Factores-Bióticos 8º cn (pps)

Propaganda
As interacções que os seres vivos de um ecossistema estabelecem
entre si contribuem para a manutenção do equilíbrio do
ecossistema.
Por exemplo, num lago,
os seres vivos que nele habitam interagem
com o meio e uns com os outros. Estabelecem interacções de alimentação,
reprodução, protecção, competição entre outras.
Relações que se estabelecem entre seres vivos de uma comunidade
Relações interespecíficas
Relações intra-específicas
Ocorrem entre seres vivos
de espécies diferentes
Ocorrem entre seres vivos
da mesma espécie
Assim, existem relações favoráveis (+), desfavoráveis (-) e de indiferença (ou
neutralidade) (0) entre os seres vivos envolvidos.
A Cooperação intra–específica é uma interacção favorável, de benefício mútuo,
ou seja, é uma relação em que os indivíduos contribuem para o benefício do grupo.
Por vezes, os seres vivos da mesma espécie vivem intimamente ligados e, em
geral, a separação de um individuo do grupo determina a sua morte. O conjunto de
indivíduos organizados desta forma designa-se colónia.
Existem, ainda, grupos de indivíduos da mesma espécie com uma organização
social especialmente desenvolvida, que cooperam entre si e que estão organizados
em função do bem comum, havendo divisão de tarefas. Esta associação é
designada sociedade.
A desparasitação
social é frequente nos
primatas. Os animais
livram-se dos
incómodos parasitas e
reforçam a hierarquia
do grupo.
O trabalho em grupo das hienas é altamente eficaz para afastar os
abutres e os leões solitários, das carcaças de que se alimentam.
Os cachalotes são uma sociedade matriarcal. Na proximidade dos
Açores, podem observar-se fêmeas que cooperam entre si para proteger
as crias e os jovens dos predadores.
A competição intra-específica é uma relação em que os indivíduos actuam para
garantir a sobrevivência individual e não contribuem para o bem comum.
 limita o crescimento das populações;
 quando uma população tem muitos indivíduos e poucos recursos, há uma grande
competição entre eles;
 as plantas competem entre si principalmente pela água e pela luz. Os animais
competem pelo território, pelas fêmeas e pelo alimento.
As relações entre seres vivos de espécies diferentes são, na sua maioria, de
carácter trófico (alimentar) ou defensivo, e classificam-se em função dos
benefícios ou dos prejuízos que causam nos indivíduos implicados.
A predação é uma relação interespecífica com benefício para um dos seres vivos
(predador) em que o outro (presa) é prejudicado (interacção +/-). O predador
mata a presa para se alimentar.
O tubarão é um activo predador dos
oceanos. Tem várias fiadas de dentes
triangulares que usa para capturar e
devorar as suas presas.
A coruja-das-torres detecta os ratos no
escuro com o ouvido apurado. Captura
as presas com as suas garras e bico forte.
O canibalismo é uma relação em que um individuo mata outro (da mesma
espécie), alimentando-se dele. No canibalismo, os indivíduos adultos
alimentam-se de outros adultos, de ovos, de embriões, de larvas ou de
juvenis da mesma espécie.
A predação, por mais estranho que pareça, acaba
por beneficiar as populações predadas porque os
predadores, geralmente, caçam os animais mais
frágeis ou doentes, impedindo, deste modo, que as
doenças se propaguem. Além disso, contribui para
que sejam os animais mais aptos a reproduzirem-se.
A competição é uma relação na qual dois seres vivos competem pelos
mesmos recursos alimentares, pelo território, luz ou algo que se
encontra em quantidade insuficiente para assegurar a sobrevivência de
ambos (interacção -/-). Nesta relação, os organismos intervenientes
são designados competidores e prejudicam-se mutuamente.
O parasitismo é uma relação na qual um dos seres vivos é beneficiado
(parasita) e o outro (hospedeiro) é prejudicado (interacção +/-). O parasita,
de menor dimensão, alimenta-se à custa do hospedeiro. No entanto, na
relação de parasitismo não resulta a morte imediata do hospedeiro.
• Endoparasitas – parasitas que vivem dentro do hospedeiro. Ex: ténias e
lombrigas.
• Ectoparasitas – parasitas que vivem à superfície do corpo do hospedeiro.
Ex: pulgas, piolhos, carraças.
As carraças parasitam muitos
animais, sugando-lhes o sangue.
