entomofauna de uma área em regeneração após perturbação por

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21 A 23 DE MAIO DE 2014 – POÇOS DE CALDAS – MINAS GERAIS
ENTOMOFAUNA DE UMA ÁREA EM REGENERAÇÃO APÓS PERTURBAÇÃO
POR INCÊNDIO
Debora Gisele Minigildo(1); Lays Postali(2); Harquimedes Ferreira Ceridório(3); Douglas Rodrigo
dos Santos Mendes(4); Camila Lopes Cavalheiro(5); Gabriela de Almeida Locher(6); Mateus
Aparecido Clemente(7) ; Edilberto Giannotti(8)
(1) Graduação
em Ciências Biológicas; Instituto de Biociências; Departamento de Zoologia; Universidade Estadual
Paulista “Julio de Mesquita Filho” - Unesp; Rio Claro-SP; [email protected].
(2) Graduação em Ciências Biológicas; Instituto de Biociências; Departamento de Zoologia; Universidade Estadual
Paulista “Julio de Mesquita Filho” - Unesp; Rio Claro-SP; [email protected].
(3)Graduação em Ciências Biológicas; Centro Universitário Hermínio Ometto; UNIARARAS; Araras-SP;
[email protected].
(4) Graduação em Ciências Biológicas; Instituto de Biociências; Departamento de Zoologia; Universidade Estadual
Paulista “Julio de Mesquita Filho” - Unesp; Rio Claro-SP; [email protected].
(5)Graduação em Ciências Biológicas; Instituto de Biociências; Departamento de Zoologia; Universidade Estadual
Paulista “Julio de Mesquita Filho” - Unesp; Rio Claro-SP; [email protected].
(6) Doutoranda em Zoologia; Instituto de Biociências; Departamento de Zoologia; Universidade Estadual Paulista
“Julio de Mesquita Filho” - Unesp; Rio Claro-SP; [email protected].
(7) Doutorando em Zoologia; Instituto de Biociências; Departamento de Zoologia; Universidade Estadual Paulista
“Julio de Mesquita Filho” - Unesp; Rio Claro-SP; [email protected].
(8) Professor do Departamento de Zoologia; Instituto de Biociências; Departamento de Zoologia; Universidade
Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” - Unesp; Rio Claro-SP; [email protected].
RESUMO - Os insetos possuem um alto grau de sensibilidade a mudanças
ambientais, por isso são utilizados como indicadores de qualidade e degradação
ambiental. Este estudo teve como objetivo realizar o inventário da fauna de insetos
de uma área perturbada por incêndio localizada no município de Rio Claro-SP e
verificar se, durante a sua regeneração, houve alterações significativas na
comunidade entomofaunística. Para verificar essas possíveis alterações foram
realizadas coletas pós-incêndio, utilizando-se armadilhas atrativas, em meses
alternados a partir do mês seguinte a ocorrência da queima. Um total de 847
indivíduos distribuídos em seis ordens e 32 famílias foram coletados. Observou-se
distinção entre as ordens e famílias encontradas nos meses amostrados, inclusive,
no último mês, foram observadas cinco famílias a mais do que nos outros meses, no
entanto não foi verificada diferença estatística significativa entre as amostras obtidas
nos três meses. Destacou-se a ordem Hymenoptera, com 704 indivíduos, sobretudo
com a família Formicidae, com 659 indivíduos. A rápida recolonização pelos insetos
teve influência de áreas de entorno que não sofreram queima e da rápida
regeneração vegetacional.
Palavras-chave: Inventário. Insetos. Fogo. Rio Claro.
Introdução
Os insetos são tidos, atualmente, como o grupo dominante de animais em
toda a Terra, alguns especialistas estimam que o número de espécies possa se
aproximar de 30 milhões (Triplehorn e Johnson, 2005). O grupo é essencial para o
ecossistema por desempenhar funções como reciclagem de nutrientes, propagação
e manutenção da composição da comunidade de plantas, alimento para animais
insetívoros e manutenção da estrutura da comunidade animal (Gullan e Cranston,
2005). Segundo Souza e Brown (1994), os indivíduos da classe Insecta são
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adequados para o uso em estudos de avaliação de impacto ambiental, pois, além de
serem os animais mais numerosos do globo terrestre, com elevadas densidades
populacionais, apresentam grande diversidade, em termos de espécies e de
hábitats.
