Geologia Ciclo das Rochas 7º Período /CB/ Profa: Ana Cristina Sanches Diniz diversas possibilidades de transformação de um tipo de rocha em outro O ciclo das rochas existe desde os primórdios da história geológica da Terra e, através dele, a crosta de nosso planeta está em constante transformação e evolução. Os continentes se originaram ao longo do tempo geológico pela transferência de materiais menos densos do manto para a superfície terrestre. INTEMPERISMO ou meteorização: alteração física e química das rochas e de seus minerais. É um importante agente no processo de formação de solos e modelador do relevo. Intemperismo químico: Quebra da estrutura química do material de origem (rocha ou sedimento). Decomposição. Relacionado com temperatura, pluviosidade e vegetação. Ocorre principalmente nas regiões intertropicais. Intemperismo físico: Desagregação ou desintegração do material de origem (rocha ou sedimento) sem alteração química. Fragmentos cada vez menores, conservando as características de seus minerais. Aumento na superfície de contato dos fragmentos, o que colabora com o intemperismo químico. Ocorre, principalmente, em regiões desérticas e de clima semiárido. Fatores que influenciam o intemperismo: Clima: (principal) determina a quantidade de chuva, temperatura (alteração química) e quantidade de ventos (alteração física); Relevo: Determina o fluxo de água e sua infiltração no solo. Terrenos mais íngremes: infiltração baixa. Terrenos mais planos: infiltração maior. Quanto mais tempo de contato entre água e rocha, mais reações químicas. Outros fatores: composição mineral das rochas, tempo cronológico, cobertura vegetal e a rocha-mãe. Parte das rochas sedimentares é formada a partir da compactação e/ou cimentação de fragmentos produzidos pela ação dos agentes de intemperismo (VENTO, VULCANISMO, RADIAÇÃO SOLAR, CHUVA, MARÉS) sobre uma rocha preexistente (protólito). Após serem transportados pela ação dos ventos, das águas que escoam pela superfície, ou pelo gelo, do ponto de origem até o ponto de deposição. As rochas, uma vez expostas à atmosfera e à biosfera passam a sofrer a ação do intemperismo, através de reações de oxidação, hidratação, solubilização, ataques por substâncias orgânicas, variações diárias e sazonais de temperatura, entre outras. O intemperismo faz com que as rochas percam sua coesão, sendo erodidas, transportadas e depositadas em depressões onde, após a diagênese, passam a constituir as rochas sedimentares. EROSÃO: relacionado a desgaste e transporte dos sedimentos. Processo mecânico. A ação de desgaste está condicionada pelos seguintes fatores: a) reações químicas entre a água e os materiais; b) ação mecânica da água; c) força e direção das rochas; d) natureza das rochas - dureza, constituição química e coesão. Os produtos resultantes da destruição são transportados por diversos fluidos, passando a circular sobre a superfície terrestre por ação do calor solar e pela gravidade. Quando a velocidade e força das correntes diminuem os materiais transportados são depositados. SEDIMENTAÇÃO: separação entre líquido e sólido. Depósito do material mais denso. Diagênese: Transformação dos sedimentos em rochas consolidadas por meio de diversos fenômenos físicos e químicos. À medida que os sedimentos afundam, a pressão a que ficam sujeitos aumenta, reduzindo os espaços entre as partículas (compressão) e expulsando uma parte da água que os empapa, (desidratação) o que provoca uma redução do volume dos sedimentos e da porosidade e aumento da densidade. Pode ocorrer também a formação de uma espécie de “cimento” natural entre as partículas, resultante da precipitação de substâncias químicas que se encontravam na água de circulação (sílica, carbonato de cálcio, óxidos de ferro, etc.) (cimentação). Metamorfismo: Transformação que sofre uma rocha sob a ação de temperatura, pressão, gases e vapor d'agua, que produzem, isolada ou conjuntamente, uma recristalização parcial ou total, formando-se novos minerais e novas texturas sem ocorrer a fusão da rocha. Ocorre no interior da crosta terrestre. 