história da oceanografia em portugal

Propaganda
IMPORTÂNCIA DA OCEANOGRAFIA EM PORTUGAL
•Maior Zona Económica Exclusiva da Europa
•Direitos soberanos sobre a ZEE:
prospectar, explorar, conservar, gerir
recursos vivos e não vivos
fundo mar e subsolo
águas sobrejacentes
outras actividades (ex. produção de energia por ondas)
•Extenso litoral (dependência económica litoral forte)
•Zonas húmidas de importância ambiental e económica
(preservação e gestão)
•Pontos de interesse científico (ex. Banco do Gorringe; Canhão
submarino da Nazaré; Montanha submarina de Tore; Ponto triplo
dos Açores; Crista Média Atlântica)
•Zona de sismicidade importante com possibilidades de formação
de tsunamis
•Dependência enocómica de estruturas portuárias (comércio,
pescas e recreio)
•Responsabilidade de segurança marítima e de poluição marinha
(rota de navios) – Agência Europeia de Segurança Marítima
Outras potencialidades:
•Potencialidade económica do domínio costeiro e marinho em países de expressão portuguesa
•Perspectiva de expansão da plataforma continental para as 300 milhas
Algumas acções recentes para valorização dos oceanos, em Portugal:
Ano Internacional dos Oceanos (1998) – Presidido por Mário Soares
EXPO 98 – Lisboa, dedicada aos oceanos
PDCTM (Programa Dinamizador de Ciências e Tecnologias do Mar) (1999)
Comissão Estratégica dos Oceanos (2003)
Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (http://www.emepc.pt/)
Estrutura de Missão para os Assuntos do Mar (http://www.emam.com.pt/ – Estratégia Nacional para o Mar 2006)
Comissão Interministerial para os Assuntos do Mar (CIAM) - 2007
HISTÓRIA DA OCEANOGRAFIA
Os Primórdios da Oceanografia
OCEANOGRAFIA: CIÊNCIA NOVA COM LONGA HISTÓRIA
Os Polinésios – Mestres das Correntes Oceânicas
30000 aC: Migração dos povos (polinésios) da costa Oeste do
Pacífico
25,000 aC: Colonização das ilhas do Pacífico Oeste e Sul, depois
Taiti, Ilha da Páscoa, até colonizarem o Havai há cerca de 500
anos.
Como se movimentaram milhares de milhas nos oceanos sem
instrumentos?
Área ocupada pelos polinésios
Esta migração marcou o início das observações oceanográficas
pelas pessoas que viviam em conjunção com o oceano.
As observações permitiram saber como eram as canoas
afectadas pelas correntes e ondas. Tinham também
observações astronómicas e estudavam as variações na vida
marinha e nos pássaros.
Elaboraram as primeiras formas de “mapas” náuticos, com
peças de madeira juntas. A localização das ilhas era feita com
nós ou conchas e peças curvas de madeira representavam a
alateração da agitação em torno de ilhas e como as canoas
eram afectadas.
Canoa típica polinésia
A Antiguidade Clássica (e o Mar Mediterrâneo)
• Oceano apenas como fonte de alimentação
• Conhecimento desenvolve-se com o desenvolvimento comercial e bélico (distribuição
das terras emersas, das correntes e baixios  vantagens sobre os outros)
2000 aC
Fenícios: Primeiros navegadores – Mediterrâneo, Mar Vermelho e Indico
500 aC
Parménides: defendia esfericidade da Terra
450 aC
Heródoto: Representação cartográfica (conhecimento geográfico grego
desenvolvido) – Mediterrâneo, 3 continentes, mares interiores e mares envolventes
Mapa de Heródoto (circa 450aC)
Reconstrução do Mapa de Herodotus
400 aC
Aristóteles: Menciona os primeiros conhecimentos em Biologia Marinha; Fala da
geração de ondas por ventos, de correntes oceânicas e do ciclo hidrológico
325 aC
Piteas: Estabeleceu relação entre o estado da maré e as fases da Lua
250 aC
Eratóstenes: Define o perímetro da Terra. Desenha uma carta do mundo (inclui
ilhas mediterrânicas, ilhas britânicas, Ceilão e Japão?)
