Slide 1 - Cursinho TRIU

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Aula 6
Formação das monarquias
centralizadas
Rei busca a centralização e passa a exercer:
 o poder nacional – em oposição à nobreza e
ao Papa, mas com apoio da burguesia (que
tem seus interesses na centralização)
Passa a reivindicar:
 o monopólio da força: com a formação de
um exército nacional;
 da justiça (criação de tribunais reais);
 monetário (cunhagem de moedas);
 fiscal (cobrança de impostos)
 das leis (legitimação de seu poder).
França
O processo de centralização na França inicia-se a partir do
século XII (na dinastia capetíngia).
 Um dos monarcas dessa dinastia, Filipe Augusto, tomou
algumas medidas que foram fundamentais para o processo
centralizador: criação de um exército (lembrar que até então
não existia um exército nacional, quem lutava eram os
cavalheiros, vassalos e servos); cobrança de impostos em todo
território francês (inclusive na região norte que era ocupada
pelos ingleses); derrotou os ingleses; aliança com a burguesia;
impôs à nobreza (utilizando-se da força) as suas leis.
 Outro monarca (Luís IX) continuou o processo, estabelecendo
os tribunais reais por todo território e uma moeda nacional.
Filipe IV (o Belo) também deu continuidade ao processo: criou
a assembleia dos Estados Gerais, formado pelo clero, nobreza e
comerciantes de caráter consultivo para com as decisões do
monarca.

O monarca também taxou os bens da Igreja.
Cativeiro de Avgnon: o monarca interfere na escolha de um
novo papa e força a transferência da sede da Igreja em Roma
para Avgnon, na França. Durante 70 anos os papas ficaram
submetidos ao poder do monarca francês, mas a nomeação de
outro papa em Roma provocou o chamado Cisma do
Ocidente (existência de dois papas). O conflito terminou em
1417, após um acordo feito entre o rei da França e a Igreja.
 Guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra (briga pela
posse do território onde se localizava a região têxtil de
Flandres-norte da França): esse conflito enfraquece o processo
de centralização do estado francês. A fome, as doenças (peste
negra) e as revoltas camponesas também pioram a situação.
Apenas no século XV os franceses começam a ter vitórias
militares sobre os ingleses e conseguem expulsá-los em 1453.
 Joana D’Arc participou em diversos combates contra os
ingleses. Depois foi presa e entregue aos ingleses. Acusada de
heresia, foi morta.


Inglaterra
 Início da Idade Média: ocupada por vários
povos germânicos, sobretudo, anglos e saxões.
 1066: invasão dos normandos na ilha.
Guilherme, um rei normando, derrotou os
anglos- saxões e dividiu o reino em condados.
 Em 1154 os plantagenetas ocuparam o reino.
A partir de então os reis buscaram fortalecer
o poder real (impondo um conjunto de leis a
todo território).
O rei Ricardo Coração de Leão envolveu-se com as
cruzadas e a nobreza já demonstrava sua insatisfação
com o rei. O próximo rei, João Sem-Terra, elevou a
tributação e se envolveu com guerras com a França
causando uma revolta. Os nobres impuseram ao rei a
Magna Carta (1215), na qual limitava o poder real,
pois para criar novos impostos ou leis o Grande
Conselho (formado por nobres e clero - futuro
Parlamento) teria que ser consultado.
 Como vimos, à Inglaterra se envolveu na Guerra dos
Cem Anos com a França e, após essa, houve uma
disputa pelo trono inglês entre duas famílias: os York e
os Lancaster que culminou na Guerra das Duas Rosas.
Essa guerra abriu caminho para centralização do reino
inglês.

Império Romano-Germânico
 Sua origem remonta ao fim da dinastia
carolíngia (ver tratado de Verdun). Seu
território incluía, dentre outras regiões, o que
hoje corresponde à Alemanha e à Itália, que só
tiveram seus Estados unificados no século
XIX. Apesar de possuir um imperador, o
império estava estruturado no domínio de
vários poderes locais (disputas entre senhores
feudais, clero e imperador). Foi no governo do
imperador Henrique IV que ocorreu um
grande conflito: a Questão ou Querela das
Investiduras.