0 metamorfismo pode levar a rocha a sofrer alterações apenas físicas como crescimento dos cristais, ocasionando novas texturas; Ou a alterações químicas, como, o surgimento de novos minerais por recombinação; Ou físicas e químicas em conjunto. Metamorfismo de Contato: desenvolve-se ao redor de corpos ígneos intrusivos. 0 fator dominante é a temperatura. Metamorfismo Regional: Desenvolve-se em regiões de intenso tectonismo. Alta pressão. Rochas são fortemente dobradas, falhadas e sofrem recristalização. Estrutura foliada. Ocorrem em áreas onde existem ou existiram grandes cadeias de montanhas (escudos cristalinos). Metamorfismo dinâmico: Neste caso, o fator determinante e exclusivo é o atrito. É desenvolvido através de longas faixas e estreita adjacência de falhas, onde pressões de grande intensidade causam movimentações e rupturas na crosta. Devido à deriva dos continentes, as rochas podem ser levadas a ambientes muito diferentes daqueles onde elas se formaram. Qualquer tipo de rocha (ígnea, sedimentar, metamórfica) que sofra a ação de, por exemplo, altas pressões e temperaturas, sofre as transformações mineralógicas e texturais, tornando-se uma rocha metamórfica. Se as condições de metamorfismo forem muito intensas, as rochas podem se fundir, gerando magmas que, ao se solidificar, darão origem a novas rochas ígneas Fusão: passagem do estado sólido para o líquido, influenciada pala variação de pressão e temperaturas. Magma: é uma massa de rocha fundida, composto por soluções complexas e substâncias minerais (que ao cristalizarem formam minerais) e gases dissolvidos. Os magmas apresentam altas temperaturas, da ordem de 700º a 1400º C. Constituição: 1. parte líquida: material rochoso fundido; 2. parte sólida: minerais já cristalizados e fragmentos de rocha; 3. parte gasosa: voláteis dissolvidos na parte líquida, predominantemente H20 e CO2. Magma: É composto por uma grande variação de composições, no qual a sílica predomina, é caracterizado por altas temperaturas e tem propriedades de um líquido (mistura de cristais e líquido). Quando atinge a superfície tem o nome de lava, uma vez que durante o processo vulcânico sofre algumas modificações físico-químicas, que a diferenciam do magma retido e cristalizado em profundidade. As características físicas dos magmas, como a temperatura e a viscosidade, estão intrinsecamente relacionadas com a composição dos mesmos. Magmas basálticos são mais quentes, com temperaturas de 1000º a 1400º C e têm viscosidade menor. Já os magmas graníticos são significativamente mais viscosos e apresentam temperaturas da ordem de 700 a 800º C. A viscosidade de um magma silicático é a propriedade de uma substância oferecer resistência ao fluxo, a qual está diretamente relacionada com a sua composição e temperatura. Temperatura alta: magma menos viscoso Temperatura baixa: magma mais viscoso Teor sílica alto: magma mais viscoso (maior rede de tetraedros de sílica) Teor sílica baixo: magma menos viscoso (menor polimerização de tetraedros de sílica) Magma: A consistência física de um magma se reflete na sua mobilidade e é função dos parâmetros, mencionados: 1. composição química (teor de sílica); 2. grau de cristalinidade (proporção que o magma já contém de material cristalizado) 3. teor de voláteis; 4. temperatura. Essa consistência física (viscosidade) implica em menor ou maior facilidade de fluir. Magmas pouco viscosos (basálticos) se esparramam com facilidade, formando derrames que podem se estender por dezenas ou centenas de quilômetros. Ao contrário, magmas mais viscosos (ex. riolíticos) tem dificuldade até mesmo de extravasar, formando freqüentemente tampões no condutos vulcânicos, o que provoca aumento de pressão por conta do magma e gases, quando a pressão supera o peso