A palavra mesopotâmia significa “terra entre dois rios”. Era compreendida pelos rios Tigre e Eufrates, basicamente onde hoje se encontra o Iraque; Também conhecida como Suméria, acredita-se que começou a ser povoada por volta de 10 000 a.C.; Sistematicamente era dividida em Alta Mesopotâmia (montanhosa e menos fértil – a Assíria) ao norte e Baixa Mesopotâmia: a Caldéia, banhada pelas planícies aluvianas extremamente férteis; Ao contrário do que se observa no Egito, apesar da fertilidade da terra, as inundações de seus rios eram sempre muito irregulares e devastadoras, obrigando esse povo a desenvolver obras de irrigações bem mais sofisticadas e precoces; Essas obras foram os principais fatores de desenvolvimento cultural dessas civilizações; Nota-se também que pela localização geográfica e pela disponibilidade de água, essas terras eram constantemente invadidas por povos nômades hostis, utilizando grande parte da sua mão de obra no setor bélico de defesa; Sumérios e Acádios (antes de 2 000 a.C.): Originários do planalto do Irã foram os primeiros a criar as cidades- Estado na Baixa Mesopotâmia e em 2 850 já tinham uma política econômica baseada na religião. As terras eram dos Deuses e seus governantes (patesi ou ensi) eram representantes (ou interlocutores) dos deuses na terra. Veneravam os Deuses em grandes construções denominadas Zigurates os quais eram acessados apenas pelos governantes. Os sumérios se destacam também pela invenção da escrita cuneiforme (primeira forma de escrita conhecida) e pela grande rota comercial entre o vale do rio Indo e o Mediterrâneo. As constantes guerras entre as cidades-Estado em busca da hegemonia as enfraqueciam, e em 2 500 a.C. (aproximadamente) houve a invasão de um povo semita, os Acádios, que se estabeleceram na região central da Mesopotâmia e fundaram a cidade de Acad. O Império nunca conseguira alcançar estabilidade política e se extinguiu por volta de 2 100 a.C. As principais cidades sumérias foram Ur, Uruk, Nipur, Quish, Nínive entre outras. O Primeiro Império Babilônico (1 800 a 1 600 a.C.): Os amoritas, também de origem semítica, destacaram-se entre os destruidores do império acadiano, mas apenas conseguiram se impor e dominá-la de norte a sul sob o rei Hamurabi (1 726 a 1 686 a.C.) e seu código de leis. Denominado de Código de Hamurabi, foi o primeiro código de leis que se tem registro e era baseado na Lei do Talião (olho por olho, dente por dente). Pelo vínculo da religião com o poder foi erguido um enorme zigurate ao Deus Marduk que ficou conhecido como Torre de Babel (tentativa do homem de chegar ao céu). A morte de Hamurabi desestruturou o Império e depois de três séculos de lutas internas estabeleceu-se a hegemonia dos assírios. Os amoritas viviam do comércio e a centralização por Hamurabi fez da babilônia um grande centro comercial e urbano. O Império Assírio (1 300 a 612 a.C.): Seu estado era baseado no militarismo de ponta, crueldade e terrorismo. Sua expansão territorial visava a saída para o Mediterrâneo e para o Golfo Pérsico. Para isso chegou a conquistar a Mesopotâmia, a Síria, a Palestina e o Egito; Sua primeira capital ficava no norte da Mesopotâmia, em Assur, porém, Senaqueribe transfere sua capital para Nínive onde, posteriormente, montou-se uma grande biblioteca com um variado acervo cultural de toda a Mesopotâmia; Com a morte de Assurbanipal ocorre uma rebelião generalizada dos povos submetidos e em 612 a.C. o rei dos caldeus com a ajuda dos medos destrói Nínive e põe fim ao Império Assírio. O Império Caldeu, Segundo Império Babilônico ou Neobabilônicos (612 a 539 a.C.): Também de origem semita, fizeram a Babilônia novamente de capital, levando numeroso contingente de Hebreus como escravos depois da conquista do reino de Judah em 587 a.C. por Nabucodonosor; Conquistaram a Síria, Fenícia e Palestina e graças à quantidade de riquezas e mão de obra foi possível construir os Jardins Suspensos da Babilônia (ampliando a área agricultável; O Império foi destruído e conquistado pelos Persas em 539 a.C. sob Ciro I. Aspectos econômicos e socioculturais da Mesopotâmia: A economia baseou-se no modo de produção asiático marcado fortemente pela agricultura de regadio e servidão coletiva. A crença de que a terra pertencia aos Deuses gerou uma elite sacerdotal controlando as terras e as riquezas. A estrutura social era semelhante à egípcia com o rei, a nobreza e os sacerdotes no topo, os militares e os altos funcionários da burocracia, mais embaixo seguido por uma camada de comerciantes e artesãos e por fim os camponeses e escravos (sempre prisioneiros de guerra). Ao contrário do Egito autossuficiente em matéria prima sem especializações regionais, a mesopotâmia apresentou isso desde o início, sempre estimulando as produções artesanais como forma de troca e um rebuscado comércio com a precoce monetarização que data 3 400 a.C. (Templo Vermelho – Uruk). A urbanização era muito superior que no Egito; Apresentavam um politeísmo ligado a elementos da natureza (animismo) sem crença em vida após a morte. A religião foi responsável também pelo desenvolvimento da astronomia e da astrologia com a observação da movimentação dos astros (principalmente os caldeus); Os sumérios criaram a escrita silábica cuneiforme cuja decifração foi feita por H. C. Rawilson em 1 846. CÓDIGO DE HAMURABI