
tribos do Tibet e entre os esquimós.
A poliginia, que permite o casamento do homem com várias mulheres, como ocorre
entre os povos árabes e entre tribos africanas.
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8. AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS
8.4 A RELIGIÃO
A religião é uma instituição que assume múltiplas formas em função de cada cultura,
possuindo também diferentes significados.
Para Durkheim, não existem religiões falsas. À sua maneira, todas são verdadeiras,
todas respondem, mesmo que diferentes formas, a condições dadas da existência
humana.
Para muitas pessoas, a religião constitui um real apoio psicológico, permitindo
responsabilizar a divindade o sobrenatural ( o destino, o que está escrito) pelos seus
próprios erros e fracassos.
Muitos acreditam que a religião transmite uma sensação de segurança, pois aquele
que tem fé está protegido pela divindade.
A religião facilita o conformismo e contribui para que as pessoas aceitem o
inaceitável, como a morte, a pobreza, a desigualdade, a dor, etc.
As instituições religiosas exercem papéis fundamentais na sociedade: no processo de
Socialização, no controle social, na intervenção de conflitos sociais, etc.
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8. AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS
8.5 A EDUCAÇÃO
A educação é uma das atividades básicas das sociedades humanas. É através da
educação que a sociedade procura transmitir suas tradições, costumes e habilidades
aos mais jovens.
Sua função primordial é contribuir para a manutenção das sociedades, transmitindo
suas idéias, normas e valores de geração a geração, ao tempo em que prepara
jovens para o desempenho de seus papéis sociais estabelecidos pela sua respectiva
cultura.
Assim, a educação é um reflexo da cultura, manifestando nas sociedades complexas
os conflitos existentes para a busca de mudanças que visem o desenvolvimento
cultural, intelectual e tecnológico.
A educação institucionalizada visa a reprodução do saber, na qual se inclui dois
aspectos:


A reprodução pura e simples do que conhecido, entendido e
interpretado;
A reprodução realizada por uma abordagem crítica e criteriosa,
incorporando novos elementos em função da realidade vivida.
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8. AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS
8.6 AS INTITUIÇÕES POLÍTICAS
A instituição política é um sistema social e cultural no qual estão estabelecidos
métodos relativamente formais para a aquisição e o exercício do poder, no âmbito de
uma determinada jurisdição, por meio de órgãos considerados como tendo
autoridade legítima.
A instituição política reflete em uma sociedade, geralmente, a idéia de poder do
Estado, que detém o monopólio da coerção física.
As formas de governo são as mais diversas, incluindo-se entre as mais importantes,
as seguintes:




Monarquia – exercida por um poder soberano (rei ou rainha);
Oligarquia – Por membros deuma mesma família;
Democracia – Exercido pelo povo através de seus representantes;
Didatura – Quando o poder do Estado encontra-se nas mãos de uma
só pessoa ou grupo de pessoas (Getúlio Vargas, no Brasil; Pinochet,
no Chile; Fidel Castro, em Cuba; os militares, no Brasil).
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9. ECONOMIA E TRABALHO
9.1 A INSTITUIÇÃO ECONÔMICA
“As sociedades humanas criaram formas de atender às necessidades de um número
cada vez maior de indivíduos. Embora permaneçam em situações de desigualdades,
é inegável que as instituições econômicas atendem, proporcionalmente, a um
número maior de indivíduos do que no passado” (DIAS, 2005).
Do ponto de vista da Sociologia, a instituição econômica é estudada como uma
instituição social, destacando-se a estrutura dos papéis e o status que a formam.
Desse modo, define-se a instituição econômica como um sistema social e cultural
diretamente relacionado com a produção, a distribuição e o consumo de bens e
serviços.
A função básica da instituição econômica é prover os meios necessários de
sobrevivência para os membros de uma determinada sociedade.
Bases da instituição econômica:
• produção
• distribuição
• consumo de bens e serviços
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10. DINÂMICA E MUDANÇA SOCIAL
10.1 CONCEITOS
A dinâmica social está intrinsecamente relacionada com a dinâmica do crescimento
da população mundial. Ao longo da sua história, a humanidade vem dinamizando um
crescimento gradativo e até mesmo ordenado até meados do século XIX.
Entretanto, a partir do século XX, o crescimento populacional acelerado vem
preocupando bastante os cientistas sociais, principalmente no que tange às nações
subdesenvolvidas, exceção da China, que tem a maior população do planeta (com
cerca de 1,5 bilhão de pessoas, o que representa cerca de um quarto da população
total da terra) e que emerge como um dos países que mais tem se desenvolvido
economicamente no mundo.
Por outro lado, a mudança social envolve estudos das tendências demográficas, das
alterações na estrutura familiar, na estrutura da estratificação social, entre outros
aspectos.
É impossível imaginar um mundo em que sua dinâmica não se torne
preocupante em função dos problemas de superpopulação, do meio ambiente
e da mudança social.
SOCIOLOGIA
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10. DINÂMICA E MUDANÇA SOCIAL
10.2 POPULAÇÃO
A questão da ocupação do homem nos espaços naturais vem sendo estudada pelos
cientistas sociais que trazem à tona o problema da superpopulação do planeta e a
dificuldade de abastecimento dessa grandiosa massa de indivíduos nos anos
vindouros.
