Segurança do Trabalho Módulo 5

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Existem coisas que você não precisa perder.
A audição é uma delas.
Proteja – se!
Diferença entre Som e Ruído
Som: “Qualquer perturbação vibratória em meio elástico que produz
uma sensação auditiva.” - Merluzzi, 1981
O som é uma vibração que se propaga pelo ar em forma de ondas e
que é percebida pelo ouvido humano. É uma sensação agradável, em
nível suportável e que não irrita.
Ruído: Sinal acústico aperiódico, originado da superposição de vários
movimentos de vibração com diferentes freqüências, que não
apresentam relação entre si.
O ruído é um som prejudicial à saúde humana que causa sensação
desagradável e irritante.
Ex:
Ex:
1.
Pássaros
1. Engrenagens
2.
Música
(Agradável)
2. Escavadeira
3. Britadeira
4. Funk
Fatores que Influenciam o Ruído
1 – Tempo de exposição,quanto maior
este tempo maior o perigo.
2 – Tipo de Ruído:
Pode ser Continuo (sem parar),
Intermitente (ocorre de vez em quando)
ou de impacto ( Ocorre de repente).
Fatores que Influenciam o Ruído
3 – Distância da Fonte Geradora: quanto mais
próximo maior o perigo.
4 – Intensidade: Quanto maior a
intensidade, maior o risco para o
trabalhador.
Fatores que favorecem a ocorrência de Perdas Auditivas
 Freqüência e
Intensidade
 Tempo de
exposição
 Distância da
fonte ruidosa
 Tipo de ruído
 Sensibilidade
Contínuo;
Intermitente;
De impacto
individual
 Lesões anteriores
no ouvido
 Exposição a certos
agentes químicos
Formas de Propagação do Som
O som é resultado de um movimento vibratório da matéria transmitido através de
meios materiais e elásticos. É energia que se propaga através de ondas, chamadas
de ondas mecânicas porque precisam de um meio material para se propagar. Este
meio pode ser sólido como a terra, líquido como a água ou gasoso como o ar. Na
maioria das vezes, ouvimos sons sendo transmitidos através do ar.
Os meios de propagação são denominados meios elásticos
porque são capazes de se deformar com a passagem de
ondas sonoras e de restaurar sua forma original após a
passagem das mesmas. Qualquer meio material que
propaga uma onda sonora é considerado elástico.
Nosso Ouvido
O ouvido consiste em 3 partes básicas E cada parte tem uma função específica para interpretar o som:
Ouvido externo serve para coletar o som e o levar por um canal ao ouvido médio.
Ouvido médio serve para transformar a energia de uma onda sonora em vibrações internas da estrutura óssea da ouvido médio e finalmente
transformar estas vibrações em uma onda de compressão ao ouvido interno.
Ouvido interno serve para transformar a energia da onda de compressão dentro de
um fluído em impulsos nervosos que podem ser transmitidos ao cérebro.
(Cóclea)
Ouvido Externo
Ouvido Médio
Ouvido Interno
O ouvido externo consiste da orelha e um canal de aproximadamente 2 cm. A orelha
serve para proteger o ouvido médio e prevenir danos ao tímpano. A orelha também
canaliza as ondas que alcançam o ouvido para o canal e o tímpano no meio do ouvido.
Devido ao comprimento do canal , ele é capaz de amplificar os sons com frequências
de aproximadamente 3000 Hz. À medida que o som propaga através do ouvido
externo, o som ainda está na forma de uma onda de pressão, que é um sequência
alternada de regiões de pressões mais baixas e mais altas. Somente quando o som
alcança o tímpano, na separação do ouvido externo e médio, a energia da onda é
convertida em vibrações na estrutura óssea do ouvido.
O ouvido médio é uma cavidade cheia de ar, consistindo em 3 pequenos ossos
interconectados: o martelo, a bigorna e o estribo. O tímpano é uma membrana muito durável
e bem esticada que vibra quando a onda a alcança. Uma compressão força o tímpano para
dentro e a rarefação o força para fora. Logo, o tímpano vibra com a mesma frequência da
onda. Como ela está conectada ao martelo, os movimento do tímpano coloca o martelo, a
bigorna, e o estribo em movimento com a mesma frequência da onda. O estribo é conectado
ao ouvido interno. Assim, as vibrações do estribo são transmitidas ao fluído do ouvido médio e
criam uma onda de compressão dentro do fluido. Os 3 pequenos ossos do ouvido médio agem
como amplificadores das vibrações da onda sonora. Devido à vantagem mecânica, os
deslocamentos da bigorna são maiores do que a do martelo. Além disso, como a onda de
pressão que atinge uma grande área do tímpano é concentrada em uma área menor na
bigorna, a força da bigorna vibrante é aproximadamente 15 vezes maior do que aquela do
tímpano. Esta característica aumenta nossa possibilidade de ouvir o mais fraco dos sons. O
ouvido médio é uma cavidade cheia de ar que é conectada ao tubo de Eustáquio e à boca.