Mapa de Eratóstenes (circa 250aC)
150 aC
Ptolomeu: Opõe-se a Erastóteles. Defende predomínio das terras emersas,
considerando o Atlântico e o Indico como interiores. Defende que navegando
para Oeste se atingiria a extremidade oriental (ideias que inspiraram Colombo)
100 aC
Posidonious: Relata uma sondagem próxima da Sardenha, encontrando fundo a
1828 metros. Sondagens apenas praticadas com frequência no séc. XVII.
Desenvolvimento de duas escolas antagónicas:
Erastótenes e Estrabão – Massas continentais constituiam uma ilha rodeada por oceano
Ptolomeu – Dominância dos continentes, sendo todos os mares interiores.
A Idade Média
Período negro na história (nomeadamente sul da Europa – pós queda do Império Romano)
Decréscimo de relações comerciais
Perda do conhecimento adquirido na Antiguidade Clássica
Na Europa do Sul a navegação decaiu
Árabes:
Domínio do Mediterrâneo, África e Índico
Navegam aproveitando os ventos e as monções
Chineses:
Usavam já agulha magnética, efectuando navegações
no extremo oriente
Vikings:
Condições climáticas amenas
Antes de 1000 dC estabelecem colónias na periferia
atlântica (ex. Islândia e Gronelândia)
982 dC – Eric, o Vermelho, chega à ilha de Baffin
Leif Ericsson (filho de Eric) atinge a Terra Nova
Prováveis colónias na América do Norte
1200 dC em diante – deterioração climática e
diminuição da força Viking
Reprodução de um mapa viking
A Época dos Descobrimentos
Exploração dos mares pelos europeus (do Sul) volta a ser relevante no séc. XV
Métodos para esse desenvolvimento:
•Uso do compasso (desde 1300)
• Existência de portulanos (mapas de navegação com linha de costa, portos, orientação)
Exemplo de um quadrante
O mar Mediterrâneo (Atlas de Cresques, 1375)
•Desenvolvimento do quadrante
•Desenvolvimento do astrolábio
Astrolábio português
1453
Necessidade de se estabelecer novas rotas
comerciais com as Indias (mediterrâneo sul
dominado pelos árabes)
1492/1522 Descoberta da vastidão dos oceanos
Descoberta do continente americano
Viagem de circum-navegação
Fim séc XV Escola do Infante de Sagres – observatório
marítimo (estudo condições oceânicas)
Rota da viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães
1492
Colombo – Descoberta do “Novo Mundo”
Américas). Baseado em estudo de correntes e
ventos, desenvolvido nas Canárias e na Madeira
1497
Vasco da Gama – Caminho marítimo para a India
Conhecimentos “confidenciais” (acumulados por
navegadores ao longo de décadas)
1519/22
Fernão de Magalhães/Juan Sebastian del Caño –
Viagem de circum-navegação. Sondagem de
profundidade no Pacífico (não encontrou fundo –
“eventualmente local com 8000m”)
Observações científicas:
• Observações mantidas em segredo; - ventos e
correntes dominantes;
• Conhecimento adquirido: águas mais fundas + frias;
salinidade oceânica razoavelmente constante
Estreito de Magalhães
1588 – Britânicos substituem ibéricos e domina comércio e exploração dos mares
A Procura do Conhecimento Científico
Francis Drake (1577-1580)
Viagem circum-navegação. Desperta o interesse britânico na navegação e exploração dos oceanos.
G. Fournier (1667)/A. Kircher (1678)
Descrevem o padrão geral das correntes. Kircher identifica 3 movimentações principais:
• marés (induzidas pela Lua)
• movimento geral de oriente para ocidente nos trópicos
• deflecção das correntes criando padrão giratório no sentido dos ponteiros do relógio no Hemisfério N e oposto no
Hemisfério S.
Kircher sugere que as marés eram causadas por água movendo-se de e para um mundo subterrâneo.
R. Boyle (1674)
Publica: “Observations and Experiments about
the Saltness of the Sea”
Conhecido como Pai da Oceanografia Química
E. Halley (1674)
Publica 4 artigos. Determina a relação entre a
água que entra e que é evaporada no
Mediterrâneo.
