Universidade Federal de Campina Grande Centro de Tecnologia e Recursos Naturais Unidade Acadêmica de Engenharia Civil Área de Engenharia de Recursos Hídricos Precipitação Formação , Tipos e Medição Disciplina: Hidrologia Aplicada Professora: Rosires Catão Curi Mestrando: Zacarias Caetano Vieira Período: 2010.1 Precipitação • Definição: “A precipitação é entendida em hidrologia como toda água proveniente do meio atmosférico que atinge a superfície terrestre” (TUCCI, 1997). • Possui diversas formas: neblina, chuva, granizo, saraiva, orvalho e geada. • Precipitação é caracterizada por meio de três grandezas: altura, duração e intensidade. • Balanço Hídrico → Única entrada na Bacia • Principal forma no Brasil → Chuva → Quantificação correta → Desafio para hidrólogos e engenheiros. • Importância: – Quantificação do abastecimento de água, irrigação, controle de inundações, erosão do solo, e etc – Adequado dimensionamento de obras hidráulicas Fatores Intervenientes • Condições Atmosféricas: – Temperatura – Pressão – Umidade – Vento • Condições de Superfície: – Relevo Formação das Precipitações • O ar úmido das camadas baixas da atmosfera é aquecido pelos raios solares. • Torna-se mais leve que o ar da vizinhança e ascende; • Resfria-se ( 1 °C por 100 m) → Condensa → Gotículas • Gotículas → núcleos de condensação → suspensão(resistência do ar) – Núcleos de condensação: gelo , poeira e outras partículas (sais , produtos de combustão) – Gotículas (sólidas ou líquidas) + ar + vapor de água = aerosol (nuvem) • Processo de crescimento → peso→ vence as forças verticais → precipita – Processo de Coalescência: colisão entre gotas – Processo de Difusão de Vapor: condensação em torno de gotas Classificação das Precipitações • O movimento vertical das massas de ar é um requisito importante para a formação das precipitações. • Conforme as condições que produz ema ascenção do ar úmido, as precipitações podem ser classificadas em: – Frontais ou ciclônicas; – Convectivas; – Orográficas Classificação das Precipitações – Frontais ou Ciclônicas • • • • Provenientes do choque de massas de ar quente e frio. O ar frio, mais denso, empurra a massa de ar quente para cima, que se resfria e condensa o vapor de água. Possuem intensidades médias e atingem grandes áreas, produzindo assim efeitos mais significativos em médias e grandes bacias hidrográficas. No Brasil as chuvas frontais são muito freqüentes na região Sul, atingindo também as regiões Sudeste, Centro Oeste e, por vezes, o Nordeste. Classificação das Precipitações – Orográficas • Ventos quentes e úmidos (oceano →continente) → eleva-se e resfria-se→ condensa → forma nuvens → precipita. • Pequena intensidade → grande duração → pequenas áreas. • Vento que ultrapassa → áreas secas ou semi-áridas Classificação das Precipitações – Convectivas • Devido às altas temperaturas, o solo se aquece, o ar sobe e resfria rapidamente e condensando o vapor atmosférico. • Regiões equatoriais → (ventos fracos e movimentos de ar verticais) • Alta intensidade e reduzida área de influência • Importante em pequenas bacias → inundações em zonas urbanas Medidas Pluviométricas • A precipitação é caracterizada pelas seguintes grandezas: • Altura Pluviométrica: espessura média da lâmina da água precipitada, que recobriria a região atingida pela precipitação, admitindo-se que esta água não se infiltrasse, não evaporasse nem escoasse para fora dos limites da bacia. • Duração: é o tempo transcorrido entre o início e o fim da chuva, expresso em horas ou minutos. • Intensidade: relação entre a altura pluviométrica (h) e a duração (t) da precipitação (mm/h ou mm/min). • Tempo de recorrência (Tr): é interpretado, na análise de alturas pluviométricas (ou intensidades) máximas, como o intervalo médio em número de anos em que se espera que ocorra uma precipitação maior ou igual à analisada. • Freqüência de probabilidade (F): é o inverso do tempo de recorrência, ou seja, a probabilidade de um fenômeno igual ou superior ao analisado, se apresentar em um ano qualquer (probabilidade anual). Exemplo: chuvas diárias de diferentes alturas ao longo de 23 anos P = 180 mm Tempo de Recorrência: Tr = 23 anos Frequência (F) F = 1/Tr = 1/23 = 0,043 F = 4,3% Medição da Precipitação • Exprime-se a quantidade de chuva pela altura da água caída e acumulada sobre um superfície plana e impermeável • No Brasil mede-se a precipitação por meio de aparelhos: – – – – – Pluviômetros → simples receptáculo Pluviógrafos → registram a altura no decorrer do tempo Medição Pontual Pontos previamente escolhidos Estações meteorologicas • Existe a possibilidade de medir por meio de radar ou imagem de satélite: – Apresentam erros relativamente grandes; – Permitem a análise da distribuição espacial da chuva Medição da Precipitação - Pluviômetros – Superfície de captação (delimitada por um anel metálico) • 100, 200, 314, 400 ou 1000 cm2 (Vile de Paris) – 40ml → 1 mm – Reservatório ligada à superfície de captação – Fornece total de água acumulado num intervalo de tempo. – Recolhe-se a água captada em provetas calibradas, ou – O pluviômetro deve ser instalado a uma altura padrão de 1,50 m do solo Medição da Precipitação - Pluviográfos • Distribuição temporal ou a variação das intensidades, usa-se o pluviógrafo • Aparelho registrador traça em diagrama a curva das precipitações acumuladas no período. • A Organização Mundial de Meteorologia (OMM) preconiza que devem existir 10 pluviômetros para cada pluviógrafo. Medição da Precipitação - Pluviográfos Medição da Precipitação – Radares e Satélites • Radares: – Baseia-se na emissão de pulsos de radiação eletromagnética que são refletidos pelas partículas de chuva na atmosfera, e na medição da intensidade do sinal refletido. – A relação entre a intensidade do sinal enviado e recebido, denominada refletividade, é correlacionada à intensidade de chuva que está caindo em uma região. • Satélites: – Imagens obtidas por sensores instalados em satélites – A temperatura do topo das nuvens, que pode ser estimada a partir de satélites, tem uma boa correlação com a precipitação (quanto mais quente a nuvem, mais água ela contém). Variação espacial e temporal das precipitações Variabilidade espacial das chuvas em escala diária gera a variabilidade na escala mensal e essa gera variabilidade na escala anual Maiores índices pluviométricos: -Oeste do Paraná; -Acre -Sudoeste do Amazonas Menores índices pluviométricos: - norte da região Norte - alguns estados nordestinos Variação espacial e temporal das precipitações Dúvidas? Muito obrigado