Economia Ecológica: O papel da metodologia emergética Efluentes, emissões e resíduos Q3 Q4 Consumidores locais Energias renováveis Mata nativa Produção Q1 Produtos e serviços da economia urbana Serviços ambientais Alimentos, fibra e energia Q2 Q4 Q3 Consumidores Decompositores Q4 para o desenvolvimento sustentável 1 Quais os princípios, as políticas e as estratégias da Economia Ecológica? 2 1. Nos sistemas, a energia e a matéria se transformam e podem se manifestar como: (a) energia com potencial útil (“exergia”) (b) energia degradada (“energia calórica”) (c) trabalho realizado (“emergia”). exergia energia degradada (calor) emergia trabalho realizado 3 O cosmos é composto de inúmeros sistemas, muito diversos. Eles podem: Dispersar energia interna Receber e conduzir energia Acumular energia 4 Os sistemas no cosmos evoluem e podem: Transformar energia, criar acúmulos (biomassa, estruturas, organização e informação) e desenvolver laços de retro-alimentação As unidades se acoplam em redes e pulsam (crescem e decrescem) com diversas freqüências 5 Produtores (plantas e algas) Nutrientes Cadeia de vários estágios de consumidores Fontes renováveis externas Resíduos Energia dispersada Aproveitamento da energia disponível em uma área 2. A transformação gera energia de maior intensidade e novas propriedades e energia degradada (que não é mais aproveitável). O produto (trabalho) integra a energia potencial utilizada e recebe o nome de “emergia” (Odum e Scienceman, 1987). Exergia Matéria (exergia) Interação entre as forças Produto (exergia agregada) Subsistema Energia degradada 7 3. Tudo no universo pode ser expresso em emergia (“trabalho agregado”). Isso é importante em termos da contabilidade ecológica de sistemas abertos. 8 4. Os sistemas com retro-alimentação se denominam “unidades auto-catalíticas” de produção e de consumo. Reciclagem e laços de controle Reciclagem e laços de controle Materiais incorporados (com energia disponível) Biomassa animal Biomassa vegetal Energia de fontes renováveis Energia útil e laços de controle Consumidores e decompoitores Plantas e algas Albedo Energia degradada Energia degradada Elas conseguem capturar mais energia para crescer, se multiplicar, interagir e evoluir. 9 5. As unidades auto-catalíticas interagem para transformar energia potencial criando estruturas hierárquicas (“redes”) Recursos materiais renováveis Energias renováveis As redes concentram energia, materiais e informação para usar e depois dispersar. 10 6. Os sistemas possuem padrões cíclicos (“pulsos”) cuja freqüência depende da sua posição na estrutura hierárquica de transformação de energia. Pulsos médios Pulsos pequenos Nível 321 Energia 100000 10000 1000 T=1 Materiais Materiais reciclados reciclados 100000 1000 10000 1000 10 100 100000 1000 10000 100000 1000 10000 Acumulação Acumulação de recursos recursos de 100000 1000 10000 1000 10 100 100000 1000 Consumo 10000 Consumo derecursos recursos de 10000 100 1000 Pulsos grandes 11 7. As energias disponíveis no meio externo para as unidades auto-catalíticas podem ser de tipo: (a) renovável, e (b) não renovável. Equilíbrio dinâmico da homeostase 12 8. Os sistemas baseados em recursos não renováveis crescem e depois colapsam. Crise e colapso Área de influência Crescimento insustentável que usa recursos não renováveis 300 anos Potência energética 200 anos Umbral da sustentabilidade Transição 20 anos Desenvolvimento Sustentável Capacidade de suporte renovável 1500 anos Crescimento insustentável usando recursos renováveis de forma predatória Equilíbrio dinâmico sustentável que usa recursos renováveis Tempo 13 9. A auto-organização gera sistemas que crescem e decrescem. No caso da humanidade, que usa todos os recursos disponíveis, a etapa do crescimento pode levar o tempo de uma civilização; mais depois vai decrescer muito! Etapa 2 Climax Bens, infra-estrutura, população e informação Etapa 1 Crescimento aproveitando recursos com grande potencial energético Etapa 3 Declínio Etapa 4 Restauração do ecossistema com baixa intensidade energética Tempo 14 10. Metabolismo Campo-Cidade Efluentes, emissões Q3 Q4 Consumidores locais Mata nativa Energias renováveis Produção Q1 Materiais não renováveis Produtos e serviços da economia urbana Serviços ambientais Alimentos, fibra e energia Q2 Q4 Resíduos Áreas de vegetação nativa Q3 Consumidores Decompositores Q4 Efluentes, emissões Maiores efluentes e emissões Q4 Energias renováveis NR Mata nativa Q1 (produção industrial com novas entradas Serviços ambientais adicionais (população maior) 11. A sobrevivência da humanidade depende de duas capacidades: (a) a adaptação ao perfil de recursos disponíveis (b) a preservação da qualidade do ecossistema para garantir sua recuperação (resiliência). http://tomejeitonavida.blogspot.com/20 11/05/resilienciaso-por-deus_10.html 16 12. Em geral, o ambiente externo varia muito e a organização do sistema muda. O meio ambiente era rico e se tornou pobre, congestionado e poluído! A organização interna de um sistema pode demorar a perceber as mudanças ou percebê-las de forma rápida para se adaptar as novas condições. 