Conhecido como Pai da Oceanografia Física
James Cook
Maior explorador do séc. XVIII. Navegador,
astrónomo e matemático.
1768 Chefia a expedição Endeavour (Pacífico
Sul), incluindo um naturalista e um
botânico. Efectuou cartografia importante.
Após Cook a bidimensionalidade do oceano
estava reconhecida (excepção às áreas periantárticas).
Rotas seguidas pelo capitão James Cook nas suas 3 expedições no Pacífico
Faltava o conhecimento em profundidade. A tridimensionalidade do oceano, a distribuição das
profundidades, era na generalidade desconhecida.
O mesmo não se verificava com a dinâmica do oceano. De interesse para a navegação, as observações de
algum modo sistemáticas efectuadas por navios mercantes e vasos de guerra, bem como o conhecimento
empírico que ia sendo adquirido, eram, normalmente, guardados por companhias de navegação e
marinhas de guerra.
Base de uma observação racional e sistemática do oceano foi a competição nas rotas comerciais,
especialmente entre Inglaterra e América do Norte, mas também com a Ásia.
Exemplo do conhecimento avançado em
correntes: Descoberta da corrente do Golfo por
Benjamin Franklin, considerando-a como um “rio
no oceano”.
Havia grande interesse no reconhecimento de
zonas costeiras e portuárias
Pouco interesse de conhecimento das áreas mais
afastadas do litoral
Excerto da carta de Franklin-Folger (1777), representando a
Corrente Quente do Golfo
Trabalhos sobre características da água do mar:
Antoine Lavoisier foi um dos primeiros cientistas a publicar, em 1772, análises da água do mar, incluídas num
trabalho sobre águas minerais.
Torbern Olaf Bergman (em 1784), também num estudo sobre águas minerais, incluiu uma lista de substâncias
que tinha identificado na água do mar. Todavia, não havia verdadeiro interesse dos cientistas da época pela
água marinha.
Só no século XIX surgiu o interesse pelo conhecimento da composição da água do mar.
Em 1865, Georg Forchhammer publicou um longo trabalho que representou um marco importante na
oceanografia química, e no qual identificava 27 elementos presentes na água do mar. Foi este cientista que,
nesse trabalho, introduziu o termo salinidade. A sua principal conclusão foi a de que, embora a salinidade varie
no oceano, as proporções entre os vários constituintes são quase invariantes.
Trabalhos em ondas:
F. von Gerstner (1802) – Primeiro trabalho teórico sobre ondas oceânicas
George Green (1839) – Demonstra proporcionalidade entre a velocidade e o comprimento das ondas oceânicas
Georges Aimé (1842) – Tenta determinar até que profundidade se faz sentir o efeito de uma onda
George Airy (1845) – Apresenta a sua teoria de ondas (sinusoidal), ainda a mais usada.
George Stokes (1876) – Apresenta outra teoria de ondas, também usada actualmente.
Charles Darwin
Naturalista (não no campo estrito da oceanografia)
Viagem de circum-navegação do Beagle (1831/36)
Rota seguida pela Beagle entre 1831 e 1836
Charles Darwin
John Ross e James Clark Ross
John Ross – 1818, efectua sondagem de profundidade a 1919m (Baía de Baffin) e recolhe amostra de lodo
James Clark Ross – Expedição à Antárctica (1839-1843), efectuando sondagen de profundidade a 4433m
(Atlântico S) e 4893m (Cape Cod)
Problemas relacionados com determinação de profundidade e colheita de amostras
Edward Forbes
Estudo da distribuição vertical da vida nos oceanos. Iniciador da oceanografia biológica
Teoria azóica (>550 m; já havia evidências por recolha em sondagens de vida a maiores profundidades)
Matthew Fontaine Maury
1855 – Publica “The Physical Geography of the Sea”
Produz o primeiro mapa batimétrico do Atlântico
Norte. Conhecido como o Pai da Oceanografia
Capa do livro e instrumentos de medição de profundidade
Parte de uma carta com indicações de ventos
e correntes elaborada por Maury
Carta Batimétrica de Maury, de 1854
O Nascimento da Oceanografia Moderna
Aristocracia inglesa estabelece um espírito exploratório, com expedições a territórios
desconhecidos London Geographical Society e Royal Society).
