Idade Média A Alta Idade Média e o feudalismo na Europa Idade Média • • • Idade Média: durou aproximadamente 1000 mil anos. Tem início no ano de 476 (deposição do último rei do Império Romano do Ocidente) e termina em 1453 (turcos otomanos conquistaram a cidade de Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente). As origens da Idade Média, sua formação, está vinculada à crise do Império Romano. Crise do Império Romano • Os exércitos romanos conquistaram muitos povos e territórios.Observe a extensão do território dominado pelos antigos romanos. Principais fatores da crise • • • • • • • • • • Primeiros sinais da crise: século III. Extensão do Império = problemas = como governar e defender um território tão grande? Conflitos nas cidades: nem todos os povos conquistados aceitavam as regras impostas pelo governo imperial. Grupos de estrangeiros, passaram a migrar em número cada vez maior, para o território romano = contratação de mais soldados para manter a ordem = gastos públicos aumentaram. O governo aumentou os impostos = os preços dos produtos subiram, o comércio entrou em declínio e começou a faltar alimentos. Invasões bárbaras (povos estrangeiros) Escassez de escravos Muitos camponeses e pequenos proprietários empobrecidos abandonaram suas terras e foram para o campo em busca de trabalho e proteção dos grandes proprietários rurais. Nas terras desses nobres, os trabalhadores passaram a viver na condição de colonos. Colonos: recebiam do nobre um lote de terra para cultivar e dele tirar o seu sustento. Em troca, o colono entregava ao nobre, parte do que produzia em seu lote. Colonato: sistema de trabalho predominante na fase final do império. A queda do Império Romano do Ocidente • No século IV, o exército romano já não conseguia conter o avanço dos povos germânicos; • O exército passou a recrutar mercenários de origem germânica; • O governo romano decidiu transferir a capital do Império para um local mais seguro e afastado dos conflitos; • O imperador Constantino escolheu a cidade de Bizâncio, localizada na parte oriental do Império; • Bizâncio passou a ser chamada de Constantinopla, em homenagem ao imperador Constantino; • Em 395, com a morte de Teodósio, o Império Romano foi dividido entre seus dois filhos. Formou-se assim o Império Romano do Ocidente (capital Ravena, depois Milão) e o Império Romano do Oriente (capital em Constantinopla). A formação dos reinos germânicos • Os povos estrangeiros que ocupavam as terras do império iniciaram o processo de formação de reinos e monarquias; • Dentre esses povos destacavam-se os “germânicos”, que se dividiam em vários grupos: Suserania e vassalagem • “Um homem ajoelha-se diante de outro homem, une as duas mãos e as coloca nas mãos daquele que está à sua frente. Segue-se um ritual no qual fica estabelecido um acordo e uma amizade para toda a vida. Após essa união, o primeiro homem jura sobre o Evangelho ser fiel ao segundo, também por toda a sua existência. Esse ritual selava a relação entre suseranos e vassalos, típica da época feudal”. Feudalismo • Origina-se de “feudo”, palavra germânica que significa “benefício”= um cargo, uma quantia em dinheiro, o direito de cobrar pedágio em uma ponte ou estrada, ou ainda, uma propriedade de terra, o senhorio. O nobre possuidor de um senhorio era chamado de senhor feudal; • A partir do século X a vassalagem tornouse hereditária. Enfraquecimento do poder real • Em meados do século X, o poder dos vassalos já podia ser considerado superior ao do rei. • A concessão de feudos, inicialmente feita pelo rei aos nobres do reino, passou a ser feita dentro da própria nobreza. • Ex: um conde tinha recebido do rei um feudo (pedaço de terra), podia dividi-lo em 5 feudos e distribuí-los a seus guerreiros, tornando-se suserano dos nobres beneficiados por ele. Os guerreiros que se tornaram vassalos daquele conde, poderiam também dividir o feudo recebido em novos feudos e concedê-los a outros nobres, tornando-se suseranos desses novos vassalos. Enfraquecimento do poder real • Necessidade de ajuda militar – concessão de feudos uma prática muito comum entre a nobreza; • Ampla rede de suserania e vassalagem, praticamente todos os nobres eram ao mesmo tempo suseranos e vassalos; • O rei não era vassalo de ninguém e não tinha poder para interferir na vida interna dos feudos; • Nos séculos IX e X a