O que é Transtorno Bipolar?

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Seminário Clínico – IBAC –
Módulo V
Tema:
Depressão e Transtorno
Bipolar
Gustavo Galli de Amorim
Psicólogo clínico – CRP – 01/10.100
Brasília, julho de 2005
DSM-IV
TRANSTORNOS BIPOLARES
 O Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais - DSM-IV
classifica como transtornos bipolares
o Transtorno Bipolar I, o Transtorno
Bipolar II, a Ciclotimia e o Transtorno
Bipolar Sem Outra Especificação
(SOE).
O que é Transtorno Bipolar?
 O Transtorno Bipolar envolve mudanças
de humor entre a “Mania” e a
“Depressão”.
 Quando o quadro clínico apresenta
somente depressão, dizemos que o
indivíduo sofre de transtorno unipolar.
“Mania”
De acordo com Campbell (1986) a mania
caracteriza-se por:
 (a) estado de ânimo exaltado ou
eufórico, embora instável;
 (b) aumento da atividade psicomotora,
inquietação, agitação, etc;
 (c) aumento do número de idéias e na
rapidez de pensamento e fala.
Sintomas da Mania
 O aspecto maníaco do Transtorno Bipolar
pode ter estado em desenvolvimento por
algum tempo e pode tornar-se bastante sério
antes que alguém perceba que há um
problema.
 Somos freqüentemente lentos para reconhecer
um episódio maníaco porque o indivíduo está
feliz, descuidado, despreocupado em relação a
problemas potenciais, aparentemente
produtivo e constantemente com um humor
brincalhão, festivo.
EXPLICAÇÕES FISIOLÓGICAS
 Os sintomas envolvem depressão e mania, o que sugestiona
uma forma de instabilidade fisiológica.
 Desequilíbrio Fisiológico: ainda não se sabe por que o
carbonato de lítio é muito eficaz para tratar pessoas com
Transtorno Bipolar.
 Metabolismo da Glucose Cerebral: metabolismo da glucose =
processo de usar glucose para produzir energia para as
atividades do corpo. Por meio do exame TEP (tomografia por
emissão de pósitron), verificou-se que na fase maníaca o
paciente apresentava um taxa muito superior de metabolismo
de glucose cerebral do que na depressiva. Isso não significa
que as diferenças no metabolismo sejam as causas do
Transtorno Bipolar.
 Fatores Genéticos: há uma possibilidade de que os indivíduos
herdem instabilidade neurológica que resulta no Transtorno
Bipolar.
 Estudo de Família: pesquisas revelaram que descendentes de
portadores desse transtorno apresentaram uma taxa seis vezes
maior de bipolaridade do que a população em geral. Em
contraste, os parentes de unipolar denotaram uma taxa de
apenas duas vezes mais da encontrada na população em geral.
Transtorno Bipolar
Conceitos analíticos-comportamentais
 Modificar fatores sociais de risco;
 Aumentar a aderência
farmacológica;
 Aumentar a aceitação da doença
por parte do paciente e sua família;
 Reduzir os riscos de suicídio;
Etiologias: contingências históricas
PREVALÊNCIA
 Os episódios maníacos e depressivos são separados por períodos normais e
recorrem estabelecendo um ciclo de maníaco – normal – depressivo – normal –
maníaco – normal, e assim sucessivamente. Se o indivíduo não é tratado, a
duração dos períodos normais entre os episódios reduz-se e a duração de cada
episódio aumenta.
TEMPO DE CICLO (quanto tempo leva para indivíduos com Transtorno Bipolar
passarem por um ciclo de mania à depressão?)
 Uma pesquisa feita com 919 indivíduos durante 5 anos, apontou que 35%
apresentou apenas um ciclo e somente 1% dos indivíduos passou por 22 ciclos
(um ciclo a cada 3 meses). Os que apresentam 4 ou mais ciclos por ano são
considerados ciclos rápidos e ocorrem mais em mulheres.
MANIA COMO SINTOMA SECUNDÁRIO
 Pode ser efeito colateral de droga antidepressiva, que ultrapassa o alvo e tira o
paciente da depressão passando a um humor normal e até a mania.
CAUSAS DO TRANSTORNO
 A explicação psicológica para o Transtorno Bipolar vem sendo suplantada em
detrimento da fisiológica, pois têm se verificado a droga carbonato de lítio é
bastante eficaz para a tratamento do transtorno.
 A explicação psicológica popular para o Transtorno Bipolar que não conduz a
tratamento eficaz é que o indivíduo apresenta o comportamento maníaco para
escapar da depressão profunda. Seria a fuga maníaca da depressão ou defesa
contra a depressão.
Tratamento: intervenções
comportamentais
 Buscar estabilizar o quadro comportamental do
paciente através de acompanhamento psiquiátrico.
 Visar o desenvolvimento de um amplo repertório de
auto-observação com vista a um maior aprendizado de
auto-conhecimento e auto-controle.
 Minimizar possíveis comportamentos de risco entre a
mudanças de fases.
 Levar o cliente ao progressivo exercício de análises
funcionais e reformulação de regras, bem como a uma
exposição à contingências mais adequadas a cada
uma das fases do transtorno.
Terapia de Família Comportamental
para Pacientes Bipolares
 Construir um rapport com o paciente e com a
família.
 Prover informações a respeito do tratamento.
 Promover a aderência à medicação.
 Modificação das crenças familiares.
 Aprendizagem de novas formas de
comunicação, tanto por parte do paciente,
quanto da família.
 Tarefas de ensaio comportamentais e
roleplaying.
 Treinamento contra recaídas.
 Treinamento para a família em habilidades
para resolução de problemas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMPBELL, ROBERTO J., Dicionário de Psiquiatria,
Martins Fontes, São Paulo, 1986.
CORDIOLLI (org), Psicoterapias – abordagens atuais, ArtMed, Porto Alegre.
DALGALARRONDO, PAULO, Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos
Mentais, Artmed, Editora, Porto Alegre, 2000.
HOLMES, DAVID S., Psicologia dos Transtornos Mentais,
Artmed Editora, Porto Alegre, 2001.
Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10,
Artmed Editora, Porto Alegre, 1993
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM-IV-TR,
Artmed Editora, Porto Alegre, 2002.
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