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PARÂMETROS ELETROCARDIOGRÁFICOS DE EQUINOS PURO
SANGUE ÁRABE SUBMETIDOS A EXERCÍCIO PROLONGADO DE
ENDURO
Cinthia Beatriz da Silva DumontI, Ceci Ribeiro LeiteI, Júlia de Miranda MoraesII, Rosângela de Oliveira
AlvesII, Meryone MoreiraIII, Augusto Ricardo Coelho MoscardiniIV Roberta de Ferro GodoyI, Eduardo
Maurício Mendes de LimaI, Antônio Raphael Teixeira NetoI
Universidade de Brasília –ICC Ala Sul Campus Darcy Ribeiro CP 4508 CEP 70760-701
4 Brasília DF.
II Universidade Federal de Goiás
III 1º RCG - Regimento de Cavalaria de Guarda
IV Regimento de Polícia Montada PM-DF
I
Email: [email protected] autor para correspondência
Introdução
O exercício prolongado de enduro aumenta a carga de trabalho cardíaco e pode causar lesão miocárdica, agravadas por distúrbios
metabólicos, devido à perda de eletrólitos e fluídos. Assim, sugere-se que a avaliação cardiovascular deve ser mais utilizada, não
somente no tocante às afecções, visto que a eletrocardiografia tem sido utilizada na tentativa de quantificar o treinamento e o
desempenho atlético, além de estimar a massa cardíaca.
Objetivos
Retratar o comportamento dos parâmetros eletrocardiográficos de equinos puro sangue árabe submetidos a exercício prolongado
de enduro.
Material e Métodos
Foram utilizados 20 equinos, clinicamente hígidos, 12 machos e 8 fêmeas, da raça Puro Sangue Árabe, com 6 a 12 anos de idade,
submetidos a treinamento para enduro e participantes de campeonato regional da Federação Hípica de Brasília. Os traçados
eletrocardiográficos foram obtidos durante 60 segundos utilizando-se o aparelho C10 TEB, registrando-se derivações bipolares I, II, III e
unipolares amplificadas (aVR, aVF, aVL) em velocidade de 25mm/s. Realizou-se uma avaliação em repouso e outra imediatamente após o
exercício prolongado de enduro com disposição dos eletrodos seguindo o sistema de derivação bipolar ápice-base, fixados à pele por
meio de condutores metálicos e molhados com álcool. Nos diferentes momentos determinou-se a análise morfológica e sistemática
utilizando-se a derivação II. Como tratamento estatístico aplicou-se o teste “t” pareado, para M0 e MF, com nível de significância de 1 %.
DERIVAÇÃO BASE-ÁPICE
Resultados e Discussão
Nos equinos estudados a frequência cardíaca média foi de 35,85 bpm em repouso com predominância do ritmo sinusal e
taquicardia sinusal após o exercício, ocorrendo nos dois instantes, marcapasso migratório como variação fisiológica e complexo
ventricular prematuro, como alteração não fisiológica. No pós exercício, ocorreu aumento da amplitude das ondas P, R, S e T, com onda
P tendendo a se tornar única e a onda T monofásica positiva. Verificou-se redução da duração das ondas, intervalos e segmentos, porém
o complexo QRS quase não se alterou. Houve ainda, alongamento do QTc no pós exercício, caracterizando neste instante fadiga
miocárdica leve.O eixo elétrico no plano frontal diferiu do observado em outras raças, com desvio à esquerda e à direita em repouso
indicativo de aumento de câmara por hipertrofia secundária ao treinamento e após o exercício verificou-se rotação com desvio extremo
para a direita indicando possíveis alterações eletrolíticas. O escore cardíaco médio foi de 128,45 caracterizando estes como atletas. Este
escore diminuiu até 118,60 após o exercício, provavelmente devido à desidratação.
Figura 3 - Traçado eletrocardiográfico de equino Puro
Sangue Árabe na derivação bipolar II, em velocidade de
25 mm/s e sensibilidade de 1 Mv = 1 cm, no M0 , com
ritmo sinusal e onda bífida bifásica com o componente
P1 negativo (seta colorida) e onda bifásica com
componente T1 negativo e T2 positivo (seta preta)
Figura 1 - Traçados eletrocardiográficos de equinos Puro Sangue Árabe na derivação bipolar II, em
velocidade de 25 mm/s e sensibilidade de 1 Mv = 1 cm, apresentando ritmo sinusal com frequência
cardíaca de 36 bpm em repouso (1A) e bradicardia sinusal com frequência cardíaca de 28 bpm em
repouso (1B). Pode-se comparar por meio da linha (seta) o alongamento do período R-R da figura
1B em relação à figura 1A.
Figura 2 - Traçado eletrocardiográfico de equino Puro Sangue Árabe no M0 na
derivação bipolar II, em velocidade de 25 mm/s e sensibilidade de 1 Mv = 1 cm, com
presença de marcapasso migratório (seta) e complexo ventricular prematuro (CVP).
Conclusão
A avaliação eletrocardiográfica retratou de forma bastante elucidativa as adaptações cardiovasculares tanto ao tipo de treinamento
realizado, assim como, às condições hemodinâmicas a que os animais se encontravam após o exercício prolongado de enduro.
Brasília/2010
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