Causam irritações na pele dos
hospedeiros e transmitem-lhes, por
vezes, doenças.
O mutualismo é uma relação em que ambos os seres vivos intervenientes beneficiam e são
largamente dependentes um do outro, embora possam também sobreviver de forma independente
(interacção +/+). Quando a associação é obrigatória e indissociável, isto é, a sobrevivência de ambas
as espécies só é garantida se permanecerem intimamente ligadas, diz-se que as espécies vivem em
simbiose (interacção +/+).
Os líquenes são exemplo de simbiose entre uma alga e um fungo. A alga faz a fotossíntese e produz
matéria orgânica necessária à vida do fungo. O fungo fornece matéria mineral e retém água,
fundamental para a vida da alga.
Os insectos polinizadores, como a abelha, alimentam-se do néctar que
algumas plantas segregam. Enquanto se alimentam, o pólen adere ao seu
corpo e é transportado para outras plantas visitadas pela abelha. Desta
forma, através da polinização cruzada, as abelhas asseguram a muitas
plantas a fecundação e a produção de sementes.
O comensalismo é uma relação na qual um dos seres vivos
beneficia (comensal) e outro (hospedeiro) não é afectado
(interacção +/0).
A rémora é um pequeno peixe que se prende ao tubarão através de uma ventosa que
possui na cabeça. A rémora é transportada pelo tubarão e aproveita os restos de alimento
que este desperdiça.
Certos peixes comensais da anémona-do-mar, como por exemplo o peixepalhaço, vive entre os seus tentáculos onde, para além de encontrar refúgio,
tem à sua disposição os restos alimentares dela. Para a anémona esta
relação é indiferente, mas para os peixes é positiva, já que para além dos
benefícios do abrigo (protege dos predadores) e do alimento, eles não são
afectados pelos tentáculos urticantes da anémona.
Certas espécies de peixes alimentam-se dos excrementos que o
hipopótamo deixa no rio.
Estas espécies insectívoras (Bubulcus ibis) caçam mais insectos voadores, num
menor espaço de tempo, quando se encontram perto de grandes animais como
este búfalo.
Camuflagem
Mimetismo
Alguns animais podem ter a
capacidade de se camuflar com o
meio em que vivem para tirar
alguma vantagem. A camuflagem
pode ser útil tanto ao predador,
quando deseja atacar uma presa
sem que esta o veja, ou para a
presa, que se pode esconder mais
facilmente do seu predador.
Semelhante à
camuflagem, só que ao
invés de se parecerem
com o meio, os animais
que praticam o
mimetismo tentam se
parecer com outros
animais, com intuito de
parecer quem não é.
Os ecossistemas estão em constante alteração.
 condições abióticas
 condições bióticas
 entra e sai energia continuamente.
Todos os seres vivos necessitam de energia
para as suas funções vitais.
Armazenada em
compostos
orgânicos como a
glicose
Qual a fonte primária de energia para a vida dos
ecossistemas
Plantas e outros organismos fotossintéticos
Com base na capacidade ou não de produzirem compostos orgânicos, a
partir de compostos inorgânicos, os seres vivos podem ser divididos em
duas grandes categorias:
•
Seres autotróficos ou produtores - seres vivos capazes de produzir a sua própria
matéria orgânica a partir dos compostos inorgânicos (matéria mineral, água e
dióxido de carbono) que existem no meio ambiente, utilizando energia luminosa
como forma de energia externa. Ex: plantas verdes, algas.
•
Seres heterotróficos ou consumidores – seres vivos que precisam de consumir
matéria orgânica para obter energia e nutrientes. Para isso, alimentam-se de
outros organismos. Ex: animais, fungos, bactérias.
Decompositores – são seres heterotróficos que transformam a matéria
orgânica, de que se alimentam (cadáveres, excrementos - como as fezes
e a urina dos organismos de todos os níveis tróficos - e detritos vegetais),
em matéria mineral, que é devolvida ao solo.
São os decompositores que asseguram o retorno progressivo ao solo da matéria
mineral, sendo esta utilizada pelos produtores que sintetizam de novo matéria
orgânica. Assim, no nosso planeta existe uma circulação contínua de matéria
orgânica e mineral, processada através das cadeias alimentares.
Ex. fungos, bactérias.
Os organismos de um ecossistema
estabelecem entre si relações alimentares,
havendo, deste modo, um fluxo de energia e
uma circulação de matéria através deles.