Compreender como a biota responde aos eventos do fogo é de extrema
relevância para o manejo e a conservação dos ecossistemas terrestres, uma vez
que, é um distúrbio que pode afetar a riqueza das comunidades ecológicas (Frizzo et
al., 2011). A literatura geral indica que há uma significativa diminuição de insetos em
áreas incendiadas em comparação a outras formas de gestão em hábitats abertos
(Swengel, 2001). A localização e a altura do fogo influenciam na vulnerabilidade dos
insetos presentes na área de queima, sendo que, espécies que se encontram nas
fases imóveis da vida, ocorrem na superfície de tecidos vegetais, estando assim,
mais vulneráveis quando comparadas às formas adultas que podem voar ou
penetrar para escapar de lesões (Lyon et al., 2000).
Gomes et al. (2007) mostraram que no Cerrado, em áreas com práticas
conservacionistas, ou seja, sem o uso de fogo, foram encontrados 124 espécies de
insetos pertencentes a 18 famílias, enquanto 84 espécies foram encontrados em
área queimada, pertencentes a 13 famílias. Constatando-se que não apenas a
abundância de insetos é reduzida na área com histórico de fogo, mas também a
riqueza.
Considerando a importância dos insetos para o equilíbrio ecológico, o
presente estudo teve por objetivo analisar as possíveis alterações sofridas pela
entomofauna de uma área localizada no município de Rio Claro-SP, devido à perda
vegetacional provocada por fogo.
Material e Métodos
O local de estudo se encontra em uma área pública municipal na cidade de
Rio Claro, que faz limite ao sul com a Universidade Estadual Paulista - UNESP e a
nordeste com a Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade - FEENA. O clima
da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Cwa (tropical com duas
estações bem definidas), caracterizado por seca no inverno e temperatura média do
mês mais quente acima de 22°C. Apresenta aproximadamente 100 m 2, com aspecto
de bosque, ausência de sub-bosque e árvores de tamanho uniforme. A serrapilheira
é escassa ou inexistente, tampouco observam-se plântulas (Cardoso-Leite et al.,
2004).
A área analisada sofreu um incêndio acidental em agosto de 2013. Dessa
forma as coletas, realizadas em meses alternados, foram iniciadas no mês de
setembro, seguido de novembro de 2013 e janeiro de 2014. Cinco armadilhas,
confeccionadas com garrafas plásticas do tipo “PET” de dois litros, foram instaladas
a 100m umas das outras, sendo três acima de 7m do solo e duas a 1,5m do solo.
Em cada garrafa foram feitos quatro orifícios circulares e colocados 200 ml do
líquido atrativo composto por suco concentrado de maracujá e açúcar. As
armadilhas permaneceram instaladas por um período de sete dias. Os exemplares
encontrados foram recolhidos, com o auxílio de uma peneira e uma pinça, e fixados
em álcool 70% em recipientes do tipo coletor universal (Souza et al., 2011).
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Os exemplares foram identificados seguindo chaves dicotômicas de famílias
propostas por Triplehorn e Johnson (2005) e Rafael et al. (2012). Algumas famílias
não foram identificadas até o momento.
Para a confecção das tabelas e gráficos foi utilizado o programa Microsoft
Office® Excel 2010. Para a execução dos testes estatísticos foi utilizado o programa
BioEstat 5.0 (Ayres et al. 2007). Para testar a normalidade foi aplicado o teste
D’Agostine Pearson, e para testar a variância entre os meses de coleta, o teste
Kruskal-Wallis (Zar, 1999).
.
Resultados e Discussão
Foram encontrados um total de 847 indivíduos distribuídos em seis ordens e
32 famílias. Nos meses de setembro e novembro de 2013 observou-se um total de
cinco ordens e 16 famílias, já no mês de janeiro de 2014, cinco meses após a
queimada, esse número passou a seis ordens e 21 famílias. A abundância total
diminuiu, passando de 363 no mês de setembro de 2013, para 195 em novembro de
2013, sofrendo um aumento para 289 em janeiro de 2014 (Tabela 1).
Tabela1: Resultados obtidos para as coletas de insetos nos meses de setembro de
2013, novembro de 2013 e janeiro de 2014, em uma área de regeneração pósincêndio em Rio Claro-SP.
