III Simpósio Internacional de Aterosclerose SBC-DA Segurança das Vastatinas Francisco Antonio Helfenstein Fonseca Prevenção de eventos coronarianos quanto maior a redução no LDL-C melhor 30 4S-placebo 2° prevention 25 4S-Rx 20 Taxa de Eventos (%) DAC + revasc + AVC DAC LIPID-placebo 15 LIPID-Rx CARE-placebo CARE-Rx HPS-placebo 10 HPS-Rx 5 AFCAPS-Rx 80 100 WOSCOPS-placebo WOSCOPS-Rx ASCOT-placebo ASCOT-Rx 0 1° prevention AFCAPS-placebo 120 140 160 180 200 Nível médio do LDL-C durante o seguimento (mg/dL) Rx=tratamento Adaptado de Ballantyne CM. Am J Cardiol 1998;82:3Q–12Q EUROASPIRE II: 61% dos pacientes estavam recebendo redutores de lípides Bélgica República Tcheca Finlândia França Alemanha Grécia Hungria Irlanda Centros Itália Holanda Polônia Eslovênia Espanha Suécia Reino Unido Todos 49 57 64 68 68 47 51 62 60 76 42 58 65 77 69 Pacientes (%) 61 N=5556 pacientes com DAC e indicação para tratamento Adaptado do EUROASPIRE II Study Group Eur Heart J 2001;22:554-572. EUROASPIRE II: apenas 51% dos Pacientes Atingiram a Meta* Bélgica República Tcheca Finlândia França Alemanha Grécia Hungria Irlanda Centros Itália Holanda Polônia Eslovênia Espanha Suécia Reino Unido Todos 39 31 70 44 41 42 48 55 49 66 49 41 52 65 54 51 Pacientes (%) *Colesterol total <5 mmol/L (190 mg/dL) Adaptado do EUROASPIRE II Study Group Eur Heart J 2001;22:554-57 Maioria dos pacientes que são tratados não estão atingindo as metas lipídicas 2829 pacientes† 1464 (52%) não atingem o alvo Com a dose inicial 813 (55%) não titulados 448 (69%) Não atingiram o alvo 1365 (48%) No alvo com a Dose inicial 651 (45%) titulados 203 (31%) No alvo † Pacientes com LDL-C alvo <100 mg/dL (DAC e/ou diabetes mellitus) com HDL-C ≤45 mg/dL Foley KA, Simpson RJ, Crouse JR et al. Am J Cardiol 2003;92:79-81 Aspectos de relevância clínica na segurança das vastatinas Estrutura química das vastatinas Interação farmacológica Vastatinas são inibidores da Vastatinas podem diferir HMG CoA redutase muito Em biodisponibilidade, seletivas Biotransformação, meia-vida, etc. Reduzido potencial de interferência Possuem potencial de interferência ao nível farmacodinâmico ao nível farmacocinético Inibição da HMG-CoA Três determinações de IC50 (nM) - intervalo de confiança 95% Rosuva 5.4 IC50 (nM) (escala log ) 10 Atorva 8.2 Ceriva* Simva* 10.0 11.2 Fluva** 27.6 Prava** 44.1 100 Diferença significante para rosuvastatina, * P < 0.05, ** P < 0.001 McTaggart et al. Am J Cardiol 2001;87:28B-32B Lipofilicidade relativa das vastatinas 2.0 1.5 Octanol/água partição (logD, pH 7.4) 1.0 Cerivastatina Simvastatina Fluvastatina 0.5 Atorvastatina 0.0 Rosuvastatina -0.5 -0.1 Pravastatina Davidson et al. Expert Opin Investig Drugs 2002 11:125-141 Farmacocinética das vastatinas Potência em relação a enzima (IC50%) Metabolismo CYP 3A4 Meia vida de eliminação (h) % máxima de efeito sobre o LDL-C Rosuva 5,4 Não 20 65 Atorva 8,2 Sim 14 55 Ceriva 10 Sim 2-3 41 Simva 11,2 Sim 1-2 47 Fluva 27,6 Não 1-2 34 Prava 44,1 Não 1-2 32 Stein et al. Current Atherosclerosis Reports 2001, 1:68-72 Tolerabilidade e segurança das vastatinas Percentagem de pacientes com um efeito adverso das vastatinas levando a suspensão de seu uso 8 7 6 Pacientes (%) 5 4 2.9% 3.2% 2.5% 3 2.5% 2 1 10–40 mg 10–80 mg 10–80 mg 10–40 mg 0 rosuvastatina atorvastatina simvastatina pravastatina (n=3074) (n=2899) (n=1457) (n=1278) Brewer HB. Am J Cardiol 2003;92(Suppl):23K–29 Perfil de efeitos adversos Efeitos hepáticos Efeitos renais Efeitos musculares Efeitos hepáticos Vastatinas e efeitos hepáticos Farmacovigilância pós comercialização das vastatinas • Elevação de transaminases hepáticas < 1% • Maioria das elevações são dose dependentes e aparecem dentro dos primeiros três meses de tratamento Entretanto, como conduta geral para o uso das vastatinas: • Testes de função hepática são recomendados. • Precaução em pacientes