Ao iniciar o século XXI, contabiliza-se cerca de 6 bilhões de pessoas no planeta. Isto,
sem contar com a miséria dos países pobres que elevam a taxa de mortalidade
infantil cada vez mais crescente, as guerras civis dos países africanos,
principalmente, que dizimam bastante o número de pessoas, as guerras militares
entre países do Oriente Médio, sempre protagonizadas pelos Estados Unidos, os
problemas de alimentação e saúde, as catástrofes naturais que têm sepultado
milhares de vidas no mundo inteiro, além das violências urbanas representadas
pelos crimes e pelos acidentes de transito que matam, no mundo inteiro, uma boa
parcela da população.
Mesmo com esses altos índices de mortalidade em diversos ângulos da existência
humana, é preocupante o índice de natalidade, justificando desse modo, os estudos
de Thomas Malthus que no século XIX preocupou-se com a relação entre o
crescimento populacional e a produção de alimentos.
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10. DINÂMICA E MUDANÇA SOCIAL
10.3 MEIO AMBIENTE
A questão do meio ambiente está atrelada a dois aspectos básicos: o crescimento
populacional e a industrialização mundial. A produção industrial estimulada pelo
crescimento econômico mundial, gera a necessidade de utilização de grandes
quantidades de energia e de recursos naturais, que terminam por configurar um
quadro de degradação do meio ambiente em contínuo processo.
Na segunda metade do século XX, os problemas ambientais se agravaram e
começaram a parecer com maior visibilidade para amplos setores da população,
principalmente dos países desenvolvidos, os mais afetados pelos impactos
provocados pela Revolução Industrial.
Um dos primeiros casos de agressão à natureza com conseqüências graves para o
homem e que repercutiu mundialmente, foi a contaminação da baía de Minamata, no
Japão, onde se registrou casos de disfunções nos pescadores e suas famílias que
se alimentavam dos peixes pescados no local, causados pelos resíduos químicos
lançados no rio por uma indústria química instalada em suas margens.
De lá para cá, o mundo já viu inúmeros acidentes ecológicos de proporções
gigantescas.
SOCIOLOGIA
UNIDADE II
10. DINÂMICA E MUDANÇA SOCIAL
10.4 MUDANÇA SOCIAL
As sociedades humanas sofrem constantes transformações ao longo do tempo,
constituindo sua principal e marcante característica. Ao contrário do que se pensa,
não é a estabilidade social que caracteriza a humanidade, mas sua capacidade de
mudar constantemente. Isto é possível graças ao seu poder adaptativo, visto que o
ser humano consegue se movimentar e habitar em praticamente qualquer lugar da
face da terra e, mais recente, até mesmo do espaço.
Com a globalização e a revolução tecnológica, as mudanças vêm ocorrendo com
maior velocidade, afetando um maior número de pessoas em relação aos tempos
idos.
Do ponto de vista sociológico, a complexidade de vida social aumentou, promovendo
o surgimento de muitos problemas sociais novos e que ainda carecem de
explicações. No limiar deste novo século, a velocidade das mudanças tecnológicas
vem sendo acompanhadas por profundas alterações nos costumes e nas práticas
cotidianas.
O mundo não é mais o mesmo. Instala-se a complexidade das mudanças,
fazendo surgir novos conceitos e estudos das sociedades.
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RESPONSABILIDADE SOCIAL
ESTE CONTEÚDO ESTÁ DISPONÍVEL NO SITE DO PROFESSOR:
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ELE SERÁ TEMA PARA DEBATES EM SALA DE AULA
APÓS PROJEÇÃO DE FILME REFERENTE AO ASSUNTO,
PREVISTO PARA O DIA 01.11.06.
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AS NOVAS NAÇÕES DO MUNDO:
DIVISÃO GEO-POLÍTICA
CONFLITOS SOCIAIS
INTERESSES POLÍTICOS E ECONÔMICOS.
ESTES CONTEÚDOS SERÃO DESENVOLVIDOS PELOS
ALUNOS NO DIA 08.11.06.
OS GRUPOS LEVARÃO SUAS CONTRIBUIÇÕES
PARA EXPLANAÇÃO E DEBATES EM SALA
DE AULA.
FAVOR AGUARDAR A METODOLOGIA PARA
APRESENTAÇÃO.
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UNIDADE II
“PARA AONDE CAMINHA A HUMANIDADE?”
TEMA PARA O SEMINÁRIO, SERVINDO COMO AVALIAÇÃO
DA SEGUNDA UNIDADE.
AS INSTRUÇÕES FINAIS SERÃO PASSADAS AOS
GRUPOS NO DIA 22.11.06.
A APRESENTAÇÃO SE DARÁ NO DIA 29.11.06, COM A
PARTICIPAÇÃO DE TODA A TURMA DO PRIMEIRO
PERÍODO.
TÉRMINO DA SEGUNDA UNIDADE:
29.11.06.
OS ALUNOS NÃO PARTICIPANTES DO SEMINÁRIO FARÃO PROVA ESCRITA
NO DIA 06.12.06, COM OS CONTEÚDOS DA 2ª UNIDADE.
SOCIOLOGIA
MENSAGEM FINAL
NUNCA, EM MOMENTO ALGUM, DESISTA DOS SEUS
OBJETIVOS.
ELES SÃO A PLATAFORMA PARA O ALCANCE DO
SUCESSO.
POR MAIS ESPINHOSOS QUE POSSAM PARECER OS
CAMINHOS DE SUA LONGA CAMINHADA, NADA É
COMPARÁVEL AO SENTIMENTO DO PRAZER PELA
VITÓRIA ALCANÇADA.
DEUS O ABENÇOE E O ILUMINE SEMPRE.
Prof. Abimael
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