O papa Gregório VII durante seu pontificado
rejeitou as nomeações de bispos feitas pelo
imperador. O Imperador não seguiu as
imposições do papa e foi excomungado. Esse
conflito só foi resolvido em 1122, por meio de
um acordo (assinatura da Concordata de
Worms).
 Veneza, Gênova e Florença (cidades dedicadas
ao comércio) conseguiram se emancipar do
império no século XIII.

Península Ibérica - Sofreu a invasão dos
visigodos no final do Império Romano e a
invasão dos árabes no século VIII.
 O movimento da Reconquista Ibérica
iniciou-se no século XI, com a organização dos
reinos de Leão, Navarra, Castela e Aragão. A
união desses reinos deu origem ao Estado
centralizado espanhol que só se consolidaria
de fato com a conquista de Granada em 1492,
último reduto árabe ao sul da península.

Portugal
 O condado de Portucalense foi um feudo doado pelo rei
Afonso VI de Leão à Henrique de Borgonha pela sua
participação na guerra de Reconquista. (lembre-se: que os
nobres sofriam com a lei da primogenitura e das relações
de vassalagem, assim as guerras eram uma forma de
obterem terras).
 Henrique se casou com a filha do rei de Leão. O filho do
casal, D. Afonso Henriques, conseguiu a independência do
feudo em relação ao reino de Leão (após muitos conflitos
anteriores). Iniciou-se a dinastia de Borgonha, que
continuou a guerra contra os mulçumanos, como também
promoveu uma expansão das fronteiras do recém formado
reino ao sul. Durante a expansão territorial, Portugal sedia
terras aos nobres envolvidos na guerra, mas não lhes dava a
posse hereditária. Dessa maneira, a posse das terras ficava
com a Monarquia promovendo a hegemonia do rei.
Revolução de Avis
Com a morte do último rei da dinastia de Borgonha
iniciou-se uma disputa pelo trono português: parte da
nobreza ficou ao lado do genro de D. Fernando, rei de
Castela, no entanto os comerciantes (com a apoio de
setores populares) apoiaram D. João, mestre de Avis,
que conseguiu vencer a disputa. A Revolução de Avis
em 1385 marca o início da segunda dinastia em
Portugal e a centralização do reino.
 É importante enfatizar que essa nova dinastia teve
como marca a aproximação da monarquia com os
interesses da recente burguesia (que desejava ampliar
seus mercados). O rei, por sua vez, apoiando o
comércio, ansiava por fortalecer seu poder
arrecadando mais impostos sobre as transações
mercantis.



O setor mercantil português ganhou
impulso nesse período, pois Portugal havia se
tornado ponto de escala da rota marítima que
ligava o Mediterrâneo ao norte da Europa
(lembrar que durante o século XIV as rotas
terrestres estavam comprometidas pela
guerra, fome e doenças, como também eram
dominadas pelos mercadores italianos e
árabes).
Expansão marítima europeia
 Vários fatores impulsionaram a expansão
marítima na Europa. Como vimos na aula
anterior, o século XIV foi marcado por grande
crise (guerras, fome e peste negra), que provocou
uma drástica diminuição da população como
também uma significativa redução do comércio
(que estava em expansão). Além disso, a rota do
Mediterrâneo (principal caminho para o
comércio com o Oriente) estava sob o
monopólio das cidades italianas restringindo os
negócios das demais cidades europeias.
 Diante desse quadro, a burguesia europeia
necessitava de alternativas para a expansão do
comércio e a navegação marítima foi uma saída.



Portugal: o estudo náutico do infante D.
Henrique foi fundamental. Em Sagres ele liderou
estudos e atraiu cosmográfos, cartógrafos,
mercadores e aventureiros que em conjunto
desenvolveram técnicas para a travessia do
Atlântico, com o objetivo de chegar até as Índias.
A tomada de Ceuta em 1415 foi um marco
da expansão portuguesa.
O projeto de uma viagem em torno do
continente africano (périplo africano) ganhou
corpo, atingindo a cada ano novos lugares. Os
portugueses conquistaram as ilhas de Açores,
Madeira e Cabo Verde, onde iniciaram uma
política de povoamento, baseada na agricultura e
na pecuária. O cultivo de cana-de-açúcar foi
desenvolvido nessas ilhas.