Esta conexão permite a equalização da pressão das cavidades cheias de ar do ouvido. Quando
esta passagem fica congestionada devido a um resfriado, a cavidade do ouvido é
impossibilitada de equalizar sua pressão; isto frequentemente leva a dores de ouvido e outras
dores.
O ouvido interno consiste de uma cóclea, canais semicirculares, e do nervo auditivo. A
cóclea e os canais semicirculares são cheios de um líquido. O líquido e as células nervosas
dos canais semicirculares não têm função na audição; eles simplesmente servem como
acelerômetros para detectar movimentos acelerados e na manutenção do equilíbrio do
corpo. A cóclea é um órgão em forma de um caramujo que pode esticar até 3 cm. Além
de estar cheio de um fluido, a superfície interna da cóclea está alinhada com cerca de
20.000 células nervosas que fazem as funções mais críticas na nossa capacidade de ouvir.
Estas células nervosas possuem comprimentos diferentes, por diferenças minúsculas; eles
também possuem diferentes graus de elasticidade no fluído que passa sobre eles. À
medida que uma onda de compressão se move da interface entre o martelo do ouvido
médio para a janela oval do ouvido interno através da cóclea, as células nervosas na forma
de cabelos entram em movimento. Cada célula capilar possui uma sensibilidade natural a
uma frequência de vibração particular . Quando a frequência da onda de compressão casa
com a frequência natural da célula nervosa, a célula irá ressoar com uma grande amplitude
de vibração. Esta vibração ressonante induz a célula a liberar um impulso elétrico que
passa ao longo do nervo auditivo para o cérebro. Em um processo que ainda não é
compreendido inteiramente, o cérebro é capaz de interpretar as qualidades do som pela
reação dos impulsos nervosos.
Onde ocorre a perda auditiva induzida pelo ruído ?
Cóclea NORMAL
Cóclea
DANIFICADA
Sem alteração
nos cílios
sensoriais
Cílios sensoriais danificados,
sem possibilidade de
regeneração
Conhecendo os efeitos do Ruído no local de trabalho
 Problemas na
 Baixa Concentração
Comunicação
 Desconforto
e Cansaço
 Nervosismo
 Baixo
rendimento
 Acidentes
O que fazer para proteger o trabalhador do RUÍDO!!!
Medidas de Controle do Ruído
Controle na Fonte






Substituição por outro mais silencioso
Balancear e equilibrar partes móveis
Lubrificar rolamentos, mancais, etc.
Atenuar as vibrações
Reapertar as estruturas
Instalar atenuadores (filtros acústicos)
Montagem de equipamento pesado sobre
molas
Tabela comparativa de Nível de Ruído (dB)
Bico Normal
9 2,2 dB
9 5 ,3 dB
Silenciadores de Ruído
Bico com
Silenciador
8 1,7 dB
8 4 ,3 dB
Medidas de Controle do Ruído
Controle na Trajetória
 Enclausuramento (total ou parcial)
 Tratamento acústico
Enclausuramento Total - Cabines Acústicas
Enclausuramento parcial
Medidas de Controle do Ruído
Controle no Trabalhador
 Medidas de caráter administrativo
 Organização do trabalho
 Utilização, correta e efetiva, de equipamentos de
proteção
Como proteger-se do Ruído

-
Realizar, periodicamente, EXAMES AUDIOMÉTRICOS
Anamnese clínico-ocupacional
Exame otológico
Exame audiométrico realizado segundo os termos previstos na Portaria 19
(09/04/1998)
outros exames audiológicos complementares
Fonoaudióloga inspecionando o
meato acústico
Audiograma Normal - Nenhuma frequência testada
supera redução acima de 25 dB
EPI – PROTETORES AURICULARES
Tipo de Inserção ou “Plug”
(Moldáveis ou Pré-moldavéis)
Tipo Abafador ou “Concha”
Conhecendo como utilizar corretamente seu Abafador
Alinhe a altura das conchas de acordo com o tamanho
de sua cabeça, de modo que as conchas cubram
completamente o ouvido
Caso o seu abafador tenha como girar
verifique se a fita está colocada
corretamente.
