ortografia e outras dificuldades da língua portuguesa

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USO DO INFINITIVO
1) O infinitivo é uma das 3 formas nominais do verbo e, grosso modo,
corresponde ao substantivo. Daí ser uma forma nominal. O infinitivé
o verbo no seu estado universal, sem referência direta a uma
pessoa gramatical.
2) No entanto, como idiomatismo de nossa Língua, ele pode ser
empregado pessoalmente, isto é, pode ser conjugado normalmente
como um verbo finito, o que indica um contra-senso, mas de belo
efeito estilístico.
3) É IMPESSOAL quando não se refere a nenhuma pessoal gramatical,
ou seja, quando sua ação é universal. Ex.: Beber é prejudicial à
saúde Nesse caso, não é nem precisa ser conjugado, visto ser sem
sujeito.
4) É PESSOAL quando tem sujeito. Aqui poderá ou não ser flexionado,
dependendo de certas regras. Vejamos as principais.
ALGUMAS OPINIÕES IMPORTANTES SOBRE O
EMPREGO DO INFINITIVO.
1)
“Máxima liberdade no emprego do infinitivo pessoal. O
escritor consultará somente o seu gosto, sua intenção, a harmonia da
frase, a clareza, a ênfase.” José Oiticica
2) “Faculta-se, pois, ao infinitivo flexionar-se sempre que não forma com o
verbo principal uma locução verbal (embora alguns clássicos muito
raramente tenham procedido como no exemplo de Camões: ‘folgarás
de veres’” – Zélio dos Santos Jota e Albertina Fortuna Barros, p. 80
3) “... O infinitivo é livre de flexionar-se quando in-dependente do verbo
auxiliar, geralmente verbo volitivo, isto é, verbo que exprime volição do
espírito, como querer, tencionar, poder, saber etc.” (Diez, por Zélio e
Albertina, p. 80)
CASOS COMUNS
a)
INFINITIVO – como função sintática – será flexionado se a clareza exigir:
1) É bom estudarem essa lição! (Sujeito de estudarem: vocês)
2) Reconheço gostares disso. (Sujeito de gostares: tu)
3) Convidei-as para passear comigo. (Sujeito de passear: elas, oculto)
4) Concedi-lhes a oportunidade de viajar. (Sujeito de viajar: eles, vocês)
5) Meu desejo é alcançares a glória. (Sujeito de alcançares: tu)
b) INFINITIVO – cujo sujeito está em acusativo (O.D.), o que ocorre com os verbos
VER, SENTIR, OUVIR, DEIXAR, MANDAR e FAZER – em geral não varia.
1) Vi-os roubar muito no Congresso. (Os = pronome oblíquo)
2) Mandei-a caminhar mais rápido. (A = pronome oblíquo)
Obs.: No entanto, se a ação indicar reciprocidade, o infinitivo pode variar.
Nesse caso, o infinitivo será um verbo reflexivo.
Ex.: A coisa estava preta no Congresso. Vi-os esbofetearem-se.
c) IMPESSOAL fora desses casos:
1) Eles querem consultar nossas raridades!
2) Elas desejavam sair mais cedo hoje.
Exercícios para discussão:
1) Admito adorar chocolate.
2) Admito adorares chocolate.
3) A Constituição nos autoriza fazer isso.
4) A Constituição nos autoriza fazermos nós isso.
5) Andavam a caminhar pelo parque.
6) Andavam pelo parque a caminhar.
7) Eles parecem estar chorando.
8) Eles parece estarem chorando.
9) Esquecemos de fazer a tarefa.
10) Esquecemos de ter feito.
ALGUMAS REGRAS CONSAGRADAS:
Emprega-se o Infinitivo Impessoal:
a)
Quando ele não se referir expressamente a nenhum sujeito.
É bom votar conscientemente nesse segundo turno.
Convém chegar cedo para a prova.
b) Quando, com sentido passivo, vier precedido da preposição DE na frente
de adjetivos como POSSÍVEL, FÁCIL, DIFÍCIL, etc.
Isso é difícil de entender mesmo. (de ser entendido)
Esse desconto é possível de se conseguir sim. (ser conseguido)
c) Quando tem equivalência de substantivo:
Falar em público é coisa complicada.
d) Quando é o verbo principal de uma locução verbal:
Quero almoçar cedo hoje.
e) Quando equivale ao modo imperativo:
A ordem veio áspera: carregar no castigo!
f) Quando tiver como sujeito um pronome oblíquo, o que ocorre com os verbos
DEIXAR, FAZER, MANDAR, OUVIR, SENTIR e VER:
Mandei-o fazer a lição inteira.
Vi-os reconhecer alegremente a figura.
EMPREGA-SE O INFINITOV PESSOAL:
a)
Quando tiver sujeito diferente (claro ou não) do sujeito da oração principal
A idéia era corrigirmos os erros imediatamente.
b) Quando tiver sujeito expresso:
Para nós comermos jiló, era preciso pressão.
c) Quando vier com sujeito indeterminado, o que coloca o infinitivo na 3ª
pessoa do plural
Senti cochicharem nas minhas costas.
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