Portugal e Espanha estiveram à frente na
expansão marítima (sendo seguidos a partir
do século XVI por outras nações). Decidiram
dividir o continente “descoberto” através do
Tratado de Tordesilhas: todas as terras
situadas a oeste do meridiano de Tordesilhas
(que passava a 370 léguas a oeste do
arquipélago de Cabo Verde) pertenceriam à
Espanha. Para Portugal, as terras situadas a
leste do meridiano lhe pertenceriam.
Fonte : VICENTINO, Cláudio; GIANPAOLO, Dorigo. História para o
ensino médio: história geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2008.
Transição Idade Média para Idade
Moderna
 Como vimos, durante a Baixa Idade Média,
surgiram vários elementos que
desencadearam significativas mudanças na
Europa. Com a expansão marítima, iniciou-se
uma expressiva revolução comercial, pois a
atividade mercantil passou a ser exercida em
escala mundial. Podemos dizer que se
estruturava uma nova ordem socioeconômica,
denominada (por alguns historiadores) de
capitalismo comercial ou mercantil.
Mas é importante termos em mente que
muitas características da ordem feudal
coexistiam com a nova estrutura social que
então se formava. Os privilégios oriundos da
questão hereditária e não do mérito (do
sucesso econômico) eram ainda recorrentes.
 Por outro lado, existiam os grupos sociais
associados ao comércio e as finanças que
promoviam a acumulação primitiva de
capitais (veremos mais adiante como essa
acumulação foi decisiva para a ascensão da
burguesia ao poder e para o processo de
industrialização).

Algumas mudanças:
 Nobres: tiveram que se adaptarem às exigências da
nova ordem para garantir seus privilégios. Muitos
passaram a compor funções na administração estatal
das monarquias. Essa relação com o rei garantia suas
prerrogativas, por sua vez, legitimava o poderio
absoluto do monarca (o rei é um nobre).
 Cidades: com a centralização do poder, nas cidades,
onde já se promoviam uma produção manufatureira
como também de trocas monetárias, acentuou-se o
controle da arrecadação de impostos, por parte do rei.
O trabalho nesses centros urbanos passou a ser
gradativamente
realizado
por
trabalhadores
assalariados, modificando as relações de trabalho
até então vigentes na ordem feudal.
Campo: muitas obrigações feudais deixaram de existir
e muitas terras comunais passaram a ser expropriadas.
A composição da sociedade em ordens ainda
permanece: nobres, clero e povo. No entanto, na
medida em que outras parcelas da população passaram
a acumular riquezas, a sociedade tornou-se mais
dinâmica, surgindo classes de proprietários de terras
(clero, nobres); de burgueses (comerciantes e artesãos)
e de trabalhadores (assalariados, camponeses livres e
servos).
 Estamos entrando no período denominado de Idade
Moderna, séculos XV e XVIII, ou época do Antigo
Regime. Vamos perceber nesse período algumas
permanências (da ordem feudal) e muitas rupturas
(novas formas de organização social e de produção;
mudanças no imaginário).

O Estado Moderno
 Surgem a partir do processo de aproximação entre
monarquia e burguesia. Essa ligação se deveu pela crescente
busca de recursos monetários. Os reis europeus
incentivaram os negócios burgueses gerenciando a
expansão mercantil (navegações), como também na criação
de colônias na América. O poder do rei é fortalecido
assumindo um caráter absolutista modificando a ordem
feudal na qual cada vassalo (senhor feudal) reinava
soberanamente sobre seu feudo.
 Formou-se, inclusive, uma grande burocracia sustentando a
administração estatal, na qual os nobres faziam parte.
Podemos dizer que o estado absolutista era um estado de
equilíbrio, pois o rei possibilitava aos nobres a manutenção
de seus privilégios, mas também auxiliava a expansão
burguesa e dessa forma mantinha-se no poder.
O mercantilismo
 No exercício do poder absoluto uma das medidas
adotadas pelos reis para o fortalecimento financeiro
do Estado foi a adoção de um conjunto de práticas
econômicas denominadas de mercantilismo.
Vejamos as principais características dessa doutrina
econômica:

Metalismo: ideia de que a riqueza de um estado
dependia da quantidade de metais preciosos
presentes em seu território (obtidos pela exploração
direta de minas ou pelo comércio – acúmulo de
moedas).

Balança Comercial favorável: a riqueza do
Estado estava associada em sua capacidade de
exportar mais e importar menos.