17 13. A inércia pode ser vencida pela autoorganização promovida pelos pioneiros na percepção das mudanças. 18 14. Geralmente, os recursos são abundantes predomina a competição e na escassez é necessária a cooperação. Q K1*E*Q K5 Q1 K1*E*Q X K1 X K3 X K5 K2*E*Q X K6 E constant X K4 ** Energy Source Q2 K2 D1= K1*E*Q-K3*Q*Q-K5*Q*Q2 D2= K2*E*Q2-K4*Q2*Q2-K6*Q*Q2 HT Odum I K3 K8 K7 K2*E*Q K1 R X Q2 K2 K6 K4 ** 19 15. A competição pode levar a exclusão, a guerra e a extinção de grupos sociais e de espécies. http://rsurgente.opsblog.org/2009/09/09/daguerra/ http://www.nosrevista.com.br/2009/12/ 03/exclusao-exclusiva/ 20 16. Os sistemas humanos acumulam e distribuem o acúmulo em função das forças sociais e do poder bélico e comercial dos países e das classes sociais. 21 17. Os sistemas humanos colaborativos acumulam pouco, já os competitivos acumulam muito e o benefício se concentra no topo da cadeia. Recursos materiais renováveis Energias renováveis Recursos não renováveis (energia fóssil, minerais, etc.) Recursos materiais renováveis Energias renováveis 22 18. A informação de boa qualidade orienta ao sistema na sua auto-organização. http://www.scholarpedia.org/article/Self-organization 23 19. A biodiversidade é uma manifestação da organização obtida por um sistema para aproveitar os recursos renováveis. No decrescimento a biodiversidade será uma informação vital porque pode permitir um ajuste mais rápido ao equilíbrio (homeostase). 24 20. A cultura humana muda continuamente e pode ser: (a) ecológica (sustentável) www.partners.net/.../DSC_0149%20res.JPG 25 (b) antiecológica (insustentável). http://intelectualismoadministrati.blogsp ot.com/2009/03/insustentabilidade-doplano-de.html http://www.ambiencia.org/site/publicacoes/ semana-do-urbanismo/ainsustentabilidade-nas-cidades/ 21. A valiosa informação das culturas humanas ecológicas (povos tradicionais e indígenas) precisa ser defendida da forte agressão que recebe da civilização industrial. 27 22. A diversidade cultural precisa ser resgatada, sistematizada, depurada, valorizada, colocada em termos atuais e ser transmitida amplamente para ajudar na recomposição do equilíbrio biosférico. http://www.infojovem.org.br/tag/minc/ 28 23. A resiliência do planeta está ameaçada! A solução está na mudança do modelo de crescimento para o modelo de decrescimento que considere a recuperação da flora e da fauna nativas. 29 24.Como a informação predominante atende os interesses dos países, empresas e classes sociais no poder, a ela deve ser contraposto um novo projeto cultural, político, econômico e ecológico. O objetivo é gerar um modelo sustentável no mundo inteiro. 30 25. Devem ocorrer parcerias entre os que questionam o modelo atual para criar o novo modelo mundial, visando: • Conseguir o decrescimento e a re-estruturação do consumo e dos ativos fixos • Recuperar os ecossistemas • Mudar a forma de produzir e consumir para um modo ecológico. http://ecourbana.wordpress.com/2010/06 /17/5102/ • Apreender a utilizar de forma coletiva os recursos 31 da Terra. 26. Os grupos humanos dominantes atuam de forma irresponsável desmatando e usando energia fóssil de forma a colocar na atmosfera o carbono que foi seqüestrado durante centenas de milhões de anos pelos ecossistemas na Terra para criar as condições ideais para a biodiversidade. O impacto dos gases de efeito estufa pode criar condições dramáticas para a vida da humanidade na Terra. Temos que atuar! 32 A questão que fica para resolver: Como criar um novo modelo mundial a partir dos trabalhos de comunidades locais e de setores da sociedade abertos a uma Economia Ecológica Sistêmica? ? 33 Temos que fazer análise crítica da situação global, formar grupos de trabalho, estabelecer estratégias, fomentar articulações e ações específicas para colocar a questão do novo modelo mundial (decrescimento urbano e ecologização rural) para a sociedade em todos os lugares do planeta. TEDx Sustentabilidade Vila Madá, 26 de maio de 2011. Enrique Ortega Laboratório de Engenharia Ecológica Faculdade de Engenharia de Alimentos Unicamp http://www.unicamp.br/fea/ortega www.TEDxVilaMada.com.br