UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL COLÉGIO DE APLICAÇÃO Departamento de Ciências Exatas e da Natureza Disciplina: Biologia Professor: Felipe Lohmann Arend Aluno(a):___________________________________ Data: ___ /___ /___ Turma: _____ As angiospermas são as plantas dominantes no planeta, formando a maior parte da vegetação existente. Há desde espécies de grande porte, como certos eucaliptos da Austrália, cujos troncos atingem mais de 110 m de comprimento e 20 m de circunferência, até espécies com menos de 10cm de comprimento. Quanto à forma, as angiospermas podem ser árvores, arbustos, trepadeiras, capins. Vivem nos mais diversos ambientes: no solo, na água, sobre outras plantas, em certos casos como parasitas em outros apenas como inquilinas. Os cientistas acreditam que, apesar de sua grande variedade, as angiospermas atuais são todas descendentes de um mesmo ancestral, constituindo, portanto um grupo monofilético. Há mais de 235 mil espécies no filo, das quais mais de 40 mil ocorrem no Brasil. O filo que engloba as angiospermas é atualmente denominado Magnoliophyta. As angiospermas diferem das gimnospermas por apresentarem flores e frutos. Os mais antigos fósseis identificados claramente como angiospermas têm cerca de 130 milhões de anos de idade. Entre 100 milhões e 65 milhões de anos atrás, as angiospermas diversificaram-se amplamente, tornando-se o grupo de plantas dominantes no mundo, exceto em regiões de clima muito frio. A classificação das angiospermas está passando por grandes modificações devido às novas informações dadas pelos sistematas, não se justificando mais dividir apenas em monocotiledôneas e dicotiledôneas. Ciclo de vida e reprodução sexuada em angiospermas O ciclo de vida das angiospermas assemelha-se ao das gimnospermas. Entretanto, enquanto os órgãos reprodutores das gimnospermas são os estróbilos, nas angiospermas eles são as flores. As sementes, nas gimnospermas, ficam expostas sobre o esporofilo (sementes nuas), enquanto nas angiospermas elas ficam protegidas por uma estrutura denominada carpelo (do grego karpos, fruto), que dá origem ao fruto. A flor A flor, assim como o estróbilo das gimnospermas, é um ramo especializado onde há folhas férteis com esporângios, os esporófilos. O ramo que contém a flor é denominado pedicelo (do latim, pedicelus, pequeno pé). No pedicelo há o receptáculo floral, que é a parte do ramo floral em que se encaixam diversos tipos de folhas especializadas, os elementos florais; algumas delas formadoras de esporângios. Os elementos florais que produzem esporângios (esporofilos) são os carpelos (formam óvulos) e os estames (formam grãos de pólen). O conjunto de carpelos é denominado gineceu (do grego gyne, mulher, e oikos, casa) e o conjunto de estames é o androceu. (do grego andros, homem, e oikos, casa). Além dos elementos férteis, a maioria das flores possui elementos estéreis: as pétalas, cujo conjunto forma a corola, e as sépalas, cujo conjunto forma o cálice. Cálice e a corola constituem o perianto (do grego peri, ao redor e anthos, flor). Em geral, as pétalas são estruturas delicadas e coloridas, enquanto as sépalas são menores, mais espessas e de cor verde. Em algumas espécies, porém, pétalas e sépalas assemelham-se na cor e na textura, sendo denominadas tépalas. Flores que apresentam sépalas e pétalas distintas são chamadas de heteroclamídeas (chlamos, túnica, cobertura). Flores com tépalas são chamadas de homoclamídeas. a – antera e1 - estigma b – botão floral e2 - estilete f – filete p – pétala Em certas espécies, as flores distribuem-se isoladamente pelos ramos, enquanto em outras elas ficam agrupadas, em estruturas denominadas inflorescências. Certas inflorescências são tão agrupadas e bem organizadas que são facilmente confundidas com uma flor. É o caso, por exemplo, de margarida e dos girassóis, cujas inflorescências (denominadas capítulos) são constituídas por várias flores. As mais internas, na região central da inflorescência, têm corola pequena com as pétalas fundidas entre si e ao ovário, formando um agregado que se assemelha a um grupo de ovários. A corola das flores periféricas, também constituída por pétalas fundidas, forma uma projeção laminar branca ou colorida, que se assemelha a uma pétala. As flores periféricas são freqüentemente estéreis. Uma flor é considerada completa quanto apresenta quatro conjuntos de folhas modificadas, cada um deles constituindo um vertiliclo floral: gineceu, androceu, corola e cálice, dispostos nessa ordem do centro para a periferia do receptáculo floral. Os botânicos costumam representar os verticilos por meio de esquemas denominados diagramas florais, que correspondem a cortes transversais da flor ainda em botão e mostram a composição e o arranjo dos verticilos florais. Estame Pétala Receptáculo floral Estame Pistilo Pétala Sépala--- ELEMENTOS FÉRTEIS DA FLOR Os elementos férteis da flor são os estames e os carpelos. Estame é constituído por uma fina haste, o filete, que sustenta uma estrutura bilobada na extremidade, a antera. Ela contém em seu interior quatro androsporângios, denominados sacos polínicos. Dentro de cada saco polínico formam-se as células mãe de grãos de pólen, que se dividem por meiose, produzindo células haplóides que se diferenciam em grãos de pólen. O número de estames em uma flor varia de nenhum a dezenas, de acordo com a espécie. A flor pode ter um ou mais carpelos. Estes isoladamente ou em grupo, dobram-se formando uma estrutura fechada que lembra um pequeno vaso, essa estrutura recebe a denominação de pistilo. A base dilatada do pistilo é o ovário, dentro do qual se formam um ou mais óvulos. A porção superior em forma de tubo recebe a denominação de estilete (do grego stillus, coluna) e é em seu interior que o tubo polínico penetra, no caminho rumo ao ovário. A porção terminal do pistilo é o estigma que recebem os grãos de pólen na polinização. Variações na estrutura da flor A maioria das flores apresenta os quatro tipos de verticilos florais - gineceu, androceu, corola e cálice -, sendo chamadas de flores completas. Quando um ou mais verticilos está ausente, fala-se em flor incompleta. Os botânicos costumam também classificar as flores de acordo com a posição dos diferentes elementos florais em relação ao ovário (ou ovários). No caso de as sépalas, as pétalas e os estames estarem abaixo do ponto de inserção do ovário no receptáculo floral a flor é denominada hipógina (do grego hypo, abaixo, e gyne, mulher) e o ovário é denominado súpero. Quando as sépalas, as pétalas e os estames inserem-se no receptáculo floral perto do topo do ovário, a flor é denominada epígina (do grego epi, acima) e o ovário é denominado ínfero. Quando o cálice forma um pequeno tubo, com o ovário inserido no fundo e as pétalas e os estames inseridos na borda, ficando estes em posição intermediária entre a base e o topo do ovário, a flor é denominada perígina (do grego peri, ao redor) e o ovário é denominado intermediário.