Energia que faz parte da matéria orgânica
Provém inicialmente do SOL
É transferida ao longo dos ecossistemas,
quando o alimento passa através dos seres
vivos
Todos os organismos libertam energia sob a
forma de calor, que abandona o ecossistema
não voltando a ele
FLUXO DE ENERGIA
Cadeia Alimentar ou Cadeia Trófica
Representa uma sequência de
organismos em que cada um
deles serve de alimento ao
seguinte. Assim, ao longo de
uma cadeia alimentar ocorrem
sucessivas transferências de
matéria e de energia.
Numa cadeia alimentar, cada ser vivo ocupa uma determinada posição,
designada nível trófico (do grego trophos – alimento), de acordo com a fonte
principal de alimento.
Pode considerar-se a existência de três categorias de seres vivos:
produtores, consumidores e decompositores.
• Produtores – são os seres autotróficos
(capazes de produzir o seu próprio alimento)
e ocupam o 1º nível trófico.
Consumidores – são os heterotróficos e que se
alimentam directa ou indirectamente da matéria
orgânica produzida pelos produtores.
• Consumidores primários ou de 1ª ordem – são
herbívoros e alimentam-se exclusivamente dos
produtores. Ocupam o 2º nível trófico.
• Consumidores secundários ou de 2ª ordem –
designam-se predadores ou carnívoros e
subsistem à custa dos herbívoros. Ocupam o
3º nível trófico.
Existem ainda consumidores de 3ª ordem, de 4ª ordem e assim
sucessivamente. Contudo, as cadeias alimentares são, de uma
maneira geral, curtas, não contendo mais do que cinco ou seis
níveis tróficos.
1º nível trófico – a alga, através da
fotossíntese, produz matéria orgânica que
acumula no seu organismo.
4º nível trófico – a gaivota, ao alimentar-se,
incorpora alguma da matéria orgânica que a
estrela-do-mar armazenou.
2º nível trófico – ao alimentar-se da alga, a
lapa incorpora, no seu organismo, alguma
matéria orgânica produzida pela alga.
3º nível trófico – ao alimentar-se, a estrelado-mar incorpora alguma da matéria orgânica
contida na lapa.
Teias alimentares
Em cada comunidade, existem várias cadeias alimentares
interligadas que constituem uma rede ou teia alimentar.
As teias alimentares constituem relações tróficas mais abrangentes,
isto é, cada espécie pode servir de alimento a várias outras
espécies e apresentar preferências alimentares diversificadas.
As transferências de matéria e de energia dos
produtores aos sucessivos níveis de
consumidores
num
ecossistema
são
acompanhadas de perdas significativas. Estas
transferências podem ser representadas
graficamente por diagramas, designados de
pirâmides ecológicas.
Numa cadeia alimentar, à medida que se passa de nível trófico
para nível trófico, a quantidade de energia disponível diminui.
Resumindo:
•
•
•
•
•
Quando um ser vivo se alimenta de outro, há uma transferência de energia química através da cadeia alimentar – fluxo unidireccional
de energia.
A energia química obtida por um ser vivo na alimentação é usada no crescimento, na respiração e na excreção. Quando esse ser vivo
é comido por outro, a quantidade de energia que lhe transfere é menor que a assimilada. A quantidade de energia que passa de um
nível para o seguinte é de aproximadamente 10%, havendo portanto 90% de perdas.
Na passagem de um nível trófico para outro, a energia disponível vai diminuindo até ao último consumidor. Por essa razão, as cadeias
alimentares não têm mais de cinco níveis tróficos.
Ao longo das cadeias alimentares, há uma diminuição do número de seres vivos em cada nível trófico, em consequência das perdas
verificadas. Há mais produtores do que consumidores primários e assim sucessivamente.
Quanto mais curta for uma cadeia alimentar, menores são as perdas que se verificam, havendo uma maior economia de alimento.
• Fluxo unidireccional de energia
A energia do Sol entra no ecossistema
através dos produtores, é transferida para os
consumidores
e
decompositores
abandonando
progressivamente
o
ecossistema sob a forma de calor, não
utilizável pelos seres vivos.
• Ciclos de matéria
As substâncias necessárias para manter a
vida circulam continuadamente, passando do
meio abiótico para os seres produtores e
destes para os consumidores. Através dos
decompositores a matéria volta para o meio
abiótico.
Download