Europa foi surpreendida pela chegada dos vikings, dos muçulmanos e dos húngaros; • Os habitantes das cidades foram buscar refúgio nas propriedades rurais: • - o comércio diminuiu; • - a troca de produtos sem o uso de moeda aumentou; • - as propriedades rurais se transformaram no centro da vida social, econômica e política da Europa ocidental; • - os senhores feudais passaram a ser a camada social mais poderosa; A economia feudal • A agricultura era a base da economia; • A produção de cereais (aveia, centeio e cevada) e de leguminosas (feijão e ervilha) representavam o centro da atividade agrícola. A sociedade feudal • Hierarquizada: clérigos, nobres e camponeses. A posição de cada pessoa na sociedade era determinada pelo nascimento. Comandavam os mosteiros e os feudos da Igreja: - Alto clero: papa, bispos, cardeais, etc. - Baixo Clero: padres. Mantinham entre si as relações de suserania e vassalagem. O nobre que tinha a posse de um feudo era um senhor feudal. Recebiam tributos pagos pelos camponeses e dedicavam-se à preparação militar, eram também conhecidos como cavaleiros. Eram o grupo mais numeroso, dividiam-se em: -servos: principal tipo de trabalhador, trabalhavam nas terras do senhor feudal Onde deveriam permanecer até a morte. Não tinham liberdade de locomoção e deveriam pagar uma série de tributos ao senhor feudal, eram protegidos por ele durante as guerras, ocasiões em que eram abrigados nos castelos; Em resumo: Castelos = neles viviam os nobres. Essas construções deviam ser grandes e seguras porque eram comuns as guerras e invasões. Quando o feudo pertencia à Igreja, em vez de castelo a construção principal era um mosteiro ou uma igreja. Mesmo nos feudos que não pertenciam à Igreja, havia sempre um templo católico. As partes As departes um de um feudo feudo Manso senhorial = parte das terras agrícolas cultivada pelos camponeses cuja produção pertencia ao senhor feudal. Celeiro = armazenar a produção. Estrebarias = abrigar os cavalos. Forno = assar pães. Oficina = fabricavam-se ferramentas para a agricultura. No moinho os cereais eram moídos e utilizados como alimento. A água movia as pás e fazia a engrenagem de moagem funcionar. Nas aldeias, viviam os camponeses, em cabanas feitas de barro e palha, com chão de terra batida e, às vezes, com um cercado nos fundos, onde se criavam pequenos animais e aves. A técnica de rotação de culturas aumentou a produtividade agrícola. Cada lote era dividido em três partes: enquanto uma “descansava”, as outras duas partes eram cultivadas. Manso servil = onde o camponês tirava seu sustento. Uma parte do que produzia ficava com ele e a outra ficava com o senhor feudal. Manso comunal = áreas para pastagem de animais e os bosques compunham as terras comunais do feudo. Às vezes, os camponeses tentavam fugir através dos bosques, à procura de outro local para viver e trabalhar ou para escapar de alguma punição. Tributos que os camponeses eram obrigados a pagar • Corvéia: obrigação de trabalhar alguns dias da semana na reserva senhorial. Tudo o que era produzido nessa área ficava com o senhor feudal. • Talha: entrega de uma parte da produção das terras da reserva servil. • Banalidades: pagamento pela utilização das instalações do feudo, como o moinho, o celeiro, etc. Uma parte do que era moído devia ser entregue ao senhor, uma parte do que era armazenado no celeiro também e assim por diante. • Capitação: tributo anual, também pago com produtos, de acordo com o número de familiares do camponês. • Mão-morta: espécie de “multa” que o dono do feudo cobrava quando um camponês morria. O poder da Igreja católica • Poder político era descentralizado = cada feudo tinha suas próprias leis e regras, impostas pelo senhor feudal; • Poder centralizado: exercido pela Igreja, cujo chefe supremo era o Papa. • Os valores,as crenças, as noções de verdade, de certo e errado, de bem e mal eram determinados pelos ensinamentos católicos. O poder da Igreja na educação • Mosteiros- forma de divulgação da fé católica.Reclusos nesses ambientes, os monges dedicavam-se à atividade intelectual e espiritual e incentivavam a criação de escolas e bibliotecas; • Monges copistas – forma de divulgação do conhecimento, já que era impossível produzir livros em grande escala; • Obras de caridade: atraíam para seus arredores, pessoas carentes que acabam formando aldeias.