Faça o teste para verificar se
tudo está OK
Logo após o uso, faça a higienização e verifique o seu
estado de conservação freqüentemente
Conhecendo como utilizar corretamente seu Plug Reutilizável
Puxe a orelha para cima e para o
lado de modo a facilitar a
colocação
Faça o teste para verificar se
tudo está OK
Com as mãos limpas, insira o
plug até uma melhor vedação
Para retirá-lo, gire e tire
devagar eliminando o efeito
vácuo
Certifique que está bem colocado e
vedando o canal auditivo
Logo após o uso faça a
higienização lavando-o com
água e sabão neutro
Conhecendo como utilizar corretamente seu Plug de Expansão
Com as mãos limpas, aperte e
role o plug entre os dedos
Puxe a orelha para cima e para
o lado, facilitando a colocação
Certifique que está bem
colocado, vedando o canal
auditivo
Faça o teste para verificar
se tudo está OK
Insira o plug no canal auditivo,
segurando-o por 30 segundos
Para retirá-lo, gire e tire
devagar eliminando o efeito
vácuo
CARACTERÍSTICAS DOS EPI´s
Atenuação
Conforto
Compatibilidade
Higiene
Custo
NRR e NRRsf quais suas diferenças e o qual usar?
NRR e NRRsf são duas metodologias de atenuação de ruído para protetores auditivos. Estes valores não são expressos em
dB, como a maioria dos protetores auditivos marcam em suas instruções, mas sim indicies que podem ser subtraídos
diretamente do nível de exposição do trabalhador - dado em dB(A) - devido a soma de decibel ocorrer por escala
logarítmica e não aritmética (algoritmos manuais) como estamos acostumados a lidar.
Um pouco da história do NRR
Noise Reduction Rate ou Nível de Redução do Ruído (NRR), era usado como forma padrão de cálculo de atenuação de
ruído para protetores auditivos até o ano de 1997, no entanto, muitos protetores auditivos ainda possuem valores de NRR.
A norma para obtenção deste indicie é a ANSI S13.9-1974 e S12.6 1984 e/ou ISO 4869-3.
Resumidamente, testa-se protetores auditivos em ouvintes bem treinados com ajuda do executor do ensaio para obter
uma colocação perfeita, no entanto, com o passar dos tempos, verificou-se que os valores obtidos eram bem divergentes
do mundo real.
Hoje, para quem usar o NRR como referência a NIOSH e a OHHSA sugerem o uso de fatores de correção para tentar obter
valores mais próximos dos valores encontrados em "chão de fábrica", porém, estes índices de correção são de baixa
precisão.
NRRsf
O NRRsf, nasceu para oferecer valores plausíveis com o do mundo real.
Sua metodologia, baseia-se na norma ANSI S12.6 - 1997 (B), que convencionou-se usar ouvintes não experientes, sem
treino e sem ajuda pelo executor do ensaio para colocação do protetor auditivo, por isso o SF, que é a abreviação de
Colocação Subjetiva (do inglês, Subject Fit). Hoje o índice aconselhado para uso é o NRRsf.
NRR e NRRsf quais suas diferenças e o qual usar?
Curiosidade
As normas orientam que diferenças de até 3 NRRsf entre protetores são desprezíveis, ou seja, não há
diferença entre usar um protetor com 17 NRRsf e um de 14 NRRsf.
Aqui no Brasil, tentar "peitar" uma fiscalização baseando-se nisso, acreditamos ser um imenso risco, nossa
sugestão é ser o mais preventivo possível para não haver desentendimento com as Delegacias Regionais
do Trabalho, nem com outros órgãos fiscalizadores.
Em países como Austrália e Nova Zelândia adotaram um sistema de classificação dos protetores, que
segue como abaixo:
Classe A - Protetores com NRRsf entre 20 e 15
Classe B - Protetores com NRRsf entre 15 e 10
Classe C - Protetores com NRRsf entre 5 a 10
Se este modelo fosse adotado pelo Brasil, certamente iria facilitar a indicação científica de EPA,
entretanto, quando trabalhássemos perto das margens de nível de ação talvez não seriamos tão
preventivos.
CARACTERÍSTICAS DOS EPI´s
Vantagens dos Abafadores
Único tamanho
Colocação rápida
Atenuação uniforme nas duas conchas
Partes substituíveis
Modelos variados
Higiênicos
CARACTERÍSTICAS DOS EPI´s
Desvantagens dos Abafadores
Desconforto em áreas quentes
Dificuldade em carregar e guardar
Interfere no uso de outros EPI´s
Pode restringir movimentos da cabeça
Desconfortável para 8 horas de trabalho
Não recomendado uso com cabelos
compridos,barba, óculos, etc.
CARACTERÍSTICAS DOS EPI´s
Vantagens dos Plugs
Utilizado por pessoas de cabelos
compridos, barba, cicatriz
Compatível com outros equipamentos
Descartáveis
Pequenos e facilmente transportados e
guardados
Boa adaptação a ambientes com calor e
umidade excessiva
Não restringe movimentos em áreas muito
pequenas
CARACTERÍSTICAS DOS EPI´s
Desvantagens dos Plugs
Menor atenuação: movimentos (fala,
mastigação) podem deslocar o plug
Necessidade de treinamento específico
Bons níveis de atenuação dependem da boa
colocação
Menos higiênicos
Só pode ser utilizado em canais auditivos
saudáveis
Fáceis de perder
Menor durabilidade
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