Numerosas expedições científicas entre 1850 e 1870, culminando na expedição
Challenger – fundadora da Oceanografia actual
Expedição Challenger (1872/76)
Comandada por Charles Thomson (243
elementos de tripulação e seis cientistas)
Percorreu 70 000 milhas, efectuou 492
sondagens de profundidade, 133
dragagens e ocupou 362 estações
oceanográficas.
Em cada estação tentou-se efectuar:
•determinação da profundidade (sondagem)
•colheita de sedimentos de fundo (através de um tubo colocado na extremidade da linha de sondagem)
•colheita de animais e vegetais existentes à superfície e a meia água, utilizando redes de arrasto colheita
de fauna de fundo (e eventualmente de rochas), efectuando uma dragagem
•medição da temperatura da água à superfície, a várias profundidades, e junto ao fundo
•colheita de água à superfície, a várias profundidades e junto ao fundo (para determinação da sua
composição química)
•medição da direcção e da velocidade das correntes superficiais (e, por vezes, subsuperficiais)
•observações atmosféricas e meteorológicas
Exemplo de um instrumento usado
para medir a profundidade
Mapa mostrando o trajecto do Challenger junto ao
Hawai e os ventos e correntes dominantes.
Descobertas: 715 géneros novos; 4417 espécies de nova vida marinha; sondagem na fossa das
Marianas (8180m), etc.
Elaboração dos relatórios tardou 23 anos, tendo 29 500 páginas e 50 volumes.
O relatório da missão foi classificado como: "the greatest advance in the knowledge of our
planet since the celebrated discoveries of the fifteenth and sixteenth centuries".
Implicou uma dinâmica da exploração dos oceanos e várias expedições seguintes:
1874/76
1886/89
1890/98
1877/80
1893/1896
Navio alemão Gazelle
Navio russo Vitiaz
Navio austríaco Pola
Navio norte-americano Blake
Navio norueguês Fram – Comandado por Fridtjof Nansen
Região Ártica (preso no gelo – divagante).
Dados de meteorologia, temperatura água, espessura do gelo, etc.
Garrafas de Nansen
Nobel da Paz em 1922.
O Século XX
Existência de observações sistemáticas e continuadas
1922
U.S.S. Stewart, usa pela primeira vez a eco-sondagem,
com perfil batimétrico contínuo
1925/27
Expedição do Meteor – usa intensamente a ecosondagem e estuda em detalhe uma área específica
(Atlântico Sul). 25 meses, 14 travessias ao Atlântico Sul,
observações em contínuo (dia e noite), incluindo mais de
70 000 medições de profundidades
Nansen e o navio Fram
HISTÓRIA DA OCEANOGRAFIA EM
PORTUGAL
1863
José Barboza do Bocage (zoólogo)
Hyalonema lusitanica (esponja recolhida a proundidades > 500 m)

Questionava a teoria azóica
1868/70
Investigadores ingleses em Portugal para aprofundar estudos da Hyalonema
1873
Lisboa foi o primeiro porto estrangeiro do Challenger

Importante acontecimento com visita do Rei D. Luís I
1896/1907
Rei D. Carlos I – Pai da Oceanografia Portuguesa
12 campanhas oceanográficas entre 1896 e 1907
4 iates Amélia (iates adaptados à oceanografia com 35 a 70m)
Estudo principalmente centrado nos peixes (biologia e ecologia)
Aplicação directa às pescas
Apoio científico de Arthur Girard
Estudo de pequenas áreas em detalhe e não de grandes áreas em geral
Estações:
Primeiro iate D. Amélia - Construído em Preston,
Inglaterra, em 1878, foi adquirido pelo Rei D. Carlos I em
1888, chegando a Cascais em 3 de Setembro deste ano.
O seu casco era de ferro, possuía um comprimento de
33,84 metros, deslocava 147 toneladas e atingia uma
velocidade de 10 nós. Tinha três embarcações e vários
apetrechos para os estudos oceanográficos a que o
monarca se dedicava. Em 1897 foi trocado pelo
«Geraldine», o segundo iate «Amélia».