Protecionismo: para garantir uma balança
favorável incentivaram a produção manufatureira
e impunham barreiras tarifárias aos produtos
estrangeiros (protegendo a produção de
manufaturas internas).
Intervenção do estado na economia:
medidas de intromissão do estado nas atividades
econômicas, assim como as vistas acima.
Impasse: como realizar o comércio quando
todos os estados querem exportar mais e
importar menos?
Saída: guerras entre os estados e o
estabelecimento de colônias – através da
expansão marítima.
Metrópoles e suas Colônias.
 Sistema
Colonial – relações entre
Metrópole e Colônia que se expressava
através do mecanismo composto pelo
trabalho compulsório, pela dominação política
e pelo exclusivo colonial (NOVAIS, Fernando,
1979).

Renascimento cultural
É importante ressaltar que o renascimento não pode
ser visto de maneira isolada, pois está articulado a
outros acontecimentos importantes do período
(grandes navegações, reformas religiosa, absolutismo
etc.).
 Podemos caracterizar o Renascimento como: um
movimento cultural, anticlerical, científico e racional
que surgiu entre os séculos XV e XVI inspirado,
sobretudo, no resgate da cultura greco-romana, em
oposição aos valores feudais. O antropocentrismo (a
ideia de que o homem esta no centro de tudo e não
Deus) era contrário a cultura predominantemente
religiosa, teocêntrica, que vigorou durante o período
da Idade Média. Os renascentistas consideravam o
período medieval obscuro, daí a denominação de Idade
das Trevas, dado pelos renascentistas ao período feudal.


Além do resgate da cultura greco-romana, é
importante observar que esse movimento se insere no
contexto da ascensão da burguesia, que passa a
conquistar um importante papel na sociedade europeia
implantando seus valores e interesses.
 Humanismo: valorização do humano e do natural, em
oposição ao divino.
 Cidades italianas: local onde o renascimento surgiu
e teve maior expressão. Lembre-se que nessa região
vinha ocorrendo um maior desenvolvimento comercial.
O novo estilo artístico, que nasce nessas cidades
italianas, estão extremamente ligados a burguesia e ao
desenvolvimento capitalista que então se iniciava.
 Mecenas: indivíduos que patrocinavam produções
artísticas. Os mecenas eram pessoas ricas que
buscavam se promover socialmente.

Renascimento italiano
 Pintores,
literários,
pensadores
que
compunham o movimento. Vejamos alguns
deles :
 Século XIV: destaca-se as obras de Gioto di
Bondoni , Dante Alighieri e Petrarca.
 Século XV: Masaccio, Sandro Botticelli e
Leonardo da Vinci.
 Século
XVI: Nicolau
Maquiável
e
Michelangelo Buonarroti.
Giotto. A lamentação. 1303-05. Affresco. Cappella Scrovegni, Pádua, Itália.
Sandro Botticelli. Nascimento de Vênus. 1485. tempera su tela inchiodata su
tavola. cm. 172X278. Fienze, Uffizi
Michelangelo Buonarroti. La creazione di Adamo. 1508-12. Affresco. Cappella
Sistina, Roma,Vaticano.
Renascimento em outras regiões. Alguns
expoentes e algumas de suas obras:
 Países Baixos: Erasmo de Roterdã - obra:
Elogio da Loucura.
 Inglaterra: Thomas Morus, obra: Utopia;
William Shakespeare – Hamet, Romeu e
Julieta.
 Espanha: Miguel de Cevantes, obra: D. Quixote
de la Mancha.
 Portugal: Luís de Camões, obra: Os Lusíadas.

Renascimento científico
 Além de obras artísticas e literárias,
ocorreram
também
nesse
período
importantes estudos no campo científico:
física, astronomia, matemática etc.
 Teoria heliocêntrica: defendia a ideia de
que o Sol se encontrava no centro do
universo, contrariando
as
concepções
religiosas. Nicolau Copérnico, Giordano Bruno
e Galileu Galilei estiveram envolvidos nessa
teoria.

Slides (29, 30 e 31): Giotto, Botticelli e Michelangelo. Disponível em:
http://www.geometriefluide.com/default.asp.
Acesso
em:
20/05/2012.

Prezados alunos (as)
O resumo da presente aula foi produzido com base nas seguintes
obras:
VICENTINO, Cláudio; GIANPAOLO, Dorigo. História para o ensino
médio: história geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2008.
Como também em outros materiais e autores que serão citados,
quando não presentes nos textos das obras indicadas acima. As
atividades foram elaboradas em concordância com o projeto
político e pedagógico do cursinho Triu.
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