com história de alcoolismo ou doença hepática. • Contra-indicação em pacientes com doença hepática ativa Bellosta S, et al. Circulation 2004;109:III50-III57 Vastatinas e efeitos hepáticos ALT >3 × LSN: freqüência por redução do LDL-C Fluvastatina (20, 40, 80 mg) Lovastatina (20, 40, 80 mg) Sinvastatina (40, 80 mg) Atorvastatina (10, 20, 40, 80 mg) Ocorrência de ALT >3×LSN (%) 3.0 Rosuvastatina (10, 20, 40 mg) 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 20 30 40 50 60 70 LDL-C redução (%) Persistente elevação definida como >3 x LSN em 2 ocasiões consecutivas Brewer HB. Am J Cardiol 2003;92:23K–29K Tolerabilidade e segurança efeitos renais Tipos de Proteinúria Normal Glomérulo Sangue Proteinúria Proteinúria Glomerular Tubular Sangue Sangue Túbulo Bexiga Produtos de excreção Proteínas de alto peso molecular (inclui grandes quantidades de albumina) Proteínas de baixo peso molecular (inclui pequenas quantidades de albumina) Vastatinas - Proteinúria • Proteinúria foi observada em um pequeno número de pacientes recebendo terapia com todas as vastatinas estudadas e também em pacientes com placebo. • Esta observação foi extensamente investigada em pacientes recebendo rosuvastatina, sendo encontrado: Geralmente transitória e frequentemente resolvida mesmo com a continuidade do tratamento1 - Não preditiva de doença renal aguda ou progressiva e frequentemente tubular em sua origem. Vidt DG et al. Cardiology 2004;102:52-60 Vastatinas - Proteinúria e Hematúria • A freqüência de proteinúria e hematúria combinadas foi: – 0.1% with rosuvastatina 40 mg – 0.2% with atorvastatina 20 mg – 0.3% with simvastatina 40 mg • Nenhum paciente que recebeu rosuvastatina 10 e 20 mg, atorvastatina 10, 40 e 80 mg, sinvastatina 10, 20 e 80 mg, pravastatina 10, 20 e 40 mg ou placebo tiveram hematúria e proteinúria combinadas. Vidt DG et al. Cardiology 2004;102:52-60 Inibição da captação de albumina e síntese de colesterol pelas vastatinas 100 Rosuvastatina Atorvastatina Sinvastatina Pravastatina Fluvastatina 80 Inibição da captação de albumina (%) 60 40 20 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Inibição da síntese de colesterol (%) Sidaway et al. 41st Congress of the European Societies of Toxicology, 2003 Vastatinas – Manutenção da função renal 1 0 rosuvastatina 10 20 40 mg mg mg atorvastatina sinvastatina pravastatina 10 20 40 80 mg mg mg mg 10 20 40 80 mg mg mg mg 10 20 40 mg mg mg 0.4 placebo mol/l, média Alteração absolutana creatinina sérica Creatinina sérica basal e na visita final em ensaios clínicos controlados -1 -0.8 -1 -2 -2 -2 -2 -2 -2 -2 -2 -2 -2 -2 -2 -3 -4 -4 -5 Todos os valores basais e da última visita com creatinina dentro da faixa normal (0,7-1.4 mg/dl) Vidt DG et al. Cardiology 2004;102:52-60 Vastatinas e efeitos musculares Segurança das vastatinas: Miopatia Sintomas de miopatia podem se desenvolver desde algumas semanas até mais de dois anos. Pacientes podem desenvolver sintomas de miopatia a despeito de níveis normais de CK. Rabdomiólise definida como uma síndrome que resulta de grave injúria e lise muscular, causando uma liberação generalizada de mioglobina e urina escura (marrom) secundária à mioglobinúria, pode resultar do uso das vastatinas. Análise do Adverse Event Reporting System (AERS) do FDA mostrou, em junho de 2001, que com base nas prescrições incluindo todas as vastatinas, com exceção da cerivastatina, apresentou taxa de rabdomiólise fatal < 1/milhão Bellosta S, et al. Circulation 2004;109:III50-III57 Relatos de casos fatais de rabdomiólise nos EUA Data de aprovação rabdomiólise Fatal (n) Lova Prava Simva Fluva Atorva Ceriva 1997 1991 1991 1993 1996 1997 14 0 6 37392 140360 9815 484273 0.04 3.16 0.15 19 3 31 Total - 73 prescrições em milhões 99197 81364 116145 0.19 0.04 0.12 Taxa por milhão 0 de prescrições Jamal, SM et al. Am Heart J 2004;147:956-65 Mecanismos