do material sobrejacente ocorrem os fenômenos de vulcanismo explosivo. Composição: é controlada pelos elementos químicos ocorrentes em determinado magma: Três tipos principais: i. Magma basáltico (básico, pobre em sílica); ii. Magma andesítico (intermediário); iii. iii. Magma riolítico (ácido, rico em sílica). É importante frisar que não existe um “oceano de magma” contínuo por baixo da litosfera: Fusão: passagem do estado sólido para líquido devido a fortes pressões e altas temperaturas. • MAGMÁTICAS arrefecimento magma. – e provenientes solidificação do do • METAMÓRFICAS – resultam de modificações, no estado sólido, devido à diferenças de temperatura e pressão. • SEDIMENTARES – resultam da deposição dos sedimentos que posteriormente experimentam diagênese (desidratação, compactação e cimentação) FELDSPATO (intrusiva) RIÓLITO (extrusiva) GRANITO (intrusiva) ANDESITO (extrusiva) DIÓRITO (intrusiva) BASALTO (extrusiva) BACIAS SEDIMENTARES BRASILEIRAS O registro sedimentar dessas áreas é geralmente composto por um espesso pacote sedimentar no seu interior, o qual diminui de espessura ao se aproximar das bordas da bacia e apresentam camadas de rochas que mergulham da periferia para o centro. BACIAS SEDIMENTARES BRASILEIRAS • Essas formações geológicas ocupam a maior área do território brasileiro, estimando-se que ocupem 5,5 milhões de km2 (64%). • No Brasil existem bacias sedimentares de grande e de pequena extensão. Grandes bacias: Amazônica, Parnaíba, Solimões, Paranáica e Central. Pequenas bacias: Pantanal, Matogrossense, Sanfranciscana e Recôncavo Tucano BACIAS SEDIMENTARES BRASILEIRAS • As bacias sedimentares preservam um registro detalhado do ambiente e dos processos tectônicos que deram forma à superfície da Terra através do tempo geológico. • Também servem como importante repositório de recursos naturais (água subterrânea, petróleo e recursos minerais) e registro fossilífero. BACIAS PETROLÍFERAS BRASILEIRAS • A grande diferença entre a formação do carvão mineral e dos hidrocarbonetos é a matéria-prima, ou seja, principalmente material lenhoso para o carvão e algas para os hidrocarbonetos. Normalmente, o petróleo e o gás coexistem, porém, dependendo das condições de pressão e temperatura, haverá maior quantidade de um ou de outro. BACIAS PETROLÍFERAS BRASILEIRAS • No ambiente marinho é a plataforma continental a região que mais produz matéria orgânica. BACIAS PETROLÍFERAS BRASILEIRAS REGISTRO FOSSILÍFERO • Quase todos os fósseis são encontrados em rochas sedimentares - bacias sedimentares. • Os fósseis mais antigos do Brasil, os estromatólitos (construídos por cianobactérias) - “Embasamento PréCambriano brasileiro.” Princípio do Atualismo As leis que causam os fenômenos geológicos atuais são válidas quando aplicadas aos fenômenos que ocorreram no passado. O presente é a chave do passado Princípio da horizontalidade Os sedimentos são sempre depositados em camadas horizontais. O fenômeno geológico que altera a horizontalidade é sempre posterior à sedimentação. Princípio da Sobreposição Os sedimentos são compactados e cimentados, formando camadas, que por sua vez, serão sobrepostas por outras mais recentes. Princípio da continuidade lateral Uma camada tem a mesma idade em todos os seus pontos, o que implica que os limites inferior e superior de uma camada representam superfícies isócronas. Princípio da correlação Os estratos são caracterizados pelas associações de fósseis da mesma idade. Princípio da identidade paleontológica Um dos princípios utilizados na datação relativa dos estratos, admite que, nos estratos, os grupos de fósseis surgem numa ordem definida, podendo reconhecer-se um determinado período de tempo geológico pelas características dos fósseis. PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DA ESTRATIGRAFIA Princípio da intersecção qualquer estrutura que intersecte vários estratos se formou depois deles, logo, é mais recente.