Ácaros na Soja (Glycine max) Acadêmico: Rafael Barossi de Macedo Introdução  São considerados pragas secundárias.  Em alguns anos, são observados surtos de ácaros, principalmente:  ácaro branco  ácaro rajado  Raramente chegam a causar prejuízos econômicos.  Ocorrem a partir do mês de janeiro esporadicamente em populações elevadas,  Se desenvolvem em condições ambientais de:  Seca prolongada  Períodos de temperatura elevada.  As infestações iniciam-se pelas:  Bordaduras da lavoura e em  Plantas localizadas sob sombra de árvores  Plantas cobertas de poeira próximas de estradas de chão e  Plantas estressadas em manchas dentro lavoura.  Causam danos perfurando as células e se alimentando do líquido exsudado, nas bordas das nervuras da face inferior dos folíolos das plantas de soja.  Inicialmente o ataque resulta na coloração prateada dos folíolos, passando para a coloração amarelada e, posteriormente, apresentam a cor marrom. Ácaro-branco Polyphagotarsonemus latus  Mede cerca de 0,14 a 0,17 mm  A fêmea tem coloração branca à amareladabrilhante  Não tece teias  O ataque se dá nas folhas da parte de cima da planta.  Preferem as folhas mais novas, ocorrendo inicialmente um escurecimento  O dano pode evoluir para folíolos com aspecto brilhante e bronzeado na parte inferior da folha, além do enrolamento dos bordos das folhas para baixo e rasgaduras. Ácaro-vermelho Tetranychus ludeni Tetranychus desertorum  Medem cerca de 0,26 - 0,5 mm  As fêmeas são de cor vermelha intensa  Machos e as formas jovens são amareloesverdeados  Ovos são amarelados ou vermelhos-opacos  Não tecem teias  Formam colônias densas na face inferior das folhas, preferindo os folíolos da região de baixo da planta.  Quando o ataque é intenso sobem para a parte superior da planta, atacando os folíolos do ponteiro.  As folhas atacadas ficam amareladas e caem prematuramente.. Ácaro-rajado Tetranychus urticae  Mede cerca de 0,25 a 0,46 mm  Todas as fases ativas são esverdeadas e as fêmeas apresentam manchas verdes escuras no dorso e são maiores que os machos  Formam compactas colônias na face inferior dos folíolos mais velhos, as quais são unidas por fios tecidos na forma de teias  Preferem a região mediana da planta  Ao sugarem a seiva dos folíolos mais novos, aparecem manchas branco-prateadas, na face inferior, que evoluem para manchas amarelas  Posteriormente, os folíolos apresentam manchas e áreas cloróticas, ou aspecto bronzeado (pardo-avermelhado) na face superior  As folhas atacadas apresentam coloração marrom ficam endurecidas, secam, e caem ao solo.  Estudo realizado pelo Setor de Manejo de Insetos da Fundacep, mostrou que nas manchas presentes na lavoura pode ocorrer o definhamento das plantas e quedas na produtividade de grãos da ordem de 50%. Disseminação  Ocorre pelo vento, quando em condições adversas de alimentação e de ambiente os ácaros se prendem a fios de teia e são transportados pelas correntes de ar até outras plantas hospedeiras. Controle  Nos Estados Unidos pesquisadores sugerem que o controle seja iniciado com 25% de folhas prateadas ou com mais de 20 ácaros por folíolo.  O uso de acaricidas específicos ou de inseticidas fosforados com ação sobre ácaros é eficiente na redução das populações.  Mas a presença de ovos que dão origem a formas jovens da praga pode resultar na reinfestação, alguns dias depois da aplicação de acaricidas e do controle de adultos e de ninfas.  A também dificuldade de controle devido a localização dos ácaros qual impede o contato dos agrotoxicos  Face inferior das folhas  Parte mediana ou inferior das plantas  A aplicação sucessiva de inseticidas piretróides pode resultar na dispersão de ácaros, na morte de inimigos naturais e na explosão de populações da praga. Os inseticidas sugeridos  Volume de calda para aplicação desses produtos é 100 L/ha  Aplicação deve ser efetuada com umidade relativa do ar superior a 50%     metamidofós e profenofós (0,8 a 1,0 L/ha de p.c) dimetoato (1,5 L/ha de p.c) endossulfan (1,0 L/ha de p.c) clorpirifós (1,0 L/ha do p.c)  Estudos conduzidos pela Fundacep, demonstram que inseticidas-acaricidas à base de Abamectin (grupo químico das Avermectinas), nas doses de 3,6 a 7,2 gramas de ingrediente ativo por hectare, possuem eficiência inicial igual e efeito residual muito superior aos inseticidas convencionais usados pelos produtores.  O uso de produtos veterinários não pode ser prescrito no receituário agronômico. Obrigado!  [email protected]