Ordem
Família
set/13
nov/13 jan/14
Hymenoptera
Apidae
18
5
2
2
Cynipidae
Formicidae
270
145
244
Vespidae
11
6
1
Coleoptera
Chrysomelidae
9
1
2
Coccinellidae
1
Curculionidae
4
3
2
Scarabaeidae
1
Staphylinidae
20
3
Bostrichidae
1
3
Elateridae
2
não identificada1
1
3
2
não identificada2
1
1
não identificada3
2
Diptera
Drosophilidae
4
2
Asilidae
1
Lonchaeidae
1
Tachinidae
4
Muscidae
32
3
Oestridae
1
Tephritidae
4
Ulidiidae
1
Syrphidae
1
3
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Blattodea
Orthoptera
Dermaptera
Total de
Famílias
Abundância
Otitidae
não identificada1
não identificada2
não identificada3
Blattidae
Acrididae
Gryllidae
Tettigoniidae
não identificada
3
1
-
1
2
1
-
1
3
4
5
1
3
1
1
16
16
21
363
195
289
A ordem Hymenoptera foi predominante em todos os meses, totalizando 704
indivíduos, representando 83% da abundância coletada no mês de setembro de
2013, 80% em novembro de 2013 e 85% em janeiro de 2014. Justifica-se o alto do
número de representantes de Hymenoptera por ser esta composta, além de outras
famílias, por abelhas, formigas e vespas, insetos sociais que representam um rico
grupo de espécies e perfazem uma extraordinária fração relativa à abundância e
biomassa no ecossistema terrestre (Wilson, 1990). A família mais abundante nas
amostras dentro de Hymenopera foi Formicidae, com 659 indivíduos, representando
74% da abundância nos meses de setembro e novembro de 2013 e 84% em janeiro
de 2014. É importante notar que esta família soma de 10 a 15% da biomassa animal
encontrada na maioria das comunidades terrestres do globo (Ruppert et al., 2005),
fato que indica como natural a predominância destes insetos em inventários de
entomofauna. Segundo Fowler (1998), durante etapas de sucessão vegetacional,
ocorre aumento no número de Hymenoptera, pois em estágios iniciais os
organismos da família Formicidae são dominantes, o que diminui a diversidade,
como foi verificado no presente estudo. Porém, com as modificações
microclimáticas, ocorre o estabelecimento de outras espécies. A diversidade de
indivíduos da ordem Hymenoptera, assim como organismos de outras ordens,
aumenta com a complexidade estrutural do habitat. Os principais fatores que
influenciam esse aumento são: a diversidade de sítios de nidificação, a quantidade
de alimento disponível, a área de forragem e a interação competitiva entre as
espécies (Leal e Lopes, 1992). A família Formicidae foi responsável também pela
queda na abundância do mês de novembro (Figura 1), sofrendo uma diminuição em
125 unidades o número de indivíduos.
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Figura 1: Ordens coletadas e suas respectivas abundâncias por mês de coleta.
O teste de normalidade D’Agostino Pearson, para amostras maiores que 20
unidades com k amostras, mostrou não ser normal a distribuição dos dados
(p=<0,05), sendo assim, para testar a variância foi utilizado o teste de KruskalWallis, que mostrou não ocorrer diferenças estatisticamente significativas entre os
meses de coleta (p=0,5381).
Segundo Frizzo et al. (2011) o processo de recolonização das áreas
queimadas ainda é pouco conhecido, no entanto, um estudo com insetos galhadores
e minadores mostrou que esta se dá principalmente através de indivíduos vindos de
fora da área queimada e muitos insetos podem ser atraídos para área da queima
(Lyon et al., 2000). Isso se aplica ao presente estudo considerando que no entorno
da área queimada existem áreas de mata que não sofreram queima, o que pode
explicar a rápida recolonização por insetos que impede que se verifiquem
significativas diferenças nos primeiros meses de regeneração vegetacional. É
também importante salientar a presença de plantas ruderais na área que
apresentam alto grau de resiliência, tais plantas se adaptam às condições
ecológicas do local que estão inseridas e costumam ocupar espaços de alto impacto
(Souza et al., 2012), o que pode explicar a rápida regeneração vegetacional no
presente estudo.
Trabalhos posteriores poderão ser úteis para verificar se, em um estágio mais
avançado de regeneração, novas famílias de insetos recolonizarão a área,
possibilitando uma nova observação a respeito do processo de regeneração da área
tendo por base a comunidade entomofaunística.
Conclusão
Constatou-se que não houve diferenças estatísticas significativas na
abundância de insetos nos meses de coleta pós-incêndio devido à presença de
vegetação não queimada ao redor da área estudada, que possibilitou a migração
dos insetos, além da presença de plantas ruderais na área que ocasionou a rápida
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regeneração vegetacional. Destacou-se a ordem Hymenoptera por sua alta
abundância acarretada pelos insetos sociais, sobretudo pela família Formicidae.
Estudos posteriores, em um estágio mais avançado de regeneração
vegetacional da área, possibilitarão novas inferências com relação à recolonização
da entomofauna em uma área perturbada por fogo.
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