A CARGA DE DOENÇA POR CÂNCER EM SANTA CATARINA: LEVANTAMENTO DOS COEFICIENTES DE MORBIDADE Autores: Mariana Pacheco Dr. Jefferson Traebert Introdução O câncer gera importante impacto sobre o perfil de morbi-mortalidade no Brasil. Representa cerca de 17% dos óbitos notificados em 2007. Segundo o INCA, são esperados 19.130 novos casos em Santa Catarina no ano de 2010. Poucos dados são disponíveis acerca do seu impacto e mortalidade precoce. Introdução Os estudos de carga de doença integram a morbi-mortalidade em um mesmo indicador: Anos de Vida Perdido Ajustados por Incapacidade – DALY Impacto gerado pela mortalidade e como os problemas de saúde afetam a qualidade de vida. Objetivo Levantar os coeficientes de morbidade do câncer em Santa Catarina com a finalidade de construir o indicador de carga de doença DALY . Metodologia Tipo de estudo: delineamento ecológico. Fontes de dados de morbidade: - IDB- Indicadores Demográficos e SocioEconômicos 2008; - INCA – Instituto Nacional do Câncer; - Sistema de Informações Hospitalares do SUS; - Biblioteca Regional de Medicina (BIREME – www.bireme.org.br); - Teses de doutorado e dissertações de mestrado. Metodologia Período de inclusão: 2000 – 2010 Todos os estudos epidemiológicos com dados de morbidade envolvendo a população de Santa Catarina. As tabelas foram montadas descrevendo as taxas de incidência por sexo, as estimativas do INCA e de artigos científicos e trabalhos de conclusão de curso encontrados. Resultados Tabela 1: Proporções de internações hospitalares por neoplasias em Santa Catarina, por período. Ano Proporção de Internações (%) Número de internações 2000 3,82 15.598 2001 4,05 16.361 2002 5,58 22.589 2003 6,34 23.970 2004 6,18 23.088 2005 6,53 24.953 2006 6,75 25.385 2007 6,89 25.520 Fonte: Ministério da Saúde/SE/Datasus - Sistema de Informações Hospitalares do SUS - SIH/SUS Resultados Tabela 2: Taxa de incidência de neoplasia maligna por 100.000 habitantes- sexo masculino- Santa Catarina Tipo Neoplasia Pulmão, Traquéia e brônquios Esôfago Estômago Cólon, Reto e ânus Próstata Lábio e Cavidade Oral Melanoma Maligno da Pele Outros neoplasias Malignas de pele 2000 25,06 13,69 22,15 7,49 16,94 8,91 ------ 39,49 2001 26,14 13,41 22,4 8,56 16,45 8,99 1,46 57,61 2002 25 11,29 20,42 9,18 21,02 9,21 0,64 54,36 2003 26,21 9,58 18,74 7,44 29,14 8,64 4,67 45,81 2005 30,42 14,16 22,61 15,47 52,76 11,63 8,69 99,72 2006/2007 31,25 14,07 22,61 15,09 51,81 11,44 8,58 125,78 2008/2009 31,06 14,48 21,2 14,02 53,48 11,55 8,61 131,27 Fonte: Ministério da Saúde/Instituto Nacional do Câncer – Inca Disponível Datasus- IDB 2008 Resultados Tabela 3: Taxa de incidência de neoplasia maligna por 100.000 habitantes- sexo feminino- Santa Catarina Tipo Neoplasia Pulmão, Traquéia e brônquios Esôfago Estômago Cólon, Reto e ânus Mama Colo de Útero Lábio e Cavidade Oral Melanoma Maligno da Pele Outros neoplasias Malignas de pele 2000 7,5 2,55 7,35 8,17 24,82 16,41 1,5 -------- 35,32 2001 7,23 2,83 7,43 8,42 25,39 15,42 1,43 1,59 35,03 2002 7,49 2,93 7,29 8,37 26,96 16,22 1,51 0,74 39,11 2003 8,28 3,17 7,4 8,16 30,56 15,18 1,36 4,43 52,38 2005 10,94 3,08 9,73 15,73 54,88 25,23 3,22 8,73 93,59 2006/2007 11,42 3,31 9,84 16,51 53,74 22,55 2,69 8,26 117,5 2008/2009 11,84 3,32 9,12 16,37 53,03 16,38 2,63 8,08 86,98 Fonte: Ministério da Saúde/Instituto Nacional do Câncer – Inca Disponível Datasus- IDB 2008 Resultados Tabela 4: Estimativa Incidência de Câncer em Santa Catarina, por período Tipo neoplasia 2006/2007 2008/2009 2010/ 2011 Mama 1610 1610 1570 Colo útero 670 510 610 Próstata 1540 1640 1690 Cólon e reto 940 940 960 Esôfago 520 550 550 Traquéia, brônquio , pulmão 1270 1310 1320 Estômago 960 930 900 Leucemia 380 380 360 Cavidade oral 420 430 450 Pele melanoma 500 510 480 Outras 2720 3050 3080 Sub total 11530 11860 11970 Pele não melanoma 7240 6700 7160 Total 18770 18560 19130 Fonte: Estimativa Incidência Câncer 2006/2008/2010 - INCA Resultados Tabela 5: Resultados colhidos nas bases de indexação referente trabalhos de conclusão de curso e artigos científicos Autor Tipo neoplasia População Período Incidência Feltrin JO 2008 Neoplasia Urussanga 2001-2007 689 Internações Bonilla NMF 2007 Neoplasia Joinvile 2005 2350 casos Nunes DH, Back L, Silva RV, Medeiros VS 2009 Neoplasia células escamosas pele Geiser D 2006 Neoplasia Urogenital Hübner CE, Oliveira FH Neoplasia 482,5 / 100 mil Tubarão 2000 50,86 casos 2003 71,16 casos 2006 94,39 casos Grande Florianópolis 2000 2242 casos Hospital Caridade 2000 336,29/100 mil 941 casos Conclusão Concluímos que há poucos dados de morbidade em Santa Catarina As principais fontes de informações são dados do SIH/SUS, IDB/INCA A escassez de dados limita a consolidação do DALY A utilização de dados oficiais de morbidade hospitalar pode ser uma alternativa mas pode subestimar valores de morbidade(YLD) e DALY. Referências INCA - Instituto Nacional de Câncer [homepage]. Estimativa 2010: incidência de câncer no Brasil. [acesso 06 Agosto 2010]. Disponível em: http://www.inca.gov.estimativa/2010/ Guerra MR, Gallo CVM, Mendonça GAS. Risco de câncer no Brasil: tendências e estudos epidemiológicos mais recentes. Revista Brasileira de Cancerologia 2005; 51(3): 227-234. Feltrin JO. Evolução da Morbimortalidade do Câncer, no período de 2001 a 2007 em Urussanga- SC. Projeto apresentado ao Curso de Especialização em Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria em Saúde da Universidade do Extremo Sul Catarinense-UNESC. Indicadores de Dados básicos – Brasil- 2008 [homepage].[Acesso em 10 de Agosto de 2010].Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2008