-
sondagem em profundidade
colheita de sedimentos
colheita de água
medição de temperatura
medição de correntes
colheitas biológicas (peixes e plancton)
Locais: Cascais, Cabo Espichel, Sesimbra, Cabo da Roca, Sines e Algarve
Local mais profundo: 1856m ao largo do Cabo Espichel
REI D. CARLOS
Dedicou-se com sucesso a um conjunto diversificado de actividades de que se destacam a Arte e
alguns ramos da Ciência, tal como a Ornitologia e a Oceanografia. Neste campo pode mesmo
considerar-se como um dos pioneiros mundiais, tendo deixado uma obra de reconhecido mérito.
A 1 de Setembro de 1896 dava início à primeira de doze Campanhas Oceanográficas (1896-1907)
realizadas na costa portuguesa, com o objectivo principal de estudar a Fauna Marinha. Desde o início deu
particular atenção ao estudo dos peixes, dada a enorme importância económica da indústria piscatória em
Portugal.
Ao longo das doze campanhas oceanográficas que realizou ao largo da costa portuguesa, entre 1896 e
1907, D.Carlos de Bragança foi reunindo uma notável colecção zoológica. A Colecção Oceanográfica
D.Carlos I incluía ainda um notável conjunto de documentação, bibliografia e instrumentos. A colecção
transita para o Museu Condes de Castro Guimarães, em Cascais, sendo doada por escritura pública
notarial e por decreto lei de 11 de Junho de 1935, ao Aquário Vasco da Gama-Estação de Biologia
Marítima. As sucessivas transferências da Colecção, desde o primitivo Museu no Palácio das Necessidades
até ao Aquário Vasco da Gama, contribuíram para o desaparecimento de um número significativo de
exemplares e a deterioração de muitos outros.
A parte da Colecção Oceanográfica D.Carlos I que hoje se encontra depositada nesta instituição, embora seja
uma pálida amostra daquilo que deveria ter sido no tempo em que o monarca viveu, constitui um legado de
incalculável valor histórico e científico, estreitamente ligado ao nascimento da oceanografia em Portugal.
O mérito da sua obra foi internacionalmente reconhecido, como o demonstram os numerosos diplomas que
lhe foram conferidos pelas mais prestigiadas instituições científicas da época, como por exemplo a
"Zoological Society of London", o "Museum d'Histoire Naturelle de Paris", a "Sociedad Española de Historia
Natural" ou a "Societé d'Océanographie du Golfe de Gascogne".
1 Fev 1908
Assassinato do Rei D. Carlos I
1910
Implantação da República
Iate D. Amélia IV rebatizado – Aviso 5 de Outubro – e passa a cartografar os
sedimentos da plataforma continental

Nascimento da Geologia Marinha em Portugal
Reconhecimento dos sedimentos e da morfologia mantém-se até ao início da II Guerra Mundial
Descrição dos principais canhões submarinos (década de 30)
Alfredo Magalhães Ramalho – o nascimento da Oceanografia Física em Portugal...
Aluno do Professor Helland Hansen, na época director do Instituto Geológico de Bergen, Noruega,
que era na altura o centro internacional de estudo de oceanografia física, meteorologia e geofísica.
De volta a Portugal, Magalhães Ramalho realiza campanhas na área da
Oceanografia Física a bordo do “Albacora”, aplicando o seu novo
conhecimento e sendo um dos primeiros a estudar este ramo da
Oceanografia em Portugal. Caracteriza, juntamente com Luciano Sena
Dentinho, as águas junto à costa Portuguesa em termos de
temperatura e salinidade. Realizam um transecto entre Portugal
(Lagos) e Marrocos (Casablanca) onde pela primeira vez é identificada
a Água Mediterrânica, embora não se tivessem aprecebido disso.
Navio Oceanográfico “Albacora” (IPIMAR)
Apesar de na época não dispor das tecnologias de
hoje, os resultados obtidos e a sua apresentação
gráfica são de grande qualidade e verificou-se
posteriormente que estavam correctos
Mapa das isotérmicas e isohalinas ao longo da costa portuguesa à
superfície e a 50 m de profundidade, em Maio/Junho de 1927; Transecto
entre Lagos e Casablanca com a identificação da Água Mediterrânica
(adaptado de Magalhães Ramalho e Sena Dentinho, 1928)
Download