de miopatia induzida pelas vastatinas 1. Depleção de metabólitos intermediários - reversão de efeitos com mevalonato - diminuição da coenzima Q10 (ubiquinona ) - Disfunção mitocondrial (anaerobiose) Hipóteses 2. Indução de apoptose celular - Atorva/sinva/lova ↑ apoptose CML (revertido com mevalonato) 3. Alteração na condutância de canais de cloro - Canais de cloro relacionados com hiperpolarização e relaxamento - Miotoxicidade por fibratos - Alteração colesterol/fosfolípides nas membranas celulares (lipofilicidade) Jamal, SM et al. Am Heart J 2004;147:956-65 Relatos de rabdomiólise 601 relatos de casos de rabdomiólise nos EUA (FDA) associados com prescrição de todas as vastatinas (novembro de 1997 a março de 2001). Em 55% destes casos uma interação droga-droga pode ser suspeitada. Em outra pesquisa mais extensa (janeiro de 1990 a março de 2002) foram relatados 3339 casos de rabdomiólise sendo 55% destes associados com o uso de medicações concomitantes (mibefradil, fibratos, ciclosporina, macrolídeos, warfarin, digoxina e antifúngicos. A incidência de rabdomiólise fatal foi de 0,15 mortes por milhão de prescrições. A compilação de todos os estudos controlados randomizados com vastatinas (n=83858 pacientes) mostrou 49 casos de miosite e 7 de rabdomiólise no grupo vastatina e 44 de miosite e 5 de rabdomiólise no grupo placebo Bellosta S, et al. Circulation 2004;109:III50-III57 Vastatinas: Interação farmacológica Fluvastatina, pravastatina e rosuvastatina não são metabolizadas pelo CYP3A4, sugerindo menor potencial de interação farmacológica. Entretanto, aumento de 5-23 vezes na biodisponibilidade da pravastatina foi relatada em presença de ciclosporina A. Foi descrito que a competição pelo transporte à árvore biliar na membrana do canalículo biliar pode reduzir o clearance da pravastatina. Cimetidina e grapefruit são inibidores do CYP3A4 e podem promover aumento da exposição sistêmica de vastatinas que compartilham este sítio de metabolização. Antagonistas de canais de cálcio (verapamil, diltiazem) são fracos inibidores do CYP3A4, mas casos de rabdomiólise foram observados com sinvastatina e atorvastatina, sugerindo alguma precaução. Bellosta S, et al. Circulation 2004;109:III50-III57 Vastatinas: Interação com fibratos Taxa de rabdomiólise fatal elevou-se em 16 a 80 vezes com a cerivastatina. Uma revisão de 36 estudos envolvendo a combinação vastatina-fibrato e 29 relatos de casos de rabdomiólise mostraram uma prevalência de miopatia de 0,12%. O risco de miopatia e elevação de CK parece maior com a gemfibrosila do Que com o bezafibrato ou fenofibrato. Redução da extração hepática da vastatina pode estar associado a comprometimento hepático pelo fibrato. Foi sugerido que os efeitos adversos da terapia combinada possam ser decorrentes de interação farmacocinética via inibição da glucuronidação e não de direta interferência na oxidação via CYP3A4. Uso de terapia combinada com niacina de liberação intermediária parece possuir menor potencial de interação farmacocinética com as vastatinas. Bellosta S, et al. Circulation 2004;109:III50-III57 Vastatinas – Efeitos musculares Ocorrência de CK >10×ULN (%) CK >10 x LSN: Frequência por redução de LDL-C Rosuvastatina (10, 20, 40 mg) Atorvastatina (10, 20, 40, 80 mg) Simvastatina (40, 80 mg) Pravastatina (20, 40 mg) Cerivastatina (0.2, 0.3, 0.4, 0.8 mg) 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 20 30 40 50 60 70 LDL-C redução (%) Brewer HB. Am J Cardiol 2003;92:23K–29K Recomendações clínica na miopatia Paciente sintomático Paciente Assintomático Nível Recomendações de CK clínicas > 10 x Discontinuação da vastatina > 3-10 x Seguimento clínico e CK semanal ↑ progressivo Dose ou descontinuação temporária > 10 x Considerar discontinuação da vastatina > 3-10 x Seguimento clínico e CK periódicos AHA/ACC/NHLBI Shek A. Ann Pharmacother 2001;35:908-17